Espectadores com olhos atentos do episódio piloto de The Walking Dead (espectadores com olhos muito, muito atentos mesmo) teriam percebido que o ator que interpreta o soldado-zumbi que Rick Grimmes (Andrew Lincoln) encontra no tanque não foi nenhum ator extra, e sim Sam Witwer, que representou Doomsday na oitava temporada de Smallville, e providenciou a voz e a semelhança para Cade Starkiller nos jogos de The Star Wars: Force Unleashed. Quando conversou com o Comic Book Resources, ele disse que, enquanto Frank Darabont era o diretor da série, havia o plano de que o personagem de Witwer se tornasse o foco de um spin off na web, que mostraria o que aconteceu em Atlanta e como isso se tornou o centro do “inferno” zumbi que vimos no primeiro episódio. Mas, quando Darabont foi descartado do seriado, todas as ideias da web série parecem ter ido com ele.
Porém, em uma carta para o Aint It Cool News, Darabont explica o plano que ele tinha para o personagem, e que era uma ideia muito interessante. Em vez da estória dos soldados ser contada na web série, teria formado uma base para o primeiro episódio da segunda temporada, um episódio em flash back anterior aos eventos do piloto. Conforme o próprio Darabont diz:
“A idéia era fazer como um documentário bastante focado na sensação de “você está lá.” Não é com a câmera tremida, mas, ainda assim, deixar um pouco mais “cru” do que o resto da série. Nós começaríamos com um pelotão com talvez sete ou oito soldados sendo deixados na cidade pelo helicóptero. Existem mapas com coordenadas que eles precisam encontrar; mandaram os soldados para fazer relatórios sobre uma certa localização para providenciar reforços. Não é uma missão especial, é basicamente uma medida de limpeza colocando mais botas no chão para reforçar os cruzamentos principais e as instalação em toda a cidade. E nós seguimos esse grupo desde o momento em que o helicóptero os deixa. Tudo que tem de fazer é viajar talvez doze quarteirões, uma jornada simples, mas o que começa como um cenário sem-cérebro vai de “a cidade está segura” para “caramba, nós perdemos o controle, o mundo está acabando.” Nosso pelotão fica bloqueado o tempo todo e, em breve, está tentando sobreviver. Eu queria fazer algo realmente tenso, uma história centrada nos personagens enquanto a comunicação para de funcionar, fontes de alimentos são perdidas, rotas de fuga estão bloqueadas, a moral entra em derrocada, a liderança é desafiada, motins são aquecidos, etc. (Sim, esse abordagem deve um saldo espiritual a grandes filmes, incluindo Southern Comfort, de Walter Hills.)
No caminho, eu pensei que poderíamos integrar brevemente essa estória com alguns personagens estabelecidos do show. Sem exagerar, observe, porque ficaria bobo e seria coincidência demais colocar muitos elementos nessa idéia. Mas pensei que seria ótimo enveredar para um rápido desvio da narrativa que leve os soldados até as pessoas que nós conhecemos. Imaginar nosso pelotão chegando em uma barricada onde civis estão impedidos de abandonar a cidade por ordens de atirar-para-matar, com o objetivo de impedir a disseminação do contágio, é uma cena de intenso pânico, e nessa multidão de desesperados, encontramos Andrea e Amy. Os atiradores da barricada entram em pânico, os civis começam a ser ceifados pelas armas de fogo e em meio a isso as garotas são levadas em segurança por um homem mais velho que nós nem conhecemos. É Dale. Ele não é ninguém para elas, apenas um cara que viu a oportunidade de fazer a coisa certa e reagiu no momento. Isso poderia ter sido em talvez um ou dois minutos do episódio, só um desvio legal como vários outros resultados que os soldados encontram em “O Resgato do Soldado Ryan”, mas nós teríamos presenciado o momento em que Dale encontra Andrea e Amy, teríamos visto como a relação começou. Também senti que teria um ótimo jeito de trazer Emma Bell de volta à série por um momento, pois ela foi maravilhosa e lamentamos profundamente que sua personagem tenha morrido e que ela tenha deixado o seriado. (Claro que, se essa idéia do “encontro com personagens estabelecidos” não funcionasse no estágio do script, eu teria que jogá-la fora. Você experimenta muitas idéias e as coloca em prática, vê como ficam. Mas eu pensei que essa teria uma grande chance de funcionar bem.)
