Norman Reedus fala sobre The Walking Dead e a relação de Daryl e Carol

Ele é a estrela de The Walking Dead, e alguns talvez o conheçam como ‘aquele sujeito de Santos Justiceiros’. Recentemente na Austrália para uma turnê promocional, Norman Reedus (também conhecido como o rei da crossbow, Daryl Dixon) conversou com a Time Out sobre o personagem que os produtores criaram exclusivamente para ele, sobre seu boneco de ação de 150 dólares e sobre Jennifer Love Hewitt. Naturalmente. Confira:

Então Norman, qual é a pergunta que todo fã faz sobre o Daryl?

Provavelmente é a “Você e a Carol vão ficar juntos?

Então: vocês vão ficar juntos?

Nunca diga nunca, eu tento fazer eles serem como duas pessoas que sofreram, e que gravitam na direção uma da outra. E se nós ficarmos juntos, não quero que seja algo indiferente. Eu quero que o Daryl fique meio envergonhado. Eu disse em uma entrevista que se nós ficarmos juntos, eu iria querer que ele tivesse ejaculação precoce e fosse chorar em um canto.

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Você já falou com os escritores sobre isso?

Sim. Eu acho que eles não vão me deixar fazer isso.

O seu personagem tem uma tendência a reagir de uma maneira diferente do esperado – e acho que uma ejaculação precoce se encaixaria perfeitamente nisso. No fim da metade da terceira temporada, por exemplo, quando Daryl ficou cara a cara com seu irmão Merle e com o Governador, aquele sujeito durão desapareceu.

Originalmente havia uma ideia na qual eu sairia gritando e lutando e mataria todo mundo. Mas eu faço muito isso, aquilo foi uma boa oportunidade para mostrar o relacionamento entre os irmãos, para brincar um pouquinho mais com isso do que com o medo do Governador ou da situação.

Todo mundo sabe que você fez os testes para o papel de Merle antes de os escritores criarem Daryl, que não estava nos quadrinhos, só para você. Você se lembra da audição?

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Me disseram que o Merle já tinha sido escolhido quando eu estava lendo as falas dele, o que me fez acreditar: ‘Será que ele disse não… ou estava ocupado?’ Então eu li duas falas diferentes de Merle que não estavam no piloto. Então fui de Nova York para Las Vegas e li as primeiras falas, aí eu voltei para Nova York e recebi uma ligação, e eles me disseram para ler essas outras falas de Merle, então eu pensei ‘Ótimo, talvez o cara não vá mais fazer o Merle, talvez eu consiga entrar e ficar com ele.’ Quando eu saí eles disseram que o produtor executivo Frank [Darabont] havia escrito um novo personagem.

E o personagem deu muito certo.

Foi um choque – o tanto de merchandising sobre Daryl que é feito e lançado é incrível para mim. Meu pequeno boneco de ação é vendido por mais ou menos 150 dólares e o dos outros é cerca de 15,95 dólares. Talvez minha mãe tenha comprado todos! [Risos] Eu fico muito agradecido.

Ele é um dos personagens mais complexos.

Ele não precisa ficar ali, ele não precisa deles para se proteger, ele consegue caçar sua própria comida e cuidar de si provavelmente de um jeito melhor do que todos ali. Mas o que o faz ficar ali é que ele está se tornando um homem que ele jamais teria a chance de ser se o mundo não tivesse caído. Eu sempre tentei interpretá-lo como se ele tivesse crescido em um mundo racista e relacionado à drogas, e que ele estivesse envergonhado disso. Tipo, ‘Eu não quero usar drogas, eu não quero falar desse jeito, eu quero viver em um mundo normal.’ Acho que ele está descobrindo esse novo senso de valor próprio sabendo que as pessoas dependem dele. Eu não acabei com ele ainda. Há muitos caminhos pelos quais esse cara pode ir. Ele não tem nenhum tipo de fim predestinado. Eu sinto que estou só começando.

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Uma das coisas notáveis em The Walking Dead é que sempre saem notícias sobre o que acontece por trás das cenas – escritores sendo demitidos antes da segunda temporada, o showrunner Glen Mazzara saindo recentemente… Seria isso um monte de gente apaixonada por um projeto que leva à essa tensão?

Na verdade não há muito tumulto e nem muitas discussões por trás das cenas, que eu saiba. Nós filmamos na Geórgia, e lá nós estamos em uma bolha. Não estamos em um estúdio, não há agentes e gerentes falando conosco o tempo todo, ou outros atores, não há baladas estilo Los Angeles para nós descontrairmos depois de tudo feito. Nós estamos no meio do mato e acho que isso nos deixou mais próximos, no começo com Frank e depois com Glen. É tipo ‘Isso é nosso, e nós estamos tentando manter isso o mais fiel possível à história e aos personagens.’

E não há nenhum elo fraco em nossa corrente. Tudo se encaixa e eu agradeço aos atores e a equipe que me aconselham durante as cenas. Sabe aquela cena da facada voadora na cabeça? Foi uma ideia do nosso operador de câmera. Nós simplesmente fizemos e todos amaram. Nós cuidamos uns dos outros… Supostamente eu não posso cortar meu cabelo até Abril, então eu estou deixando ele crescer, e Andy Lincoln me mandou um email que me irritou, porque ele cortou o cabelo, e nós tínhamos apostado 5 dólares em quem resistiria mais, então ele está me devendo. Eu vou cortar meu cabelo o mais curto possível o quanto antes só para encher o saco dele.

Eu jamais te irritaria. Você é mesmo tão bom com aquela crossbow?

Eu estou muito bom! O problema com a crossbow é que você não pode dispará-la em cena – é uma flecha digital. No set, tem tipo uma crossbow abobada sem tensão na corda que atira cerca de um metro e meio. Parece que a flecha sai voando, mas só avança esse pequena distância. Mas nossos experts em armas nos levam a campos de tiro e eu pratico com a crossbow e com armas só pra entender o que eu estou fazendo. Eu sempre roubo a crossbow, o que os irrita, mas eu fico tipo ‘Eu estou em um avião, você não vai conseguir pegar ela de volta!’(Mas na verdade eu dirijo da Geórgia até NY.) Eu tenho três crossbows na minha parede.

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Você tende a interpretar caras durões: Daryl, seus papéis em Blade:II e Santos Justiceiros. Você nunca quis fazer uma comédia romântica estilo Reese Witherspoon?

Minha mãe sempre fala: ‘Por que você não faz um romance com Jennifer Love Hewitt?’ E sabe, eu recebi uma proposta para trabalhar em um filme com Sigourney Weaver e Jennifer Love Hewitt

Em Doce Trapaça?

Eu não vou deixar o fato de você saber isso ficar contra você. Mas meu agente me ligou e disse ‘Te ofereceram um trabalho em um projeto com Jennifer Love Hewitt.’ E eu disse literalmente ‘O que? Eu estupro ela? Eu a mato? O que eu faço?’ E ele disse ‘Não, você será o namorado bonzinho’, e eu reagi meio que ‘Ah, eu não sei.’ Agora eu acho que deveria ter feito o filme. A Jeniffer é linda – eu poderia ter ficado com ela.


Fonte: Time Out

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Jessica Storrer

Estudante de Comunicação, professora de Inglês, staff esporádica e zombie killer nas horas vagas. Tenho pavor de políticos, aspargos e portas giratórias. Sou doente por seriados, pela estrada, por mapas, por Stephen King e por culturas novas.

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