Robert Kirkman fala sobre as mortes na season finale da terceira temporada

Quem vai viver e que vai morrer? Essa era a pergunta dos fãs antes da estreia da Season Finale de The Walking Dead. Claro que, devido a natureza da saga de mortos-vivos da AMC, essa tende a ser a pergunta na boca dos fãs antes de cada episódio. Mas na semana do dia 31/03, tinha uma urgência especial dada a suposição (correta) de que o final da temporada finalmente apresentaria o confronto entre as pessoas da prisão de Rick e o povo de Woodbury do Governador.

No momento em que a fumaça baixou, tanto o Rick como o Governador permaneceram de pé. Menos os afortunados Milton, Andrea e muitos habitantes de Woodbury, cuja sinalização fora da cidade agora poderia ser mudada para “Bem-vindo a Woodbury: Se você morasse aqui, você já estaria morto agora”.

Abaixo, o produtor executivo da série Walking Dead – e escritor dos quadrinhos, Robert Kirkman – fala sobre as mortes, previews da quarta temporada, e admite que não é um grande fã de banho.

Entertainment Weekly: Ok, vamos começar com os vivos. Acho que muitas pessoas assumiram que o Governador iria morrer no episódio, que é o que acontece na história em quadrinhos. Você sempre planejou para que ele fosse um personagem que durasse mais de uma temporada?

Robert Kirkman: Esse sempre foi o plano. Eu acho que todos os envolvidos em Walking Dead têm o tipo de pegar forte e trazer um grande novo personagem para a série e, em seguida, até o final de temporada, o personagem morrer de forma mágica ou ser escrito para fora do show de alguma forma inteligente. Nós realmente queríamos dar as pessoas esta sensação, de que esse era o tipo de coisa que nós estávamos fazendo – mas viramos o script no final. Nós temos muitas coisas ainda pra fazer com o Governador.

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EW: Você disse a David Morrissey quando você o deixou no elenco que ele deveria desfazer as malas?

Kirkman: (Risos) Sim, ele sabia que ficaria por mais uma temporada.

EW: Estou fascinado com o que vai acontecer na próxima vez que houver um censo em Woodbury, pelo Governador ter praticamente dizimado toda a população. Você queria passar um lembrete final, um clímax que mostrasse que aquele cara estava totalmente louco, ou você estava dizendo: “Você achava que ele era louco, só que é muito pior agora”?

Kirkman: Foi realmente tentando construir aquele momento autodestrutivo, quando você está vendo esse cara que aparentemente tinha tudo – que aparentemente era capaz de governar esta cidade e reconstruir uma civilização até certo ponto – na verdade, não tinha tudo isso e podia ser facilmente frustrado a ponto de arruinar completamente tudo o que tinha conseguido. É uma queda, em certa medida. É uma resolução para esta temporada. O Governador está sem todas as coisas que ele tinha antes e isto deve supostamente mostrar o quanto esse cara entrou em uma espiral fora de controle por causa de suas interações com Rick e as pessoas da prisão.

EW: Sinto muito pelo “Grande Livro dos Planos” dele!

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Kirkman: Sim, ele pode ter deixado esse livro em Woodbury.

EW: Depois do noivado de Glenn e Maggie na semana anterior, eu tinha quase certeza que um deles, ou ambos, seriam mordidos no final.

Kirkman: Bem, eles ainda ocupam a nossa única área esperançosa na série.

EW: Exatamente! Você quer se livrar disso o mais rápido possível, senhor!

Kirkman: (Risos) Glenn e Maggie são os nossos personagens “Hey olhe, essa série não é tão sombria”! Mais uma vez nós tentamos fazer algo que as pessoas não estivessem esperando. É algo que eu sempre tentei fazer com meu trabalho dos quadrinhos: achar essas coisas que as pessoas estão tentando adivinhar – sabe, “Oh, uma proposta de casamento! isso vai terminar mal.” – e fazer as coisas de outro jeito, só pra manter as pessoas fazendo suposições.

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EW: Passando para as mortes. Nos quadrinhos, Andrea sobrevive a esta parte da saga e, de fato, continua viva até agora. O quanto você discutiu sobre matá-la ou não na série?

