Ele interpretou um cara mau em “The Blind Side”, mas Irone Singleton não é nada mau. O ator cresceu com projetos em Atlanta, onde armar, drogas e desespero são muito invasivos. No entanto, ele encontrou o seu caminho, se formando na Universidade da Geórgia, onde ele jogou futebol com Steeler Hines Ward.
Ele interpreta T-Dog em The Walking Dead. Casado e com filhos, aos 37 anos de idade é muito espiritual e vê a comunicação como uma chave para manter um bom relacionamento e resolver problemas. Confira abaixo uma entrevista que ele concedeu ao Post Gazette.
O que levou você a mudar seu nome de Robert para Irone?
A única coisa que aconteceu foi a minha vida [rindo]. Irone representa uma águia em um vôo com um espírito inquebrável. Eu inventei este termo porque ele é um indicativo da minha história de vida e de fato eu estou fora do centro da cidade. Estatísticas afirmam que como eu, um jovem negro e no centro da cidade, eu iria ser preso, morto ou ainda mais provável que eu saísse nas esquinas das ruas vendendo drogas ou algo assim. Assim que me graduei em LA, e certo antes de eu me mudar para Los Angeles, Deus apenas colocou em meu coração, houve esse desejo irresistível de subir com um nome que servia como um quebra-gelo. Irone, era este.
Então, como você encontrou o caminho parar sair dos projetos e dos problemas que muitos enxergam com desesperança?
Falando metafisicamente, não é este poder irresistível, esse ser supremo em minha vida. Era maior, era maior que a vida. Eu me refiro a ele como Deus. Eu sempre tive um relacionamento com Deus muito cedo aos oito anos de idade. Eu me lembro de ter essa conversa com Deus. Eu ia no banheiro, me olhava no espelho e falava comigo mesmo, mas então eu sabia que eu não era o único que estava ali presente.
Falando em termos mundanos, visitei minha avó paterna e vi que a vida que ela viveu é em contrataste com a vida que eu tinha vivido nos projetos. Então isso me inspirou a querer mais e mais da vida. Isso me fez mais ambicioso, antes daquilo eu não sabia que nada realmente existia, exceto na TV…
Diferente da sua avó, você usou mais alguém como modelo?
Eu usei praticamente quase todos que eu podia. Meus treinadores, meu tio (ele era Major), alguns dos meus tios, que moravam conosco, que foi de grande influência na minha vida. Sempre que eu tinha uma oportunidade, ele iria me dar um pouco de sua sabedoria. Foi a sabedoria da rua, mas a sabedoria que eu precisava na época para sobreviver. Mesmo com pessoas que estavam vivendo negativamente, eu diria “OK” é assim que eu não devo fazer. Eu gostaria de dizer a todos que Deus serviu um propósito maior à minha vida.
O tema subjacente de “The Walking Dead” é nunca desistir, e parece ser algo que você sempre tem abraçado na vida.
É exatamente isso, você sobrevive por qualquer meios necessários. Houve muitos momentos em minha vida dos quais eu poderia ter morrido ou então terminado servindo 20 anos na prisão. Eu superei essas coisas, esses obstáculos, porque eu estava ouvindo e obedecendo aquela força maior que estava falando comigo nos momentos cruciais na minha vida que, estava realmente contada. Muitos dos meus amigos não, e eles acabaram indo para a prisão servindo os termos ou morreram.
Você acha que todo mundo tem essa voz que você está descrevendo, mas simplesmente ignoram-na?
Eu acho que sim. Eu acho que nós, como seres humanos, temos uma voz interior. Algumas podem se referir a ela como uma consciência. Alguns têm feito tanta coisa errada nessa vida (e eu posso atestar isso porque eu estava nessa categoria). Quando você tiver feito tanta coisa errada, terá tanta sujeira empilhada na sua consciência que será preciso muito para que você possa ouvi-la. Com o tempo eu trabalhei para obter toda aquela sujeira, aquela negatividade na minha consciência para o ponto onde elas começaram a ficar cada vez mais altas, e as mensagens se tornaram mais claras e mais nítidas. Então sim, ela existe para todo mundo. É apenas uma questão se devemos ou não obedecê-la.
Você esteve em apuros com a lei ao crescer?
Você sabe, eu nunca fui preso. Teve momentos em que eu poderia ter tido problemas com a lei. Eu carregava uma arma – Carregava uma pistola – Vendi drogas… Eram instintos de sobrevivência. Eu tinha uma arma, por exemplo, que era algo pra se ter no centro da cidade. Ela serviu de proteção. Se você não tivesse uma arma, mais pessoas estariam propensas à “testá-lo”.
Para mim, isso era uma coisa da qual eu não tinha muito com o que se preocupar, pois havia vários homens na minha família. Minha avó era a matriarca. Eu era o caçula de todos os homens da família. Então eu meio que os usei como exemplo do tipo de emulação que eu via eles fazendo. Então eu não tive que lidar muito com “bullying”, porque nós tínhamos bastante cobertura, por assim dizer.
O quanto você trouxe da sua vida pessoal quando está interpretando cenas em “The Blind Side”, mas principalmente em The Walking Dead?
O tempo todo. Aquela parte da minha vida me pesou tão fortemente. Você sabe, tem muita influência sobre mim. Tem tantos gráficos de imagens, tantas coisas para puxar e partir, então eu as usei como motivação. Eu só olho onde eu costumava estar comparando a onde eu estou agora, e chego a ficar sobrecarregado de emoção.
Você sente como se estivesse vivendo outra vida?
Sim, sim. Era um mundo diferente. Eu falo com minha esposa sobre isso. Refletimos sobre ela, era como um mundo diferente, como se não fosse mesmo parte da minha vida.
Quando você está fazendo uma cena onde você enfrenta um racista, é sua reação instintiva, e que exige menos atuação?
[Risos] Para um monte de gente talvez seria mais instintivo, mas é tudo atuação. É instintivo também, é uma parte do ofício mas eu aprendi a ter todo o processo atuando. Assim, uma combinação de ambos é com qualquer coisa, não somente enfrentando o racismo.
Então, sua mulher te chama de Irone ou de Rob?
[Risos] Isso depende de quem está perto de nós, quando estamos em lugares públicos ela diz que tenta de tudo pra me chamar de Irone, pois é assim que as pessoas me conhecem. Mas quando estamos em casa, atrás de portas fechadas ela me chama de “Singie” ou “Rob”, mas normalmente é “Singie”. O meu sobrenome é Singleton e é por isso que ela me chama de “Singie”.
–
Fonte: Post Gazette
Tradução: @anndying / Staff WalkingDeadBr
Paris Filmes confirma participação na CCXP24 com conteúdo inédito de "Bailarina", do universo de John…
A letrista vencedora de dois prêmios HQMIX também é a autora do pôster e da…
Concurso acontece no último dia da CCXP24 (08/12) e o grande vencedor levará para casa…
Apple TV+ anuncia programação para a CCXP24 com experiências emocionantes para os fãs da série…
Veja aqui todas as informações da versão colorida da edição 103 dos quadrinhos de The…
Veja aqui todas as informações da versão colorida da edição 102 dos quadrinhos de The…
Esse site utiliza cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão "ACEITAR" ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.
LER MAIS