Kirkman Fala Sobre o Final do Meio da Temporada

Os índices de domingo à noite da série de terror continuaram fortes conforme a segunda temporada tem progredido e a AMC já se comprometeu com uma terceira temporada. Na tela, a série ganhou quilometragem com as mudanças na história da “fazenda” dos quadrinhos incluindo o desaparecimento da pequena Sophia e um papel estendido (e recentemente assassino) para o melhor amigo de Rick, Shane.

AVISO DE SPOILERS!

 

Com apenas mais dois episódios antes da série entrar em hiato até fevereiro, a CBR News falou com o criador e diretor executivo de “The Walking Dead” Kirkman sobre as histórias até agora. Abaixo, o escritor investiga como que as adaptações das histórias de seus quadrinhos as mudaram drasticamente, o que um papel de período integral para Shane significou para a série, por que zumbis não serão sempre uma parte da cena mesmo com ele tentando se ultrapassar nos aspectos horrorosos da série nos próximos episódios e o que os fãs podem esperar ver resolvido até a exibição do final da metade da temporada em 27 de novembro.

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CBR News: Tem sido muito interessante para os fãs dos quadrinhos assistirem a série nessa temporada e ver como os elementos que nós estamos familiarizados, como a fazenda, vão terminar na realidade das séries de TV. Apesar do fato de que esse é um ponto relativamente seguro, existe um sentimento de preocupação sobre os processos. Você e os escritores queriam focar em um tema com várias histórias paralelas para essa temporada ou esses primeiros episódios que são mais desse jeito?

Robert Kirkman: Você sabe, quase todo personagem tem sua pequena e própria história, mas o principal empuxo da temporada que nós mais estamos tentando focar é Rick se questionando sobre seu papel de liderança e os personagens ao seu redor se questionando também sobre seu papel como líder. É sobre ele tentando provar seu valor, e ao longo do curso da temporada, é o que realmente estamos tentando estabelecer: se ele é ou não o líder ideal para esse grupo ou se será outra pessoa.

Você ajudou a escrever o primeiro episódio desse ano, e ele começa com um monólogo focado nas dúvidas de Rick entregues via radio para o ainda ausente Morgan. Esse foi sua abordagem em como atrair os espectadores depois de um ano?

Eu acho que tecnicamente Glenn Mazzara que escreveu boa parte disso. É apenas como os roteiros de TV são [quando pessoas que não ganham créditos contribuem muito]. Nós só queríamos introduzir e restabelecer o mundo dos personagens bem rapidamente. Na verdade isso foi feito originalmente para mais tarde no episódio, mas como algumas coisas foram rearranjadas para fazer aquele episódio um piloto de 90 minutos, começamos com ele. Acho que foi uma escolha muito melhor começar as coisas por ai – restabelecer Morgan e a aquela situação e simplesmente interar totalmente as pessoas a respeito. Eu fiquei muito feliz com o jeito que tudo foi dirigido. As tomadas rápidas que fizemos na cena onde eles estão colocando as coisas no carro e Shane vê Rick e Lori se abraçando. Então Rick olha para ele e Shane muda completamente sua personalidade e sorri. Há um trabalho bem rápido no desenvolvimento dos personagens feito pelos atores nessa cena que eu acho que foi extraordinário por parte dos atores e do diretor.

No geral, os quadrinhos se desdobram em mais ou menos cerca de seis histórias menores, e o ritmo de como o enredo se desenvolve dentro desse formato tem sido algo que realmente define “Walking Dead”. Qual é a diferença em colocar o ritmo na história para a TV?

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Nós sempre tentamos dar espaço para respirar nos momentos importantes para terem peso. O ritmo é bem metódico às vezes para estabelecer uma pausa e então, quando algo grande acontecer, isso irá destoar como nós queremos. É um vai e volta divertido tentar descobrir como você quer alterar o ritmo de cena para cena. Isso sempre está em nossas mentes quando estamos trabalhando na série. Mas como nos quadrinhos, algumas vezes será frenético e outras vezes muito devagar. É um jogo de balanço divertido de jogar com a audiência em termos de expectativas.

Falando de mudanças inesperadas, eu acho que o momento mais assustador até agora foi o zumbi preso no poço e seu final sangrento. Você tenta estruturar os episódios em cima de uma cena zumbi específica?

Na verdade isso é algo que nós não necessariamente focamos. Eu sempre fui um defensor – mesmo desde as primeiras edições dos quadrinhos – em nos esforçarmos para criar questões sem zumbis nelas. Eu tenho tentado trabalhar de forma que a série seja forte o suficiente para não precisar dos zumbis. Os quadrinhos têm muitas questões sem zumbis, e eu gostaria de conseguir um volume inteiro sem eles apenas porque, para mim, é interessante como isso pode avançar os limites do gênero, e isso deixa claro o fato de que essa é uma história sobre os personagens. Na série, os zumbis sempre estão lá e eles naturalmente criam seu caminho para dentro da história. Nunca é o caso de nós dizermos “Oh, nós realmente precisamos de um zumbi… merda. Suponho que há um no poço?” Nós nunca criamos nada apenas para ter um zumbi no episódio. Apenas da certo de ter um ou dois.
O zumbi no poço em particular, eu não tenho certeza de como conseguimos exibir aquilo. Foi absolutamente insano. O trabalho dos efeitos de Greg Nicotero e das pessoas do Stargate Studios foi o melhor. Eu só acho que foi ridículo a AMC nos deixar colocar no ar algo como aquilo. Quero dizer, é ótimo, e eu amei absolutamente, mas aquela coisa até me chocou. E isso me incentiva. Minha meta principal para o resto dessa temporada e para a terceira é achar algo que eles não nos deixem exibir. [Risos] Eu só quero saber quais são os nossos limites! Se nós podemos colocar algo como o zumbi do poço na série, me faz pensar, “Mas como assim? Nós estamos nos segurando? Qual é o nosso limite?” Nós precisamos achar esse limite.

