Estamos chegando aos episódios finais da terceira temporada de The Walking Dead e a produtora executiva Gale Anne Hurd promete aos fãs muitas surpresas importantes por vir.
Conversamos com Hurd para conseguir alguma informação do que está por vir (sem nenhum spoiler a respeito de futuras reviravoltas) e algumas ideias em geral sobre a direção do show na quarta temporada. Conversamos também sobre como evitar o vazamento de spoilers, a reação dos fãs aos personagens polêmicos como Andrea e como a equipe de “The Walking Dead” sabia que Scott Gimple era a escolha certa para ser o próximo showrunner.
A terceira temporada foi tão boa, mal posso esperar para ver os últimos episódios. Como você os descreveria em poucas palavras?
Gale Anne Hurd: Intensos e chocantes, eu diria.
Dallas Roberts [que interpreta Milton] diz que há alguma reviravolta estranha nos últimos episódios.
O show inteiro tem reviravoltas [risos], eu não sei se isso será mais estranho do que já é.
Ouvi que a finale vai dar o tom da quarta temporada e poderá ser diferente do que vimos nesta última?
Eu não acho que haja grandes reviravoltas. O show continua a evoluir. Cada temporada traz uma continuidade com a temporada anterior, mas as participações variam. Em todas as temporadas temos obstáculos diferentes, ameaças, e isso continuará na quarta temporada.
E houve uma conversa sobre os walkers estarem mais ameaçadores na quarta temporada?
Isso é engraçado, este é um mundo em que você tem que tomar cuidado para não ficar muito complacente. Eu acho que nossos sobreviventes estão um pouco assim. Então…
Um pouco arrogantes, talvez?
Sim, eles talvez tenham que cair em si.
Eles conseguiram tomar a prisão, e isso talvez tenha feito com que se sentissem fortes.
Como é que dizem mesmo? “O Orgulho Antes da Queda? ”
Certo. Obviamente todos sempre querem descobrir o que acontecerá a seguir, mas o quanto é difícil para vocês evitar que vazem spoilers??
Aparentemente não muito.
Sim, mas fiquei sabendo de fotos que vazaram online…
Bem, algumas estão erradas, outras foram editadas. Mas você sabe, certamente esta é uma das razões pelas quais não estamos mandando fotos dos últimos dois episódios à imprensa.
O término da terceira temporada também significa que chegou ao fim o tempo de Glen Mazzara como showrunner. Os fãs se entusiasmaram com a direção que o show tomou, mas ficou claro que ele não retornaria para a quarta temporada. Houve preocupação com essa nova mudança de showrunner?
Bem, temos os mesmos roteiristas. [O novo showrunner] Scott Gimple escreveu alguns dos episódios cruciais, e ele tem estado por aqui tanto tempo quanto Glen. Eu acho estranho que as pessoas pensem que Mazzara foi demitido. A verdade é que seu contrato havia terminado e houve uma negociação que acabou não acontecendo. Este é o caso.
Scott Gimple foi oficialmente anunciado como novo showrunner na mesma semana em que “Clear” foi ao ar. Ele escreveu o episodio e os fãs responderam positivamente. Foi coincidência?
[O anúncio] não foi realmente programado assim. Houve algumas coisas. Uma delas é que os roteiristas estavam a todo vapor, então foi o ímpeto. Eles estavam se organizando para a quarta temporada. E também a Paley Fest foi o primeiro evento antes do começo da nova temporada em que tivemos todo o elenco reunido, juntamente com os produtores executivos. Então parecia ser um bom momento.
Ainda assim foi bom ver a reação àquele episódio.
Nós sabíamos que seria ótimo. [risos] Se não fosse, não acho que teríamos ido tão longe. O importante é a continuidade. Glen teve uma responsabilidade enorme e fez um trabalho fantástico segurando as rédeas deixadas por Frank. Glen escreveu um dos episódios na primeira temporada, Scott tem estado conosco desde a segunda temporada. Acho que a continuidade é absolutamente essencial para o show.
Alguém que entenda os personagens, seu mundo e a história.
Sim, e que esteja completamente alinhado com o resto do grupo, incluindo os atores.
Entendo que os enredos para os primeiros oito episódios da próxima temporada já estejam traçados. O quanto de estímulo você coloca nesse processo, ou você deixa totalmente na mão dos escritores?
Todos os produtores executivos estão envolvidos em um encontro inicial. Sentamos e trocamos ideias. Mas como os escritores estão lá no dia a dia, você não pode querer fazer tudo. Há muita troca, mas quando encontramos com Scott, ainda antes do anuncio dele como showrunner, vimos qual era a visão dele. E todos nós – produtores executivos, bem como a AMC – estamos apoiando inacreditavelmente a sua visão.
Existem aspectos particulares do show pelos quais você se sente mais protetora ou investiu mais e quer ter certeza de que eles saiam de uma certa maneira?
Eu acho que é importante que, sempre que fazemos algo que se desvie significativamente dos quadrinhos, essa é uma escolha que ou irá se expandir, ou irá melhorar algo, ou haverá um motivo para isso. Os quadrinhos são um mapa fantástico. Certamente eu os respeito e admiro. Dito isso, estamos em um outro caminho. Algumas vezes estes caminhos se cruzam, mas nem sempre. Porém, Robert Kirkman está na sala dos roteiristas. Todos os dias, sempre que estas decisões são tomadas, como deve ser. Tenho certeza de que George R.R. Martin também está em “Game of Thrones”.
A história de Andrea dividiu os fãs nesta temporada. Eu acho que tem sido fascinante ver um personagem dividido entre dois mundos, Woodbury e a prisão, mas o que você acha que ocasionou certas reações negativas a isso?
Isso sempre acontece com as mulheres!
Sim, também aconteceu com Lori.
Você transa com mais de um cara e de repente… É incrível como há dois pesos e duas medidas. A verdade é que o público sabe mais do que Andrea sabe. E o público sabia mais do que Lori também, a propósito. Ela pensava que seu marido estava morto. Sobreviver nesse mundo é algo que gera todos esses comprometimentos. Eu acho que tanto Lori como Andrea estavam tentando – no caso de Lori, tentou – manter sua humanidade e fazer decisões corretas, ainda que fossem difíceis. O minuto em que Rick retornou, Lori acabou com Shane. Com Andrea, no momento em que ela descobriu quem realmente o Governador era, sua missão tem sido não apenas salvar o povo de Woodbury, mas também avisar seus amigos na prisão quem ele é.
O que ela não conseguiu fazer – e você não pode criticá-la por isso – ela não conseguiu matar o Governador a sangue frio. Eu não conheço muitas pessoas que fariam isso. Eu acho que, na verdade, isso é algo bom.
O que você acha do fato das personagens femininas sempre tomarem o impacto mais forte? É sexismo por parte dos fãs?
Não. Eu acho que a descrição dos personagens femininos é mais complicada. Complicada não apenas sócio-culturalmente no show, mas também no mundo de hoje. Quando você pensa em um cara que dormiu com todas, ele é um jogador e as mulheres que fazem o mesmo são vadias. Se você olhar desta maneira, não surpreende a reação dos fãs. É parte da visão que eles tem do mundo.
O show tem um grande elenco, mas há alguns personagens que nós gostaríamos e conhecer melhor. Você acha que veremos mais de, por exemplo, Beth ou Carol no futuro?
Este é o prazer de cada nova temporada, temos a oportunidade de fazer nossos personagens crescerem e passarmos mais tempo com eles. Eu acho que isso vai acontecer.
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Fonte: Zap2it
Tradução: @BinaPic / Staff Walking Dead Brasil
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