Neste capítulo de Seus Ossos e Cicatrizes… Após o reencontro dos dois irmãos, todos retornam para Alexandria que está infestada pelos infectados. E assim, Tris entra em uma nova missão à 20km.
Os capítulos de Seus Ossos e Cicatrizes, uma fanfic focada especialmente em Daryl Dixon, são lançados semanalmente, às sextas-feiras, 19h, aqui no The Walking Dead Brasil. E, por favor, utilizem a seção de comentários abaixo para deixar opiniões e encontrar/debater/teorizar com outros leitores. Boa leitura! 😉
Os infectados andavam de um lado para o outro. Geralmente fazendo um círculo mal feito entre eles. O cheiro, mesmo estando longe, era repugnante. O odor podre que transmitiam me causava náuseas. Nunca iria me acostumar com aquilo. Os grunhidos lentos e famintos que faziam, era a única coisa que preenchia minha mente naquela hora. Os passos vazios e rastejantes me deixavam com medo. Não importava quanto tempo você passasse com eles ao seu redor, nunca daria pra se habituar-se àquilo.
– O que você acha? – Ouço a voz de Glenn sussurrar perto de mim, me fazendo voltar a prestar atenção no mesmo.
– É muito pior do que eu pensava. – Admito.
Glenn concorda com a cabeça, erguendo-a por cima da madeira que nos escondia da visão dos infectados. Maggie suspira logo atrás de nós dois.
– Tentamos matar alguns deles durante esse tempo, mas parece que aparece cada vez mais deles a cada dia. – Meu corpo gela assim que ouço Maggie. Olho para Daryl imediatamente, que já continha seus olhos sobre mim. Como se já soubesse no que eu havia pensado.
Os louva-deuses.
– Precisamos conversar. – Daryl diz para todos a nosso redor.
Eu continuo olhando para o mesmo. Até que todos começam a caminhar para o lado oposto de Alexandria, indo mais para dentro da mata. Eu os sigo.
(…)
– Tá me dizendo que aqueles filho da mãe que trouxeram essas porras pra gente? – Abraham diz alterado, quase gritando conosco.
Daryl e eu havíamos explicado tudo o que tínhamos ouvido dos louva-deuses durante o tempo no teatro. Praticamente tudo, já que supliquei com o olhar para o mesmo não contar sobre a vacina. Não por agora.
Abraham e Rosita tinham chegado logo após nossa conversa com o restante do grupo. E Rick se encarregou de contar a eles o motivo dos mortos estarem em Alexandria.
– Abraham se acalma. – Rick pede, colocando a mão no ombro do mesmo.
Ele se afasta.
– Me acalmar? – Ele pergunta irônico. – Você tem noção de quanta gente nós poderíamos perder nessa merda, Rick?
Rick levanta a cabeça, como uma forma de mostrar para o mesmo que ele estava acima dele. Ele coloca as mãos na cintura, assentindo vagarosamente com a cabeça.
– Eu sei exatamente o que poderia ter acontecido. Mas eu não estou gritando no meio da mata por isso. – Ele fala duro, sem parar de encarar Abraham.
– Certo. E o que a gente faz agora? – Abraham pergunta olhando para o resto de nós.
– Não podemos ir pra cima deles agora. Estamos fracos demais pra isso. – Rick fala, enquanto pensa em algo.
– Temos que tirar aqueles mortos de Alexandria. – Maggie se manifesta. Fazendo Rick olhar para a mesma.
– Sim, temos. Mas como? – Ele pergunta mais uma vez.
– Olha, tem uma pedreira abandonada aqui perto. Não é muito longe, no máximo a 20 quilômetros daqui. – Rosita fala, olhando para Abraham por um momento. – Talvez a gente possa tentar jogar eles lá dentro.
– Jogar todos eles lá? Acho difícil. – Glenn fala, pensando na ideia que Rosita propôs.
– A gente pode atrair eles pra fora e fazer isso. – Dessa vez, eu quem tomo a fala. – Eu sei que pode parecer impossível, mas eu consigo andar entre eles e…
– Ah não. De jeito nenhum. – Glenn fala, me cortando. – Você não vai andar no meio daquelas coisas nunca.
– Glenn, eu posso ajudar assim. Talvez eu encontre alguma coisa lá que nos ajude agora. Por favor.
– Não, você vai ficar aqui e ponto. – Eu reviro os olhos.
– Glenn…
– Eu posso ir com ela. – Eu paro assim que ouço a voz de Daryl.
Olho para o mesmo, que não quebra nosso olhar. Me fazendo perder o jeito por um minuto.
