Quando Glenn Rhee apareceu pela primeira vez em The Walking Dead, ele era aquele rapazinho sagaz usando um boné de baseball, com seu conhecimento enciclopédico da cidade que só um entregador de pizza poderia ter, colocando-o em prática para tirar seus companheiros sobreviventes de situações difíceis. Não que ele tenha ganhado muito respeito com isso.
Enquanto a terceira temporada retorna em 12 de fevereiro na FOX Brasil, Glenn evoluiu de um garoto estranho para um importante guerreiro, preparado mentalmente e fisicamente, graças ao amor de uma boa mulher, e à percepção de que ele é capaz de muto mais do que servir de cobaia em canos de esgoto.
“Eu acho que tem sido uma expressão orgânica, meio que natural, do crescimento do personagem e do meu crescimento na série”, diz Yeun. “Na primeira temporada, para mim como Steven, foi ‘Como não estragar essa série incrível?’ Para Genn, foi meio que o mesmo. Você está lá por uma razão, Glenn está lá por uma razão, mas que razão é essa exatamente? Ele ainda estava tentando achar sua identidade. E então na segunda temporada teve muito dele percebendo seu verdadeiro propósito e o como é sobreviver nesse tipo de situação, que é principalmente viver por uma outra pessoa ou por outras pessoas. Mesmo como Steven, o ator, eu entendo melhor o meu propósito como ator e como interpretar esse personagem. E então na terceira temporada somos os dois colocando isso em prática.”
Aqui vai o que o graduado em neurociência que virou ator/comediante tinha a dizer sobre o destino de seu personagem e o futuro do grupo da prisão agora que O Governador os tem em sua mira.
CGM: O rugido que você soltou depois de se soltar e matar o zumbi que Merle jogou em você em Woodbury foi uma confirmação da tese de quem Glenn se tornou nesta temporada?
Steven Yeun: Sabe, aquele grito não estava no roteiro – ele apenas surgiu na cena. Dan Sackheim, que era o diretor daquele episódio, me deu liberdade para aquela atuação. Eu estava chutando coisas, e caindo, e levantando, e foi tão louco e intenso. E finalmente, uma vez que o golpe de verdade aconteceu, minha única reação foi apenas soltar o grito. Então sim, você pode chamar de confirmação da tese, mas eu não acho que Glenn vai parar de crescer. Ele é ainda muito jovem – e quando coisas traumáticas acontecem, às vezes com a juventude você meio que ultrapassa seus limites, também. Acho que as pessoas vão se interessar em ver até onde ele vai.
CGM: Você disse que Lauren Cohan – que faz o papel da sua namorada Maggie Greene – se tornou sua amiga. Você pode nos contar como isso afeta o relacionamento que vemos na tv?
SY: Eu tenho certeza que essa não é a primeira vez que algo assim acontece – não sei – mas é bem a vida imitando a arte. Lauren e eu fomos nos conhecendo ano passado, e esse processo aconteceu em cena da mesma forma que na vida real, porque quando as pessoas aparecem no nosso programa, parece que eles são novos para o grupo também. Então esse processo de conhecê-los dentro da série e conhecê-los como atores acontece junto. É bem interessante ver como isso funciona, especialmente com Lauren. Chega a haver um pouco de sorte, também. Essa temporada todos nós nos mudamos pro mesmo prédio, e eu lembro que cheguei ao meu apartamento e liguei pra ela, e perguntei “Qual o número do seu apartamento?” e ela disse quatro-tal-tal. E eu pensei “O meu é 433”. Ela disse “Abra sua porta.” Eu abri e ela estava logo do outro lado do corredor.
CGM: Eu estou desesperadamente fascinado pela ideia de que Robert Kirkman pode continuar a criar dois mundos separados de Walking Dead – um para os quadrinhos e outro para a série. Você era fã da HQ antes de entrar para o elenco, então como tem sido assistir a isso de camarote?
SY: Antes de tudo, eu acho que Robert Kirkman é duas coisas. Uma, ele é uma mente incrível. E também, ele deve estar morto. Eu não sei como ele está fazendo tudo isso! Ele tem tipo 18 HQ’s e 20 filhos e provavelmente está em Wall Street e deve estar gerenciando algum fundo de cobertura secreto. Ele é louco. Mas é realmente ótimo fazer parte disso. Fazer parte de algo que narra seu próprio conto, e sua própria versão da história e isso vir da mente da pessoa que criou a versão original. Fazer parte da equipe de roteiristas é um verdadeiro testamente dos limites que eles estão tentando atingir.
