David Boyd, cineasta da 1ª temporada de The Walking Dead descreve como é colocar o chapéu de diretor para a 2ª temporada e explica o que a fazenda de Hershel tem em comum com um crocodilo. Novas notícias do set são emitidas toda semana através da produção.
P: Conte-nos sobre o episódio que você estará dirigindo. Como é mudar de cineasta para diretor?
R: Pra mim é o mesmo processo, mesma preparação, mesmas dificuldades. Isso só vai me permitir conversar com os atores um pouco mais. O episódio 2×07 é legal, quando nós vemos a Andréa, aquela garota sabe atirar, cara. E então Lori, ela se manteve íntegra, atravessando tudo que passou com o Rick sendo deixado pra trás e todas aquelas coisas, mas ela está começando a surtar um pouco e, no fim do episódio, ela e Rick colocaram tudo pra fora. Por mais práticos que eles sejam no apocalipse, eles voltarão a ficar em pé de igualdade.
P: Parece uma mistura de ação e emoção. Qual você acha mais desafiador?
R: Não sei. Gosto dos dois, sabe? Acho que estou mais familiarizado com a parte da ação. Mas eu sempre estive informado de quais atores fazem o quê e quando, e quais os momentos deles fazerem algo, para que eu tenha um jeito de assistir. Mas dessa vez, eu realmente pude participar com eles – falar com eles, ajustá-los e ouvir o que eles tinham a dizer. É um conjunto muito bom e mais ou menos no meio da última temporada, todos perceberam que não éramos ‘atores’ e ‘equipe’ – éramos só pessoas tentando manter o nível da série. [Risadas] Sobrevivendo ao nosso próprio apocalipse, na verdade.
Q: O que você aprendeu sobre sobreviver a um apocalipse?
R: Coppola fez Apocalypse Now, levou o filme pra Cannes e alguém disse pra ele, “Ouvi que seu filme é sobre o Vietnã.” E ele disse, “Não, meu filme foi o Vietnã.” [Risos] É dessa forma que eu sinto aqui, cara. Não dá pra descrever como é fazer o que estamos fazendo aqui e sob as condições em que estamos trabalhando. Nós odiamos isso, mas sempre há algo que é suficiente pra nos fazer continuar porque também amamos isso aqui. E as pessoas têm jeitos diferentes de lidar com isso. Cada um de nós tem suas próprias dificuldades e jeitos completamente diferentes de lidar com isso. Então, alguém pode estar perto de uma pilha de ácaros e poucos metros dali, outra pessoa pode estar comendo um donut.
P: Do ponto de vista fotográfico, quais as oportunidades de terror que a fazenda do Hershel oferece?
R: Você sabe que eu comecei pensando nessas estruturas – a casa e o celeiro – antropomorfizando-os. Eles têm espíritos, é como eu tentei abordá-los fotograficamente. Você olha pra casa e tenta fazer com que pareça perversa. Eu tento dar a ela olhos e um nariz e ver qual expressão ela pode estar sentindo. E Greg Melton desenhou um celeiro que você pode jurar que está vivo. Tem duas janelas no sótão como olhos, tem uma coisinha pra puxar feno no meio, que parece um nariz, e as portas do celeiro são mesmo uma boca. E, por Deus, eu tenho certeza que a casa da fazenda parece um ser vivo. Vou procurar dar às janelas de cima pouca luminosidade, como se estivesse levantando as pálpebras, e olhando para fora, como um crocodilo.
P: O que isso faz do celeiro?
R: Ele é outra coisa. O que ele seria? Uma cascavel.
P: Como sua linguagem de fotógrafo de The Walking Dead mudou durante as duas temporadas?
R: Quando eu me pego pensando sobre o que é único nessa série, é quando eu começo a ver que a ação acontecendo é mais importante naquele instante do que o que está sendo falado. Sua atenção é sugada para alguém que está tendo algum comportamento ou algum pensamento que o separa do que está sendo focado. E isso vem dos quadrinhos: coisas grandes no primeiro plano com nossos personagens pequenos no fundo. Você tenta vários ângulos e olha ao redor e, de repente, esse cara está pensando aquilo, e eu me pergunto o que aquele outro cara deve estar pensando? Eu acho que o diferencial dessa série é a subconsciente absorção do que cada personagem está passando. E quando nós vemos isso aparecendo numa imagem é quando eu penso que nós fizemos muito bem.
P: Tem uma cena na 2ª temporada que acontece num campo de futebol. Isso te lembrou de algum momento do seu trabalho em Friday Night Lights?
R: Na verdade, sim. Eu olhei para o campo e só pensava em quantos dias e meses eu gastei em campos de futebol. Nós fomos lá numa noite em que havia um nevoeiro, as luzes estavam sendo ligadas ainda, e isso deu uma iluminação meio sinistra, e eu pensei, “Meu Deus, isso é como um eco de onde eu tenho estado.”
P: Você usou algum truque daquela série para The Walkind Dead?
R: Não para aquela cena. Mas o diferencial que veio de Friday Night Lights pra mim foi que nós não ensaiávamos as cenas naquela série e nós não delimitávamos onde os atores podiam ir e atuar. E esse aspecto eu acho muito valioso nas performances. Com os câmeras, tento ter certeza que todos saibam que podem se movimentar – eles podem direcionar a câmera para um lado, ligá-la e ver o que acontece, e não os deixaremos cair. Os seguraremos.
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Fonte: AMC
Tradução: Daniel / Staff WalkingDeadBr
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