Em entrevista ao Comicbookresources, Robert Kirkman, revela curiosidades sobre a primeira temporada, comenta a segunda e acaba comparando a HQ com a série em diversos ângulos e planos futuros. Confiram a segunda e última parte dessa entrevista! A 1ª você pode conferir, clicando aqui.
Cuidado: contém Spoilers a respeito da primeira temporada de “The Walking Dead”.
O homem da lei Rick Grimes e seus colegas sobreviventes ao apocalipse zumbi com certeza já viram dias melhores, mas para os fãs de “The Walking Dead” os dias nunca estiveram tão bons. Não apenas as HQs de Robert Kirkman e Charlie Adlard continuam a serem publicadas, quanto a adaptação para a TV de “The Walking Dead” estreou há menos de dois meses com muito mais comentários e sucesso comercial que poderia se imaginar. Além das críticas positivas à nova série da AMC, “The Walking Dead” também mantém a distinta posição de série de TV a cabo mais assistida do ano. Obviamente, os mortos continuarão apodrecendo pelas telas de TV pelo mundo em muitos anos por vir.
Com a primeira temporada de “The Walking Dead” sob nossos cintos, a CBRNews estendeu as mãos ao criador e produtor executivo da série Robert Kirkman para discutir passado, presente e futuro da série. A conclusão hoje da nossa entrevista especial de duas partes com Kirkman sobre os sentimentos do escritor sobre a morte de personagens, a primeira temporada relativamente curta, o aumento de episódios para a segunda, rumores da demissão dos roteiristas e seu próprio futuro com a série da AMC.
CBR News: É uma coisa matar um personagem querido dos quadrinhos – não que seja fácil, mas é basicamente problema do Charlie que não vai mais desenha-lo – mas quando você mata um personagem na série, você está basicamente deixando um ator ir. Matar a Amy, por exemplo, significa que Emma Bell não estará mais na série. Pra você, isso impacta pra matar alguns desses personagens, ou você não pode se deixar abater por esse tipo de coisa?
Robert Kirkman: É definitivamente mais difícil. A maior parte desses atores, como Emma Bell, ela sabia que iria morrer antes de ser contratada. Ela foi contratada para um certo numero de episódios, então não é que ela tenha sido demitida, ela sabia que ia sair antes de por os pés no set. Mas ainda é difícil, especialmente para os outros atores. Eles estão aparecendo todos durante semanas e semanas, e subitamente um de seus amigos tem que ir fazer outro trabalho porque eles morreram. Essa parte é uma droga.
Mas como escritores, isso é “The Walking Dead e nós não podemos levar isso tão a sério. Se for interessante matar algum personagem, se isso vai fazer a série melhor por mantendo as pessoas sentadas na ponta dos seus sofás, bem, você tem que por a bala e meter chumbo neles. Por sorte, todos os atores dessa série são muito talentosos e possuem outros projetos fora. Mas, para mim, que nunca tinha trabalhado na televisão, é algo como “Cara, isso é uma droga!” [Risos] “Eu não quero fazer isso!”.
CBR: Mas é como você disse, isso é “The Walking Dead”, então um ator chegando para o trabalho provavelmente deveria saber que ele não é o trole mais permanente.
RK: Sim, e é engraçado, porque há três personagens na série agora mesmo que ainda estão vivos nos quadrinhos. Você olha pro Steven Yeun [que interpreta Glenn] andando pelo set de filmagens dizendo “Ei olha é a edição #85 e eu ainda estou nela! Você está nela? Quando você morreu? Edição #26? Bem, isso é uma droga!”
CBR: Eu estava lendo uma entrevista que você concedeu ao “Entertaiment Weekly” no começo da semana e uma das poucas críticas dirigidas à primeira temporada foi que talvez você não tenha matado personagens o bastante, Você acha que a contagem de corpos foi um pouco baixa?
RK: Bem, como eu disse, se tiver que vir à tona uma crítica, é o tipo de crítica que eu faria. Eu acho que a temporada é boa e os personagens morrem e tudo, mas eu não sei. É “The Walking Dead”. Personagens morrem, e o mesmo tanto que não quero demitir atores e ainda que seja duro, eu desejaria que sim – queria que mais pessoas tivessem morrido. É tipo uma coisa grande e perigosa. Eu disse que porque eu tinha acabado de assistir a um episódio de “Sons of Anarchy” antes de dar aquela entrevista, e comentei que mais pessoas morreram naquele episódio de “Sons of Anarchy” que na temporada toda – eu acho que foi o penúltimo episódio da temporada – e estou dizendo pra mim mesmo, “Isso não é certo!” Não deveria ter uma série na TV onde morrem mais pessoas do que em “Walking Dead”.
