Kirkman Fala Sobre Zumbis e The Walking Dead

Quando Robert Kirkman fala de zumbis, ele soa mais como um estudante diligente de tais criaturas do que o cara que os criou para uma audiência de milhões.

Por exemplo, pergunte a Kirkman se ser transformado em zumbi é um destino pior que a morte e ele responde, sensatamente, “Eu não sei realmente como é ser um zumbi. Mas eu tenho muita certeza de como é estar morto: você está morto. Isso não é bom certo? Ser um zumbi parece ruim olhando de fora, mas por dentro, poderia ser uma grande existência.”

“Como um zumbi se sente é um grande mistério.”

Um sujeito animado de 32 anos com uma barba arrumada e um jeito extrovertido, Kirkman claramente optou contra ser um sabe-tudo de zumbis, apesar de anos residindo no assunto para seus quadrinhos de grande sucesso, “The Walking Dead”, e a série extremamente bem sucedida da AMC com o mesmo nome dos quadrinhos que a inspirou e que atrai em média uma audiência de 6,6 milhões de espectadores a cada semana.

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Conforme a segunda temporada é revelada, Kirkman continua a considerar o apocalipse no núcleo de sua série como mais um mistério além da nossa compreensão.

“Quem sabe o que causa uma invasão zumbi? Eu não acho que algum dia vamos descobrir,” ele diz pragmaticamente. “Mas não é sobre isso que a série se trata. Nossa série é sobre um grupo de pessoas lidando com essa situação inesperada. Se uma invasão zumbi fosse realmente acontecer, eles estariam mais interessados em achar comida e sobreviver. Eles não estariam ocupados tentando descobrir da onde os zumbis vieram.”

Como a HQ (com quase 100 edições publicadas até agora), a série não foca nos zumbis, mas num grupo esfarrapado de sobreviventes nos arredores de Atlanta. O principal entre eles é Rick Grimes (interpretado pela estrela de séries Andrew Lincoln), que, como o resto do bando, deve continuar em uma sociedade arrasada enquanto se defendem contra a praga sempre presente dos chamados “walkers”, zumbis sempre famintos por algo – como um humano – para se alimentar ou infectar.

“Quanto mais tempo você gasta nos zumbis,” diz Kirkman, “mais isso se enquadra no reino da ficção científica. Mas estamos falando de um mundo completamente real. O desastre poderia ter sido um terremoto enorme que causou o desmoronar da sociedade. Ter zumbis ao invés apenas torna isso mais interessante. Mas eles são a única coisa irreal na série.”

Ao crescer em Kentucky, Kirkman era um fã de filmes de zumbis.

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“Eles são totalmente divertidos e é difícil achar um que eu não ame,” ele diz. Mas ele teve uma reclamação com o tema. “Eles sempre têm um entre dois finais: Ou todo mundo morre, ou a maioria das pessoas morre e duas pessoas caminham em direção ao pôr-do-sol e você nunca mais os vê.”

“Eu queria seguir os sobreviventes nesse mundo e ver o que eles fazem e para onde eles vão.”

O que eles fazem é confrontar um obstáculo depois do outro.

No episódio dessa semana, a busca pela criança desaparecida continua. Outro personagem se torna vítima de uma ferida devastadora, um ataque zumbi e mais. Um encontro romântico tem uma virada chocante. E o Vice Shane Walsh afetuosamente relembra das suas várias conquistas no colegial, antes do pensamente frio que o acerta, nesse mundo pós-apocalíptico todas aquelas garotas morreram.

“É como se fossemos pessoas velhas,” Shane (Jon Bernthal) diz para Rick. “As pessoas nas nossas histórias estão todas mortas.”

Na época do colegial, Kirkman estava entediado e indeciso sobre o que fazer de sua vida. Depois da formatura, ele estava trabalhando em uma companhia fornecedora de luz quando um amigo sugeriu que eles colaborassem com uma história em quadrinhos. Com US$200 ele fundou o que hoje ele chama de “editora insignificante e que me encaminhou para os quadrinhos.”
No caminho, ele resolveu estabelecer algumas regras básicas de como zumbis deveriam se comportar.

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“Vampiros tem os seus crucifixos e o alho, e lobisomens tem suas balas de prata,” ele apontou. “Eu tenho tentado canonizar os aspectos mais populares das tradições zumbis. Quando eu criei ‘The Walking Dead’ eu peguei os melhores aspectos dos filmes clássicos de zumbis e os enfatizei: por exemplo, a maioria dos zumbis anda arrastando os pés. Muito bem. Mas comer cérebros? Ridículo! Atravessar um crânio é uma coisa bem difícil. Então nós ficamos com os zumbis sendo comedores de carne humana no geral.”

“Eu estou tentando adicionar alguns elementos novos” – como a migração sem senso de zumbis em massa, como se por algum instinto primitivo de andar em bando. – “Mas principalmente estou tentando solidificar quais são as regras reais num universo zumbi.”

E agora ele está fazendo isso em uma sala de escritores em Los Angeles. Mais cedo esse ano, Kirkman, sua mulher e duas crianças pequenas saíram de Kentucky e se mudaram para o Oeste, onde Kirkman, sem nenhuma experiência anterior em televisão, hoje interpreta um papel de período integral na série, a qual ele é produtor executivo.

“Eu criei esse mundo, e eles o escolheram por uma razão, então eles também tem que me ter envolvido no processo,” ele diz simplesmente. “Eu sou uma entre várias vozes, mas eu sinto que fui incluído em cada passo no caminho. E tem sido divertido.”
Isso também aumentou sua importância entre o zombirati. Mas Kirkman debocha dessa sugestão de que ele é algum tipo de rock star dos quadrinhos.

“Eu posso ir a um Comic-Con e ser reconhecido e ouvir, ‘Ah, posso ter o seu autógrafo?’ E isso pode acontecer na calçada do Comic-Com. Mas se eu vou 10 quadras mais longe,” ele ri, “eu sou apenas um cara gordinho com uma barba que parece com todos os outro.”

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Fonte: Yahoo
Tradução: Lilian Woytko / Staff WalkingDeadBr

Rafael Façanha

Zumbi Chefe no The Walking Dead BR. Treinador Pokémon, viciado em Magic, conectado 24 horas por dia e até já fui reconhecido como Wikipédia-Viva de The Walking Dead. Meu mundo é dividido em assistir muitas séries e filmes.

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