Na estréia da temporada de The Walking Dead, a vez de Norman Reedus como Daryl Dixon, o volátil e sutilmente empático irmão mais novo do sociopata Merle Dixon (Michel Rooker), fez o personagem cheio de espinhos ser um grande destaque. Um caçador habilidoso sem nenhum outro lugar para ir, Daryl relutantemente ocupa o seu lugar vivendo entre o pequeno grupo de sobreviventes incluindo Rick Grimes (Andrew Lincoln) e sua família. No final da primeira temporada, Daryl e o resto do grupo escaparam para sobreviver do complexo CDC em Atlanta, o qual estava programado para se auto-destruir. Com o retorno da série, Reedus conta para o Snakkle porque matar zumbis é um trabalho tão bom.
Snakkle: Depois de passar dois verões matando zumbis, você realmente acredita em fantasmas ou coisas sobrenaturais que aparecem no meio da noite?
Norman Reedus: Eu realmente acredito. Acho que definitivamente eles estão por ai. Eu estou morando em um loft em Georgia, onde estamos gravando a série, que é supostamente assombrado. Eles continuam me dizendo que lá é assombrado e eu continuo ouvindo estalos durante a noite e coisas caindo das prateleiras, mas eu normalmente só rolo para o outro lado e tenho alguma explosão verbal como “Droga, eu preciso dormir!”
Snakkle: Considerando que você passa muito tempo os matando, você já achou a sua criação zumbi favorita?
Reedus: [O criador de efeitos especiais] Greg [Nicotero] e sua equipe fizeram um zumbi em particular que é realmente nojento. Eu não posso dizer exatamente o que esse zumbi é, apenas que ele era enorme e molhado. Ele tinha partes que se moviam de jeitos que não deveriam se mover. É bem repugnante. Acho que está no episódio 7.
Snakkle: Os zumbis no set alguma vez já te assustaram?
Reedus: Greg e sua equipe são tão bons no que fazem que eles definitivamente parecem reais. Eles não são nada bregas – nunca. Especialmente de perto, é aterrorizante.
Snakkle: Como você faz para entrar na pele de Daryl?
Reedus: Eu estou tentando interpretá-lo como se fosse uma criança. Ele não é muito eloqüente com qualquer coisa que possa ser tocante para ele ou para alguém com quem ele está falando. Ele é como uma cobra, ele não vai diretamente a você, ele vai espreitá-lo e então atacar. Você pode notar que em quase todas as cenas com o grupo todos estão parados, enquanto Daryl está sempre se movendo. Ele não fica muito parado porque ele é um cara que realmente não consegue demonstrar o que sente.
Snakkle: Você acha que tem qualquer coisa em comum com Daryl?
Reedus: Eu meio que também sou emocionalmente traumatizado. Eu acho que no sentido de família porque eu não cresci junto com a minha família, então eu entendo a importância de tentar reconectar esse vínculo. Eu sou socialmente estranho também, para ser honesto. Eu fico nervoso e quero sair escondido para fumar um cigarro e escapar. Eu também gosto de solucionar problemas e não os ficar remoendo. Eu gosto de armas também!
Snakkle: Vamos descobrir nessa temporada como Daryl e Merle se tornaram tão traumatizados e com tanta raiva do mundo?
Reedus: Vão ser reveladas algumas coisas sobre a infância do Daryl, sobre sua família, que são bastante deprimentes. Isso vai fazer você entender por que ele tem um irmão mais velho tão canalha como o Merle, por que ele se mantém leal e precisa dele. Você vai ver algumas razões dele ser tão conectado ao Merle e por que ele teve algumas conexões emocionais com certas pessoas, e não é o que você pensa.
Snakkle: A primeira temporada foi a origem da história para a série. Como você caracteriza a segunda temporada?
Reedus: Bem, ela volta com a mesma energia com que a última temporada terminou; é uma energia frenética. Vamos continuar assim até talvez o terceiro episódio e então encontramos um lugar onde todos podem assentar. E uma vez que paramos, começa o drama mais carregado emocionalmente. Mas a coisa desta série é que do nada – e não só com zumbis pulando em você – a energia volta com força total.
Snakkle: Como você se sente ao ser imortalizado como um boneco de ação da série?
Reedus: É ótimo! Quando eu o vi na estréia em Los Angeles semana passada, ele parece igual a mim! É meio assustador. Eles fizeram um ótimo trabalho. Parece uma pequena peça de arte.
Snakkle: Daryl é um personagem original que não saiu dos quadrinhos de Robert Kirkman. Kirkman diz que pensa em colocar Daryl na HQ, logo isso é um grande elogio.
Reedus: Toda vez que eu o vejo eu pergunto quando vou estar nos quadrinhos. É uma honra ajudar a criar um personagem que ele vai adicionar à sua épica HQ. Eu ficaria tão feliz de estar nos quadrinhos. Meu filho de 12 anos daria cambalhotas. Eu fui buscar meu filho na escola ano passado e ele estava com um sorriso gigante no rosto. Eu perguntei o que tinha acontecido e ele disse que alguns alunos mais velhos foram perguntar se o pai dele estava em The Walking Dead. Eles disseram que amaram o Daryl, e agora meu filho tem algum crédito com os mais velhos. Se o Daryl acabar indo pra HQ, ele pode conseguir ainda mais crédito.
Snakkle: Vamos ver Daryl ficar mais suave nessa temporada e criar laços com sua nova família?
Reedus: A atitude dele vai e volta. Acho que o está acontecendo é que o grupo está mostrando que o valoriza e depende dele também, ele está sentindo um sentimento de auto-valorização. Eles precisam dele, e a sua atitude está mudando porque o querem no grupo. Algumas vezes é muito tocante. O que é interessante em interpretar o Daryl é que eu posso partir desse lado para o outro lado totalmente extremo dele de novo. É interessante vê-lo ir e voltar e lidar com questões adultas e com a violência.
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Fonte: Snakkle
Tradução: Lilian Dias / Staff WalkingDeadBr
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