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FANFIC | Seus Ossos e Cicatrizes – Capítulo 10: Inimigos e Calamidade

Neste capítulo de Seus Ossos e Cicatrizes… Depois de toda a situação perigosa em que Daryl e Tris passaram, o homem decide tomar um tempo sozinho para pensar. Mas logo após Tris consertar a energia do teatro, ela descobre que certos inimigos trazem grandes calamidades.

Os capítulos de Seus Ossos e Cicatrizes, uma fanfic focada especialmente em Daryl Dixon, são lançados semanalmente, às sextas-feiras, 19h, aqui no The Walking Dead Brasil. E, por favor, utilizem a seção de comentários abaixo para deixar opiniões e encontrar/debater/teorizar com outros leitores. Boa leitura! 😉

10. Inimigos e Calamidade

Daryl Dixon:

Fecho a porta logo atrás de mim, ouvindo Tris chamar por meu nome. Eu a ignoro, não queria olhar para a mesma naquela hora. Havia tanta coisa acontecendo, que até mesmo olhar para Tris me deixava incomodado.

Soltei o ar que tinha prendido durante longos segundos, e então olhei logo mais à minha frente. Onde havia um pequeno corredor, as paredes eram, em grande parte, mofadas e bem ao centro se encontrava uma janela. Pude ver pela mesma que o tempo se tornava mais fechado e frio. Como se o céu fosse desabar a qualquer minuto.

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Andei calmamente até a beira da janela, tentando pisar com leveza sobre o assoalho de madeira. Olhei as ruas lá fora, observando o verde que contornava os prédios, sendo remexido pelo vento. De longe o sol já se punha, fazendo com que os últimos minutos do dia se transformassem em um tom alaranjado. Abri a vidraça, deixando o vento calmo entrar. Coloquei as duas mãos por fora da janela, logo pulando a mesma. Ficando sobre a escadaria de emergência do teatro.

Olhei pelos pequenos vãos dos prédios, apoiando as mãos na pequena “sacada”. Respirei fundo, sentindo meu pulmão – que antes parecia arder ansiosamente – menos tenso. Abri os olhos, agora me virando para a janela novamente. Logo mais ao lado, tinha uma escada amarela, a qual levava ao topo do edifício. Voltei minha atenção para dentro do teatro, encarando a porta de Tris. A essa hora a mesma já deveria estar deitada, ou até mesmo dormindo. Queria voltar lá pra dentro, e fazer algo. Mas eu ao menos sabia no que falar se visse a mesma.

Foi então que agarrei no primeiro degrau, fazendo metade da escada descer até chegar ao chão. Coloquei minhas duas mãos na lateral e comecei a subir degrau por degrau. A escadaria era enferrujada e muito movimentada, como se fosse cair para trás a qualquer momento. Segurei com força o último degrau, fazendo força para chegar até a cobertura. Senti o ar mais gélido bater forte contra mim, fazendo com que eu colocasse meu braço logo acima dos olhos. Me virei, tendo a visão logo a minha frente dos os diversos prédios e as cores do céu enquanto o sol sumia aos poucos.

Me sentei ali mesmo, logo à beira do edifício e então entrelacei meus braços entorno das minhas pernas. Senti cada parte de mim relaxar. Aliviado, eu suspirei. Sentindo cada músculo pulsar dentro de mim, mas mesmo assim me senti bem com isso.

Passei vários minutos ali, simplesmente não pensando em nada. E então, quando voltei a realidade, senti meu ar sumir e meu medo subindo tortuosamente pela espinha. Com uma onda tão gélida, que fez minhas costas ficar ereta.

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Desejei que meus sentimentos estivessem mortos quando minha voltou sobre Rick. Não somente a ele, como em Glenn e Tris também. Olhar para Tris me lembrava da ideia de que nem todos em Alexandria poderiam estar vivos. E isso me sufocava.

Coloquei as mãos atrás da minha cabeça, mas senti uma dor repentina e rápida ao meu ombro. Olhei para meu braço, vendo meu ferimento que agora era escondido por debaixo da gaze branca.