– Ah, que ótimo. Vai me dizer que foi mordido e que é imune agora também. – Glenn fala ironizando a situação.
– Não, não sou. Mas Rick e eu já conseguimos fazer isso vestindo os restos deles. Acho que posso fazer isso também.
– Então eu também vou. – Glenn fala pra mim, convencido de que iria fazer aquilo.
– Não, na verdade, eu precisaria de você pra outra coisa. – Daryl fala. – Eu pensei que Tris e eu poderíamos entrar em Alexandria e ir atrás da minha moto, que está perto do portão principal. E quando acharmos ela, eu vou precisar que você os atrai por alguns minutos até conseguirmos sair pelo portão. Fora de Alexandria, nós dois atraímos eles de volta pra gente. Fazendo eles saírem de lá e então a gente leva todos os infectados para a pedreira que Rosita falou.
Daryl explica tudo o que havia planejado.
– Não é uma má ideia. Acho que é a melhor coisa que podemos fazer agora, na verdade. – Michonne fala, fazendo Rick assentir com a cabeça concordando.
– Tudo bem, então podemos fazer assim. – Rick diz, intercalando seu olhar entre mim e Daryl. – Mas, amanhã. Vocês dois devem descansar por essa noite.
Eu balanço a cabeça positivamente. Enquanto sigo Glenn e Maggie.
(…)
Era noite no mesmo dia, enquanto eu estava deitada sobre o chão coberto por uma única lona fina. Logo após seguir Glenn e Maggie, nós viemos para mais dentro da floresta. Num lugar pequeno envolto de linhas feneces com latas de metal presas a elas. Glenn disse que foi o lugar onde eles haviam ficado logo após o ocorrido em Alexandria. Não era muito longe do acampamento, mas era o suficiente para ficarmos de uma distância segura de todos aqueles mortos. Havia uma fogueira – que não passava de só um pedaço de lenha em chamas – bem ao centro. Do outro lado estava Daryl, deitado também sobre o chão. Mas o mesmo dormia calmamente, diferente de mim que não conseguia fechar o olho por um segundo.
Antes, o que acaba com meu sono era o pensamento de que Glenn poderia estar vivo ou não. Agora, era o fato de eu esconder sobre a vacina pra ele. Eu sabia que Daryl não iria guardar isso por muito tempo, e que eu teria que contar para Glenn e os outros sozinha. Mas a reação de meu irmão era o que mais me preocupava. Havia muito o que pensar sobre isso. Mas a principal questão que vinha na minha cabeça era, que se desse realmente para fazer a vacina, eu tivesse que morrer pra isso.
– Oi! – Desperto assim que ouço a voz de Glenn. – Levanta.
O mesmo se senta ao meu lado, colocando uma caixa de plástico branco em seu colo. Me sento de frente pro mesmo.
– O que é isso? – Pergunto olhando para a caixa.
– Maggie viu que seu braço tá machucado e me pediu pra cuidar disso por ela. – Glenn gesticula para eu tirar o casaco. Eu o faço.
– Onde ela tá? – Pergunto, colocando o casaco no chão, ao meu lado.
– Tá vigiando os arredores. Às vezes alguém fica mais pra frente, mas ver se nenhum dos infectados venham parar muito perto. – Glenn começa a retirar a faixa entorno do meu braço.
Eu faço uma cara de dor, o que chama sua atenção.
– Desculpa, eu não sou muito bom nisso. Maggie ainda tá me ensinando como fazer.
– Então, eu sou sua primeira paciente? – Pergunto tentando dar um sorriso para o mesmo.
– É, infelizmente. – Dou um soco leve em seu ombro. O que o faz rir.
– O quê? Se você é uma paciente, é por que alguma coisa tá mal em você, não é? E isso não é bom. Por isso, infelizmente você é minha paciente.
Eu rio, sem saber o que dizer. Apenas apreciando o fato de poder estar com ele de novo.
– Foi um corte feio, como conseguiu isso?
Minha expressão muda rapidamente. Não queria ter que contar o motivo de ter levado um tiro daquele jeito.
– Foram aqueles caras? – Eu olho pra ele sem falar nada, mas que é o suficiente para o mesmo saber. – Juro que vou matar cada um deles quando nos verem.
– Como assim?
– Não ficou sabendo? Rick quer ir pra cima deles depois que Alexandria e o povo estiver bem. – Ele fala, enquanto ainda cuida do meu ferimento.
– Glenn… você sabe por que aqueles caras implicam tanto com Rick e Alexandria? – Pergunto, sentindo meu corpo com medo.
