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4ª Temporada

Gale Anne Hurd fala sobre o episódio incrivelmente profundo de “The Grove” e o que vem a seguir

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Não é uma surpresa perceber que os eventos de “The Grove” – em que Carol atira na cabeça de sua filha “adotada” Lizzie depois que ela esfaqueia e mata sua irmã Mika para provar que a mesma voltaria a vida – foram definitivamente difíceis de digerir.

A Entertainment Weekly já conversou com Carol, Melissa McBride, sobre o episódio controverso, e também conseguiu uma descrição dos fatos com o showrunner Scott M. Gimple. Mas, eu sei o que você está pensando: O que diabos a produtora Gale Anne Hurd tem a dizer sobre essa coisa toda? Bem, isso é o que eu estava pensando também. Então, eles se encontraram com Hurd para colher informações sobre sua visão do episódio, sua opinião sobre a 4ª temporada, a reação dos fãs, assim como uma prévia sobre o que vem a seguir e uma atualização sobre o spin-off de The Walking Dead. Confira:

ENTERTAINMENT WEEKLY: Esse retorno da metade da temporada foi realmente diferente de tudo o que vocês já fizeram. Com o grupo dividido, e com estes grupos menores que levam a histórias mais pessoais. Já vimos alguns episódios deste tipo de tempos em tempos antes, mas certamente nunca de maneira tão sucessiva.

GALE ANNE HURD: Isso é verdade. E isso é algo que havíamos planejado desde o início da temporada, quando conversamos com o [showrunner] Scott Gimple e os roteiristas. Eles disseram que era hora de separá-los, ainda que houvesse problemas e perigos significativos para serem lidados na prisão, incluindo a infecção e tudo o mais. Era sobre realmente enviá-los por conta própria, em pequenos grupos, e conhecê-los individualmente. Tivemos a oportunidade de realmente conhecer Bob e seu passado, algo que não havia sido explorado antes. E, certamente, Beth foi uma personagem que as pessoas achavam, talvez, que não conheciam tão bem. Temos sanado tudo isso e, certamente, houve alguns momentos bem explosivos nos últimos episódios.

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EW: Então, vamos falar sobre o episódio “The Grove”; porque certamente teve muita gente comentando sobre o que aconteceu. Falei com Scott e ele mencionou como vocês trabalharam com diferentes iterações em termos de como e o quanto deveriam mostrar na cena em que Carol mata Lizzie. Conte-me sobre as discussões internas que vocês tiveram um com o outro como produtores e com a AMC sobre como adaptar este evento terrível dos quadrinhos para a televisão. Porque são dois meios diferentes e talvez o que você mostra em um não é como você deseja mostrar no outro.

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HURD: Nós sabíamos que isso era algo inevitável. Era algo que tinha sido elaborado na introdução de Lizzie, e que em algum momento ela iria cruzar essa linha como os gêmeos fizeram nos quadrinhos. Mas, o que nós não queríamos fazer era torná-lo mais gráfico do que precisava ser porque, emocionalmente, o episódio poderia impressionar sem exageros. E isso sempre foi nossa intenção, preparar um episódio que fosse realmente poderoso emocionalmente e que não fosse apenas gráfico para promovê-lo em excesso.

EW: Você esperava alguma reação negativa das pessoas com relação a esse episódio? Pessoas que poderiam ficar chateadas com crianças matando crianças e adultos matando crianças e que poderiam pensar que isso era demais para passar na televisão? Você esperava isso, e sequer ouviu algo do tipo?

HURD: Quando você começa a série de TV da maneira que fizemos no primeiro episódio, em que o personagem de Rick mata uma menina zumbi… Acho que isso anuncia em alto e bom som que este apocalipse ia ser assim, e que em algum momento não iria ter somente crianças zumbis. E vimos coisas horríveis no passado. Vimos Carl atirando em alguém que poderia realmente não ser uma ameaça, na terceira temporada. Então, é realmente sobre quem são essas pessoas no apocalipse zumbi. Algumas pessoas, era a sua natureza. E outras pessoas, foi o ambiente que criou essa reação. E isso nos dá a oportunidade de explorar essas condições muito humanas.