Em matéria de limites, o personagem de Shane foi levado até o extremo para muitas pessoas. É interessante ver esse personagem e o triângulo amoroso se desenvolver. Shane teve que passar por muito mais do que qualquer outro personagem. Ele se tornou uma parte central da série porque essa história é nova para você ao mesmo tempo em que é nova para os outros escritores também?

Sim. Ele realmente é a força motora do que está acontecendo apenas porque ele é esse barril de pólvora que está forçando várias barreiras e cruzando várias linhas. Para mim em particular, porque eu escrevi os quadrinhos, tê-lo jogado no meio da mistura e alterando histórias drasticamente mesmo quando nós as estamos adaptando direto dos quadrinhos, eu nunca paro de ter prazer em sentar e olhar para as histórias para ver como que ele estar no meio muda totalmente as coisas. A situação com Otis é um exemplo muito bom disso. Eu gostaria de pensar que algo parecido teria acontecido se Shane tivesse sobrevivido nos quadrinhos. Para mim é divertido explorar isso. Projetar essas coisas no futuro de outras histórias dos quadrinhos, que não são a fazenda, as quais Shane poderia alterar, isso é muito empolgante. Acho que é um grande elemento da série, e mantém os leitores dos quadrinhos atraídos porque eles não podem dizer “Oh, eu sei o que vai acontecer depois.” Shane muda isso. E eu também acho que Jon Bernthal é um ótimo ator, e o que ele está fazendo com Shane é absolutamente incrível.

O outro destaque de como a série se desenvolveu é que vocês não têm medo de deixar algumas linhas do enredo não resolvidas por um espaço de tempo. Fora o caso Lori/Shane, essa temporada focou no desaparecimento de Sophia durante esse conjunto de episódios de abertura, e Merle ainda está por ai em algum lugar. Como que tem sido as discussões sobre isso? Vocês retiram alguns elementos enquanto dizem “Nós não temos certeza de quando voltaremos com isso”?

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Bem, nós sempre sabemos o que estamos fazendo e temos as coisas planejadas. Não é questão de ir “Ah, nós não sabemos o que estamos fazendo aqui então vamos simplesmente tirar fora.” Uma coisa que é importante lembrar é que cada episódio não corresponde a uma semana. Não é como se Sophia tivesse sumido há meses. Alguns acontecem em um período de tempo muito curto. A pobre garota na verdade está desaparecida há apenas alguns dias até esse ponto, apesar de parecer que já faz um tempo. E aí tem uma questão interessante. Eles ainda não acharam essa garota. Como que ela poderia ainda estar viva, e o que aconteceu com ela? Quem ela poderia ter encontrado que poderia tê-la ajudado a se manter viva? E nós arrastaríamos isso por tanto tempo sem um algum tipo de fechamento bem legal? Aonde que isso tudo vai levar? Essas são as perguntas que as pessoas deveriam estar se perguntando. São essas as coisas com que estávamos mais empolgados – ter esse mistério de por que eles ainda não a acharam e por que eles continuam procurando por ela. Isso leva a mais um monte de perguntas, o que deixa as pessoas se questionando.

Há uma pausa chegando para novos episódios daqui a algumas semanas, mas antes de alcançarmos isso, você tem dois episódios com nomes soando bastante de mau agouro: “Secrets (Segredos)” e “Pretty Much Dead Already (Praticamente Já Morto).” [Kirkman ri] Essa corrida final vai completar certa quantidade da história? Vocês escreveram os episódios indo em direção a um hiato incorporado?

Sim. Nós tínhamos conhecimento desse hiato conforme íamos escrevendo, então nós sempre soubemos que íamos fazer uma pausa depois do sétimo episódio. Assim nós pudemos escrever para isso, e embora eu não possa dizer necessariamente que vários pontos do enredo vão se concluir até lá, haverá um final para o meio da temporada, se me permite dizer isso, para finalizar algumas coisas e também para nos preparar para nossa eventual estréia de meio de temporada com os últimos seis episódios, dos quais eu posso dizer estão cheios de absolutamente coisas loucas.

Finalizando: Você tem o “Talking Dead” toda semana. Você esteve no “The View.” O próximo vai ser “Letterman”? Sério, o que está disponível para Robert Kirkman: Personalidade da Mídia?

[Risos] Eu apenas vou para onde me falam! Quem sabe? Eu estava esperando ser apresentador do Oscar esse ano, mas isso não deu muito certo.


Fonte: CBR News
Tradução: Lilian Woytko / Staff WalkingDeadBr

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Rafael Façanha

Zumbi Chefe no The Walking Dead BR. Treinador Pokémon, viciado em Magic, conectado 24 horas por dia e até já fui reconhecido como Wikipédia-Viva de The Walking Dead. Meu mundo é dividido em assistir muitas séries e filmes.

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