Com o retorno de The Walking Dead para a segunda metade de suas terceira temporada, a Academy of Television organizou o An Evening with The Walking Dead (Uma Noite com The Walking Dead), uma noite para homenagear o elenco e a equipe de criadores, e o enorme sucesso desta popular série de drama, dando uma olhada naquilo que os fãs podem esperar à medida em que a história continua. O Collider estava lá cobrindo o evento, e compilamos os melhores momentos daquilo que o elenco tinha a dizer durante a sessão de perguntas e respostas.
Durante a discussão, os atores conversaram sobre o quão difícil é perder constantemente outros atores no show, como o conforto pode ser a coisa mais perigosa para essas pessoas, naquele mundo, que os humanos são mais assustadores que os zumbis, seus momentos favoritos na temporada, que personagem gostariam de ver ressuscitando dos mortos, se Rick (Andrew Lincoln) terá outro surto, Andrea (Laurie Holden) e suas péssimas escolhas em relação a homens, o que Maggie (Lauren Cohan) e Glenn (Steven Yeun) fariam sem um ao outro, o que pode acontecer entre Daryl (Norman Reedus) e Carol (Melissa McBride), o estado mental do Governador (David Morrissey) neste momento, onde estará a lealdade de Michonne (Danai Gurira) e o que mais os deixa ansiosos nesta temporada. Confira TUDO que rolou no evento:
Pergunta: Andrew, agora que Rick enlouqueceu, você está surpreso com a resposta do telespectador?
ANDREW LINCOLN: Eu estava sob um alto nível de stress, mas havia um método dentro daquela fúria. Eu estava tentando encontrar a cena do crime. Eu queria chutar aqueles traseiros, mas a verdade mesmo é que eu queria ver as evidências. Eu olhei nos olhos de meu filho e aquilo me deu o que eu já sabia. Mas, eu acho que há algo incrivelmente pragmático em Rick, e possivelmente por isso ele seja um bom líder. Só que ele estava em negação, que é o primeiro estágio do luto. Eu queria mostrar o máximo disso, como resultado.
É muito difícil estar constantemente perdendo atores neste show, e nunca saber se o seu personagem será ou não o próximo a partir?
LINCOLN: O lado ruim do show é que perdemos atores incríveis e personagens incríveis. Mas eu acho que isso acaba sendo uma das maiores forças do show. Ele está sempre se reinventando. A dinâmica do grupo muda. Faz com que a gente se sinta um alvo móvel. Você se apega aos personagens. Eu acho que é por causa disso que as pessoas assistem o show em grupos. Você quer que as pessoas sobrevivam, e quando isso nao acontece, é de partir o coração. Eu lembro o dia em que tivemos que fazer aquela cena (quando Rick se dá por conta de que Lori se foi), e eu tirei minhas lentes de contato. Sempre que eu tenho que fazer uma cena com emoção eu preciso tirar minhas lentes, o que significa que eu nao consigo enxergar. É uma agonia, e toda a equipe sentiu o mesmo. Quando Maggie chega com o bebê, era um bebê de verdade. A mãe estava lá também. Foram alguns poucos takes quando as coisas se tornaram sombrias e eu comecei a gritar feito um bebê, e então eu tive que pedir desculpas no final.
O quão ferido você acha que Rick está agora? Este vazio estará lá para sempre?
LINCOLN: Bem, sim. Quando você perde alguém tão próximo, isso muda você irrevogavelmente. Rick é uma dessas pessoas que pune a si mesmo. Ele se culpa continuamente. Ele se degrada. É lindo poder interpretar um cara que começa em um lugar e depois muda completamente. Eu acho que é algo inacreditavelmente ambicioso e corajoso para a AMC fazer, ter um protagonista que não é o cara que você conheceu no primeiro episódio. E acredito que todos os personagens fazem o mesmo. Esta é uma das coisas mais convincentes, nesta e na temporada anterior, você vê as pessoas mudando.
Laurie, você acha que Andrea enxerga o lado escuro de homens como Shane e o Governador, ou ela apenas vê companheiros fortes?
