O ator Jon Bernthal está em uma boa fase de sua carreira. Vindo de uma espetacular saída do sucesso da AMC “The Walking Dead” quando seu personagem foi morto, de maneira chocante, não uma, mas duas vezes (a segunda depois de ele ter se transformado em um zumbi), Bernthal chegou às manchetes mais uma vez ao assinar um contrato para o papel principal no novo piloto de Frank Darabont para a TNT, “L.A. Noir”, no qual ele interpretará um policial dos anos 40.
Jim Halterman do thefutoncritic.com ligou para Bernthal, semana passada, para conversar sobre “Walking Dead”, se Shane realmente ficou para trás, a história que ele compatilhou com Kathy Bates no set de “Harry´s Law” e também para uma pequena prévia do mundo de “L.A. Noir”.
Jim Halterman: Você está num momento interessante de sua carreira desde o ano passado, então, estou curioso: quando você participa de uma série como convidado, é uma experiência diferente agora que você é conhecido por “The Walking Dead”?
Jon Bernthal: É uma pergunta interessante. Eu acho que toda vez que entro em um estúdio, e eu não estou tentando te dar a resposta “política”, eu tento me lembrar do quão sortudo eu sou de estar ali. Entrar naquele estúdio, a principal razão de eu querer fazer aquela série era porque eu sou um enorme fã da Kathy Bates. Eu sou fã dela desde sempre. Um dos lugares onde estudei foi o ART (sigla em inglês para Teatro de Repertório Americano) em Boston e ela começou sua peça “Night, Mother” (“Boa noite, Mamãe”) lá, uma peça inacreditável. Eu lembro de quando era um estudante de interpretação sem um centavo no meu nome tinha um pôster enorme dela, uma foto dessa peça, e eu me lembro de olhar pra ele todo dia quando estava estudando fora e ansiava e sonhava em atuar naquele palco. Mas estar num estúdio com Kathy Bates e realmente ter falas e fazer o trabalho de ler e reler com ela era muito além da minha imaginação. Então foi realmente emocionante fazer isso.
Mas, sim, chegar naquele estúdio e ter pessoas do elenco e da produção que são grandes fãs de “Walking Dead”, significou o mundo pra mim, sim, foi diferente de qualquer outra vez que fiz alguma participação especial antes, mas, hey, no fim do dia, quando eles desligam as câmeras, não importa o que você fez antes, é aquele dia, aquele momento, então você não pode deixar nada assim subir à cabeça.
JH: Você contou isso à Kathy?
JB: Com certeza! Ela é uma pessoa maravilhosa. Ela é muito pé no chão e realista. Eu estava muito nervoso quanto à conhecê-la e quanto a como ficaria o episódio. Eu meio que fiz todas as minhas falas e minhas partes no primeiro dia e ela fez as dela no segundo. Ao fim do dia, ela me olhou e disse “Bom trabalho. É minha vez amanhã.” e eu fiquei tipo “Ai meu Deus”. Sua ética de trabalho é algo que eu realmente admiro e foi muito legal poder vê-la trabalhar. E, muito interessante, o outro cara que faria uma participação especial no episódio, Josh Bitton, que interpreta o irmão gay que não pode doar sangue, é um dos meus melhores amigos e nós trabalhamos juntos em “The Pacific” e, na minha opinião, ele é um dos melhores atores jovens de LA. Nós acabamos juntos, coincidentemente, naquele episódio e eu sei que ele vai arrasar.
JH: Eu lembro de ter lido uma entrevista na qual você dizia que sua avó não estava muito feliz sobre algumas coisas que você fez em “The Walking Dead”. Então o que você acha que ela dirá quando te vir fazendo uma corte inteira refém em “Harry´s Law”?
JB: Eu não sei! A coisa boa é que a este ponto de “Walking Dead” ela já me viu em quase todo tipo de situação de violência humanamente possível, então eu não acho que tenha mais alguma coisa que a choque, mas fiquei feliz de poder ficar vestido.
JH: Eu estava tão chocado quanto todo mundo com a morte de Shane em “The Walking Dead” e as pessoas ainda estão falando sobre isso. Você sabe que provavelmente irá ouvir sobre essa série pelo resto da sua carreira, certo?
JB: Se esse é o caso, será maravilhoso. Foi uma série na qual eu acreditei profundamente. Eu me senti muito honrado de ser parte dela. Eu lutei feito doido pra conseguir aquele papel e interpretar Shane. É uma história na qual eu realmente acredito e esse tipo de história é muito rara, elas não acontecem sempre e, como ator, é exatamente o tipo de história da qual se quer fazer parte. Eu acho que a audiência americana é esperta, dinâmica e inteligente, que anseia por narrações desse calibre e por poder ser parte dessa história. De novo, é uma grande honra e eu sabia o quão sortudo eu era por estar lá. Eu fico feliz por Shane ter meio que se destacado na história do jeito que se destacou e eles deram-no a chance de ser uma grande parte da história, diferentemente dos gibis, onde ele aparece e logo some. Sempre serei grato por isso. Eu amei “The Walking Dead”. Eu amo todo mundo, todo o elenco é minha família. Eu estou pra começar essa nova série com Frank, que é só o cara, mas eles estão todos na Georgia e eu tenho recebido mensagens de texto, de voz e e-mails a semana toda de todo mundo – produtores, operadores de câmera, atores – me desejando boa sorte e dizendo o quanto sentem minha falta e eu tenho respondido tudo. Se estão falando sobre isso ou não, “The Walking Dead” sempre será parte da minha vida.