CBR: Quanto a duração, deve ter sido difícil ajustar tudo em apenas seis episódios para a primeira temporada. Ainda bem que a segunda temporada terá 13 episódios. Por conta de todo o sucesso da primeira temporada, ela foi curta, mas agora você tem o tempo ao seu lado. Você está ansioso pela segunda temporada?
RK: Sim e vai ser algo impressionante. Eu estou muito empolgado que nós temos 13 episódios ao invés de seis. Nós vamos fazer muito mais e eu estou realmente muito empolgado para chegar lá e compreender o que estamos fazendo com esses 13 episódios. Esperamos ser capazes de fazer toda sorte de coisas malucas que vão deixar todos de cabelo em pé. Os seis episódios, não foram difíceis de se fazer. Nós sempre planejamos em ter mais episódios, então nós tentamos nos ajustar em uma penca de material bom, mas nós sempre tínhamos que relaxar nossas cabeças pois sabíamos que teríamos mais temporadas se a série desse certo. Nós vamos continuar a menos que seja um desastre completo. Não houve uma tentativa de inchar ao máximo os seis episódios, mas eu acho que na segunda temporada provavelmente deixará a primeira temporada no chinelo. O que é bom, pois eu acho que a primeira já ficou muito boa.
CBR: Olhando para frente, eu tenho que perguntar sobre as notícias recentes da demissão dos roteiristas. Você chegou a ficar sabendo disso? Essas notícias são totalmente sem embasamento? Qual é o acordo, o máximo que você poder dizer?
RK: Falei disto publicamente um bocado. Ele é um rumor muito infeliz em que faz um cara como Frank Darabont parecer ruim, porque você não vai demitir roteiristas de uma série de sucesso sem aparentemente nenhum motivo. O que aconteceu foi, AMC colocou essa série junto abaixo o que Frank assumiu que teria uma mão bem menor para a segunda temporada e provavelmente até deixaria a série, porque ele é um cara do cinema, Você tem um grande diretor de cinema dirigindo um seriado de TV, e o seriado não foi posto a condição de que ele ficaria.
Chic Eglee, que esteve nos bastidores de “Dexter” por dois anos, e que também esteve no “The Shield” por alguns anos, ele é um roteirista de alto nível. Ele só veio como vice-comandante de “Walking Dead” com a ideia que ele estaria assumindo na segunda temporada. Quando Frank decidiu ficar, Chic resolveu sair, só porque fazia mais sentido para ele fazer outra série e deixar essa para ser a do Frank. É coisa da sua carreira e é o que ele queria, então, Chic saindo de alguma forma foi noticiado que ele havia sido demitido, o que não é o caso. É uma coisa estranha, pois eu gosto dele. Chic é um cara legal. Mas se eu puder ver uma série boa do Chic e continuar trabalhando com Frank Darabond na série? É uma situação de vitória – vitória. [A Nota de Editor: o Eglee foi desde então informado como implicado na adaptação “Powers” do FX.]
É infeliz que tenha sido noticiado dessa forma, porque não é verdade. É algo que isto é completamente comum na televisão: os roteiristas vêm e vão. Eles conseguem trabalhos melhores ou diferentes e partem para outra. E a sala de roteiristas muda de temporada para temporada, não é incomum.
CBR: Bem, e quanto a você? Como você vê o seu papel envolvido na segunda temporada?
RK: Oh! fui demitido. [Risos] Continuarei sendo um produtor executivo, então eu vou continuar a trabalhar nos moldes como um escritor de HQ, que é o que eu faço. Eu quero que as HQs sejam mensais, porque é meu foco principal. Com a TV, é bastante tentador trabalhar mais na série de TV e tenho mais voz ativa, mas sempre vai ser baseado no quanto tempo eu tenho para dedicar a isso. Se eu tiver tempo, eu gostaria de estar mais envolvido, e eu estarei. Se eu ver que os quadrinhos não estão saindo e que os atores estão esperando scripts e as coisas começarem a sair do controle, eu caio fora (da TV), somente porque eu sei que estará em boas mãos. Os quadrinhos são meu foco. Então, eu posso acabar ficando mais envolvido e posso ficar menos envolvido. Eu não sei ainda. É somente questão do tempo que eu vou ter, então veremos!
Tradução: Diego / Equipe WalkingDeadBr
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