LAURIE HOLDEN: Não acredito que ela veja o lado sombrio. Você tem que entender que Andrea nao sabe, e não tem ideia do que o público sabe. Tudo o que ela sabe é que, no começo da temporada, ela estava na floresta por sete meses, e elas chegaram à essa linda cidade, e ela conseguiu respirar e sonhar novamente. Ela pensou que aqueles dias estavam acabados. Ela não escolheu o Governador em vez de Michonne. Ela escolheu ter uma vida e uma comunidade. Ele é carismático e lindo? Sim. Até agora ele não mostrou sua brutalidade. Há várias coisas que ele fez e que ela pode entender. O fato de ele ter sua filha zumbi em um armário? Bem, eu fiquei sentada por dois dias ao lado de minha irmã morta, esperando ela se transformar. Então, as regras mudaram. Eu acho que Andrea é uma mulher alfa e que se atrai por homens fortes. Se eles são loucos ou nao, infelizmente é parte do pacote.
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Seria o conforto uma das coisas mais perigosas que a pessoa pode ter?
HOLDEN: Sim. Há um ditado que diz que se algo é bom demais para ser verdade, realmente é. Isso é Woodbury. Apos perder sua irmã e sua família, era bom demais para ser verdade. Mas ela olhou o lado bom. Ela viu uma mulher grávida descendo a rua tranquila. Viu pessoas levando os cães para passear. Viu aquelas pessoas idosas cuidando dos seus jardins. Ela pensou “Tá brincando? O mundo acabou e olhe o que esse homem está criando. Eu quero fazer parte disso.”
David, nos quadrinhos o Governador é mau, totalmente louco, mas você realmente teve a oportunidade de humaniza-lo. O que está se passando na cabeça deste personagem até a mid season finale?
DAVID MORRISSEY: O ponto de partida do Governador foi o livro de Robert Kirkman, A Ascensão do Governador, que é uma novela fantástica. Aquela é a história inicial. Aquele é o homem. Tudo o que a gente queria era trazer mais daquele personagem na primeira metade da temporada, quem ele é e sua complexidade. Nos quadrinhos ele é mau, louco. Então, foi de dar a ele alguma humanidade e algo pelo qual lutar. Aquilo a respeito de sua filha é compreensível. Todos neste mundo perderam alguém com quem se importavam. Hershel tinha um celeiro cheio de pessoas com quem ele se importava. Não está fora da normalidade você querer ficar junto de alguém do seu passado, apesar de ter se transformado. Acho que qualquer pessoa no mundo desejaria isso.
Mas aquelas cabeças no aquário não te parecem estranhas?
MORRISSEY: Sim, são estranhas, mas é como ver várias telas de TV juntas. Ele está vendo o inimigo e ele sabe disso, se aquelas cabeças estão no aquário e ele está olhando para elas, ele está vivo. Você precisa desumanizar o inimigo. Mesmo que eles sejam mortos-vivos, você precisa olhar para eles, confrontá-los e saber que você é melhor do que eles, “porque você precisa ir lá fora e lutar contra eles”. Você precisa saber que é melhor que seu inimigo e que pode vencê-lo.
A perda de sua filha foi a morte de sua humanidade?
MORRISSEY: Isso é o que a segunda parte da temporada irá explorar. Ele está em um lugar sombrio. Ele está furioso com o mundo. Ele está se fechando. Mas há pessoas ao seu redor, como Andrea e Milton, que talvez possam resgatar a sua humanidade e relembra-lo do seu passado. Haverá luta para seguir adiante.
Norman, como é ver Daryl evoluir de um caipira chato a um membro valioso para o grupo?
NORMAN REEDUS: A verdade é que ele está se tornando esse novo homem. Ele estava destinado a ser este mini-Merle, então ter as pessoas confiando nele lhe trouxeram esta sensação de mais-valia que ele nunca teve antes.
Com essa situação com Merle, onde estão as lealdades de Daryl neste momento?
REEDUS: Quando você reunir os irmãos novamente, o irmãozinho se transformará realmente em irmãozinho e fará o que o irmão mais velho diz. Ele lutará contra isso. Essa é a sua batalha pessoal. E Rick é o irmão que ele gostaria que Merle tivesse sido. Haverá, definitivamente, algum conflito. Ele é como seu tio bêbado em uma festa de Natal. Ele ainda é Merle.
