Com a segunda temporada de The Walking Dead encerrada, o Daily Dead conversou novamente com o diretor da série, Glen Mazzara, sobre o ritmo e as alterações na temporada.
AVISO DE SPOILER: Discussão sobre o final da segunda temporada, não leia se você não terminou de assistir. Há também alguns spoilers dos quadrinhos, que estão relacionados a eventos da segunda temporada.
Queria começar discutindo a segunda temporada inteira. Meu entendimento é que os escritores do programa tentaram mapear a temporada como uma peça. Você acha que é melhor para as pessoas assistirem a temporada inteira de uma vez?
Glen: Sim. Penso que a maioria dos programas de TV a cabo ficam melhores em DVD, quando a audiência consegue assistir em uma semana ou duas. Muitos programas de TV são mais lentos por causa das interrupções de comerciais. Isso se encaixa perfeitamente na primeira metade da segunda temporada de The Walking Dead. Ficaria surpreso se as criticas sobre o ritmo da segunda temporada forem embora quando as pessoas ficarem empolgadas vendo vários episódios de uma vez no DVD.
Você assumiu o cargo de diretor de The Walking Dead em alguns episódios da segunda temporada. O que aconteceu, o plano original para a segunda temporada mudou?
Glen: Eu mudei o plano quando assumir o cargo de diretor. Queria acelerar a história. Matar Dale foi minha ideia sob direção dos roteiristas, o que foi algo que nunca tinha sido discutido antes. Rick matar Shane com uma faca em vez de Carl atirar nele, como acontece nos quadrinhos, foi nossa ideia. Também foi nossa ideia introduzir Michonne e a prisão no episódio 13. Nós mudamos a morte de Shane para o episódio 12 em vez do 13. Dado o fato que a morte de Shane foi divulgada em várias contas, estou feliz que fizemos isso.
Vamos falar sobre outras mortes. Você pode me falar porque decidiu matar Sophia tão cedo, mesmo ela ainda estando viva nos quadrinhos?
Glen: Isso foi ideia da equipe original que levaram adiante. Sentimos que foi uma grande recompensa emocional, e foi algo que todos os roteiristas concordaram.
Você acha que perdeu algo por não ter mais a Sophia para interagir com Carl no futuro?
Glen: Sentimos que a linha da história nos deu a oportunidade de fortalecer nossos personagens, colocando-os embaixo do microscópio e os examinando. A única coisa que queríamos fazer nessa temporada era ter certeza que estávamos contando uma história sobre nossos personagens e não uma ação de zumbis toda semana.
Então pensamos que o dilema de uma garota perdida era muito interessante e colocava todos os personagens para agir. Nós acreditamos nessa história, mas infelizmente o fim foi matar Sophia. Sentimos que ganhamos bem mais a matando tão cedo em relação à história em quadrinhos.
Isso é algo que ouvi falar de Dale. Você disse que tem um distanciamento sobre sua morte e não estava interessado em matar personagens a não ser que houvesse uma recompensa emocional para a história.
Glen: Teve um evento na história em quadrinhos que eles abriram o celeiro e os zumbis abateram a família de Hershel. Precisávamos mudar isso, não podemos só pegar eventos dos quadrinhos e dramatiza-los com clareza, então precisamos colocar nossa mudança em qualquer evento das HQs.
Por exemplo, colocamos nossa própria mudança na introdução de Michonne e na morte de Shane. Gastamos muito tempo nisso com Robert, e somos imensamente familiares com o trabalho dele. Isso é algo que trabalhamos juntos e apresentamos como uma frente unida para a AMC. Não recebemos nenhuma direção da AMC sobre o que usar e não usar. Somos nós, como artistas, tentando trabalhar com um material muito denso e fazendo ele se tornar nosso.
Acho que é interessante para a audiência das HQs porque eles não sabem exatamente o que esperar.
Glen: Acho que a audiência das HQs está tão sem rumo e cheios de suspenses como aqueles que não leram os quadrinhos. Ninguém sabe o que está por vir, exceto os roteiristas, e isso é empolgante. Em um programa onde há um grande apetite por informações, spoilers, e vazamentos, nós precisamos ter certeza que estamos lidando com expectativas de pessoas, e disponibilizando uma história satisfatória que vai contra o esperado.
Sabendo o que sabe agora, tem alguma coisa na segunda temporada que você faria diferente ou que acha que não funcionou?
Glen: Serei honesto, fiquei surpreso com as criticas de que o programa estava lento na primeira metade da temporada. Nós todos ficamos surpresos com isso. Algumas pessoas disseram que era como assistir a tinta secar, mas não consigo pensar em nenhum episódio chato. Está sendo divertido para nós trabalhar com a expectativa do público. O interessante sobre o programa é a empolgação do público, que desperta a emoção das pessoas, elas agem como fanáticos por esporte e são muito apaixonadas e dedicadas.
O que mudaria? Há provavelmente duas cenas que poderia reescrever, mas no geral, estou muito orgulhoso que todos se uniram em torno do material e agiram como uma equipe para fazer um programa bastante dinâmico, e acho que durará por anos. Especialmente considerando o fato que tivemos uma mudança de líder e isso foi uma surpresa para todos, incluindo eu.
Vejo os últimos episódios e me orgulho mais deles do que tudo que já fiz. Vejo essa temporada como um sucesso. Agora que trabalhamos nas partes destorcidas, como faria em qualquer programa, estou ansioso para continuar. Então o que eu mudaria? Não sei, porque acho que tudo é um processo.
Acho que parte da crítica vem do fato que nunca fizeram um programa de zumbis antes, e pessoas não sabem o que esperar.
Glen: Estamos num território novo. Houve algum programa de horror que não era uma antologia? Não consigo pensar em um. Então isso é um novo território para nós e o interessante sobre The Walking Dead é que você tem 3 formas diferentes de mídia convergindo em um modo que nunca foi feito antes na TV. Você tem um programa a cabo para o público adulto, um romance gráfico, e tem um fundo forte de filme de terror. Essas três coisas estão intersectando de uma forma única nesse programa e eu não posso pensar em nada no horror que seja conectado desse jeito.
Se existe episódios particulares que são desequilibrados ou inclinam mais para um lado que outro, é porque esse é um programa difícil de escrever e achar um equilíbrio. Penso que conseguimos o equilíbrio no final da temporada, mas não acho que isso desconta alguns episódios como Nebraska, que não teve muita ação zumbi.
Então acho que no final da corrida, como você estava dizendo, todos os fãs estarão satisfeitos, porque teremos uma história satisfatória. É concebível que poderia ter um episódio de The Walking Dead sem nenhum zumbi. Não vou dizer que farei, mas é concebível se o drama for interessante o suficiente.
Como disse antes, a questão da estimulação irá desaparecer quando as pessoas transmitirem no Netflix ou assistirem o programa no DVD. Quando você assiste os episódios um atrás do outro, poderá mudar a experiência de visualização.
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Fonte: Daily Dead
Tradução: @LaisYes / Staff WalkingDeadBr
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