Repentinamente, voltei ao momento em que Tris enfaixava o mesmo, e de como agora podia sentir a dor da mesma, quando atirei em seu braço a algum tempo atrás. Não era um momento bom quando eu lembrava desse mesmo dia e de todas as merdas que aconteceram logo após.

Me lembro dia como se houvesse acontecido um dia atrás. Durante algumas noites, ainda conseguia ouvir Glenn e ver o mesmo com uma garota nos braços – a qual sangrava muito naquela hora –. Glenn gritava comigo por ter atirado na mesma. Seu semblante era de desespero puro, agora eu conseguia entender sua raiva sobre mim. Não conhecia Tris, mas me sentia culpado sempre que via seu braço enfaixado nos primeiros dias. E esses sentimentos, não mudaram até agora com a pequena cicatriz que ficou como lembrança.

Permaneci ali sentado por um bom tempo. Pensando e relembrando vários momentos. Mal percebi quando a noite caiu por completo sobre mim, me fazendo voltar a realidade. Assim, me levantei aos poucos calmamente. Olhei para cima, para o céu. Fechei os olhos, respirando fundo novamente. O céu, mesmo de noite, continuava nublado. As nuvens pareciam pesadas, indicando que provavelmente iria chover logo.

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Voltei minha atenção aos prédios. Não havia nada ao meu redor. Seria calmante pensar que não havia nada para incomodar, mas desesperador lembrar o motivo disso tudo.

Depois de me sentir cansado e com sono, decido finalmente sair dali para ao menos tentar dormir. Quando já estava pronto para finalmente ir embora, pude ouvir distantemente, o barulho exato de algo caindo. Voltei a ficar em pé de novo, dessa vez em alerta. Parecia ter outro alguém ao prédio logo a minha frete, à frente do teatro. Olhei pelas aberturas na parede da construção, tentando ver mais a fundo. Mas não havia nenhum jeito de conseguir ver, já que a noite parecia entrar cada vez mais em uma escuridão.

Mesmo desconfiado, decidi descer logo e entrar para o teatro. Coloquei meu pé já no terceiro degrau e desci o mais apressado possível. Em frente a janela, pronto para entrar, olhei mais uma vez para o prédio. Tudo parecia estranhamente calmo.

Agarrei com força a lateral da vidraça, passando meu corpo por ela. Assim, pisando com cuidado novamente no assoalho. Fechei com calmaria o mesmo. E então, me virando para porta de Tris. Andei poucos passos até ficar frente a frente com o mesmo. Coloquei a mão quase que involuntariamente, na maçaneta e girei. Assim abrindo a porta, que se abriu quase que num silêncio absoluto. Ao canto pude ver Tris já dormindo. Colei minha testa na porta, suspirando.

Observei a mesma por mais alguns poucos minutos e então voltei a ficar ao lado de fora do quarto. Me distancie do quarto com passos curtos e sem pressão, ainda de olho na mesma. Passei a mãos de leve pela lateral da portaria e fui em direção as escadas assim que senti um peso em meus ombros, me fazendo ter uma expressão rápida de dor. Lembrei que não conseguia dormir bem a muitos dias e então, decidi começar a descer pra ver se conseguia dormir depois de tudo o que aconteceu.

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Desci as escadas no mesmo tom que antes, com calma. Chegando até o primeiro andar, tento procurar ainda no escuro por alguma das lanternas. Sinto o objeto sub minhas mãos assim que passo por uma das mesas. Ligo o mesmo, e então virando para o sofá que antes me encontrava com Tris. Andei até aquele canto, me sentindo cada vez mais pesado. Praticamente me joguei sobre o sofá quando cheguei perto do mesmo. Deixei todo o ar denso sair, deixei meu braço bom por baixo da cabeça. De um modo aconchegante, e então fui fechando o olho à medida que fui sendo tomado pelo sono.

