Robert Kirkman fala sobre o episódio 10 – ‘Home’

Os personagens de The Walking Dead passaram a maior parte do episódio Home aproveitando um dia bom e quieto, se é que a palavra ‘bom’ possa ser usada para descrever (no caso de Rick) sua procura pelo fantasma de sua esposa recentemente comida pelos zumbis, e (no caso de Daryl) ficar relembrado os abusos físicos que sofreu de seu próprio pai.

Mas as coisas ficaram feias nos quinze minutos finais, com o Governador e seus capangas mandando o barbado Axel para o grandioso show de Lynyrd Skynyrd no céu, e soltando uma van cheia de zumbis para cima de nossos heróis.

Abaixo, o escritor da HQ de The Walking Dead – e produtor executivo da série – Robert Kirkman, diz adeus ao mais recente acidente épico zumbi, explica porque é melhor não irritar Andrew Lincoln antes dele gravar uma cena e confirma a improbabilidade de Carol se estabelecer com um Senhor Certinho.

Então, quando estava mais ou menos nos três quartos do episódio – Home – eu tinha um monte de perguntas para você sobre esse ser um daqueles episódios estilo ‘calmaria antes da tempestade.’ E então – BUM! – o roadie do Allman Brothers Band leva um tiro na cabeça e o inferno começa.

[Risos] Sim, nós não gostamos de ficar enrolando em The Walking Dead. Nós sabíamos que um conflito estava se aproximando. Nós achamos que deveríamos ir em frente e começar a agilizar as coisas.

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O Governador viu isso como um aviso? Ou ele tem esperanças de conseguir dominar a prisão em um ataque surpresa?

Se você assistir aquele ataque, fica claro que é mais uma expedição de pesca e também um tipo de ato para se posicionar. O personagem de Lew Temple, Axel, infelizmente perde com isso, e eu acho que foi quase mais sorte do que algo calculado. Era uma ameaça: nós estamos derrubando a porta, estamos atirando, queremos mostrar que temos poder, queremos ver sua capacidade de retaliação.

Você se importaria de falar sobre a morte recente e lamentada de Axel?

Eu tenho que dizer, Axel é um dos personagens da HQ que eu mais sinto falta. Eu me diverti escrevendo ele. Ele era aquele momento de alívio cômico e definitivamente cumpriu isso na série em um nível maravilhoso. Lew Temple fez um trabalho incrível com Axel. Nós sempre ficamos tristes de ver nossos personagens partindo, mas para mim esse foi pior. Eu ficaria anos falando “Ai Deus, mal posso esperar para escrever sobre o Axel de novo! Eu amo o Axel! Eu sinto tanta falta dele!” E de repente eu não tive que escrever tanto sobre Axel e eu fiquei chateado. Mas as coisas são assim.

Pelo menos se estivesse dentro de seu poder – como produtor executivo da série e um de seus escritores e como um dos caras que criou The Walking Dead para começar – dar à ele uma suspensão da execução.

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Chega à um ponto em que você pensa “Está bem, esta é a única opção para podermos seguir em frente.” É triste mas você tem que fazer o que você tem que fazer.

O Governador usou os zumbis como armas. Obviamente cercar um bando de zumbis e colocá-los em um caminhão é bem perigoso. Vocês tiveram uma discussão sobre quão prático isso seria? E, se sim, teve um momento em que você pensou ‘Eu não acredito que ganho para pensar em merdas desse tipo’?

Sim, sempre há discussões nas quais nós falamos sobre zumbis-isso, zumbis-aquilo, e sobre o que pode acontecer. E sim, às vezes eu sento e penso “Eu não acredito que temos sete adultos sentados em uma sala de conferência falando sobre o que aconteceria com um globo ocular se fosse espancado para fora de um crânio – por duas horas.” É uma loucura. Mas é muito divertido.

The Walking Dead acontece em um mundo apocalíptico que é diferente do nosso, e tem zumbis andando por aí. Então quando você pensa em maneiras de atacar pessoas, tem aquele jeito normal, do dia-a-dia, que você faria na vida real, mas então você joga zumbis na mistura… Sabe, é um cavalo de Tróia zumbi, e achamos que isso seria legal.

Voltando, acho que nós multiplicamos ou triplicamos nosso conhecimento sobre os irmãos Dixon e sobre a natureza de seu relacionamento na cena em que vemos as cicatrizes de Daryl.

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Sim. É ótimo ter os dois juntos, pois podemos mexer nessas camadas e mostrar mais sobre o que eles são e como se tornaram quem são hoje. E nós gostamos de poder pegar esses momentos de Daryl e dizer “Aqui está o personagem que vocês tanto amam, e aqui está um pouco mais sobre ele.” Ele tem um passado triste e nós só vimos uns pedaços disso.

Nós só tivemos uma visão rápida das costas dele. Aquelas eram marcas de chicote?

Sim, sim. É definitivamente o resultado de muitas surras cruéis.

Mas aquela tatuagem nas costas é mesmo de Norman Reedus, certo?

Sim. [Inexpressivo] Aliás, aquelas cicatrizes também são dele. Ele fez aquilo apenas para a série. Ele estava sendo ‘metódico.’

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Falando nisso, eu sei que Andrew Lincoln é bem metódico. Sabendo que o personagem dele se encontra em um lugar sombrio, como ele fica quando tem que filmar essas cenas?

Andrew Lincoln é incrível. Quando eu estou no set para filmar, ele é intenso. Ele tem que fazer cenas bastante tensas, então ele senta-se meio afastado com seus fones de ouvido e escuta música. Eu tive algumas conversas com ele nas quais eu fico tipo ‘Oh oh oh, você está se preparando para essa cena que você tem que gravar em trinta segundos e eu estou te interrompendo, desculpe.’ Ele faz flexões, polichinelos, soca coisas, grita e faz todo esse tipo de maluquice para se preparar para cenas assim.

Talvez essa seja a reação dele ao perceber que você está tentando ser amigo dele.

Quer saber… Agora que eu parei para pensar, todo mundo faz isso quando eu tento falar com eles. Acabei de perceber isso. Droga!

Teve uma cena bem tensa entre Glenn e Maggie.

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Sim. Glenn está tendo problemas em lidar com o que ele acredita que aconteceu, ou com o que ele sabe que aconteceu. Acho que isso seria ele projetando sua frustação sobre o que aconteceu e sobre sua impotência em salvar Maggie, ou de fazer algo lá. Está saindo de uma forma bem estranha. E eu acho que há também a questão de que esta ameaça iminente de Woodbury surja de uma maneira que acabe com relacionamentos, coisa que eu tenho certeza que ele gostaria de evitar, mas é algo que foge de seu controle.

E por fim, a série confirmou que a Carol tem muito azar com homens.

[Risos] Sim, sim. Pobre mulher. As coisas simplesmente não vão bem pra ela. Mas ela vai ter alguém posteriormente. E em seguida este também vai morrer!

Fonte: InsideTV

Jessica Storrer

Estudante de Comunicação, professora de Inglês, staff esporádica e zombie killer nas horas vagas. Tenho pavor de políticos, aspargos e portas giratórias. Sou doente por seriados, pela estrada, por mapas, por Stephen King e por culturas novas.

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