Kirkman: Isso foi enorme. Passamos muitos meses imaginando isso até tomar a decisão. Matar um personagem nunca é algo fácil e este foi definitivamente difícil, porque Laurie Holden é uma grande parte desta série e é um grande desvio dos quadrinhos. Eu imagino que há um grande número de fãs que estão frustrados e de coração partido e é por isso que nós continuamos.

EW: Seu objetivo é partir o coração dos fãs?

Kirkman: Bem, nós queremos que as pessoas invistam nestes personagens. Queremos que cada morte seja o mais emocionante possível. Quando você assistir a quarta temporada e ver como esta morte afetou Rick e como isso mudou aqueles personagens e o que está vindo com isso, eu acho que tudo vai fazer sentido. Mas nenhuma morte é definida levianamente.

EW: …Além do grande grupo de Woodbury que comprou a fazenda esta semana.

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Kirkman: (Risos) Bem, o Governador não é tão cuidadoso nestas decisões como nós somos.

EW: Quem deu a má notícia à Laurie?

Kirkman: Foi o Glen Mazzara. Ele tratava de todas estas coisas quando era o showrunner. Ela aceitou bem. Todos os atores da série sabem no que estão se metendo. Certamente não é uma ocasião alegre. Acho que foi muito difícil pra todos nós vê-la partir. Mas ela é uma profissional e sabe que a série é sobre isso.

EW: Eu tenho a impressão de que você também ficou muito triste ao perder Milton. Você certamente lhe deu uma das mortes mais longas na história da TV.

Kirkman: (Risos) Sim. Tipo um episódio completo? Ou então, era um personagem que eu odiava e queria torturá-lo até o fim.

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EW: Eu vou dizer que o amava.

Kirkman: Eu vou dizer que o amava também.

EW: Sinto que o Governador nunca lhe deu os recursos de que precisava para sua pesquisa com os zumbis.

Kirkman: Sim. Eles eram como, “Ok, você está trabalhando em que? Ótimo. Nós vamos passar por cima aqui, atirar em algumas pessoas e não te darei nenhum recurso de qualquer natureza”. Sabe, [com recursos suficientes] ele poderia ter sido capaz de descobrir alguma coisa. Mas, então, onde iríamos ter chegado?

EW: Andrea e Milton parecem ter sido parcialmente arquitetos de seus próprios terríveis respectivos destinos, tentando trabalhar com o Governador.

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Kirkman: Até certo ponto. A maneira como eu gosto de ver isto é: Andrea estava disposta a fazer o que poderia para salvar as boas pessoas de Woodbury e ela acabou dando sua vida por isso. Tenho certeza que ela gostaria de ter as coisas funcionando de outra forma. Mas no final, ela atingiu este objetivo. Sua morte resultou em Rick levar as pessoas para a prisão e eles formaram uma comunidade. Ela realizou algo, mas que custou sua vida no fim. O que é muito trágico.

EW: Espero que no DVD tenha sido incluído um extra com os escritores de Walking Dead tentando pegar um alicate com os pés.

Kirkman: (Risos) Eu não consigo pegar quase nada com os pés.

EW: Por que você é extremamente ágil ou extremamente preguiçoso?

Kirkman: Eu parei de me curvar quando eu tinha cerca de 12 anos. Eu era como, “Espere um minuto, eu posso pegar isso com meus dedos. Legal”!

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EW: Nós não nos falamos na semana anterior, então acho que precisamos discutir sobre o fim de Merle. O quanto houve de discussão pra decidir se o mataria ou não?

Kirkman: Foi um grande debate. Como eu disse: toda morte é uma decisão importante. Quando isso veio, era tudo o que ele faria para o Daryl. Nós tínhamos visto o personagem de Daryl crescer muito sem Merle e foi muito divertido vê-lo voltar ao seu antigo comportamento e ver como seu irmão afetou tudo a sua volta. Mas, no final, senti que a perda deste personagem iria ativar o personagem Daryl de muitas maneiras diferentes e interessantes de modo quase que essencial para a série. Também foi feito de Merle um tipo de herói no fim. Isso é o que a jornada do personagem acabou se tornando e que pensamos que seria bem interessante.

EW: Eu achei sua zumbificação mais assombrosa.