(…)

Tris Rhee:

Vi onde estava através da minha visão turva. Eu ainda continuava no mesmo quarto onde Daryl havia me mostrado, mas agora a porta se encontrava totalmente aberta. Quando eu tinha a plena certeza, de que Daryl fechará a mesma na noite anterior.

Vejo meu reflexo embaçado no espelho sujo, vendo meu rosto com um leve inchaço causado pelo sono. Me sento na cama, passando as mãos no rosto. Tentando afastar o cansaço que eu ainda tinha. Olho ao redor do quarto, vendo que tudo ainda se encontrava em seus lugares – tirando a porta –. Levanto com calma, andando até a portaria e depois ultrapassando a mesma. Ficando ao lado de fora do quarto. Vejo pela janela no fim do pequeno corredor, que uma chuva calma batia contra a mesma.

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Volto minha atenção a escadaria, olhando a mesma por uns segundos pensando sobre o que deveria fazer. Volto para dentro do quarto, dessa vez pegando meu tênis ao lado da cama. Me sento na cadeira logo à frente do espelho, e então começo a calçar o sapato. Fico em pé assim que termino de o fazer, ando até as escadas para o primeiro andar e então começo a descer o mesmo. Pisava nos degraus sem me importar com o barulho, mas parei bruscamente assim que cheguei no último degrau. Vejo Daryl sobre o sofá, agora dormindo. E o mesmo parecia estar em um sono bem profundo.

Observei o mesmo por mais alguns poucos minutos e então piso sobre o chão com calma. Indo calmamente até ele. Paro ao lado do mesmo, o observando melhor. Daryl estava com a cara toda amassada pelo seu próprio braço, fazendo uma cara engraçada. Tapo minha boca tentando silenciar minha risada, assim que o mesmo se mexe. Daryl virou para o outro lado, afundando o rosto na dobradura do sofá.

Volto meu corpo para o outro lado da sala, vendo que minha mochila ainda continuava ali em baixo. Vou até ela com calmaria novamente. Logo, pego a mesma ainda de olho em Dixon com medo de que o mesmo acordasse. Já com a mochila em mãos, coloco ela em minhas costas e então volto a andar até as escadas. Mantendo ainda o olhar sobre Daryl.

Assim que chego no primeiro degrau da escada, eu subo a mesma agora pulando de dois em dois degraus. Chego no mesmo pequeno corredor, virando para o lado oposto. Virando para ‘meu’ quarto.
Entro no cômodo, colocando minha mochila sobre a mesma cadeira de antes. Deito sobre a maca com os braços abertos, olhando par ao teto. Minha cabeça agora girava entorno de Glenn, mais uma vez. A possível ideia de o mesmo agora estar morto, me deixava ansiosa, me deixava com um medo sufocante. Ficamos quase 5 anos sem nos vermos, e quando finalmente nós tivemos a chance de ficarmos juntos novamente… essa merda toda acontece. Eu estava com raiva. Com raiva por que não conseguia ficar ao lado de ninguém que amo por muito tempo sem acontecer algo antes.

Viro meu rosto para o espelho, vendo meu reflexo no mesmo. Suspirei fundo, agora passando minhas mãos em meu rosto. Eu estava cansada, e sem nada para fazer. Era entediante.

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De repente, um raio estrondoso cai ao lado de fora do prédio. Me levantei rapidamente por conta do susto, assim estendendo meu corpo mais para frente para ver a janela. A chuva agora caia mais forte e o céu agora trovejava. Volto a ficar sentada normalmente na cama de novo, dando mais uma olhada pelo quarto. Até parar na entrada do quarto. Noto logo de cara que havia algo atrás da portaria. Me levanto com calma, indo em direção daquilo ao longe. Faço a porta se fechar um pouco, para que eu finalmente possa ver o objeto. E então me deparei com uma caixa dura e pintada de preto. Pego a mesma com cuidado, me levantando e indo até a cadeira. Retiro minha mochila de cima do assento, colocando no chão e então me sentando sobre ela. Coloco a caixa sobre a mesa logo a minha frente, a abrindo com cuidado. E assim vendo um rádio de comunicação antigo. O mesmo parecia limpo e em seu prefeito estado, como se tivesse sido usado ainda recentemente.

