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Glen Mazzara revela por que ele deixou The Walking Dead

O ex-showrunner deixou o drama da AMC depois de duas temporadas de grande audiência.

Glen Mazzara diz que apesar de estar segurando o leme do show, quando esse se tornou um dos dramas de maior audiência na TV – batendo até mesmo os da TV aberta –, ele nunca esteve completamente no controle. Então sua aparentemente saída repentina após o drama zumbi da AMC bater seus índices na terceira temporada estava prevista, com o papel que ele viu para si mesmo no show.

“Eu era uma espécie de ‘assessor externo’ que chegou para dar suporte ao criador do show, e, por circunstâncias estranhas, acabei me tornando o Showrunner.” disse Mazzara na terça-feira durante a NATPE.

(Nota do Tradutor: NATPE = organização sem fins lucrativos dedicada à criação, desenvolvimento e distribuição de programação televisionada em todas as suas formas, através de todas as plataformas de mídia)

Mazzara, que estava em um painel com Damon Lindelof (Lost), disse que ele iniciou em The Walking Dead quando Frank Darabont era o showrunner. Quando Darabont saiu, após uma temporada, Mazzara disse que ficou tão surpreso quanto qualquer outra pessoa quando ele foi escolhido para substitui-lo.

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“Você teve que, tipo, segurar o volante, como se estivéssemos dirigindo em uma tempestade”, disse Mazzara, “e eu estou feliz em dizer que fui capaz de contribuir, e que vencemos a tempestade. Mas quando eu penso que as pessoas envolvidas no show estão olhando para o plano de longo prazo, eles querem algo diferente – e quais as diferenças? Vocês tem que perguntar a AMC.”

Sem mencionar Robert Kirkman, criador dos quadrinhos nos quais Walking Dead é baseado e que há registros de ter discordado da abordagem de Mazzara várias vezes – Mazzara deixou claro que ele não tinha a última palavra que parecia ter, e que foi um fator decisivo para a sua saída apesar dos altos índices.

“Quando você é o criador, você pode dizer ‘isso é o que o show é’”, adicionou Mazzara. “Eu não criei o show. Eu não criei os quadrinhos, então eu me sinto feliz em ter sido capaz de contribuir.”

Lindelof então seguiu a discussão falando dos desafios que ele enfrentou quando era o diretor executivo do hit da ABC, Lost, que saiu do ar em 2010, após seis temporadas.

“Não posso falar por Glen, e eu não posso dizer qual era o clima naquele show ou na AMC – são culturas diferentes em cada emissora – mas eu penso que há um pensamento equivocado de que se um show está indo muito, muito bem, há uma atitude ‘lassez-faire’: “Bem, se eles estão indo bem, eles devem estar fazendo algo certo. Vamos deixa-los sozinhos”, disse LIndelof. “Na verdade, em Lost, o oposto era a verdade. Após fazermos o piloto, eu penso que todos estavam dizendo “Oh, meu Deus, como você vai sustentar isso? Ok, o avião caiu. Agora eles estão na ilha, mas e no capítulo 17? Eu não sabia o que era o episódio quatro! Não era essa a nossa ideia. Nós meio que a herdamos, e estávamos fazendo o nosso melhor para descobrir como que uma história deveria parecer.”

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“Houve um período durante os seis primeiros episódios quando nós estávamos meio sozinhos” ele adicionou. “Ninguém realmente sabia como definir o show. Então o show foi ao ar, e teve altos índices. Então subitamente sete executivos que nunca havia visto antes chegaram dizendo: ‘Oh, meu Deus, não estrague com tudo.’  Isso é um pouco meio estranho. Como voltar atrás? A ideia de avaliar o show em termos de ‘ele está indo bem, então vá e faça seu trabalho’, isso não existe. A realidade é que estamos no lado criativo disso, mas é tudo um negócio.”

Disse Mazzara: “Em The Walking Dead, por eu estar chegando em uma cultura com todos os diferentes escritores e produtores, e estava crescendo lá dentro, eu realmente queria montar aquela equipe. Eu queria que todos investissem naquilo que estavam fazendo. Eu não acho que seria certo chegar e dizer ‘ok, chegou o novo xerife da cidade.’ Essa não foi minha atitude, e eu senti que o show poderia realmente fracassar, se fosse o caso.”

Mazzara disse que recebeu bilhetes da emissora, 15 produtores e até mesmo dos atores a respeito dos scripts. “Não há como você tomar cada nota em consideração”, ele disse. “Não há como agradar a todos. Então eu apenas tentei ir adiante e reescrever um script inteiro, tentando incluir todas aquelas vozes diferentes, todas aquelas perspectivas diferentes. No final do dia, porém, você nunca chegava a um consenso,” ele lamenta. “Então é quando eu tenho que dizer, ‘eu acho que esse é o melhor script possível’…  No fim do dia, alguém tem que dar a última palavra. Do contrário, é somente caos.”


Fonte: THR
Tradução: @BinaPic / Staff Walking Dead Brasil

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Rafael Façanha

Zumbi Chefe no The Walking Dead BR. Treinador Pokémon, viciado em Magic, conectado 24 horas por dia e até já fui reconhecido como Wikipédia-Viva de The Walking Dead. Meu mundo é dividido em assistir muitas séries e filmes.

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