JH: Você é o tipo de ator que esquece o personagem assim que o papel acaba, ou ele fica sempre com você?
JB: É estranho mas tem sido importante pro Frank. Estou prestes a pular pra essa coisa nova muito abrangente. Eu nunca fui um personagem principal numa série de TV antes e esse mundo de “L.A. Noir” é um mundo muito diferente da Georgia rural e do apocalipse zumbi. Uma das coisas que eu fiz e foi importante para o Frank… Eu tenho usado as botas do Shane, literalmente. Elas são as botas mais confortáveis e duronas que já usei na vida. Eu sai da primeira temporada com um par e na segunda temporada, Eulyn [Womble], a maravilhosa figurinista, me deu três pares pra levar pra casa. Então eu, literalmente, visto as botas do Shane todos os dias.
Uma das coisas que foi importante pro Frank foi eu começar a usar ternos e o tipo de sapatos que meu personagem, Joe Teague, usaria e me desprender das botas do Shane foi uma coisa importante. Olha, eu acho que pende pros dois lados. Tem uma parte de mim que sempre será um pouco Shane. Eu aprendi muito com o Shane e acho que tem uma parte de Shane que sempre será Jon Bernthal, o que quer que isso signifique. Mas estou entrando com tudo nessa coisa nova e espero que este personagem, Joe Teague, tenha tanto impacto quanto Shane teve. De qualquer forma, sou muito grato a Frank e ao público de “The Walking Dead”, que não só deu uma chance à série, mas que realmente a curtem.
Eu penso em Frank, eu estou incrivelmente animado que ele esteja de volta com energia e com toda força. Eu acredito de verdade que Frank seja um tesouro nacional. Acho que ele é um dos melhores escritores e diretores que nosso país possui e com ele podendo produzir, escrever e dirigir materiais duradouros para TV é um presente para a audiência americana e estou muito contente que ele esteja de volta. Estou excitado, honrado e incrivelmente nervoso por trabalhar com ele novamente. Só quero fazer as coisas direito e não decepcioná-lo.
JH: Pelo piloto, podemos deduzir que a linha entre bem e mal é bem fina e isso será a desafio da série. É isso que você acha? E como você vê Joe Teague?
JB: Com certeza. Eu acho que é um tema recorrente em tudo que Frank faz. Eu acho que o que ele gosta de fazer é raspar fora o verniz dos confortos da vida diária e realmente olhar pro núcleo dos seres humanos e colocá-los em situações nas quais eles não são mais ovelhas tendo de seguir as massas todos os dias. Ele tenta captar as pessoas e elas têm que aderir a seus próprios códigos e acho que ele coloca nas mãos da audiência decidir “Concordamos com isso? Não concordamos com isso?”. E eu acho que as pessoas terão opiniões diferentes. É como bem contra mal. Quem é, claramente, o cara bonzinho? Quem é, claramente, o cara malvado? Eu acho que Frank discutiria e eu acho que eu concordaria com ele que não existe nenhum dos dois.
JH: Acho que você já provou o figurino e já viu os estúdios. Como é estar no mundo dos anos 40?
JB: É muito legal. Eu era virgem quanto a esse gênero, o noir, todo esse período. Tive de ser inteirado aos poucos pelo Frank. Assistir todos os filmes atingos e ouvir as músicas tem sido uma experiência muito legal. O Jazz de LA naquela época era muito bom. As roupas são demais e eu tenho lido muito Raymond Chandler e mergulhando nesse período o máximo possível. É um período muito interessante. Eu acho que a LA daquela época era muito interessante. Era como o Velho Oeste com um brilho glamuroso e sexy. Estou muito animado de entrar nessa. Você tem de saber que com Frank na direção as coisas parecem muito boas. Não há um detalhe ignorado, dos carros às roupas.
JH: Como você é quanto ao fumo? Se parece com um mundo no qual todos têm um cigarro em mãos.
JB: Cara, você deu bem no nariz com essa! Eu estive com Milo Ventimiglia nessas últimas semanas e colocando esses velhos ternos e indo a bares antigos e fumando como se fosse sair de moda e isso está me matando. Eu odeio cigarros e treino boxe regularmente e eles estão realmente me atrasando na academia. [risos]. Gostaria de fazer uma campanha anti-fumo quando terminar este papel!
JH: Eu não vi um interesse afetivo para Joe no roteiro do piloto mas sabemos que haviam muitas damas nos anos 40. Veremos um interesse afetivo depois do piloto?
JB: Com certeza. Eu não quero entregar nada, mas eu acho, de novo, que se você olhar pra todas as histórias de Frank, são todas sobre amor. Amor não correspondido, amor perdido e tem uma certa história de amor pro Joe. Eu não posso te dizer agora o que é, mas eu prometo que não é o que você pensa e é muito, muito interessante. A pessoa que interpreta sua paixão é inacreditável. Eles terão de escolher a série e colocá-la no ar pra você descobrir.
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Fonte: The Futon Critic
Tradução: Victoria Rodrigues / Staff WalkingDeadBr
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