Agora, coloco o mesmo sobre a mesa, examinando suas extremidades. Tento ligar o mesmo apertando num único botão que havia, mas ele não faz nada. Solto um ar de raiva, levantando da cadeira bruscamente ainda de olho no rádio. Olho para baixo, tentando pensar no que poderia fazer. Até ver um fio amarelo de energia grudado logo abaixo na parede. Pego o mesmo, e então tentando conectar no antigo rádio. Mas, não da certo, já que o teatro não tinha energia mais. Olho para baixo, para a mesa. Pensando no que eu poderia fazer naquele momento. Segui mais uma vez para fora do quarto, assim olhando as escadas novamente. Não podia descer, não havia o que fazer lá embaixo se não fosse ficar olhando para o nada até Daryl acordar.

Passei a mão na testa mordendo os lábios. Então, olhei novamente para o pequeno radio e assim me deparo novamente com o fio amarelo. Percebendo que o mesmo se estendia ainda pela parede. Sigo o mesmo com o olhar, vendo que o fio se prolongava até a janela, saindo para fora do prédio. Vou até a vidraça, assim me encolhendo com mais um raio que caia sobre os prédios. Abro a janela lentamente, logo sentindo a chuva bater contra minha mão e depois, sobre minha face. Respiro com calma. Olhando mais uma vez o céu, pensando se deveria continuar indo atrás do fio mesmo ou desistir da ideia.

Então, mesmo com todo o receio e medo, me vejo já sobre a escadaria de emergência, logo após ter pulado a janela. Senti o vento forte se debater contra mim, me fazendo me encolher novamente com o frio.

Eu não tinha nenhuma jaqueta e estava com uma blusa que não cobria nem metade da minha cintura para cima. Respirei com dificuldade, sentindo até meus ossos gelando.

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— Que caralho. – Xinguei alto, já sentindo meu corpo estremecer.

Olho para trás, agora vendo a escada que levava para o topo do teatro. Procuro pelo rio novamente, logo o vendo pelas paredes novamente. Seguindo para cima, para o terraço do prédio. Passo a mão sobre meu rosto, tentando tirar as várias gotas de chuva que caiam sobre mim.

Seguro a escada com as mãos fortemente, trazendo meu corpo mais para perto da mesma. Logo subindo os degraus com rapidez. Quando chego ao fim da escada, minha mão desliza do ultimo degrau, fazendo com que me assustasse de repente. Dessa vez, seguro o chão do terraço com força e então me impulsiono para subir.

Respiro com rapidez, abraçando a mim mesma novamente. Percorro meu olhar pelo chão, logo vendo a fiação sendo estendida pelo topo do teatro. E assim, vendo que o mesmo entrava por debaixo de uma porta, a qual pertencia a um quarto pequeno e velho que havia logo a minha frente. Caminho até o mesmo, ainda me abraçando e gemendo pelo frio.

Bato na porta, me atentando a ouvir se algo fizesse barulho logo ali dentro. Espero por alguns estantes, batendo novamente a porta. Até aquele momento, não havia tido nenhum barulho. Decido então abrir a porta, logo me deparando com o interior escuro da pequena sala.

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Dessa vez, me agacho pegando no fio. E assim, indo mais adentro da sala enquanto segurava o mesmo. Chego cada vez mais perto da parede, e então paro assim que vejo a fiação amarela caída perto de um compartimento – também amarelo, porém um amarelo enferrujado –. Espreito os olhos tentando ver o que aquilo era.

— Gerador… – Leio as letras em preto que havia sobre o objeto de metal. Logo assimilando tudo.

Tinha literalmente um gerador de energia logo a minha frente. Sorrio empolgada, até mesmo me esquecendo do frio. Pego novamente no cabo, agora conectando o mesmo no gerador.