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Danai, os fãs do show estão realmente com Michonne neste momento. Como foi essa experiência para você, nesta temporada?
DANAI GURIRA: Foi ótimo! É um grupo incrível de se estar junto, e eu fui tão bem recebida por todos e doutrinada por minha melhor [Laurie Holden], tanto na série como fora. Foi incrível. O nível de trabalho físico e emocional foi maravilhosamente intenso, e existe um ar desesperador no set, no meio do calor e dos insetos da Georgia, e beleza e glória. Tem sido realmente ótimo. Há algo realmente gratificante e com muito frescor a respeito disso. Ãs vezes você tem que trabalhar para ficar realmente glamourosa. É ótimo que esse grande show diga “esqueça isso tudo e apenas conte a história”. A última coisa que qualquer um desses personagens pode pensar é na sua aparência. Há algo refrescante a respeito disso acontecendo, e na verdade ter mais sujeira sendo colocada em você faz com que você pareça mais natural. Eu adoro isso, na verdade.
Michonne definitivamente tem uma armadura emocional. Você acha que ela tem um ponto de virada, ou ela já passou disso?
GURIRA: Eu acho que o final do episodio 8 teve alguns pontos de virada acontecendo para ela. Há a perda de Andrea, que ela sente ainda nos domínios do Governador. Ela sente que realmente perdeu Andrea, que Andrea escolheu alguém no lugar dela. Isso realmente a levou a oferecer-se a Rick no final do episódio. Opa, isso está errado… não oferecer-se a ele totalmente! Alerta de spoiler! (risos) Mas ela realmente está dizendo “me deixe fazer parte deste grupo”, no final do episodio. Ela reconhece que precisa de uma comunidade. Para realmente chegar a esse ponto, para ela, realmente foi um ponto de virada? Ela está dizendo “eu posso ficar vagando lá fora, conseguir mais dois pets e seguir estrada afora, mas eu estou escolhendo, na verdade, me tornar parte de uma comunidade.”
Steven, ser um casal no apocalipse zumbi realmente é um desafio. Como você sente a respeito disso, com Glenn e Maggie?
STEVEN YEUN: Interpretar Glenn tem sido realmente divertido, pois ele é um personagem que está mudando, devido às circunstancias. Quando você encontra Glenn e ele tem a chance de ficar com Maggie, isso acontece para ele de uma maneira muito egoísta. Ele é muito cabeça dura, e ele pensa que sempre sabe de tudo, lá no fundo, especialmente o que está correto, e ele segue seus instintos. Mas ele esquece que é apenas um garoto, e que ele apenas está descobrindo as coisas, à medida em que ele progride. Então isso acontece, e é incrível, e ele teve que confrontar muita m… ainda.
Aquela cena com o zumbi, sozinho naquela sala no final do último episódio, foi um momento badass cinematográfico no show. Como foi fazê-la?
YEUN: Para mim, como ator, foi um ponto de virada. E para Glenn, como personagem, também foi. O que foi legal foi que o grito nao estava no script. Apenas veio, no final, e eles continuaram filmando. Foi legal ver os escritores, produtores, diretores e equipe todos te apoiando, e você está completamente livre. Como ator, eu senti como se nao pudesse errar naquele momento. Felizmente tudo deu certo. Para Glenn, como personagem, ele teve tudo simplesmente desnudado e estava lutando para sobreviver, nao apenas por ele, mas pela pessoa que ele ama, que estava na porta ao lado. Então o que fazer? Você esmaga tipo Hulk!
Lauren, temos visto o Governador matar pessoas, mas o que ele fez para controlar Maggie foi quase pior. O que acontecia com ela, naquele momento?
