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Glen Mazzara conta a história da vida real que estava por trás da cena emocionante envolvendo Maggie e Hershel

Na semana retrasada, vimos, na premiere da Terceira temporada de The Walking Dead, Rick amputar a perna de Hershel em uma tentativa de salvá-lo depois que o veterinário/fazendeiro foi mordido por um zumbi. No episódio da semana passada, nós vimos o resultado dessa decisão, e o showrunner Glen Mazzara nos contou como uma cena chave foi inspirada em uma perda pessoal sofrida por ele.

[ALERTA DE SPOILER: Só continue lendo se você já assistiu ao episódio de The Walking Dead do dia 21 de outubro. Sério, volte depois de ter assistido ao episódio. Último aviso!]

Enquanto Rick, Daryl e T-Dog lidaram – de diversas maneiras – com os prisioneiros humanos que encontraram no fim da premiere da semana passada, o resto do grupo ficou cuidando de Hershel, cuja vida estava por um fio. Em uma cena comovente, Maggie – que não suportava mais ver seu pai sofrendo tanto – despediu-se dele: “Pai, você não precisa mais lutar. Se você estiver preocupado comigo e com a Beth, não – não se preocupe com a gente. Nós vamos cuidar uma da outra… Vá em frente, pai. Está tudo bem. Eu só queria agradecer a você. Por tudo. Obrigada.” (Hershel acabou recuperando a consciência no fim do episódio.)

Para Mazzara, a cena entre os atores Lauren Cohan e Scott Wilson o afetou intimamente – a cena foi baseada em sua própria experiência de dizer adeus à sua mãe, Virginia Mazzara, que morreu no ano passado após sofrer um derrame. A Entertainment Weekly conversou com o showrunner sobre como ele utilizou seu luto pessoal para escrever essa cena e como isso o ajudou a lidar com sua própria perda.

ENTERTAINMENT WEEKLY: Nós conversamos há pouco tempo e você me contou que houve uma cena no segundo episódio que foi delineada a partir de uma experiência pessoal sua.

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GLEN MAZZARA: É a cena em que a Maggie diz adeus ao Hershel. Minha mãe faleceu no ano passado. Ela sofreu um derrame e houve um dano cerebral inoperável e teve que recorrer ao suporte de vida por alguns dias. Eu estava prestes a ficar ao lado dela e meu pai me pediu para não fazer isso. Em vez disso, ele queria que eu trouxesse minha esposa e meus filhos para Nova York para o funeral. Então houve muita tensão e stress para a família inteira. E um dos meus primos disse que ela tinha dito adeus a um ente querido por telefone por não ter conseguido chegar lá a tempo. Então eu liguei para minha irmã e disse, “Me faça um favor e segure o telefone no ouvido da mamãe para que eu possa, pelo menos, dizer adeus.” Então eu disse algo parecido com o que a Maggie disse. Eu disse, “Não se preocupe. Não lute. Está tudo bem. Apenas fique em paz.” Eu senti que ela estava passando por uma batalha muito difícil com essa doença e era a hora de ela partir em paz. Mas a minha mãe era uma verdadeira lutadora. Então eu disse isso, e nós adentramos nessa história e eu realmente quis dramatizar isso. Uma das coisas que são bonitas em The Walking Dead é que você pode ligar com altos riscos e vida, morte e luto, e foi muito terapêutico para mim. Escrever aquela cena foi uma catarse.

EW: Qual foi a reação dos outros roteiristas e do elenco quando você incluiu essa cena?

MAZZARA: Quando nós falamos sobre isso na sala dos roteiristas, as pessoas se perguntaram, “Isso se reflete mal na Maggie? Ela está desistindo? Não é desolador demais? É uma falta de esperança?” E meu pensamento foi, não. Ela está dando ao Hershel permissão para morrer, porque ela realmente sente que ele precisa morrer em paz. Isso provocou alguns debates interessantes na sala dos roteiristas. E eu me lembro que a Lauren Cohan ligou e disse, “Cara, eu preciso dizer isso?” E eu disse, “Sim, você precisa dizer tudo. Foi desse jeito que eu disse para minha mãe.” E ela disse, “Eu compreendo totalmente.”, e fez dessa maneira e teve uma performance linda. E tudo isso foi muito, muito pessoal e significativo para mim. Eu tive sorte de usar essa cena como uma maneira de dizer adeus à minha própria mãe. Mas, por ter passado por essa experiência, parecia algo que a Maggie diria. Então, foi uma cena muito, muito importante mesmo para mim.

EW: Foi difícil ou foi fácil se sentar e escrever essa cena?

MAZZARA: Escrever essa cena foi muito emocional, mas eu acho que foi fácil. Eu não voltei para revisá-la. Eu apenas a escrevi e Billy Gierhart fez um ótimo trabalho em dirigi-la e a Lauren se conectou de verdade. Estou aprendendo que esse é um seriado sobre família. É o Swiss Family Robinson no apocalipse zumbi. Aqueles laços familiares são preciosos. Eu acho que qualquer roteirista que tenha investido pessoalmente ao produzir seu material a partir de sua própria vida, obviamente, e é provavelmente surpreendente para a audiência saber que os roteiristas aqui estão retirando elementos de suas experiências pessoais, mas nós estamos. E eu acho que, com sorte, isso vai ressoar na audiência. Isso parece real para nós..

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EW: E como foi quando você assistiu à cena pela primeira vez?

MAZZARA: Sabe, eu chorei. Eu fiquei agradecido à Lauren por ela ter feito aquilo. Pareceu um presente que ela fez para mim.

EW: Parece que foi muito terapêutico para você.

MAZZARA: E realmente foi. E eu imagino que, se minha mãe estivesse aqui e visse a cena, ela teria comentários. [Risos]


Fonte: EW
Tradução: Lalah / Staff Walking Dead Brasil

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Rafael Façanha

Zumbi Chefe no The Walking Dead BR. Treinador Pokémon, viciado em Magic, conectado 24 horas por dia e até já fui reconhecido como Wikipédia-Viva de The Walking Dead. Meu mundo é dividido em assistir muitas séries e filmes.

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