Jon Bernthal Fala Sobre a Experiência em Interpretar Shane

Jon Bernthal é um cara super legal, o que você não imagina por causa do Shane, o personagem que ele interpreta em The Walking Dead, esfrega-se com muitas pessoas de uma maneira errada (para fazer um entendimento pleno). Mas Jon é cortês e divertido, e ele foi atencioso o bastante para conversar com a galera do Portland Mercury antes de sua participação na Emerald City ComiCon no último final de semana.

Aviso:  Grandes spoilers de The Walking Dead, então se você não está atualizado e é daquele tipo de pessoa que odeia spoiler, não continue a ler. Considere-se avisado!!

 

Eu tenho que admitir, eu não previ a morte do Shane, especialmente tão pouco tempo depois da morte do Dale! Há quanto tempo você sabia que isso aconteceria?

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Esse sempre foi o plano. Eu tive a luxúria (o que é raro na TV) de saber qual meu arco era, de saber que havia um início, um meio e um fim. Eu sempre soube que isso aconteceria, e fico muito grato por isso. Isso possibilitou que eu pudesse fazer o meu melhor para construir um personagem de três dimensões e mostrar o máximo de aspectos que podia. Não me entenda mal, eu adoraria ainda estar na série, mas foi ótimo.

Você leu os quadrinhos?

Não, não li. Quer dizer, eles me mandaram os quadrinhos quando eu recebi o trabalho, e eu fiquei animadíssimo e abri o material e aí meu personagem estava morto antes de eu terminar de ler o primeiro quadrinho e eu percebi, “Não há motivo para ler isso.”

Eu achei interessante que eles trouxessem esse arco de volta, que ainda fosse Carl que matasse Shane.

Eu também achei isso muito legal. Achei ótimo. Eu sempre disse que não se trata da morte de Shane; trata-se do eco de sua morte em Rick, Carl e Lori. E é isso que é importante. E eu achei ótimo que eles tenham dado um jeito de incluir Carl e Rick nessa parte.

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Foi legal assistir a finale na outra noite porque foi o primeiro episódio de The Walking Dead que eu pude assistir como um telespectador e NÃO saber o que iria acontecer. Não li o roteiro, não tinha ideia do que aconteceria. E isso foi muito legal, eu pude ver o excelente trabalho de todo mundo… Eu fiquei encantado com Andy (Rick) e Sarah (Lori), achei que a cena deles referente ao Shane foi conduzida lindamente. São atores incríveis.

O que você acha do Shane?

Na verdade, eu fiz o teste para interpretar o Rick e o Shane, mas eu realmente amei o personagem. Acho que Shane estava satisfeito em ser o “pitbull” do Rick. Ele nunca olhou para Lori inadequadamente antes do apocalipse, ele sempre foi parte da família Grimes… O tipo de cara que iria tagarelar durante o jantar e fazer seu próprio prato. Ele tinha uma vida social e nunca invejou o que Rick tinha. E então, quando o apocalipse aconteceu, havia essa mulher e essa criança que estavam olhando para ele, e por lealdade e por amor ao seu melhor amigo, tomou conta deles.

Mas era muito difícil para um cara como Shane, uma vez que se tem poder e se percebe que não há consequências para suas atitudes, quando você acha que está tomando as decisões certas e alguém tenta impedi-lo de fazê-las, isso muda alguém como ele. Não sei se eu teria tomado as mesmas decisões que Shane tomou, mas eu entendo porque ele fez isso.

E como foi interpreter o outro lado, ser um zumbi?

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Sim, foi estranho. Quer dizer, olha, fico louco na preparação, então sempre que estou diante das câmeras, eu realmente tento entender o que está acontecendo na cena, e então ficaram, “Certo, está na hora de colocar sua maquiagem de zumbi, colocar as lentes de contato, está na hora de interpretar um zumbi.” E eu pensei, “Eu não sei interpretar um zumbi! Nunca pratiquei meu andar de zumbi, quer dizer, eu não faço ideia de como fazer isso!” Quer dizer, foi – eu sempre soube que isso aconteceria, nós sempre falamos a respeito disso, mas foi muito surreal. Eu não adorei ser um zumbi, vou ser honesto com você. [Risos] As pessoas sempre pensam, “Como consigo fazer um zumbi? Como consigo fazer um zumbi?” e eu pensei, “Você realmente quer usar litros de maquiagem e ficar sentado no sol o dia todo?” É por isso que esses caras passam.

A maquiagem no seriado é incrível; ela me deixa impressionado sempre que a vejo.

É isso, quer dizer, Greg Nicotero, como temos sorte de tê-lo, ele é o melhor na indústria. Acho que foi uma ótima decisão de Frank [Darabont] deixar tudo real e não usar imagens de computação gráfica.

É, eu acho que isso faz uma grande diferença na série, o modo que parece real.

É, nós não gravamos em hi-def. Existem todas essas decisões que as pessoas, para mim, não reconhecem… Essa série poderia ser uma épica porcaria, sabe, se fosse feita da maneira errada. Pense só: Uma série sobre zumbis, e um monte de atores falando com um sotaque sulista fugindo de gente maquiada. Poderia ser péssimo. É engraçado que, para fazer algo realmente grandioso, você precise arriscar. Você precisa ir adiante e perceber, “Ok, se estragarmos isso, vamos cair de cara, mas se funcionar, será um grande sucesso.”, sabe? Eu acho que esse é o tipo de grupo que Frank escalou para o seriado. Quer dizer, eu jamais conheci um grupo assim de elenco e de equipe. É um grupo de pessoas tão impressionante, e é isso, e todos percebem o quanto têm sorte de estar lá, e todo mundo se sente pleno. E realmente é uma família… E eu sei que os atores dizem essa besteira o tempo todo [zombando], “Oh, nós somos como uma família!” Eu tive vários trabalhos – não eram uma família. ESTA é uma família, entende? É muito especial, e vou sentir saudades com todo o coração.