LAUREN COHAN: É interessante porque é algo que você esperaria que ocorresse naquele mundo, com esses personagens ficando fortes e controlando tudo. O Governador precisava tanto saber onde o grupo estava. Ele está jogando com aquelas pessoas que estão em menor numero, tendo eles em salas separadas e infligindo toda aquela tortura. Maggie e Glenn irão fazer tudo o possível para que ao menos um deles sobreviva. Quando ela revela o paradeiro do grupo, é um movimento perigoso, ainda que apenas para salvar Glenn. Todos precisamos uns dos outros. Mas Maggie teve um mau pedaço, especialmente na primeira metade da temporada. Foi uma temporada muito emocional, e foi de partir o coração perder as pessoas que foram perdidas. Eu posso estar errada, mas eu realmente penso que a maneira como estamos ultrapassando limites é tao interessante e tão surpreendente de se ver na televisão. Então eu sou grata que, mesmo sendo aterrorizante, estou fazendo justiça ao que realmente aconteceria no fim do mundo. Mantendo-o real.
Você não acha os humanos mais aterrorizantes do que os zumbis nesse mundo?
MORRISSEY: Você descobre que suas capacidades sao diferentes neste mundo. Você é desafiado enquanto pessoa. Quem você escolhe? Quem você salva? Quem são seus amigos? O mundo desafia a sua percepção da bondade. O que você faria? Gostariamos de pensar em nos mesmos como heróis, mas quando tudo acontece você pode estar correndo para o lado oposto ou pisando em seu amigo para conseguir fugir. Você não sabe. Este mundo está fazendo essas perguntas para estas pessoas o tempo todo. É uma questão de sobrevivência, e do que vai lhe ajudar a sobreviver por mais tempo. Você quer ter humanidade e que todos vivam juntos e felizes, mas você também quer chegar ao fim do dia e estar vivo. Eu não acho que temos que ir muito longe, em nosso mundo, para ver pessoas fazendo escolhas, aqui e agora. Há uma zona de guerra onde vivem pessoas. Escolhas estão sendo feitas lá o tempo todo.
Se você pudesse dar um Emmy a algum de seus colegas, por algum momento na terceira temporada, quem você escolheria?
HOLDEN: Andrew Lincoln no pátio quando fica sabendo que sua esposa morreu. Sem ofensas.
MORRISSEY: É uma pergunta difícil. Eu realmente achei que Steven estava incrível. Há aquela sensação de realmente estar vendo um homem ser torturado, que vimos tantas e tantas vezes na TV e em filmes, mas ele trouxe algo novo, porque o personagem mudou naquele momento. Você vê um homem formado, e eu achei que foi brilhante. Mas eu poderia escolher muitos outros, o show está repleto deles.
Qual seu momento favorito nessa temporada?
GURIRA: Há tantos. Eu acho que a cena de Steven foi realmente poderosa. Eu também adoro a cena entre Maggie e o Governador. Realmente tocou naquele aspecto da zona de guerra que ocorre a uma mulher, e o que pode ocorrer com seu corpo, e sua vulnerabilidade em um tempo em que nao há mais regras. Isso é algo sobre o que você se torna. E o que uma mulher se torna, e o que ela precisa defender?
LINCOLN: Eu amo todas as cenas. É difícil porque não assisto ao show, então é difícil falar sobre as cenas. Eu gosto de Girls.
Você não assiste porque não quer que a percepção de sua performance interfira na sua performance?
LINCOLN: Sim, eu amo o show! Eu adoro ler cada script que sai, e eu amo a história desses personagens, mas eu nao gosto de me assistir. É como uma superstição. Você não quer estar envolvido nisso.
Se você pudesse ressuscitar um personagem dos mortos, quem seria?
YEUN: Eu amo a todos, mas para mim, de cara, seria Jeff (DeMunn), que interpretava Dale.
HOLDEN: Jeff tinha uma maneira de ensinar algo apenas com um olhar. Ele era tão sábio.
YEUN: Do ponto de vista do personagem, é a escolha de Glenn. Quando estávamos fazendo a primeira e segunda temporadas, vivemos na mesma área, então eu era uma mosquinha na parede ouvindo cada palavra sábia de Jeff DeMunn. Eu ficava tipo “preciso anotar isso!” Eu lembro de ter feito aquela cena com Laurie no trailer, na segunda temporada, e eu apenas pensava “oh, eu preciso ir até aquele lugar, onde estão as emoções pela partida de Dale”. Nunca foi fácil pra mim atuar, mas naquele momento foi fácil.
