Steven Yeun Fala Sobre Sua Vida Antes de The Walking Dead

Steven Yeun pode muitas vezes ser encontrado nos arredores de Los Angeles, filmando, com outros quadrinhos, ou fazendo improvisações. Yeun passou quatro anos no clube de comédia The Second City, em Chicago, antes de vir para o Oeste há dois anos.

Depois de alguns comerciais e aparições em The Big Bang Theory, Yeun aterrisou no seu papel de destaque, matando zumbis… e correndo deles. A Interview Magazine conversou com Yeun por telefone enquanto ele estava na estrada, para visitar sua família – em Troy, no Michigan. Seus pais queriam que ele se tornasse médico. Anos depois, Yeun, acompanhado por seu cão Agnes, nos conta sobre os anos em que ele largou esse caminho- começando por quando ele viajou nessa mesma rodovia na direção oposta, para longe de Michigan, seus pais e de sua carreira de médico, em direção da Cidade dos Anjos.

OLIVER SINGER: Onde você está agora?

STEVEN YEUN: Estou atravessando Iowa, próximo a Illinois. Estou voltando para ver meus pais. É só eu e meu cachorro no carro, juntos.

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SINGER: Qual a raça do cachorro?

YEUN: Oh, é um pequeno mini-goldendoodle preto. É um cruzamento de golden retriever e poodle.

SINGER: Qual o nome?

YEUN: Agnes

SINGER: Legal. Aonde fica a casa?

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YEUN: Troy, em Michigan. É subúrbio de Detroid. É como um distrito ou um Condado, como Orange County.

SINGER: Então não é um lugar violento, como 8 Mile?

YEUN: Não, mas meus pais são donos de algumas lojas de produtos de beleza em Detroid, perto de 8 Mile – tem alguns tiros aqui e ali, esse tipo de coisa. Eu já trabalhei muito na loja, e o lugar é mesmo como a sua reputação. Nossa loja é no meio de Detroid, perto da original Coney Island, fora de Inglewood. Muitas coisas aconteceram. Meu pai já sofreu roubo à mão armada, já tivemos ladrões, pessoas começando tiroteios… uma vez um sujeito tentou roubar algo, e quando meu pai tentou impedir, o sujeito reagiu e começou a dar socos. No meio da briga, ele puxou um guarda-chuva pontudo de uma prateleira e tentou furar meu pai, e meu pai pegou outro, e eles acabaram lutando esgrima com guarda-chuvas até que a policia chegou e os separou. Yep, foi uma luta de guarda-chuva à moda antiga no centro de Detroid

SINGER: Foi isso que te trouxe a L.A.?

YEUN: O que me trouxe a L.A. foi trabalho! Eu me mudei para Chicago depois da faculdade, – eu fiz na Kalamazoo – fiz minhas coisas de nerd, me formei, e fui pra Chicago para tentar improvisar. Eu ganhei experiência na Second City por uns quatro anos, e depois eu disse a mim mesmo que era hora de mudar. E eu fui. Isso foi em 2009. Eu cheguei a L.A. em outubro. E olhe só, eu consegui.

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SINGER: Me desculpe, mas espera aí – “coisas de nerd”?

YEUN: Bem, meus pais queriam que eu fosse médico – era por isso que eu estava no colégio; eu era estudante, me formei em psicologia, e fiz neurociência. Realmente, o plano era eu ir a faculdade de medicina.

SINGER: E como seus pais reagiram quando você falou que queria ser ator?

YEUN: Nada bem. Meu pai me cortou do testamento. Ele não queria que eu lutasse como ele teve que lutar, e instantaneamente deixou suas expectativas de que eu tivesse uma vida confortável. Mas me deu dois anos para eu buscar o que eu queria… relutantes, mas me deram a oportunidade. Eles que me disseram para ir à Los Angeles. Eles disseram que se era o que eu queria, então que eu desse o melhor de mim.

SINGER: Então você descobriu a atuação na faculdade?

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YEUN: Foi, no primeiro ano. Eu morava de frente a uma garota chamada Kasey Klepper, cujo irmão, Jordan Klepper, era de um grande grupo de improviso da Kalamazoo. Kasey me levou para ver um dos seus shows, e minha cara derreteu. Eu pensei, eu tenho de fazer isso… Eu me inscrevi, mas não consegui entrar no grupo. Então tive minha primeira aula de teatro, e isso abriu meus olhos para um novo mundo. Eu sempre tive interesse em me apresentar, de alguma forma, mas agora, eu ia mesmo fazer isso. Eu tentei de novo e entrei no time, e a partir de então, eu fui sugado para todo o mundo do teatro. Eu consegui um papel na minha primeira peça, Balm in Gilead, e fiz um traficante de drogas colombiano, Xavier.

SINGER: Qual o seu cenário?