Espero alguns segundos, esperando que algo acontecesse. Mas ficou tudo em silencio. Olho para trás, para a porta e então de repente um estrondo de energia caiu sobre mim.

— Que merda é essa? – Praticamente grito com raiva, logo depois do susto.

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Olho para o teto e então vejo que a lâmpada do pequeno quarto havia estourado e agora soltava faíscas logo acima da minha cabeça.

Saio depressa de baixo da mesma, indignada que aquilo tinha mesmo acontecido. Vejo então o gerador piscar verde algumas vezes. Olho para o mesmo, pensando que ou aquilo indicava que havia dado tudo certo e que o teatro agora recebia energia, ou indicava que deu muita merda e Daryl e eu íamos morrer numa explosão bem calorenta.

Numa perfeita tranquilidade, ignorando completamente a segunda opção, eu fecho a porta da pequena sala. Agora voltando até as escadas com o braço logo a frente do meu rosto, tentando me proteger dos vento e a chuva.

Olho para frente para enfim sair daquele lugar. Mas então, meus olhos percorrem a outro lugar, fazendo meu fôlego ir embora.

— Porra. – Coloco uma das mãos no peito. – O que é que cê tá fazendo aí?

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Digo olhando para o zumbi que estava sendo pendurado para fora do prédio logo a frente do teatro. O mesmo ainda estava vivo e estava sendo sustentado por apenas um fio de energia que vinha de dentro do prédio. O errante mantinha seus braços no ar, em minha direção. E grunhia para mim com a sua voz morta.

Olho para o mesmo curiosa. Um zumbi naquele estado não conseguiria se amarrar em um fio e então ficar dependurado para fora de um prédio. Não se alguém o fizesse. Mas não entrava na minha cabeça também o porquê alguém faria algo assim.

O errando não parou, e continuou tentando ir até mim. Até minha carne. Mas então o mesmo começou a despencar. Fio a fio foi se rasgando. Até que então, o zumbi caiu. Fazendo, alguns segundos depois, um barulho alto do seu corpo se encontrando ao chão.

Desço as escadas rapidamente e então vou até a beira das escadas, assim vendo o corpo dele agora no chão. O zumbi agora estava definitivamente morto e partes do seu corpo havia se desvencilhado, fazendo assim metade de seu corpo se separarem.

Reprimo uma cara de nojo e vomito, colocando minha mão fechada na boca.

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— Bom… pelo menos tá morto de verdade agora.

Desvio o olhar do mesmo, agora voltando para a janela. Já não suportava ficar sobre a chuva infernal que caia sobre mim, então entro rapidamente para o teatro. Estremeço meu corpo, assim que fecho a janela. Me viro para meu quarto e vou caminhando em passos curtos até ele. Olho para o interruptor de luz logo ao lado da porta.

— Se não explodiu até agora, não explode mais. – E assim, eu viro a chave para cima e em um milésimo de segundo, a lâmpada do quarto se acende. Revelando uma luz mais amarelada e um pouco fraca.

Sorrio satisfeita e então me viro para a cama. Pegando o lençol que havia sobre o mesmo, assim colocando entorno do meu corpo. O lençol não era grosso o bastante, mas era o suficiente para me deixar mais aquecida. Suspiro aliviada, sentindo meu corpo parar de tremer. Abro os olhos, voltando a realidade e então me lembrando do rádio.

Olho para o mesmo, e vou imediatamente até ele. Puxando a cadeira de novo e assim me sentando de frente para a mesa. Pego novamente no cabo amarelo e então conecto o mesmo na tomada logo abaixo da mesa. Espero um momento e então a luz do rádio se acende.

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Mudo de canal, esperando alguma mensagem, mas a maioria estava fora de área. Após longos minutos tentando achar algo, o rádio finalmente começa a chiar enquanto algumas vozes falam ao fundo.
Bato algumas vezes no rádio e então o mesmo começa a pegar. Mostrando nitidamente as vozes dessa vez.