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Você se preocupa que o personagem siga você, dada a popularidade da série?

Não… Na verdade, eu nunca tinha pensando nisso [risos], mas não, eu tento fazer todo personagem distintivo, e fico orgulhoso do meu trabalho, então não me importo se ficar conhecido pelo Shane.

Então agora que você saiu de The Walking Dead, você participará do novo projeto do Frank Darabont, L.A. Noir?

Sim, estarei interpretando um policial, Joe Teague, que tem conflitos com o gangster Mickey Cohen. Fico muito satisfeito em trabalhar novamente com o Frank, quer dizer, ele é um dos melhores diretores de todos os tempos. E será interessante fazer um personagem que seja completamente diferente do Shane.

Você também atuou muito nos palcos…

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Eu adoro atuar no teatro. Pude fazer uma peça muito legal aqui em LA no ano passado. Não fizemos por dinheiro, em um teatro pequenininho, durante um mês, e a peça simplesmente explodiu e teve todo esse sucesso; ganhamos todos os tipos de prêmios e eu tive esse reconhecimento incrível, e nós vamos fazer a peça na Broadway em New York quando eu terminar a série nova. Fico animadíssimo de estar no palco, isso é pra mim.

De acordo com o IMdB, você estudou teatro em Moscou… O que o levou à Rússia?

Eu fui para a faculdade nos EUA para praticar esportes e eu gostava demais disso, e acabei me envolvendo em todo tipo de problema. Então eu descobri a atuação na faculdade, mas eu estava uma bagunça. Então conheci essa professora maravilhosa chamada Alma Becker. Ela disse que eu tinha talento e me fez acreditar em mim mesmo. Tive de abandonar a escola, não terminei, mas disse, “Alma, eu sei que é isso que quero fazer, sei que quero ser ator e me tornar o melhor ator que posso ser,” e ela disse, “Vá para Moscou. Vá estudar no Moscow Art Theater, é a melhor escola de teatro do mundo. Vai te fazer ir longe, vai te dar respeito pela carreira, vai te dar um maior entendimento da natureza humana. Vá a um lugar onde ser um ator não é algo que você pode decidir ser, é algo que você precisa merecer.” Eu disse, “Certo, isso faz sentido.”

E eu fui, e isso, definitivamente, mudou a minha vida e me preparou para a carreira pelo resto da minha vida. Sabe, isso é o que vou fazer para sempre, eu amo fazer isso e percebo o quanto isso é uma honra para mim. Estudei atuação literalmente todos os dias da minha vida durante cinco anos antes de ir a qualquer audição. Fico extremamente grato por isso. Acho que tantos atores concentram-se tanto em entrar nas salas certas, em tentar conhecer as pessoas certas, ou tentar conseguir um agente. E aí quando eles entram nas salas, eles não fazem ideia do que fazer. Sinto-me realmente abençoado por ter passado esse tempo entendendo o que eu faria, uma vez que estivesse dentro da sala. Então eu devo à Alma todo o meu talento, e ela, na verdade, foi a mulher que me casou com a minha esposa no verão passado. Então, ela é uma pessoa extremamente importante para toda a minha família, e sempre será.

Eu também li que você é boxeador… Isso tem a ver com a atuação? Há alguma coisa que você leva aos palcos que também leva ao ringue?

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Acho que tudo está relacionado… Quer dizer, eu adoro lutar boxe, e quando você entra no ringue e está lutando com alguém, você está totalmente por si só. E eu compreendo isso. Há uma repetição e um foco na arte disso, no treinamento, diariamente. Estou numa academia de boxe seis dias por semana, independente de onde eu estiver. Quando estava na Georgia gravando The Walking Dead não deixei de ir nenhum dia. É algo que eu preciso fazer, nesse ponto. Eu acho que uma parte do meu resto ficou completamente esmagada, eu quebrei o nariz algumas vezes, fiquei parecendo um animal mestiço… Mas a parte boa é que ela já é amassada naturalmente, então meus agentes não podem reclamar. [Risos]

Você parece ser uma pessoa super focada; o que quer que estiver fazendo, você faz com esforço.

Às vezes, eu também sou super relaxado. Adoro Willie Nelson, The Grateful Dead, adoro relaxar, comer pizza, fumar uma erva e passar o tempo… [Risadas] São as coisas que eu gosto de fazer… Eu procuro como fazer de uma maneira melhor. Mas sim, eu agora tenho um filho, e ficaria feliz só de estar perto dele o tempo todo. Ele tem oito meses e meio. Ele cresceu no set de The Walking Dead, e ele será diferente. Nunca ficou nada assustado, nada o deixa assustado. [Risos]


Fonte: Portland Mercury
Tradução: Lalah /staff WalkingDeadBr

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Rafael Façanha

Zumbi Chefe no The Walking Dead BR. Treinador Pokémon, viciado em Magic, conectado 24 horas por dia e até já fui reconhecido como Wikipédia-Viva de The Walking Dead. Meu mundo é dividido em assistir muitas séries e filmes.

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