Entrevista
Nove perguntas sobre zumbis e maquiagem para Greg Nicotero
O site Nerdist, responsável pelo mini documentário Fangoria’s Blood & Guts realizado pelo guitarrista da banda Anthrax e fã do gênero terror, Scott Ian, entrevistou Greg Nicotero, o maquiador de The Walking Dead, que se mostrou bom com as respostas e com os cadáveres.
Nerdist: Qual seu momento de “sangue e entranhas” favorito das telonas?
Greg Nicotero: O “Madrugada dos Mortos” original (Despertar dos Mortos, 1978), sem dúvidas. Não tinha nada como aquilo na época, e na minha opinião, nunca fica ultrapassado pelo puro efeito surpresa. A grande ofensiva das maquiagens zumbis, barulhos e mordidas mudaram para sempre (e continuam mudando) as maquiagens e os filmes de terror.
N: Quem acumularia mais mortes: Chris Hardwick zumbi ou Scott Ian zumbi?
GN: Scott em um segundo. Ele provavelmente jogaria o Chris na primeira onda de zumbis que viessem na direção deles para fazer uma fuga esperta.
N: Seu mentor Tom Savini dirigiu um bom remake de “A Noite dos Mortos-Vivos”. Você já teve vontade de fazer um trabalho dessa dimensão?
GN: Sim, por que não? Tenho que dizer que estou muito mais interessado em desenvolver um material original do que fazer um remake… e ter dirigido vários episódios de The Walking Dead, isso está me dando uma ótima oportunidade de filmar zumbis e me tornar mais experiente em direção ao mesmo tempo.
N: Fazer maquiagem mais realística (como no filme Inimigos Públicos) é mais fácil ou mais difícil do que fazer maquiagem de monstros, zumbis, e essas coisas?
GN: Monstros e criaturas me dão mais liberdade para usar a imaginação e criatividade. Animais falsos são bem difíceis de fazer pelo fato de as pessoas verem eles quase todos os dias e notarem as diferenças, já nas criaturas vocês pode desenhar e criar toda uma fisiologia e anatomia.
N: O que nas maquiagens te chamou a atenção inicialmente? Como você se envolveu?
GN: Eu amava os clássicos Monstros da Universal, Guerra dos Mundos, A Máquina do Tempo, coisas do tipo. Harryhausen… eu amava todas aquelas coisas que cresciam. Dou mais créditos a Famous Monsters, Aurora e Castle Films. Eu tive sorte em conhecer George Romero através de meu tio, que era um ator pequeno de Pittsburg e foi capaz de transformar isso em um estágio para mim em Dia dos Mortos (1985) com Savini. Em 4 anos eu me mudei para LA e comecei o KNB.
N: Qual o projeto em que teve que trabalhar que foi mais desafiador? Por que?
GN: Cada projeto é um desafio diferente por vários motivos: duração, orçamento, acesso ao elenco e diretor. Sempre luto para nosso trabalho parecer novo. Tudo é muito examinado hoje; muito mais do que quando eu era mais jovem, antes da invenção do vídeo, DVD e da internet. Sinto muito orgulho do que a KNB fez, mas há alguns para se dar um destaque de verdade. Sin City – A Cidade do Pecado, The Walking Dead, Uma Noite Alucinante, Bastardos Inglórios.
N: Alguma coisa ainda o assusta ou você desenvolveu uma tolerância devido seu trabalho?
GN: De vez em quando algo pode me assustar, mas não o que você imaginaria. Eu odeio aranhas! Sangue e cadáveres não me assustam, e sempre fui fascinado por biologia e até já pensei em seguir os passos do meu pai como médico quando mais novo.
N: Você sempre foi fã de filmes de terror? Quais suas produções favoritas?
GN: Claro que sim! Tubarão, O Despertar dos Mortos, O Vampiro da Noite, Godzilla, A Profecia, O Exorcista, O Planeta dos Macacos, Desafio do Além, e poderia continuar…
N: Que conselho você daria para alguém que quer se envolver com o trabalho de maquiagem?
GN: Faça sua pesquisa. Existem várias informações ricas por aí; muito mais do que quando eu era mais novo. Se concentre na técnica e na forma e não se apaixone por derramar sangue em tudo. Minha experiência com anatomia me ajudou a deixar tudo mais orgânico e real. Fotografe tudo e nunca tenha medo de testar e retrabalhar: o refinamento faz um ótimo trabalho final.
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Fonte: Nerdist
Tradução: @oavilasouza / Staff WalkingDeadBr