Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do sexto episódio, S08E06 – “All I See Is Red”, da oitava temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
Com esse 6º episódio chegamos ao midseason de mais uma temporada tortuosa de Fear the Walking Dead. Uma temporada que começa interessante e que aparentava desviar dos problemas da anterior, mas que se perde rapidamente em tramas repetitivas, ruins e desnecessárias.
Tendo toda as expectativas de um episódio decisivo de meio de temporada, “All I See Is Red” (Tudo o que Vejo é Vermelho) consegue decepcionar em quase tudo, não por não entregar aquilo que prometeu, pois sim ele entrega o final de um arco e a despedida de um personagem, mas faz isso de uma forma tão ruim que chega a ser revoltante.
Na crítica do episódio 4, citamos que um dos grandes pontos positivos era o fato de que a série finalmente havia conseguido encerrar os arcos em aberto de Morgan (Lennie James), e finalmente colocar um basta nas tramas repetitivas do personagem. E adivinhem só, não é que nesse episódio elas estão de volta e mais irritantes do que nunca?! Todas aquelas questões repetitivas do personagem que envolvem enlouquecer com os traumas e perdas retornam. E de início o episódio até consegue criar algumas cenas e passagens legais com isso, ao adotarem a amnésia e as montagens que intercalam cenas que já aconteceram com as que estão acontecendo, através do ponto de vista dele, mas esse artifício é tão repetitivo ao longo da trama que quando chega ao meio do episódio você já não aguenta mais.
Além dos problemas presentes no episódio 3 que voltam com força aqui, como o fato de PADRE se tornarem os trapalhões e serem facilmente emboscados, além da exclusão de cenas que seriam essenciais para entendermos como ocorreram os conflitos. Um exemplo é a cena em que Daniel (Rubén Blades) aparece de repente e surpreende os soldados de PADRE, e a cena corta com eles abrindo fogo e tendo controle da situação. Porém, quando voltamos para esse núcleo, o grupo de Daniel está rendido e nunca é nos mostrado como eles perderam aquela batalha.
Outro ponto negativo fortíssimo é que, como ele é um episódio de meio de temporada, em teoria, ele deveria ser épico e decisivo. Mas a sensação que dá enquanto assistimos ao episódio é que muita coisa foi sendo procrastinada e quando chegou aqui eles tiveram que resolver tudo e encerrar essas tramas em menos de 50 minutos. No final o que tivemos é um verdadeiro Frankenstein em forma de episódio.
Todo o já citado conflito entre o grupo de Daniel e os soldados de PADRE parece ter sido filmado de última hora e sem roteiro, apenas para acrescentar ação ao episódio, pois não possui uma geografia compreensível nessas cenas. Além de toda a sequencia inicial de Madison (Kim Dickens) reencontrando Morgan e ambos indo atrás da horda presa nos containers de PADRE parecer muito corrida, a edição confusa do episódio não consegue explicar o que havia acontecido ali.
O episódio ainda tenta enfiar uma função para Madison nessa trama, mas a impressão que dá é de que ela só está perdida e jogada no meio disso tudo. O mesmo tem que ser dito de Daniel e principalmente June (Jenna Elfman), que aparece muito pouco nesse episódio e todas as suas cenas, com exceção do diálogo com Dwight (Austin Amelio), são completamente jogadas e inúteis.
Como se não bastasse apenas a trama de PADRE para ser finalizada, o episódio ainda tenta concluir e dar uma finalidade para aquela horda de zumbis, uma conclusão para essa trama mal desenvolvida sobre a cura, que aqui simplesmente parou de funcionar, e eles nem se quer se deram ao trabalho de explicar o porquê, além de inventarem a conclusão do arco que envolve Morgan e Mo (Zoey Merchant). E, infelizmente, o episódio não consegue concluir de forma aceitável quase nenhuma delas.
Pra quem dizia que os Reapers da 11ª temporada de The Walking Dead eram de longe os piores vilões, precisa rever seus conceitos e conhecer essa catástrofe chamada PADRE. Os novos vilões que foram introduzidos no final da 7ª temporada e que foram desenvolvidos ao longo da primeira metade dessa são de longe os piores e mais burros de todo esse universo.
