Review da Série – 02×11 – Judge, Jury, Executioner

Um dos melhores episódios da segunda temporada de The Walking Dead, esta é a melhor maneira de definir o que foi “Judge, Jury, Executioner”. Fazendo-nos pensar qual o limite entra a barbaridade e a civilidade, além de deixar no ar a dúvida sobre até onde aquele grupo de pessoas é capaz de chegar para sobreviver. Nas próximas linhas fique com minha review do episódio exibido domingo na AMC e transmitido hoje na FOX!

 

Quando chegou ao fim este maravilhoso capítulo da segunda temporada eu fiquei um bocado sem ação, um palavrão esvaiu-se da minha boca  e logo eu pensei: “Para onde eles estão seguindo? Que caminho essa série vai tomar?”. E não, não foi de maneira preocupada pelas diferenças entre HQ e Série que pensei assim, pensei desta maneira pela surpresa que foi esta morte: Dale é um personagem importante na mídia impressa, sempre fazendo um contraponto moral ao Rick e lembrando que apesar do mundo estar fodido, a moralidade, o civismo e a diferença entre humano e animal está dentro de cada um. O velho representa a esperança de o mundo um dia voltar ao normal, apesar do pessimisto inerente, e vê-lo morrer é o mesmo que tirar do grupo aquela voz que nos chama a atenção quando estamos para fazer algo errado, a tal da ‘voz da razão’. Confesso que fiquei chateado com a morte de Dale, afinal quem leu a HQ sabe que o personagem passa por poucas e boas e muitas dessas histórias eu gostaria sim, de ter visto nas telas. Porém não posso deixar de dar razão a quem gostou de sua morte: na série Dale ele realmente foi um personagem chato, as vezes lembrando aquele tio velho e reclamão que quer sempre as coisas do seu jeito. Porém sua salvação veio neste último episódio.

Ao confirmar o perigo que Randall representa ao grupo após uma dolorosa tortura, Rick como líder toma a decisão de sacrificar o garoto, decisão que é simplesmente acatada por quase todos do grupo, menos é claro, por Dale. O velho não acredita que as pessoas com quem convive haviam perdido o senso de humanidade ao aceitar aniquilar o jovem sem nem ao menos dar-lhe uma chance de se integrar ao grupo, e de forma apaixonada consegue procrastinar a situação, se incumbindo da tentativa de demover seus amigos de tal ideia.

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Sem sucesso, Dale transita entre várias pessoas do grupo, porém todos se comportam de maneira semelhante, preferindo se abster de opinar ou tomar qualquer partido, inclusive Hershel que acreditava piamente em valores morais e familiares. Nem ao menos Glenn permanece ao lado de seu melhor amigo no grupo durante o juri que iria decidir o destino de Randall. Afinal, como Dale deixou claro: a decisão já estava tomada.

Do outro lado temos o exemplo da civilidade e razão abandonando o mais jovem do grupo: Carl mostra-se cada vez mais frio com os sentimentos alheios, inclusive faltando com educação a Carol que buscava por consolo em sua fé. Em duas oportunidades também podemos presenciar a mistura de curiosidade e sadismo nos olhos do garoto, ao ficar cara a cara com o cativo e ao se ver diante de um zumbi que não poderia alcançá-lo. Por fim vemos o menino empolgado em poder testemunhar o assassinato de Randall, até mesmo chegando a encorajar seu pai a fazê-lo, o que certamente leva Rick a repensar suas atitudes.

Porém já era tarde para Dale, pensando ter perdido a batalha o velho sai caminhando pela propriedade e no seu caminho para espairecer e conter a raiva acaba encontrando seu nemesis, justamente aquele que Carl havia deixado escapar ao brincar de ser gente grande. E no fim das contas não foi Randall o assassinado, aquele que poderia trazer perigo ao grupo, ao contrário, aquele que era o senso moral do grupo teve o fim pelas mãos de Daryl, que horas antes já havia previsto que aquele grupo já estava quebrado.

Agora só nos resta esperar pelos dois últimos episódios dessa temporada (que só melhorou depois do hiatus) e torcer para que a próxima mantenha este nível de história e nos mostre cada vez mais o lado sombrio de nossos sobreviventes, e até onde eles serão capazes de chegar para manterem-se vivos. Pelo menos agora a voz da razão é um pouco mais fraca.

 

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Átila Rithiery aka @tiul

Átila Rithiery

A zombie is an animated corpse resurrected by mystical means, scientific or infectious agents.

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