Um homem de olhos e cabelos claros, líder de um grupo que confia em seus métodos para que os mantenham a salvo e dono de uma patente que inspira respeito. Ele não hesita em matar para o benefício do grupo que abraçou, e se um dia ele bater em sua porta deixo uma dica: não abra. Ele vai invadir sua casa, roubar suas provisões e se você enfrentá-lo poderá acabar morto.
O nome desse personagem? Não interessa. Esta descrição cabe tanto em Rick como no personagem que acabamos de conhecer em “Walk With Me”, terceiro episódio da nova temporada de The Walking Dead, o temível Governador, vilão do melhor arco da HQ em que a série se baseia. A diferença entre os dois está no ponto de vista. Seguimos a história de Rick desde o começo e estamos acompanhando aos poucos a sua transformação, vimos o Rick humano, que pensava duas vezes no que iria fazer, que media as consequências de seus atos e errando no caminho, erros que chegaram a custar a vida de algumas pessoas. Esta temporada nos apresentou outro Rick, mais intuitivo, selvagem, um líder forte e que não se permite errar. E pela primeira vez vimos Rick matar sem pensar nas consequências, com o único objetivo de salvaguardar seu grupo. Por sua vez, o Governador foi nos apresentado já como um líder estabelecido, líder que presa pela comunidade que construiu, que ama aquele “Paraíso no fim do mundo” como ele mesmo definiu. Um líder que mata sem pensar duas vezes para o benefício daquela comunidade, mas que também parece ter perdido sua família no apocalipse, não se permitindo perder de novo. Rick ainda tem alguma humanidade que nos causa empatia e nos faz torcer por sua causa e seu grupo (talvez por, como dito, termos acompanhado sua saga desde o início), já o Governador parece ocultar um lado sombrio que nos faz desconfiar de suas intenções benevolentes, inclusive mentindo para sua comunidade e escondendo uma bizarra admiração por uma coleção de cabeças de zumbis (cena que eu fiquei profundamente extasiado ao ver, a transposição dos quadrinhos foi perfeita!).
Dois lados de uma mesma história. Dois líderes. O que diferencia Rick do Governador? Porque os atos de um causa empatia e do outro desconfiança? São pontos interessantes que tenho certeza que ainda iremos acompanhar no decorrer desta terceira temporada que continua acertando em cheio.
Tirando um pouco o pé do acelerador e preferindo ignorar a prisão e o grupo de Rick, acompanhamos Andrea e Michonne perseguindo o rastro de destruição de um helicóptero (será que é aquele helicóptero que fez Rick quase ser devorado no piloto da série? Será que é o mesmo helicóptero que levou uma horda de zumbis para a fazenda?), sendo capturadas por um velho personagem e sendo levadas para Woodbury, a comunidade construída e defendida com paixão pelo recém introduzido Governador.
Enquanto Andrea se sente tentada a permanecer naquele lugar e mostra-se seduzida pelas palavras daquele líder, Michonne por sua vez permanece incrédula e desconfiando das intenções daquele homem que insiste em mantê-las presas e vigiadas (repararam que por onde elas vão, são seguidas por um homem que não tira as mãos do coldre?), apesar de dizer que elas tem liberdade de partir quando quiserem. Com pouca ação, focando em diálogos e cenas chaves, vamos acompanhando vários prismas do comportamento do Governador naquela comunidade, como a forma com que ele faz as pessoas mudarem suas opiniões apenas com o olhar, sua maneira de se comunicar em voz baixa com seus homens, nunca revelando o que está realmente acontecendo e por fim vemos o seu interesse nas suas duas novas cativas sem deixar transparecer qual sua real intenção em mantê-las ali.
Um episódio que mesmo sem o ritmo acelerado e a tensão dos outros dois, conseguiu manter alto o nosso interesse em relação ao que se seguirá, fazendo-nos perguntar qual dinâmica a série irá nos apresentar e quais conflitos se seguirão quando os mundos se chocarem.
Interessante ressaltar também:
– O helicóptero surgia na série como um símbolo de algo mais poderoso. De que poderia existir alguma comunidade maior ali. Sua queda só serve para nos dizer que naquele mundo até o mais poderoso acaba por tombar.
– O diálogo entre Merle e Andrea a respeito do grupo que ambos fizeram parte e foram deixados para trás.
– Genial a maneira que encontraram para nos explicar os motivos de Michonne andar com dois zumbis sem braços e mandíbulas.
Sobre a diferença da série com a HQ:
Mesmo tendo lido todo material original e sabendo o fio condutor que a série irá seguir, é incrível poder acompanhar tudo com essa sensação de novidade. Afinal, Andrea nunca se separou do grupo, Michonne é apresentada na prisão e a maneira como conhecemos Woodbury é completamente diferente. É também compreensível a mudança na aparência do Governador, enquanto na HQ seus traços são claramente vilanescos, na série temos um homem que até se parece fisicamente com Rick, de cara limpa e uma aura atrativa e sedutora, que consegue fazer-nos acreditar em suas palavras, apesar de levantar suspeitas com sua manipulação eloquente, este visual nos trás uma profundidade muito maior ao personagem que deixa de ser tão maniqueísta num primeiro momento.
Semana que vem voltamos a acompanhar as agruras do grupo de Rick e o que se seguirá em Woodbury com ” Killer Within”.
Por Átila Rithiery (@tiul)
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