— …deve tá aprontando alguma coisa, o Isaac nunca deixaria alguém levar isso dele. – Uma voz masculina se revela.
— Tem merda vindo pra gente, é isso que o Isaac tá aprontando. – Agora uma mulher falava.

E então, mais uma vez, o rádio volta a chiar novamente. Volto a bater encima do mesmo, esperando que voltasse o canal voltasse a pegar como antes. Mas o sinal havia fechado, tinham se desligado daquele canal.

Abaixei a cabeça e coloquei a mesma entre as mãos, esperando que alguém voltasse a falar novamente.

Minutos se passaram, entorno de 40 minutos sem nada. Até que a linha voltou a aparecer de novo e o canal foi ligado mais uma vez.

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— Eric. – A voz do homem voltou a falar novamente.
— Oi, Adam. – Agora, uma nova voz masculina se apresentou.
— Isaac tá chamando você e a MT. Querem que vocês vão atrás da garota.
— Garota… – Falo baixo, pensando comigo mesma.

Um breve momento se passa e o outro homem aparece respirando fundo.

— O Isaac tá muito obcecado por essa mina. – O homem sai da linha por um minuto. – Ô Adam, e aquele grupo lá hein? Que a gente roubou a um tempo atrás?

Adam, que estava na outra linha, iniciou a conversa rindo.

— Deve tá tudo morto. MT falou que os cara foi atacado por um grupo de zumbis, eles estraram dentro do acampamento. Os que conseguiram sair, o restante dos infectados matava.
— Puta merda… – Sinto um aperto forte no peito, me tirando o ar.

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Era o Rick, estava falando sobre ele e o restante. Estavam de olho na gente.

De repente sinto meu estomago embrulhar, me fazendo quase vomitar. A última frase dele se repetia diversas vezes sobre minha cabeça e minha mente ó focava na imagem de Glenn.

— Puff… Os cara eram uns puto, que se fodam agora.

A conversa continuava, mas minha mente não conseguia prestar atenção mais. Minha respiração se tornou ansiosa e assim comecei a tremer.

— Não… ele não… – Já estava em um ponto crítico, à beira de começar a chorar desesperadamente.

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Senti minha audição voltar ao rádio aos poucos. Engoli a seco e então voltei a escutar os dois.

— …ele já é meio louco da cabeça, nem adianta mais tentar questionar.
— Beleza, Caden vai avisar pra MT agora. – E então algumas risadas de fundos podem ser escutadas por mim. – Tá, Adam, mas fala dessa mina aí pra mim. Por que o Isaac quer tanto ela?
— Ah… a garota… eu não sei muito sobre ela. Mas a MT falou que ela é a tal da garota imune que apareceu uns anos atrás. Parece que o Isaac quer ela pra fazer uma vacina, mas a MT…

Meu coração parou, minha mente desligou e minha visão ficou turva. Me segurei na mesa para não cair. Minha cabeça latejava como se alguém estive batendo na mesma. Eu não tinha nenhuma reação, ao menos sabia no que pensar naquela hora. Minha respiração se tornou descontrolada e minhas mãos agora tremiam mais ainda.

Me afastei do rádio por um momento. Olhei para meu braço, depois para a cicatriz. Tinha a exata marca de uma mordida. De repente, me vi no momento em que recebi a mesma. Senti a dor pulsar por baixo da pele e o medo tomar conta de mim, como naquele dia. Eu queria fugir de novo, como naquele dia.

Pisquei os olhos várias vezes, até minha visão se tornar a realidade. Me pego olhando para meu braço novamente e então penso em todas as palavras que aquele homem havia dito novamente, agora em câmera lenta.

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Perseguida. Imune. Vacina.

Porra… os cara queria a mim, estavam atrás de mim. Atrás de uma vacina.

Luiza Matias

Com um universo inteiro na cabeça tentando ser explorado e exposto por meio de palavras, tenho o sonho de ser uma escritora famosa e ter uma carreira com isso. Meus principais objetivos é compartilhar minhas histórias com o mundo e amar Daryl Dixon. <3

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