YEUN: *risos* Eu sou Coreano-Americano. Não colombiano. Meus pais são da primeira geração, e eu sou… do meio, porque eu me mudei quando tinha quatro ou cinco anos.

SINGER: Entendi. Seus pais vieram assistir?

YEUN: Minha mãe veio, sim. Ela me achou horrível. Ela tentou ser legal e disse “Bom trabalho”, mas quando eu forcei ela a dizer a verdade? Ela disse “Você não foi muito bom”. O que foi ótimo para mim, porque eu pensei “Ok, se eu quero fazer isso, mesmo que por diversão, eu tenho que dar o melhor” Então pelo resto das aulas, eu pratiquei. Eu fiquei um pouco melhor, um pouco melhor, e quando eu me formei, eu sabia que queria continuar.

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SINGER: Qual foi o primeiro passo?

YEUN: Chicago. Eu segui Jordan Klepper, que por essa hora era uma grande influência na Second City, e finalmente entrei na companhia viajante deles. Algum tempo depois me mudei para L.A., e atuar era uma parte tão grande da minha vida que eu não pude parar. Então eu trabalhei aqui e ali. Meu amigo e eu, Howie E. Kremer, fizemos um show em dupla chamado Wet Hands (Mãos Úmidas).

SINGER: Qual foi o primeiro show não improvisado que você fez em L.A.?

YEUN: A primeira coisa que eu fiz foram três comerciais de uma vez só. Foi ótimo. Aquilo me deixou vivo por um tempo. Então eu fiz um piloto para a ABC que eu não consegui ganhar, mas o diretor de elenco me deu uma participação pequena em The Big Bang Theory. Depois disso foi The Walking Dead. Foram seis meses de muita sorte.

SINGER: Seis meses?!

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YEUN: *risos* Foi, alguns me odeiam por isso. Como eu disse, foram seis meses de muita sorte.

SINGER: E como The Walking Dead aconteceu?

YEUN: Foi na hora certa, perfeitamente. Eu lembro que depois do teste para o piloto da ABC, eu fiquei realmente alegre. Eu me senti tão bem que fui ao Dennys’s. Isso mesmo, ao Denny’s (restaurante/padaria aberto 24h). Eu pensei “Yeah, eu mereço um café-da-manhã razoavelmente caro!” e então meu agente ligou e disse “Eu lamento, mas vamos conseguir o próximo papel” e eu pensei “Merda, essa era para mim”. Eu tinha uma chance e arruinei tudo. Talvez isso não fosse dar certo. E então eu entrei em The Walking Dead. Dois testes. Depois do primeiro, eles me trouxeram ao escritório de Frank Darabont, eu li para ele, e ele ficou “OK, você quer o papel?”

SINGER: E como você ficou?

YEUN: Eu quase desmaiei.

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SINGER: Foi um grande feito em muito pouco tempo. Algum conselho aos jovens atores por aí?

YEUN: Confiança. Isso é tudo para um ator. Confiança te leva para muito longe. Talvez é uma coisa cultural, por ser coreano, mas meu primeiro reflexo foi sempre ser humilde – mas isso não te ajuda a atuar. Para atuar, ser humilde não é bom. Enfraquece seu trabalho. Então é um jogo difícil pra mim. “Eu posso ser confiante sabendo que minha habilidade é baixa? Posso atuar como se eu fosse dono desse lugar?”

SINGER: Conte-nos de seu personagem, Glenn. É fácil se relacionar com a sua posição com os zumbis?

YEUN: Glenn é uma criança tentando crescer e se tornar homem. Ele era entregador de pizza, parado na vida, e o apocalipse zumbi aumentou o seu espaço. Ele pode recomeçar. Uma nova oportunidade de fazer diferença no mundo. E sim, eu me relaciono com ele. Esse era eu aos 19. Eu me lembro de pensar: Eu vou vencer em tudo. Eu não me importo com o seu tamanho, não me importo se você é melhor, eu vou ganhar.

SINGER: Uma atitude que pode ser cansativa, não?

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YEUN: Com certeza. Eu não consigo tirar um minuto de tempo livre para mim. Eu sou incansável para fazer as coisas. Qualquer coisa! Eu assisto Top Chef e penso “Deus, talvez eu podia ser um chef”, eu assisto um programa de dança e penso “Deus, eu podia ser um dançarino” Quero dizer, foi assim que virei ator. Eu visitei um show de improviso e pensei “Hey, eu posso fazer isso”. Soa arrogante, mas eu não acho… é uma ambição de subir e tocar em algo novo.


Fonte: Interview Magazine
Tradução: Fernando Batista / Staff WalkingDeadBr

Rafael Façanha

Zumbi Chefe no The Walking Dead BR. Treinador Pokémon, viciado em Magic, conectado 24 horas por dia e até já fui reconhecido como Wikipédia-Viva de The Walking Dead. Meu mundo é dividido em assistir muitas séries e filmes.

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