A atriz de voz Melissa Hutchison tem a experiência de interpretar Clementine nos jogos de The Walking Dead da Telltale Games, e tem sido uma jornada louca que incluiu um prêmio de Melhor Humana Feminina do Spike VGA e uma nomeação para um BAFTA, a premiação britânica que equivale ao Oscar. A site Examiner conseguiu a oportunidade de conversar com a atriz na Dragon Con, que terminou segunda-feira, sobre interpretar a Clem, as decisões que os jogadores são obrigados a tomar e qual caminho ela acha que a garotinha tomará.
Hutchison também participou de dois painéis do The Walking Dead na Dragon Con, que aconteceu no centro de Atlanta, onde revelou como o final do Episódio 5 a deixou com mal humor, mas ainda sim foi sua participação favorita no jogo com a cena do trem, onde Clementine e Lee tiveram um momento de conexão.
Ela já era fã da série de TV de The Walking Dead antes de conseguir o papel no jogo e se tornou uma fã dos quadrinhos também.
AVISO: Contém spoilers abaixo para aqueles que não completaram o jogo.
Você está gostando da Dragon Con até agora?
Hutchison: Eu estou, como falo isso? É como se fosse um momento “UAU”. A cada cinco minutos que passa eu estou tipo “UAU!” Estou amando. Está meio que explodindo minha mente. É muito legal. Eu só estive em duas convenções pequenas antes dessa, então é um grande dia. Estou tão psicótica para ver todas essas pessoas fantasiadas, e eu conheci o R2-D2 e isso meio que fez minha vida. Estou sendo abençoada. Estou encantada por estar aqui. E impressionada por ter demorado tanto para vir.
Então você só participou de duas a três convenções?
Hutchison: Sim, e pequenas e locais, em São Francisco.
Estou surpreso que ainda não participou de nenhuma Comic-Con.
Hutchison: É, como isso aconteceu? Eu tentei conseguir o passe profissional ano passado e tinham tantas grades que eu tive que pular e isso me deixou sobrecarregada e… Não sei… Eu falhei. Falhei bastante. Mas ano que vem eu consigo!
Já faz quase mais de um ano desde que o primeiro episódio de The Walking Dead foi lançado. Na sua imaginação mais fértil, você esperava que houvesse esse tipo de reação?
Hutchison: Não mesmo. Na verdade, eu estou tão… Eu não sei aonde me encontro na minha mente tão protegida… Eu sei que os jogos ganharam prêmios, mas como uma atriz, ganhar prêmios e ser nomeado para prêmios me deixou pensando “O que está acontecendo?”. Tipo, ai meu Deus. Ganhar o VGA foi um momento surreal para mim e eu ainda penso muito sobre isso. Minha cabeça ainda está envolvida nisso. Foi a experiência mais incrível de todas, basicamente. Eu me sinto completamente grata por fazer parte desse projeto e ainda acho que estou sonhando às vezes.
O sucesso de The Walking Dead abriu mais oportunidades para você como uma atriz de voz?
Hutchison: Com certeza. Acho que meu nome ganhou reconhecimento, e como uma pequena dubladora de voz de São Francisco, é difícil reconhecer esse sucesso. Eu não moro em Los Angeles agora, e a indústria é bem pequena por aqui. É muito legal colocar minha bandeira no mercado de voz pelo mundo inteiro e conhecer pessoas que admiro, e que já ouviram falar de mim. É bastante impressionante.
(primeira imagem da segunda temporada)
The Walking Dead tem muitos personagens da série de TV e vários personagens estabelecidos do livro. Agora há esse novo elenco dos jogos. Houve alguma preocupação sobre como os fãs iriam aceitar esse novo elenco?
Hutchison: Sim, houve. Na verdade, eu estava interessada em saber como iriam reagir porque quando as pessoas amam personagens, incluindo eu mesma quando assisto a programas, as vezes quando alguém é introduzido você pensa, “Não sei se vou gostar disso.”
Acho que os roteiristas desse jogo são insanamente talentosos e realmente criaram a par… foi o The Walking Dead. Então não foi como uma ramificação estranha que eles obviamente não estragaram. Eles acertaram em cheio nos personagens e as pessoas realmente gostaram, graças a Deus.