HOLDEN: Nós literalmente só tivemos que nos mostrar. Nós amávamos tanto o ator e o personagem que tudo o que tínhamos a fazer era olhar para o trailer. Ele era o mestre de Glenn, mas era o homem que mais me ensinou. Nós só respiramos fundo e foi como se estivéssemos homenageando Dale.
Como foi trabalhar com Melissa McBride?
LINCOLN: Eu acho que Melissa [McBride], nos oito episódios a seguir, tem o fio da série. Ela tem uma cena com Michael Rooker que foi a melhor de todas. Ela é incrível!
E quase que há algo entre Daryl e Carol, você não acha?
REEDUS: Há muito, mas ainda não isso. Eu tenho sorte em contracenar bastante com Melissa. Ela é ótima. Eu comecei a me relacionar com ela no terceiro episodio da primeira temporada, quando ela pega o machado e atinge a cabeça do marido com ele. E eu fiquei falando pro cara dos efeitos especiais, “Bote mais lixo naquele machado, encha de sangue.” Então a cada tomada, estava pior. E nós começamos essa amizade. Mas eu gosto que estas duas pessoas tao sofridas gravitem uma ao redor da outra, por essa razão. Se tiver algum romancezinho para acontecer, quero interpretar aquele cara sem jogo nenhum. Quero que ela tome a iniciativa, e eu quero só choramingar. Nessa pequena cidade que filmamos, nós jogaríamos sinuca. Ela só sentaria ali, toda dócil, e então me ensinaria. Ela tem algumas cartas na manga.
Lauren, qual foi a cena mais difícil de filmar, na primeira metade da terceira temporada?
COHAN: Definitivamente a cena com Scott, quando achávamos que Hershel iria morrer, e nao somente por ele ter um desvio de septo. Scott tem algo realmente charmoso, quando seu nariz parece fazer sons como se ele estivesse roncando. Você está se debulhando em lágrimas e acha que ele está dormindo, mas ele não está. Foi uma das cenas mais desafiadoras, porque eu pensava “Oh, cara, eu chorei na frente de toda a equipe!” Todo o desconforto que veio com a cena que fiz com David, realmente alimentou aquela cena. Foi tudo tao difícil. Minha cena favorita foi aquele momento comédia que tivemos e eu achei que foi merecido, quando Maggie e Glenn tiveram sua diversão no alto da torre de guarda. A leveza abençoada!
O que você acha que aconteceria com Maggie e Glenn se vocês se separassem ou se um de vocês morresse?
COHAN: É interessante. Eu acho que aprendemos tanto e nos tornamos tao mais fortes simplesmente de ter um ao outro. Eu sei que meu personagem até agora encarou coisas que ela jamais imaginou, todos os personagens tiveram, na verdade. Mas eu acho que também nos tornamos muito mais fortes. Eu nao sei se você já teve aquele momento de “você já deixou a luta tomar conta de você?”, se você não tivesse alguém.
YEUN: É uma pergunta difícil. Isso fala muito a respeito da segunda metade da temporada. Apenas por imaginar que Maggie, aos olhos de Glenn, possa ter sido violentada, como ele pode seguir adiante? Para onde irá a sua atenção? A confiança deles está quebrada? Há raiva? Há na verdade algum pensamento inteligente em sua cabeça? E isso pode arruinar relacionamentos? A grande dinâmica entre Glenn e Maggie é o fato de que você não quer dizer que eles são como os Super Gemeos, que estão sempre juntos e fazendo coisas juntos, mas que definidamente um está forte com a fraqueza do outro e vice versa. Acho que você já teve alguns lampejos disso na primeira parte da temporada. Eu amo esses dois personagens.
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Laurie, como Andrea enxerga os relacionamentos? Ela pode se apaixonar?
HOLDEN: Bem, a parte triste da jornada de Andrea é que, depois de perder Amy e Dale, ela pensa que nunca mais encontrará amor novamente, ou uma família, ou sentir algo tão profundo. Ela foi abençoada, porque ela encontrou o amor em uma melhor amiga. Mas a parte triste foi ela ter acreditado que poderia ainda amar alguém e que poderia ter sido um conto de fadas, e era uma mentira. É o que está acontecendo. Todos os sinais estão lá, que o Governador não é o homem que ela pensou que ele seria.
Como você imaginaria Andrea, enquanto líder de um grupo?