– Primeiro eles haviam roubado Alexandria, e nós fomos atrás deles. Foi aí que eu te achei naquela cidade. – Ele fala, colocando uma gaze nova por cima da ferida. – Agora, essa coisa deles mandarem infectados pra gente.
Ele termina o curativo, e então olha pra mim.
– Mas eu suspeito que tenha mais alguma coisa. Eu vi Daryl e Rick tendo uma conversa bem estranha hoje mesmo. – Eu pigarreio.
Glenn começa a recolher tudo o que havia usado, os botando de volta na caixa.
– Conversando? E… você ouviu alguma coisa? – Tento perguntar o mais natural possível. O que faz Glenn me olhar estranho.
– Não, por quê? Tem mais alguma coisa que aconteceu e vocês não contaram? – Ele fala sério, tentando decifrar minha linguagem. Ele sempre fazia isso quando sabia que eu estava omitindo algo.
– Não, eu… – Eu aperto meus dedos com a outra mão, abaixando o olhar. – Glenn…
– Tris. – Eu paro assim que me cortam.
Glenn e eu levantamos o olhar, dando de cara com Rick ao nosso lado. Eu me levanto rapidamente.
– Ah, oi Rick. – Respondo o mesmo.
– Sei que é meio chato isso. Mas alguém tinha achado sua besta perto de Alexandria. Parece que foi pisada pelos infectados e não funciona mais. Mas, senti que tinha que te devolver isso. – Ele levanta a besta minimamente para mim. Eu demoro até sair do seu olhar, e então pego a mesma.
Reparo o olhar dele cair sobre minha mordida, o que me deixa desconfortável.
– Obrigada, vou ver o que eu faço com ela. – Rick demora até tirar seus olhos de mim, então acena para Glenn atrás de mim e vai embora.
– Era esse tipo de conversa estranha que ele teve com o Daryl. – Glenn diz, ainda de olho em Rick. – Vocês estão bem?
Ele volta sua atenção a mim.
– Sim, por que não estaria? – Tento brincar com o mesmo, lançando um sorriso torto para o mesmo.
O que obviamente não funciona, já que ele aperta os olhos sobre mim enquanto cruza os braços.
– Tá… e o que você queria falar antes? – Eu gelo, colocando a besta apoiada sobre a árvore a nossa frente.
– Eu ia falar que te amo Glenn, só isso. – Falo impaciente, já que eu sabia que assim ele iria desistir.
Ele sorri minimamente, descruzando seus braços e então puxando minha mão direita até ele. Ele as junta, abrindo mais o sorriso.
– Eu também te amo, irmã. – Ele fala baixinho. Me puxando pra um abraço quente.
– Então… quer que eu fique aqui com você hoje? – Ele fala, logo após nos separarmos.
Eu me sento no chão de novo.
– Não, tudo bem. Eu tô de boa.
– Eu não perguntei querendo uma resposta sua. Eu vou ficar com você hoje sim. – Eu rio enquanto nós dois nos encostávamos na árvore, agora atrás de nós.
– Então, como conseguiu essa tatuagem? – Ele fala passando a mão sobre meu braço.
Eu engulo seco, já que a tatuagem era por cima da mordida, o que fazia o mesmo passar a mão sobre minha cicatriz também.
– É uma longa história. – Falo tentando não ligar para aquilo.
– É por isso que eu tô aqui. – Ele diz, chegando mais perto de mim.
– Certo, então… – Começo a história.
(…)
Sinto algo cutucar minha bochecha de leve, me acordando. Com minha visão cansada, eu vejo um pequeno flash de luz bater contra mim.
– Ai que porra é essa? – Pergunto me levantando devagar enquanto ponho minha mão logo a frente de meu rosto.
Ouço uma risada.
– Essa vai ficar emoldurada no meu quarto. – Ouço Glenn falar enquanto ri, com uma câmera em suas mãos.
– Glenn, que merda. Você tirou foto de mim dormindo? – Tento alcançar a câmera com minhas mãos, mas ele é mais rápido e o tira do meu alcance.
– Você ficou fofa. Tava até babando. – Ele ri, se levantando e olhando a foto pela tela da câmera.
– Seu merdinha, vai apagar isso agora. – Bato com força em suas costas, fazendo o mesmo se contorcer. Mas, não parece o machucar de verdade, já que ele acaba por rir ainda mais.
– Vou pensar nisso. Vem, Maggie tá esperando por nós. – Eu o sigo enquanto passo minha mão em meu rosto. Tentando o deixar menos inchado pelo sono.