Então a história segue esses soldados através do inferno, conforme a cidade decai e o pelotão implode, com o soldado Sam sendo o principal personagem e o centro da moral do grupo. Ele se torna o último sobrevivente do pilotão, e finalmente consegue as coordenadas do mapa que tentaram achar desde o início: é a barricada no interceção do tribunal em Atlanta onde Rick, posteriormente, encontra o tanque. O soldado ainda está vivo quando entra lá, mas já foi mordido. Ele realizou sua missão “simples”, mas precisou passar pelos sete tipos de inferno para tanto (inclusive sendo forçado a matar o líder do seu pelotão), e agora está prestes a morrer. E ele rasteja até o tanque para sair da rua e encontrar abrigo. Enquanto sua febre aumenta e o pobre homem começa a ter alucinações, ele puxa uma granada e considera aquilo o fim de sua vida. Ele coloca a granada naquela estante por um momento para refletir sobre toda a merd* e o tormento que o trouxeram a esse triste fim de vida, e toma coragem para puxar o pino… mas, antes de poder agir, a febre o queima e ele morre.
A surpresa surge nos momentos finais deste episódio:
Depois que o soldado morre dessa maneira miserável e solitária… após um calmo lapso temporal… nós fazemos uma reprise cena por cena do primeiro episódio da primeira temporada: Rick entrando no tanque para escapar da horda… explodindo a cabeça daquele zumbi… agora Rick está preso… e imagem escurece… fim.
A noção era usar o enjeitado zumbi do tanque que Rick encontrou no piloto, e contar a história do soldado. Fazer dele a estrela de seu próprio filme, seguindo sua jornada, mas sem revelar quem ele é até o final. É a ideia de que todo zumbi tem sua história, todo morto-vivo uma vez foi um ser humano com sua vida… Foi, de certo modo, a estrela do filme de sua própria vida. E nós seguimos esse cara em particular e vimos como sua vida terminou; nós testumunhamos seu sofrimento, observamos suas boas intenções e seus fracassos, e nós presenciamos sua morte terrível no tanque. É por isso que coloquei Sam como o zumbi do tanque em primeiro lugar, em vez de simplesmente utilizar um ator extra. Eu tinha sua história em minha mente enquando filmávamos o piloto, e sabia que precisaríamos de um ator soberbo para representar aquele soldado quando a hora chegasse.
E então, no segundo episódio da segunda temporada, voltaríamos ao grupo de Rick e retornaríamos ao fluxo da história estabelecida no final da temporada passada.”
É um ângulo interessante para se trabalhar, e teria sido certamente um privilégio assistir. Talvez os atuais diretores do seriado possam observar essa ideia, já que mostraram um desejo de voltar aos eventos anteriores ao apocalipse zumbi na primeira metade da segunda temporada.
A segunda metade da segunda temporada de The Walkind Dead terá início em 12 de fevereiro.
–
Fonte: WhatCulture
Tradução: Lalah / Staff WalkingDeadBr
O ator Norman Reedus fará sua estreia na CCXP deste ano em um painel sobre…
Paris Filmes confirma participação na CCXP24 com conteúdo inédito de "Bailarina", do universo de John…
A letrista vencedora de dois prêmios HQMIX também é a autora do pôster e da…
Concurso acontece no último dia da CCXP24 (08/12) e o grande vencedor levará para casa…
Apple TV+ anuncia programação para a CCXP24 com experiências emocionantes para os fãs da série…
Veja aqui todas as informações da versão colorida da edição 103 dos quadrinhos de The…
Esse site utiliza cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão "ACEITAR" ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.
LER MAIS