Para uma série de TV cujo principal antagonista serve de constante lembrança da crescente inevitabilidade da morte, “The Walking Dead” certamente está com pressa em surpreender sua audiência, pelo menos de acordo com o produtor Glen Mazzara. “Primeiro, já estamos empenhados na gravação, e segundo, as pessoas ficarão surpresas”, foi o que Mazzara disse dos primeiros cinco minutos da terceira temporada.
“A audiência terá de acompanhar e entender o que tudo isso significa. Assim, espero que fique misterioso e provocante o bastante para vocês, mas acredito que o público perceberá que estamos de volta com tudo.”
Mazzara diz sentir que a série, como um todo, desenvolveu uma espécie de movimentação contínua – aonde ela vai parar precisa ser menos explicado e explorado que aceito. “Acho que encontramos nosso ritmo, e estamos correndo e atirando nesta temporada – apenas acho que é o que funciona para nós”, ele disse. “E ela é sobre tomar uma atitude nesse mundo, e os personagens já se conhecem, e por isso não há mais debates sobre o que esse apocalipse significa. Agora a questão é ‘o que vamos fazer em relação a isso?’ Isso faz com que nossas personagens se tornem muito, muito ativas, e elas tomam decisões e nem todas essas decisões funcionam.”
A Prisão
No final da segunda temporada da série sobre o apocalipse zumbi, Rick Grimes (Andrew Lincoln), o líder não-oficial, e seu pequeno grupo de sobreviventes descobrem uma prisão abandonada – local que, de acordo com Mazzara, é perfeitamente adequado a alguns cenários dramáticos, principalmente porque ele e Gale Anne Hurd, produtora executiva, insistiram que ele fosse realista até os mínimos detalhes.
“Queríamos construir algo que parecesse o mais duro e realístico possível,” disse Mazzara. “Essa não é uma prisão lustrosa, brilhante e legal. Ela é assustadora, e parece real… e isso se encaixa muito bem na estética áspera que os fãs aprenderam a esperar de nossa série.”
“Aquela prisão tem um quê de casa mal-assombrada,” ele disse, indicando as possibilidades de narrativa a serem exploradas. “Há desafios dentro dessa prisão, que não é tão segura como todos pensam – diremos apenas isso – e isso envolverá sacrifícios.”
O Governador
No início deste ano, David Morrisey (“Instinto Selvagem2”) uniu-se ao elenco como o Governador, um personagem cuja presença na série é prenúncio de novos conflitos, o que se deve, e muito, à sua vil representação na HQ. Morrissey diz entender as razões de seu personagem, embora não concorde necessariamente com elas.
“Acho que ele acredita que suas ações são por uma boa causa. Algumas pessoas têm perguntado sobre ele ser mau, e não poder realmente interpretar isso. Eu certamente não posso – eu simpatizo com meu personagem, mas não tenho que concordar com ele, ou particularmente gostar dele, mas tenho de simpatizar com ele para compreender aquilo pelo que ele está passando.”
“Mas nós veremos – existem voltas e reviravoltas a acontecer,” Morrissey continua. “No momento estou gostando demais de interpretá-lo, embora não saiba o que isso diz sobre mim.” Enquanto isso, o ator revela que foi absorto pela HQ de “The Walking Dead” – e não apenas à procura de detalhes sobre seu personagem. “No começo, eu comecei a ler pensando, ‘é uma boa pesquisa,’ mas logo eu esqueci isso e apenas li como a grande história que é.”
Michonne
Morrissey não é a única novidade no elenco. Danai Gurira (“O Visitante”) foi encarregada de interpretar Michonne, uma sobrevivente durona e dona de uma katana cuja primeira aparição foi como um vulto encapuzado que arrasta consigo dois zumbis sem braços – *SPOILER*seu namorado e o melhor amigo dele, bem notável*SPOILER*. Gurira revela que foi muito excitante, entrar em uma série onde o desenvolvimento de sua personagem era mais misterioso que nos filmes nos quais trabalhara.
“Tenho trabalhado mais com filmes e teatro, então eu sei exatamente onde a personagem vai parar, e posso acertar precisamente o que esses momentos são,” ela diz. “Na série, você não sabe o que o próximo episódio trará para você. Então você se ajusta e se adapta constantemente – é como a vida. É empolgante quando o roteiro é excitante assim, o que é o dom da série.”