Durante o caminho, eu amarro meu cabelo novamente. Tentando o deixar menos esquisito possível. Poucos passos depois de sairmos de dentro do campo da linha, nos encontramos Maggie.
– Bom dia, Tris. – Ela diz me dando um sorriso.
– Eai. – Eu a respondo.
Ao nosso lado, eu vejo Glenn suspirar incomodado.
– Olha… Tris, se não quiser fazer isso, não precisa. – Então, percebo o motivo dele estar falando aqui.
– Glenn, eu tô bem. Eu quero fazer isso, tenho que fazer. – Eu respiro profundamente. – Além de que Daryl vai estar comigo. Eu vou ter ajuda se precisar.
Falo para o mesmo. Mas parece que minhas palavras não o deixam menos nervoso.
– Aliás, onde ele tá? O Daryl? – Pergunto olhando para os lados.
– Tá com o Rick. Eles foram adiantar as coisas. – Maggie diz.
– Toma. – Glenn me entrega um sanduíche com uma aparência velha. – Come isso no caminho. A gente precisa ir agora.
Caminho logo atrás dele, enquanto como a comida, assim como o mesmo pediu. Pouco tempo depois que começamos a andar, me deparo com Rick e Daryl arrastando o corpo de um infectado qualquer.
– Aqui, aqui. – Rick diz, colocando o corpo do morto no chão, logo ao lado de outro infectado também.
Glenn olha pra mim, antes de ir até os dois.
– Tris. – Maggie me chama, vindo até mim com um pano grande e branco. – Veste isso.
Ela não espera por uma resposta minha, e então passa o pano pela minha cabeça. Enrolando-o pelo meu corpo.
– Calma, eu vou ter que usar os restos daquele infectado também? – Falo olhando para Glenn.
Escuto a faca de Rick contra a barriga do infectado, fazendo um barulho gosmento. O que me faz sentir nojo.
– É melhor assim. Você tá machucada, se sentirem seu sangue pode acabar dando tudo errado. – Rick fala, agora se levantando e colocando sua faca na cintura.
A sua frente, estava o morto. Agora com sua barriga inteira amostra.
– Tá, tudo bem. – Me viro para Maggie, que assente para mim.
Ela faz o mesmo que Rick com outro infectado ao nosso lado. E então veste uma luva cirúrgica, logo depois passando a mão no interior do morto.
– Ai que caralho. – Falo assim que a mesma joga os restos do morto sobre mim. Eu viro o rosto com nojo. Tentando ignorar o cheiro que vinha de mim agora.
– Tá pronto. – Ela fala, olhando para Rick.
– Beleza aqui também. – Ele responde.
Olho para meu corpo, o vendo coberto por sangue e tripas de infectado.
– Certo, vocês vão entrar pelo muro caído de Alexandria. Bob e Sasha estão no portão principal, eles que vão abrir pra vocês passarem com a moto. E quando acharem a moto, vão sinalizar para Glenn que vai estar na cobertura do muro. Certo? – Rick diz, terminando olhando para mim, que assinto para ele.
– Tudo bem, então, vamos esperar vocês lá. – Rick e Maggie saem correndo de volta para o meio da floresta. Restando apenas eu e Daryl.
– Tá pronta? – Ele pergunta, olhando para mim e logo depois para os mortos.
– Mais do que nunca. – Olho para o mesmo. E então começamos a andar em direção a eles.
A cada passo que nós dávamos, eu me sentia num corredor da morte. Indo agora para a minha pena.
Ouço o estalo do muro caído embaixo de mim, que me faz tomar um susto. Eu fecho os olhos com força por um segundo, voltando a andar para dentro de Alexandria. O estalo faz alguns deles despertar, se voltando para nós dois. Mas logo nos deixam de lado. Quase ouço meu coração bater na cabeça, o que me faz apertar as mãos com força. Eu estava logo atrás de Daryl, que era encarado de perto pelos mortos. Mas, o mesmo não esboçava nada, apenas continuava a caminhada. Depois de certo ponto, estávamos um do lado do outro. Daryl, que percebe minha presença ao seu lado, agarra minha mão tremula. Entrelaçando nossos dedos. Sinto que o mesmo desejava fazer isso pra nos acalmarmos, mas seu toque fez o oposto de me acalmar naquela hora. Mas, ainda assim, não desfiz nosso entrelaço.
