ALERTA SPOILERS: ESSE TEXTO PODE REVELAR FATOS IMPORTANTES DA TRAMA.
A segunda temporada da série The Walking Dead, que estreia na próxima semana (domingo nos EUA e terça, às 22h, no Brasil, pelo canal de TV paga Fox), deve focar em um aprofundamento dos conflitos pessoais dos personagens e em mais detalhes dos zumbis que perseguem o grupo.
O primeiro episódio da nova temporada deixa claro que o triângulo amoroso formado entre Rick Grimes (Andrew Lincoln), Shane Walsh (Jon Bernthal) e Lori (Sarah Wayne Callies) será um dos pivôs da porção dramática da trama. Quanto à parte de terror do roteiro, pode-se dizer que os zumbis estão mais famintos, mais presentes e mais realistas (se é que há algum realismo em se tratando de mortos-vivos).
A segunda temporada começa dias depois do grupo liderado por Rick Grimes deixar o Centro de Controle de Doenças (CDC na sigla em inglês). A seqüência de abertura do capítulo, que tem mais de uma hora de duração, mostra Rick tentando passar um recado a Morgan, o homem que o ajudou na primeira temporada logo que ele acorda do coma. Em sua mensagem, o ex-policial faz um resumo do que ocorreu na primeira temporada da série. E conclui avisando: o grupo vai tentar sair de Atlanta.
Logo no início da jornada, o grupo é obrigado a parar por um problema mecânico no motorhome de Dale (Jeffrey DeMunn) e por um bloqueio de carros abandonados na pista. O comboio faz uma parada para reparar o veículo de Dale, e para tentar conseguir mantimentos nos carros largados na estrada. Mas um grupo de zumbis aparece e a turma de Rick se esconde embaixo dos carros. O descontrole de Andrea (Laurie Holden) e a fuga desesperada da pequena Sophia (Madison Lintz), perseguida por dois zumbis que a avistaram, agravam os problemas.
É a partir desse ponto que a série demonstra interesse em destacar os conflitos pessoais dos personagens. Com treze episódios programados (mais que o dobro da primeira temporada), vai haver tempo de sobra para mostrar a crise de consciência que assola Shane após ter vivido um romance com Lori, quando os dois achavam que Rick estava morto. A relação paternal de Dale com Andrea também vai se abalar.
A jovem vai confrontar Dale, afirmando que sua vontade era cometer suicídio junto com o grupo que ficou no CDC no último episódio da temporada anterior. E os conflitos internos e externos de Shane e Andrea podem se cruzar. Ao ouvir Shane comentar com Lori que pretende deixar o grupo, Andrea o pressiona a fugir com ele.
Outro ponto de destaque do primeiro episódio da nova temporada é a produção investida nas maquiagens. Com mais recursos após o sucesso estrondoso da estreia, os mortos-vivos de The Walking Dead estão mais presentes na frente das câmeras. A verba adicional permitiu até cenas aflitivas como uma espécie de necropsia em um zumbi. A “cirurgia” é conduzida por Daryl (Norman Reedus) e Rick para saber se a criatura tinha se alimentado de algum humano.
Os puristas podem se incomodar com o fato de que a série se distancia cada vez mais dos quadrinhos que deram origem à produção. Na revista em quadrinhos – premiada no ano passado com o Eisner Award, uma espécie de Oscar das HQs – por exemplo, Shane é morto por Carl (Chandler Riggs), filho de Rick durante uma discussão entre o pai e seu ex-companheiro. E a relação entre Dale e Andrea é amorosa e não paternal. Na série nada indica que isso vá acontecer por enquanto.
Para os fãs da produção televisiva que ainda sofrem com o hiato entre as temporadas, uma forma de aliviar a expectativa pela reestreia da série é conferir os seis “webisodes” (pequenos capítulos da série exibidos apenas na internet). A pequena trama se passa logo que que começa a epidemia de zumbis e retrata a origem da “bicycle girl”, a zumbi que não tem a metade inferior do corpo e aparece no episódio piloto da série se rastejando. Uma curiosidade: o guitarrista Scott Ian, do Anthrax, um entusiasta dos filmes de zumbi, aparece como um morto-vivo em um dos capítulos.
Mais do que considerações apronfundadas sobre o rumo da trama, após assistir ao primeiro capítulo desta segunda temporada, o que fica não é uma impressão consistente sobre o seriado, e sim duas perguntas – que vão durar pelo menos uma semana): de onde veio o tiro? E o que acontece em seguida? Se The Walking Dead é uma série de suspense, o capítulo de reestreia cumpriu muito bem seu papel.
Fonte: Terra
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