Robert Kirkman fala sobre a marca The Walking Dead: Jogos, Série e mais

The Walking Dead começou como uma HQ em preto e branco que evitou o cancelamento. Desde então a propriedade cresceu para um nível gigante. The Walking Dead demarcou seu território nos gráficos do top 10. A série de TV da AMC baseada na propriedade de Robert Kirkman é basicamente a série de TV a cabo mais assistida, com o ultimo episódio da última temporada sendo visto por 9 milhões de espectadores. Os jogos de The Walking Dead Telltale se tornou a série vendida mais rápida. O criador Robert Kirkman guiou o The Walking Dead através de suas muitas encarnações. O site Game Informer conversou com Kirkman sobre os futuros games da obra, o que torna os zumbis tão populares, e por que nunca veremos um encontro entre The Walking Dead e Mega man.

Q: The Walking Dead tem tido muito sucesso. Esse sucesso te surpreendeu?

É meio maluco. Quando eu pensei no The Walking Dead, eu pensei em um filme de zumbis que nunca acaba – uma história para se contar no papel por anos e anos enquanto nós víamos pessoas sobrevivendo a um apocalipse zumbi e crescendo e mudando com o tempo. Mas na época, eu não tinha feito nada que não tinha sido cancelado. Eu não tinha confiança que The Walking Dead ia durar mais do que a edição 12, então eu abarrotei um monte de história nas primeiras edições. Eu voei pela história do Shane nas primeiras seis edições porque eu não sabia se o livro ia durar.

Q: Você conhecia o trabalho da Telltale antes de começar a colaborar com eles com o jogo do The Walking Dead?

Eu joguei o Strong Bad deles. Eu gostei do trabalho deles com histórias enigmáticas. Eu vi que eles eram mais focados em contar uma boa história, e eu vi que eles eram bons em conectar o jogador com a narrativa. Isso foi o que me interessou em fazer um jogo do The Walking Dead. Eles vieram a mim com propostas que envolviam mais tomadas de decisão e consequências do que coleta de munição e pular por cima das coisas, eu fiquei impressionado com aquilo. A única coisa que é realmente especial em The Walking Dead são os personagens humanos e a narrativa na qual eles existem. É tudo sobre drama e perdas, então eu pensei em fazer um jogo com esse foco, mas não era algo que eu achei que fosse realmente possível. Quando a Telltale veio e me falou sobre o modo com que tomar decisões mudava o rumo do jogo, e sobre a maneira com que os jogadores seriam forçados a escolher entre duas decisões ruins e como o aspecto de sobrevivência do The Walking Dead iria realmente vir a tona – foi quando eu fui vendido ao jogo.

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Q: O quão envolvido você esteve durante o desenvolvimento do jogo?

Como qualquer coisa do The Walking Dead, eu tento me envolver o máximo que posso, o que nem sempre é o tanto que eu gostaria. Com a série de TV eu estou na sala do escritor. Eu trabalho naquela série todos os dias, mas eu faço as HQs. Eu não sou um expert em TV, então eu posso deixar que outras pessoas que são experts em televisão liderem e dirijam a série e façam jus a ela. Eu permaneci nessa posição com a Telltale. Eu não conheço muito o mundo dos video games como eles conhecem; eu não sei o que funciona e o que não funciona, então eu fui um tipo de padrinho, dizendo “É disso que The Walking Dead se trata e esse é o que eu penso ser o seu segredo”. Depois eles tornaram tudo isso um video game. Eu fiquei impressionado com a linha da história e o quão bom esse jogo se tornou, o que é realmente uma comprovação do quão talentosos seus escritores são.

Q: O quão envolvido você está com o jogo The Walking Dead da Activision?

Isso é algo que a AMC tem comandado e é baseado na série de TV. Eu não estou tão envolvido porque é coisa deles. Eu estou cuidando de outras coisas. Eu tenho conhecimento de sua existência. Eu sei que a Activision está dando duro para fazer um jogo bem legal e eu espero que seja algo digno da marca The Walking Dead, mas não é algo que eu esteja ativamente, intimamente envolvido. O jogo da Telltale é baseado na HQ, então eu tenho muito mais controle sobre ele do que sobre o que a AMC faz. Eu sei que tem uma citação onde eu disse, ” Eu não seria burro de criar um jogo do The Walking Dead em primeira pessoa porque existem tantos outros que não seria algo competitivo no mercado, e você seria sempre comparado com o Left 4 Dead, então porque se incomodar.” Eu não acho que a AMC leu a citação. Mas eu direi que esse jogo é muito sobre os irmãos Dixon. Esses dois personagens não existem na HQ, então a habilidade de jogar com eles e aprender mais sobre eles, que são muito populares na série, poderiam levar esse jogo ao topo e fazê-lo valer a pena. É isso que eu espero.

Q: Se você tivesse uma obra dos sonhos para trabalhar, o que seria?

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Eu amo o Homem-aranha, então eu adoraria trabalhar nisso com a liberdade que tenho com os livros que escrevo agora. Eu amo Mega Man também, mas honestamente, eu adoro criar novas obras. Eu acho que é muito mais empolgante criar o novo Homem-aranha do que contar histórias sobre um personagem inventado ha mais de 60 anos. Eu acho que é importante ter novas ideias que gerações de pessoas vão aproveitar por muitos anos.

Q: Eu sei que Archie está fazendo um encontro entre Mega Man e Sonic na sua HQ, talvez você possa escrever um encontro entre The Walking Dead e Mega Man.

Eu acho que essa seria a coisa mais estúpida do mundo.


Fonte: Screen Crush
Tradução: @yawlully / Staff Walking Dead Brasil

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Rafael Façanha

Zumbi Chefe no The Walking Dead BR. Treinador Pokémon, viciado em Magic, conectado 24 horas por dia e até já fui reconhecido como Wikipédia-Viva de The Walking Dead. Meu mundo é dividido em assistir muitas séries e filmes.

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