Minutos depois de andarmos até o portão, nos saímos de dentro da maior parte onde estava os infectados. Topando com poucos deles em nosso caminho. Daryl olha para mim rapidamente, depois para frente. Sigo seu olhar, vendo sua moto logo a nossa frente. Olho a nossa volta, chegando cada vez mais perto da moto. Então, olho para Glenn na cobertura, do outro lado de Alexandria. Eu aceno para o mesmo, que faz o mesmo de volta. E então começa a se preparar, logo o mesmo atira para o alto. Fazendo assim, todos os mortos andarem em sua direção e tirar seu foco de nós. Daryl corre até sua moto, enquanto eu me livro daquela roupa. Olho para trás, vendo que já tínhamos a atenção de alguns dos mortos sobre a gente. Corro até o portão batendo no mesmo, logo ele é aberto por Sasha. Ouço o ronco da moto de Daryl atrás de mim. Logo vindo em minha direção.
– Sobe. – Ele diz, estendendo a mão para eu subir. Sinto sua mão me trazer para mais perto de si. Eu olho para trás.
Sasha e Bob atiravam para cima ao nosso lado. Tentando fazer o máximo de barulho possível e atraindo os mortos para a gente. Mantenho meu olhar atrás de nós, vendo os infectados virem em nossa direção aos poucos.
– Tão vindo. Tris fica com isso, atira a cada 10 minutos pra eles não perderem a atenção. – Sasha me entrega uma pistola que carregava. Eu pego a mesma, enquanto assentia. – Pode ir, tira eles daqui cara.
Ela fala pela última vez, correndo para longe com Bob. Daryl começa a dirigir devagar, deixando a moto fazer barulho propositalmente. Eu olhava para trás algumas vezes, garantindo de que a distância entre eles era segura.
Então, coloco minha outra mão no ouvido enquanto esticava a outra direita. Assim, disparando o primeiro tiro. O que faz com que os grunhidos deles se intensificam, como se estivessem com raiva. Repito isso a cada 10 minutos 15 vezes, até finalmente chegarmos perto da pedreira abandonada. Apoio minha mão no ombro de Daryl, saindo da sua moto. O mesmo dirige rapidamente para o lado oposto do mesmo, se distanciando dos mortos. Eu corro até à beira da mina, retirando a pequena bomba que Daryl havia me dado no caminho até aqui. Suspiro antes de retirar gatilho da mesma, coloco no chão, agora correndo o mais rápido que podia. Ao longe vejo Daryl correr até mim também.
– Fica no chão. – O mesmo grita, me puxando até ele. Então, nos dois caímos no chão assim que a pressão da bomba se desfaz logo atrás.
Levanto minha cabeça, vendo agora os mortos sendo atraídos pelo fogo que a bomba causou, assim fazendo todos eles caírem dentro da mina. Alguns caiam com fogo em suas vestes velhas.
– Puta merda. – Falo vendo o último deles cair. Corro até à beira da mina, vendo o amontoado que havia feito de infectados. Aos poucos eles iam pegando fogo e morrendo. – Puta que pariu, funcionou. Funcionou, Daryl.
Falo empolgada, vendo mesmo se levantar devagar pela dor.
– Jura? – Ele diz irônico.
Eu rio me aproximando do mesmo.
– Juro. – Falo e então dou um soquinho em seu ombro. – Valeu por vir comigo.
– Não ia deixar você andar no meio daquelas coisas sozinha.
Sorrio para o mesmo, que retribui o mesmo. Que inferno, como eu sentia falta daquela boca.
– Tris. – Ouço Glenn me chamar. Me fazendo virar para o mesmo.
Corro até ele, rindo eufórica.
– Meu deus, eu fiquei com tanto medo.
– Você sempre fica com medo, Glenn. – Falo rindo.
– Não acredito que isso deu certo mesmo. – Maggie fala, chegando perto de nós dois.
– Nem eu, fiquei com medo de não dar certo de verdade. – Falo pra ela.
– Você é realmente muito importante pro nosso grupo, Tris. Salvou Alexandria mais uma vez. – Ouço a voz de Rick dizer atrás de mim. Eu olho pro chão envergonhada pelos elogios do mesmo.
– É o mínimo que posso fazer. – Respondo para o mesmo, que sorri pra mim. E então muda sua atenção até Daryl.
– Minha irmã é a melhor. Fazer o quê? É o gene dos Rhee. – Glenn diz, fazendo Maggie e eu rirmos.
– Cala essa boca. – Falo pro mesmo.
– O quê? Tô falando sério, a gente é demais. – Ele fala, agora rindo também.
Andamos lado a lado, até chegarmos nos carros ao longe.
– Agora podemos ir pra casa. – Glenn diz, olhando pra mim com um sorriso orgulhoso.
Sorrio de volta para o mesmo.
Estamos indo para casa, de verdade agora.
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