A The Walking Dead Official Magazine (revista oficial) perguntou ao produtor executivo Robert Kirkman quais foram os pontos altos da série e para onde ele vê a mesma se direcionando na quarta temporada. Ele também nos atualiza a respeito da HQ e responde a perguntas de fãs.
A série de TV The Walking Dead terminou sua terceira temporada com algumas grandes surpresas. Foi mais fácil ou difícil chegar a esse final, quando comparado à primeira e segunda temporadas?
Sim, foi definitivamente mais difícil do que as anteriores. Eu acho que tivemos maiores conflitos vindo no horizonte e também mais personagens, e mais coisas que precisavam de um desfecho. Exigiu um grande esforço dos roteiristas.
A morte de Andrea foi um grande momento da season finale e foi bastante controversa na sala dos roteiristas. Houve muito confronto, com um grupo anti-morte da Andrea e um grupo pró-morte da Andrea. Terminamos por mata-la para fazer tudo funcionar. Foi um longo processo e que exigiu bastante esforço.
Como o homem responsável por todas as versões de The Walking Dead, esta terceira temporada do show realmente o fez ficar orgulhoso?
Eu acho que o ápice criativo aconteceu no episodio 12 (“Clear”). Acho que ter Lennie James (Morgan Jones) de volta foi incrível. Aquele cara se sintoniza muito no personagem e nas emoções dele que, toda vez em que ele está em um episódio, ele consegue nos dar o melhor que há no show. Andrew Lincoln, Danai Gurira e Chandler Riggs também fizeram um dos seus melhores trabalhos naquele episódio. Eu acho que a história toda se encaixou perfeitamente no espírito de toda a temporada e o episódio foi realmente muito superior a outros. É, definitivamente, o melhor episódio da temporada, e talvez de toda a série.
Morgan é um personagem excepcional. Você e os demais escritores tentaram trazê-lo de volta no futuro, ou ele será recrutado apenas eventualmente?
Sempre tentamos manter o realismo no show e, devido à distância geográfica em que a prisão se encontra, seria irreal tê-lo pipocando a cada episódio do show. Mas nós gostaríamos de tê-lo novamente no show, e certamente iremos vê-lo novamente em algum ponto. Eu acho que a nossa história com ele ainda não terminou.
A terceira temporada termina nos mostrando um Rick mais inclusivo, dando boas vindas aos refugiados de Woodbury. Na quarta temporada, poderemos ver Rick aplicando as lições aprendidas com o Governador, criando um reduto de Woodbury na prisão, porém com bem menos insanidade?
Certamente, é uma possibilidade. É difícil falar especificamente da quarta temporada, mas direi que, ainda que a prisão esteja lá, nós a veremos de uma maneira totalmente diferente. E só porque estamos ainda na prisão não quer dizer que não teremos alguns momentos-chave e grandiosos dos quadrinhos na quarta temporada.
Muitas pessoas temem que a gente acabe se afastando totalmente dos quadrinhos, pela maneira como a terceira temporada terminou. Não é absolutamente o caso, pois há uma infinitude de coisas a serem trazidas dos quadrinhos, e será o que nós faremos. Há coisas legais na quarta temporada e que eu acredito que os fãs dos quadrinhos irão adorar.
Mudando agora para os quadrinhos, estamos vendo os desdobramentos da história de Ezekiel. O que inspirou este arco?
Uma das coisas mais interessantes do atual momento dos quadrinhos é que estamos conhecendo novos líderes e o papel que estão desempenhando naquele mundo. Até recentemente, os únicos líderes que conhecíamos eram Rick, o Governador e outros caras, como Gregory ou Douglas. Agora estamos vendo como estes líderes estão evoluindo neste mundo, e Ezekiel (apresentado na edição 108) é um excelente exemplo de como alguém que não é um líder nato mudou e evoluiu por causa deste mundo, se tornando um grande líder.
Eu acho que agora as pessoas reconhecem Ezekiel, tanto quanto Rick, como uma força do bem, apenas um pouco menos usual e mais estranha. Vendo estes dois personagens, Rick e Ezekiel, interagindo e trabalhando juntos será legal e nos abrirá um caminho interessante a seguir.
Como sempre, temos perguntas dos fãs para você. Muitos deles querem saber se existe pressão para colocar os irmãos Dixon nos quadrinhos.
Foi algo que considerei e pensei a respeito, mas, no final das contas, quando eu penso como existem a HQ, a série e os games, eu gosto da ideia de haver elementos peculiares a cada um, como os irmãos Dixon, assim como Lee Everett e Clementine. Isso dá algo diferente aos fãs e faz com que eles os procurem. Então, ainda que eu esteja tentado a isso, não há planos, e provavelmente eles não estarão futuramente nos quadrinhos.
Veremos algum animal zumbi no futuro, como cães, lobos e assim por diante?
Sei de várias histórias de zumbis onde eles mostram cães e outros animais zumbificados, mas eu acho que limitar o problema aos humanos mantém a história minimamente realista. Nem sempre vírus saltam de uma espécie para outra, e as coisas parecem estar bem da maneira como estão.
Até onde você pretende criar novos quadrinhos e novos arcos?
Eu faço os quadrinhos da mesma maneira como sempre fiz. Tenho roteiros que podem ir de 60 a 100 edições. Eles mapeiam para onde desejo ir e o que irá acontecer a seguir na história, que personagens serão apresentados e quando, e pelo menos cinco ou seis personagens serão mortos. Eu deixo algum espaço para mudar coisas no último minuto e frequentemente estarei escrevendo uma edição e: “Não, esse cara vai morrer agora mesmo!” Mas eu tenho algo como um rascunho inicial, então sempre sei que haverá algo legal por vir e algo para construir com isso.
Quentin Tarantino tem várias action figures de personagens seus dos filmes. Você pretende ter uma action figure de si mesmo?
Será a minha missão de vida ter certeza de que não existirá nenhuma action figure minha. É a última coisa nesse mundo que eu quero ver. Às vezes eu me olho no espelho sob certos ângulos e penso: “eu pareço uma abóbora gigante!” Não quero ver isso. Ficaria mortificado, então, de jeito algum, jamais! (risos)
Por fim, agora que você atingiu o sucesso absoluto com The Walking Dead, quais são seus objetivos para o futuro?
Eu acho que meu objetivo é fazer as coisas nas quais estou trabalhando o melhor possível. Eu trabalho no show, e quando posso trabalho também nos games, como os da Telltale, me assegurando que fiquem o melhor possível. Pode ser uma luta, mas mais do que qualquer outra coisa, meu objetivo é ter certeza de que os quadrinhos não são afetados pela loucura cercando The Walking Dead. Eu quero ter certeza que Charlie Adlard e eu continuemos fazendo uma edição todo mês. As vezes isso não acontece, ou as pessoas tiram férias, ou não são mais responsáveis por isso. Como um fã, no passado isso me frustrou muito. Eu tento trazer novas ideias e novos trabalhos, trabalhando duro para torna-las o mais interessante possível.
Quanto a objetivos de expansão, eu não sei ainda, pois nunca pensei nem em um milhão de anos que The Walking Dead se tornaria o que se tornou, então estou feliz onde estou, e tentando não estragar.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com dezesseis episódios na quarta temporada, em 13 de Outubro de 2013 na AMC e 15 de Outubro de 2013 na FOX Brasil.
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Fonte: The Walking Dead Magazine #4
Tradução: @BinaPic / Staff Walking Dead Brasil
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