Kirkman: É uma das raras vezes em que realmente mostram um dos nossos personagens, em que você realmente chegou a conhecer, se tornando um zumbi completo. Ele teve tempo para se tornar um. Nós, muitas vezes, não conseguimos fazer isso. Shane foi muito rápido. Amy foi muito rápida. Milton? Muito rápido. Merle era o negócio real. E vendo um personagem que você chegou a conhecer tão bem neste estado é esperançosamente chocante. Nós quisemos que as pessoas vissem o quão assustador é ver alguém que era um ente querido, que era um parente, voltar daquele jeito.

EW: Perto do fim, nós vimos um ônibus cheio de idosos e crianças sendo realocados na prisão. Obviamente, Walking Dead é um dos programas mais populares da faixa etária 18-49. Isso é uma tentativa de atrair mais da multidão AARP (uma entidade americana sem fins lucrativos de organização e filiação partidária para as pessoas com 50 anos ou mais)?

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Kirkman: Nós queremos todos! Eu gosto de pensar que eram mais jovens, mas que são pessoas que estavam sentadas na parte de trás do ônibus, que não tinham chegado ainda. Mas foi toda a população que foi deixada em Woodbury, que foram trazidos e a maioria são as que não foram à guerra.

EW: Porque todos não se mudaram pra Woodbury? A prisão tem más recordações, más defesas – estou pensando que a encanação também não é top de linha.

Kirkman: Isso é algo que definitivamente vai ser tratado na quarta temporada. Mas na minha cabeça, eu diria que, sabendo que o Governador ainda está por aí, e sabendo que ele tem Woodbury na palma das suas mãos, provavelmente não é muito seguro fazer daquele lugar um lar. Mas é possível que isso seja explorado na próxima temporada.

EW: Então, o Governador agora está governando só o Martinez?

Kirkman: Sim. Eles têm uma forte árvore em algum lugar e ele está estabelecendo algumas regras novas. É um novo lugar chamado Nova Woodbury. “Venham aqui! Venham viver conosco! Você estará seguro!”.

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EW: O quão preocupado devemos ficar sobre Carl?

Kirkman: Muito preocupados! Crescer neste mundo não está fazendo muito bem a ele e o está levando a lugares obscuros e interessantes e eu acho que, voltando para a quarta temporada, Rick vai ter que tomar um tempo para recuperar aquele menino e tentar encontrar um pingo de humanidade nele e levar isso a frente. Porque este garoto tomou um rumo obscuro.

EW: Em que estágio você está agora com a quarta temporada?

Kirkman: Acho que hoje, nós estamos na metade do que será escrito. Temos quase a metade de todos os scripts para a temporada, vamos começar a filmar em maio e as coisas estão indo muito bem. Nós estamos ajoelhados nisso. Estou feliz que estes episódios foram ao ar e agora não tenho mais segredos para a terceira temporada, só para a quarta. Agora vou me manter na linha e não dizer nada sobre a próxima temporada, o que vai ser fácil de fazer.

EW: A série é muito bem sucedida. Quantas vezes você está no banho e vem devaneios sobre um Walking Dead: O filme?

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Kirkman: (Risos) Quase nunca. Isso parece realmente estar na cabeça das pessoas. Mas agora estamos focados apenas em fazer a série o melhor possível. Quem sabe o que o futuro nos reserva? Eu nem tomo banho. Só uma ducha.

EW: O que podemos esperar da quarta temporada?

Kirkman: É sobre mudança. Nós vamos ver muitas coisas que mudaram na prisão. Eu acho que muita coisa mudou com os personagens. Acho que vamos ver um Rick muito diferente, com motivos bem diferentes e vamos ver como este conflito com Woodbury e a morte de Andrea afetou a todos. E nós vamos ver um monte de novos elementos, como fazemos a cada temporada de The Walking Dead. Vai ser emocionante, diferente e legal, mas ainda vamos ter zumbis nisso. Ainda haverá todas as coisas que todo mundo ama.

EW: Você está definitivamente ficando com os zumbis, então?

Kirkman: Posso confirmar, exclusivamente para o Entertainment Weekly, que haverá zumbis na quarta temporada de The Walking Dead.

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E você, o que espera da quarta temporada? Deixe sua opinião nos comentários.


Fonte: EW
Tradução: @alexiacmendes / Staff Walking Dead Brasil

Rafael Façanha

Zumbi Chefe no The Walking Dead BR. Treinador Pokémon, viciado em Magic, conectado 24 horas por dia e até já fui reconhecido como Wikipédia-Viva de The Walking Dead. Meu mundo é dividido em assistir muitas séries e filmes.

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