Também foi a situação que o enredo da história levou aos jogadores. Houve uma cena no celeiro do episódio 2 onde Lee tinha que escolher entre matar ou deixar os irmãos de St. John viverem. Mas ele não sabia que Clementine estava vendo eles. Eu escolhi matar ele achando que ela não estava lá, mas aquela cena fez me sentir um pai terrível.
Hutchison: Esse é o poder e efeito desse jogo. É meio inovador porque realmente fez com que as pessoas tomassem essas decisões pessoais e serem afetadas com as decisões que fizeram. Não foi somente um “bang bang”… Eu não estou tentando dizer que todos os jogos estão errados, mas esse é realmente o primeiro jogo desse tipo que envolveu as pessoas e levou as emoções delas e fez com que se sentissem terríveis.
Você está na indústria desde 2002 com Superman: Homem de Aço. Nesse tempo, como você vem vendo a indústria mudar para os atores de voz?
Hutchison: Os roteiros em geral se tornaram mais carnudos. Há bem mais cenas cortadas e muitos diálogos. Antes dos jogos, falávamos apenas uma linha rápida, ou grunhidos e gemidos ou sons de morte. Agora há realmente parcelas longas de diálogos. É bem legal porque a maioria de nós que entra na carreira de ator de voz, especialmente de animações e jogos, esperamos isso. Nós realmente queremos ser capazes de atuar e ter bastante trabalho, crescer com nossas emoções e crescer com o personagem. Os vídeo games de hoje em dia basicamente transformam as séries em animações, especialmente algo como The Walking Dead.
Você vê os jogos em geral se tornando mais maduros e com linhas de história chegando ao nível de séries de TV e filmes?
Hutchison: Sim, definitivamente. Eu acho que já está passando por uma metamorfose. Não estou dizendo que The Walking Dead já alcançou esse nível, mas acho que as pessoas estão vendo o efeito disso e como as pessoas gostaram de jogar os jogos com uma profundidade como essa.
Obviamente, você está trabalhando na segunda temporada e não pode falar sobre isso, mas, na sua opinião, qual rumo você espera para Clementine como personagem?
Hutchison: Espero que eles não a matem. Eu quero que ela continue viva. De verdade, eu não estou brincando. Não tenho nenhum controle sobre isso, mas, você sabe, não a matem.
Gostaria de vê-la sobrevivendo e crescendo, e se tornando mais forte, ganhando sua independência e se tornando uma ótima personagem feminina de vídeo game. Quão legal é isso? Não há muitas por aí. Há bastante pessoas que já amam muito a Clementine.
Tirando a Clem, qual é seu personagem favorito ou jogo até agora?
Hutchison: Eu realmente gostei de trabalhar em Back to the Future com a Telltale Games porque eu interpretei Trixie Trotter e fui capaz de cantar bastante, já que ela era uma cantora de boate.
Um milhão de anos atrás, eu fiz a voz de Pandora em Death Jr. 2. Eu digo isso e as pessoas provavelmente pensam “O que? Qual jogo?” Esse foi um papel bastante legal, pois ela era somente uma pequena bombinha sarcástica.
Você está atualmente trabalhando em um programa de animação chamado Space Racers. Você pode contar um pouco sobre o programa e seu papel nele?
Hutchison: Sim, eu estou com alguns papéis. Sou Ava, que é a voz de um computador que todos os Space Racers confiam para receber informações, e também sou Starling, o mais jovem dos Space Racers. Acho que será transmitido na PBS. Será para o público infantil, os escritores do programa são super criativos e espertos… quase tem um humor meio Duck Tales só que não é Duck Tales porque são espaçonaves e é totalmente diferente. Mas todos os atores tem um talento surpreendente e não será um daqueles programas que os pais irão querer que nunca tivesse existido porque eles odeiam e não aguentam ouvir. Será muito, muito legal e estou ansiosa para o lançamento dele.
O jogo de The Walking Dead lançou cinco episódios ao longo de 2012, e a Telltale disse que está mirando este outono para lançar a segunda temporada.
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Fonte: Examiner
Tradução: @LaisYes / Staff Walking Dead Brasil
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