O produtor executivo Glen Mazzara fala sobre o rápido ritmo da 3ª temporada, a fidelidade ao material original, sobre mortes de personagens e muito mais.
A segunda temporada de The Walking Dead realmente ficou parecendo duas series distintas. A primeira metade teve um ritmo muito mais melancólico, que culminou com a descoberta de uma morte há muito tempo conhecida, contra a segunda metade super-acelerada, com o abate de um dos personagens principais. Se a primeira metade representou a perda da esperança do grupo nesta paisagem distópica, a segunda foi a réplica metafórica de um dedo do meio. Quem precisa de “esperança”, mesmo? Vamos atirar na cabeça de algo e nos sentirmos melhor – pelo menos por um momento.
No “Saturn Movie Awards”, Glen Mazzara, estava presente para receber o prêmio de “Melhor Programa de Televisão”. O Collider teve a oportunidade de falar com ele sobre o ritmo da próxima temporada, sobre mortes de personagens principais e também sobre o arco da Prisão, entre muitos outros assuntos.
A primeira metade da segunda temporada foi mais lenta, mais sobre os personagens, contra a segunda metade que era muito mais focada em ação. Será esta a estrutura utilizada para a terceira temporada?
GLEN Mazzara: Não, nós estamos continuando de onde paramos. O ritmo dos dois últimos episódios é o nosso ponto de partida, e eu vou até dizer que aceleramos um pouco depois disso.
Como você mantém esse ritmo acelerado?
Mazzara: Tem bastante história. Eu era escritor para a série “The Shield” e lá acho que nós tínhamos muita história e mudamos as coisas, não guardamos ou construímos nada; apenas mantivemos o trem em movimento. Aqui nós temos escritores realmente talentosos, temos também uma grande fonte de material que temos sido capazes de usar tanto quanto queremos. É amplo. Estou muito feliz com o que estamos fazendo.
Quão importante é a fidelidade ao material de origem?
Mazzara: A história em quadrinhos, como eu já disse antes, é um tesouro. Tem bastante coisa acontecendo. Nós certamente temos personagens e histórias que queremos usar, mas para chegar lá em uma série de TV, você tem que ter tempo. Às vezes você não pode ir direto ao ponto. São dois meios diferentes, assim nós o tornamos nosso e possuímos o material. Eu gosto de pensar nisso como um universo alternativo.
Um dos ímpetos principais na série era o antagonismo de Shane. Como você compensa essa perda na nova temporada?
Mazzara: Robert criou este grande personagem chamado Governador e nós escalamos David Morrissey para interpretá-lo. Confie em mim, dá bastante trabalho lidar com ele. Rick e o grupo vão ter bastante o que fazer.
O quanto vocês vão manter da história da prisão, com a morte (nos quadrinhos) de vários personagens principais?
Mazzara: Você terá que descobrir quando for assistir, mas certamente haverão mortes ao longo da temporada e esta é definitivamente uma série em que nós levamos essas coisas a sério. Acho que mostramos isso em nossos últimos episódios. [Aquele] tipo de morte intransigente, emocional, continuará fazendo parte da série, enquanto cercar a história.
É fácil colocar violência gráfica na série?
Mazzara: Sabe, na TV e no cinema, um pouco vai longe. Eu vejo a série como terror, sendo assim, bastante violência é sugerida. É violento. É sangrento. Eu não vejo qualquer necessidade de aumentar isso. Só o bastante para deixar tudo o mais real e visceral possível.
Como foi a transição de ir de uma série policial (The Shield) para uma série de terror?
Mazzara: Rick é um policial também. Muitas das séries que eu faço são de baixa tecnologia. Esta é de baixa tecnologia. Há um pouco de aventura. Há difíceis escolhas emocionais. Então, na verdade isso é como uma progressão natural de tudo o que eu já havia feito antes.
Te surpreendeu o fato de que, não só o país, mas o mundo todo adotou a série?
Mazzara: Sim. Acabamos de voltar de uma Comic-Con e foi fantástico. Lotamos o saguão H e os fãs nos paravam em todo lugar. Foi realmente muito gratificante ter esse contato direto com os fãs e ver o quanto eles gostam do show. Eu estou no Twitter e as pessoas falam comigo o tempo todo e me dizem o quanto eles adoram a série, como eles não podem esperar para o seu retorno, que estão viciados. Então, isso é muito gratificante. Como um artista, todos nós estamos procurando essa conexão com a audiência e quando você encontra pessoas tão aficionadas como nossos fãs, é incrível, como encontrar o Santo Graal.
É surpreendente, já que ‘horror’ não está normalmente no topo das paradas.
Mazzara: Não, mas é interessante porque há algumas series de terror onde você tem arcos de longa duração. A maioria dos programas de terror é feita como uma espécie de antologia. “Buffy” – uma série fantástica – tinha o demônio-da-semana. “Twilight Zone”, “Arquivo X”, estas tinham uma abordagem antológica. Nossa série é um drama de longa duração com as mesmas criaturas toda semana.
Como você evita que fique repetitivo?
Mazzara: Você realmente tem que fazer o seu trabalho como escritor e incentivar as pessoas a serem o mais criativas possível. O que é legal da televisão é que as pessoas tem uma conexão tão grande com os personagens que, quando alguém morre, a plateia chora. Eles sentem tudo. Você não chora quando alguém morre em um filme de terror.
Sim, na maior parte do tempo você está torcendo para o assassino.
Mazzara: Exato, essas mortes não tem o peso que podem ter em uma série de TV, então é úma das vantagens de podermos fazer uma serie.
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Fonte: Collider
Tradução: Jessica Storrer / Staff WalkingDeadBr
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