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EW: Esta é uma série com vários personagens diferentes e cada um tem o seu momento de brilhar. Mas, para mim, a trajetória mais emocionante foi realmente a de Carol e eu nunca teria acreditado que isso poderia acontecer há um ou dois anos atrás. Quando você começa a olhar para o que aconteceu neste ano – porque eu sei que você já está em fase de planejamento da 5ª temporada -, é possível perceber que uma das coisas que todos vocês tem orgulho é de terem sido capazes de transformar esta personagem que era talvez mais secundária em alguém tão forte e vital.

HURD: Com certeza. Nós sempre soubemos que Melissa McBride tinha habilidades de atuação que poderiam oferecer o desempenho que ela demonstrou em “The Grove”. Não poderíamos realmente nos concentrar em uma personagem em particular, quando estávamos na prisão. Ou neste caso, em quatro personagens no episódio “The Grove”. Então, nós precisávamos ser pacientes e permitir que sua personagem evoluísse e chegasse ao ponto onde poderíamos entendê-la e compreender suas escolhas. Bem como as opções de Tyreese neste episódio. E é por isso que nós realmente agradecemos aos fãs pela sua paciência. Porque às vezes é frustrante – é frustrante ver que as coisas acontecem lentamente. Mas, eles confiam em nós e sabem que estamos construindo algo em que todas essas coisas… Você sabe, “olhe as flores” ou quem matou Karen e David? – Tudo isso vai valer a pena.

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EW: É interessante você citar os fãs e dizer que espera que eles sejam pacientes, porque eu ia te perguntar sobre isso. Quando você tem uma série processual em que estão resolvendo um crime a cada semana, você realmente meio que imagina o que vai acontecer a cada episódio. Quando você tem uma história serializada que está relatando um conto inteiro, é muito mais difícil. Quando se olha para a 2ª temporada, várias pessoas estavam reclamando no início dizendo: “Ei, está muito lento. Não está acontecendo nada”. Mas, isso era porque não sabiam a recompensa que estava por vir, que tudo nos levou ao episódio do armagedom no celeiro – o que é realmente considerado um dos melhores momentos da série, eu acho. Então, como produtora, qual é o tipo de olhar que você tem com relação à reação dos fãs semanalmente, sabendo o que você sabe – que eles não tem todas as informações?

HURD: [Risos] Nas temporadas anteriores, foi difícil. Foi difícil porque eu assisto todos os episódios quando vão ao ar. E vejo o feedback em tempo real nas mídias sociais. E as pessoas realmente ficam frustradas. Elas ficam frustradas porque “não acontece muita coisa.” Mas, eles não se importariam tão profundamente e as sequências não seriam tão emocionalmente carregadas se não tivéssemos construído tudo isso gradativamente. E não se pode preparar uma cilada para alguém na primeira parte de um episódio e abatê-los no final do episódio, sem qualquer tipo de impacto emocional. Simplesmente não é possível se importar com alguém rapidamente. É interessante, porque o eco de Sophia foi tão claro no episódio [The Grove]. Isso foi realmente o que motivou muito do que Carol tem feito – a formação das crianças, tentando endurecê-las para que pudessem sobreviver porque Sophia não conseguiu. E, em seguida, ver tudo desmoronar naquele episódio foi incrívelmente profundo.

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EW: Você sabe que não vou te liberar enquanto não nos der uma prévia sobre o que vai acontecer. O que podemos esperar para o final?

HURD: O mundo de The Walking Dead é feito de escolhas humanas, sobre o que se tem que fazer para sobreviver e o quanto cada personagem está disposto a sacrificar e comprometer a sua humanidade. E vamos realmente ver alguns personagens no seu limite – da mesma maneira que Carol ficou – no último episódio.

EW: Eu falei com Robert Kirkman e ele me disse que vamos ver Rick ser levado ao limite absoluto. E ele disse: “Se você acha que já viu ele no limite antes, você não sabe qual é o limite”.

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HURD: Exatamente. E é sempre uma questão de o quanto você se recupera desses momentos, e dessas escolhas. E é aí que a 5ª temporada vai nos levar.

EW: E com relação ao spin-off? Alguma novidade em termos de quando você está pensando começar este projeto?

HURD: Neste momento, nosso foco está em The Walking Dead e prefiro que este processo seja lento e feito da maneira certa do que ser apenas rápido. Nós levamos isso muito a sério e a AMC tem sido ótima em nos compreender – tudo a seu tempo.

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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: Mydiã Freitas / Staff Walking Dead Brasil

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