HOLDEN: Sinto que, de muitas maneiras, ela é. Acho que ela está fazendo o melhor que pode, dadas as circunstâncias. Você verá na segunda metade da temporada que ela, quando a ocasião pede, apresenta o melhor de suas habilidades, e ela mostra a força que as pessoas conhecem e que Robert Kirkman criou. Aquela Andrea que todos amam nos quadrinhos está de volta!
David, o que você vê acontecer com o Governador daqui por diante?
MORRISSEY: Ele está tropeçando em várias coisas. É basicamente o que acontece. Ele fica bravo o tempo todo porque ele continua atirando nas coisas. Ele está cheio de raiva, está se fechando e há esta atitude niilista no seu interior. Será que há o suficiente dele para ouvir pessoas com alguma razão, como Andrea e Milton? Ele poderá cair na real com eles? Estas duas comunidades parecem estar em rota de colisão, mas haverá alguma diplomacia em jogo? Quem vencerá? É algo a respeito do bem e do mal dentro de cada um, e cada um poderá ganhar essa luta. Nunca está claro. É um mundo lodoso com o qual eles terão que se envolver. Todos fazem escolhas comprometidas nesse mundo, pela sua sobrevivência. É sobre Merle decidir ficar sozinho ou se manter com a comunidade. É como Andrea reinar, como líder desta comunidade. É sobre pessoas e se elas escutarão, e a quem escutarão. Temos visto esta comunidade implorando por sangue, e ele está dando a eles o que querem.
Pelo que você está ansioso nessa segunda metade da temporada?
YEUN: Eu estou ansioso por ver como as pessoas vão evoluir. O que amo nesse show é que nenhum personagem é perfeito. Não há um “oh, eu pensei que ele era assim” e depois ele muda. Ele realmente muda.
COHAN: Eu acho que a questão com o Governador é decisiva para o grupo. Será interessante ver os bons garotos sob pressão.
REEDUS: Todos são tão complexos. Todos esses personagens começaram de uma maneira, e se transformaram. Carl se tornou esse guerreiro monstro, um garoto durão. E assim mesmo, há coisas adoráveis acontecendo. Há muito para acontecer. Não há elos fracos em nossa corrente.
LINCOLN: O episódio 12 é meu favorito desde o piloto, por tantos motivos. Eu estou louco para ver o que o público vai dizer e como irá reagir a ele.
GURIRA: Será legal ver Michonne com o grupo. A maneira como ela faz as coisas pode ser um pouco confusa para quem a vê, e é isso que ela quer, mas suas ações envolvem o fato de ela mostrar o seu lado. Ela ajuda o grupo de Rick a resgatar as pessoas que foram raptadas.
Danai, você acha que Michonne sobreviveu tanto tempo porque ela segue tanto os seus instintos?
GURIRA: Antes de mais nada, esse cara se auto-intitula Governador. Eu não votei! Quando foi a eleição? Eu não votei em branco! Quem esse cara pensa que é, e por que todos esses caras seguem ele como se ele fosse Jesus? Ele não é. Eu não vejo ele caminhando sobre as águas ou curando os cegos. Ele não pode curar sequer o próprio olho!
David, é divertido interpretar o vilão?
MORRISSEY: Ele não é um vilão. Ele é o cara legal.
Andrew, Rick enlouquecerá novamente antes do final da temporada?
LINCOLN: Sim. Eu não acho que ele esteja ainda bem da cabeça. Engraçado ou não, esta temporada foi a única em que eu comecei a ter pesadelos. Não sei por quê.
Quando você lida com emoções tão pesadas durante o show, como você se livra delas e vai para casa?
LINCOLN: É fácil. Se você desaba, chora e tem uma experiência intensa, você se livra disso. É a catarse. É ótimo. Eu nao apoio a ideia de que as pessoas precisam punir todos os demais. Se há uma cena ruim, ou difícil, ninguém mais deve sofrer. É seu trabalho fazer isso. E é um luxo. Meu professor de interpretação sempre disse para comemorar, mesmo que você esteja se debulhando em desespero. Você deve curtir. É algo prazeroso. É por isso que as pessoas tem seus surtos na vida real. Eles não conseguem exorcizar.
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