Embora note semelhanças entre ela e sua personagem, Gurira diz que tem focado seus esforços em delinear que eventos transformaram Michonne na mulher fortíssima que ela se tornou. “Acho que me incluo no estilo ‘garota durona’ em minha vida – em como ela ficou tão forte ,” disse Gurira. “É tudo sobre quem você seria em uma situação tão horrível. É essa questão sobre quem você se tornaria, então há uma lógica interessante sobre quem ela se torna baseada no mundo em que ela vive e no trauma que sofre. Quando você escolhe não ser a vítima em um mundo tão hostil, no que você se transforma? E, para mim, aquilo em que ela se transformou é incrivelmente lógico.”
Andrea
Laurie Holden, que interpreta a muito criticada Andrea, diz que o estendido arco de um personagem de série de TV lhe permite explorar o comportamento humano de um modo complexo e honesto, ainda que isso signifique, também, um modo menos simpático.
“Por ser uma série sobre a sobrevivência, ela explora o conceito de humanidade, e nem sempre você age da melhor maneira,” disse Holden. “Andrea era odiada no show – por um tempo, ela foi a personagem que o público mais queria ver devorada por zumbis. Mas você precisa confiar no processo, que você pode ir do suicídio ao fortalecimento, e na jornada através disso.”
“Em alguns momentos você é a personagem mais odiada da série, e em outros as pessoas estão torcendo e desejando que você saia da floresta,” ela observa. “Então isso é instável e um processo em constante mudança, e nós, como seres humanos, também estamos em constante mudança, eu acho.”
Sobre Matar Personagens
Em uma série onde a ameaça dos zumbis está em todo lugar, igualmente constante é a possibilidade de algum personagem ser vítima de um ataque dos mortos-vivos. Mazzara diz que, embora ele e os autores queiram manter o público na pontinha dos pés, eles não simplesmente detonam personagens para ser sensacionalistas.
“Isso é algo que levamos muito a sério,” ele insiste. “As pessoas ficam muito envolvidas com esses personagens, nós nos importamos com eles, por isso é difícil quando chamamos um ator e dizemos, ‘Desculpe, mas vamos ter de detonar seu personagem.’ Mas temos que fazer o que é melhor para a série, e as pessoas estão, sim, a par de que ninguém está seguro.”
“Há uma versão desse tipo de série que você assiste e diz, ‘Ah, eles não vão matar esse personagem – eles não fariam isso.’ Isso acontece muito na TV. Eu não acho que essa série seja assim. Acho que tomamos decisões ousadas e nós levamos isso muito a sério.”
Metáforas Zumbi
Não obstante sua crescente presença como um oponente físico, zumbis há muito servem de metáfora a temas maiores – o efeito entorpecente do comercialismo extremo, por exemplo, ou a manifestação física de forças culturais das quais as pessoas se sentem incapazes de escapar. Gurira admite basear-se, às vezes, em questões do mundo real para encontrar o fio da meada das motivações e do comportamento de sua personagem.
“Gosto de partir de um nível macroscópico, e então ir ao microscópico,” ela disse. “Às vezes isso faz com que tudo pareça mais familiar a mim. Uma das coisas que realmente me conectava ao mundo enquanto me preparava para meu teste, quando eu o estava assistindo, era o fato de ele me lembrar a zona de guerra liberiana, com a qual eu estava familiarizada pelas minhas pesquisas como dramaturga. Quando posso conectar isso a algo em minha própria humanidade, então posso trazê-la à dinâmica do papel.”
Embora pareça que há sempre mais monstros para representar os medos e preocupações da audiência na telinha, Holden acha que os zumbis têm um lugar especial em nossa cultura por oferecerem uma personificação física de preocupações intangíveis, permitindo aos espectadores simular uma fuga – ou mesmo destruir essas forças que os oprimem em suas próprias vidas. “Eu realmente acho que isto está no espírito de nossa época por causa dos problemas da economia,” disse Holden. “A razão pela qual isso é um fenômeno mundial é porque há pontos relevantes aqui, e estamos sobrevivendo.”
“Zumbis são uma metáfora para isso. São algo tangível no qual as pessoas podem se agarrar e é real. Estamos vivendo com tantas coisas incertas, então é divertido olhar para os zumbis e dizer, tudo bem, sabemos o que é isso – tem um rosto. E eu acho que as pessoas podem se identificar com os aspectos primitivos deles, pois acho que nós mesmos estamos meio que nos tornando primitivos.”
“A coisa está se desmanchando num nível universal,” ela reconhece. “E então temos esses zumbis fofos que são tão divertidos.”
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Fonte: Indie Wire
Tradução: Marcelo Trouillet / Staff WalkingDeadBr
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