CGM: Nos videos promocionais, nós vemos você dizer para Michonne (Danai Gurira): “Você e eu podemos acabar com isso hoje.” Será que vamos começar a ver alguns grupos dissidentes não mais preocupados com a sobrevivência do grupo, especialmente depois que Daryl (Norman Reedus) e Merle se reencontram também?
SY: Obviamente, eu não posso entregar nada – mas vai ser bem intenso. Pra muita gente, essa temporada é a realização de toda uma ideia de “Você não pode viver com eles, você não pode viver sem eles”. Esse tema vai permear o resto da temporada.
CGM: Falando nisso, os dois grupos existentes são liderados por dois pais diferentes – um que criou a utópica Woodbury para uma filha que nunca iria vê-la, e outro cujos filhos sobrevivem. Isso dá uma vantagem ao grupo da prisão, porque eles ainda têm ligações familiares e emoções pelas quais lutar – ou O Governador, porque ele não as tem?
SY: É uma ótima pergunta. Parece que neste mundo você precisa de pessoas para sobreviver e ao mesmo tempo as pessoas são a sua maior queda e conflito. Mais uma vez, é aquela básica premissa “Você não pode viver com eles, você não pode viver sem eles”. O que é realmente interessante para mim sobre a diferença entre Rick e O Governador é que você pode argumentar que são apenas duas maneiras diferentes de sobreviver nessa situação. Quem vai dizer o que é certo e o que é errado? Eu sei que ser moralmente íntegro e tentar preservar a sociedade é o ideal altruísta, mas tinha gente ano passado dizendo “Shane está certo, Shane está fazendo o certo” – que era a sobrevivência do mais forte. Quanto ao Governador, não se sabe em que direção ele está indo. Qual é a de Woodbury? E quem vai dizer o que está certo? É exatamente onde você identifica. O que é interessante agora é ver dois modos diferentes de sobrevivência colidindo. E duas mentes colidindo. Isso vai fazer a televisão ficar interessante.
CGM: Posso admitir que fiquei louco ao assistir Andrea se transformar numa donzela apaixonada com cabelo perfeito, fio dental de renda e uma bebida nas mãos? Eu vou ter minha guerreira de volta?
SY: Woodbury é intoxicante. Veja como o lugar é intocado e bem conservado. E se você esteve na floresta fugindo de mortos podres e tentando sobreviver por um ano inteiro, eu não posso nem imaginar como seria encontrar um oasis como esse. É bem fácil beber Kool-Aid (mais conhecido no Brasil como Ki-Suco), porque é só o que você tem para beber. E você precisa. Mas o verniz pode se desgastar e sua mente pode voltar ao normal. (risos)
CGM: O grupo da prisão tornou-se especialista em matar walkers. Acalme os fãs que temem que os zumbis possam se tornar irrelevantes.
SY: O grupo se tornou muito eficiente em manter os walkers longe e em lidar com eles. Entretanto, eu acho que as pessoas que vivem nesse mundo ainda têm que ver o que eles são realmente capazes de fazer. Eu acho que há muito mais surpresas por vir. Eles não vão repentinamente aprender como dirigir carros ou nada do tipo, mas os bandos podem ficar muito maiores e ameaçadores. Essa temporada está fixando o fato de que sim, esses walkers são terríveis e esse é o mundo em que vivemos agora – mas a pior coisa que acontece é quando todas as regras são arrancadas da sociedade e você vê do que as pessoas são realmente capazes.
(SPOILER sobre o episódio de ontem) Falando em o que as pessoas são capazes de fazer e em como Glenn está diferente, o que vocês acharam da cena em que ele mata o walker a pisadas? Esse definitivamente não é mais o Glenn que conhecíamos…
Não perca a volta da terceira temporada de The Walking Dead AMANHÃ na FOX brasil, às 22:30. Confira todas as informações, fotos e vídeos promocionais do episódio de estreia, 3×09 – “The Suicide King”.
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Fonte: Daily Dead
Tradução: Nat Price / Staff Walking Dead Brasil
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