No final, os “grandes vilões” da temporada nada mais são do que uma versão frustrada de João e Maria. Dois jovens que perderam seu pai e que criaram a estratégia mais tosca após esse trauma. Maya Eshet, que interpretou Shrike nesses episódios, até tenta criar uma vilã interessante, mas o texto é tão pobre e vazio que não foi possível fazer muita coisa. Por outro lado, Daniel Rashid, que interpretou Ben, é um dos piores atores que já passou por essas séries, sem carisma, com uma atuação tão ruim que quando ele precisa transmitir dramaticidade ou imponência se torna risonho.
Em geral podemos dizer que essa trama envolvendo os novos vilões, apesar de ser curta, conseguiu saturar rapidamente, além de não conter um bom desenvolvimento ou uma boa história, pois PADRE nada mais é do que tudo o que já vimos antes, porém pior. O desfecho desses vilões é igual ao seu desenvolvimento: vazio e sem graça.
Provavelmente uma das poucas coisas bem trabalhadas nessa temporada é a história de Dwight e Sherry (Christine Evangelista), e é realmente muito triste relembramos o quão difícil e doloroso foi a jornada desse casal. Passando desde os problemas e conflitos com Negan (Jeffrey Dean Morgan) e os Salvadores em The Walking Dead até todos os conflitos aqui em Fear. E no final desse episódio eles tem de lidar com a perda de Finch (Gavin Warren), seu filho no qual eles nunca puderam desfrutar de uma relação familiar de verdade, e que quando eles finalmente conseguem, ele é infectado e morto um pouco depois.
A cena na qual eles enterram Finch é triste e pesada, além de carregar uma carga dramática muito forte. Boa parte desse mérito vem dos atores que se dedicaram e muito aos seus personagens, mais até do que essa série merece, superando o péssimo roteiro e tirando leite de pedra.
Como se toda dor e dificuldade fosse pouca, no final os dois sequer conseguem ficar juntos e se separam para cada um seguir seu rumo, mesmo depois de todo o trabalho que tiveram para se reencontrarem. A jornada de Dwight e Sherry é uma das mais tristes do Universo The Walking Dead, e com certeza eles são dois dos personagens que mais sofreram nesse mundo.
Ao final desse episódio temos o que parece ser a despedida de Morgan de Fear the Walking Dead, personagem que assumiu o protagonismo da série no meio da quarta temporada. O episódio encerra com um tom de despedida e prepara a volta do personagem para Alexandria, que convenhamos nunca deveria ter saído de lá.
Ele deixa Madison e todo o grupo que foi como uma família para ele durante anos e segue caminho juntamente de Mo, iniciando sua busca por Rick Grimes (Andrew Lincoln). No final, o episódio prepara um possível reencontro dos dois, o que seria um grande fan service já que a química entre os dois personagens era um dos grandes pontos positivos e foco da 6ª temporada da série principal.
A cena final de Morgan acaba sendo a melhor do episódio, pois ele mais uma vez revisita um local que foi fundamental para sua jornada. Desta vez na região em que viveu e enterrou Eastman (John Carroll Lynch), personagem que foi fundamental na reestruturação psicológica dele, e também o mesmo local aonde decide enterrar Grace (Karen David). Assim como no final do episódio 4, mais uma vez, Morgan se despede de seu passado.
Em “All I See Is Red” temos algo que não é muito comum de se ver nas séries do Universo The Walking Dead: uma cena pós créditos. Essa é uma cena que de certa forma prepara o que está por vir nos seis últimos episódios da série, que serão lançados ainda este ano.
A cena possui um ar misterioso e não revela quem é o personagem que está anotando as coordenadas de Madison, mas que deixa em aberto a possibilidade do retorno de Alicia (Alycia Debnam-Carey), algo que provavelmente virá a acontecer no final da série, já que sua mão mecânica é vista em cena.
O principal detalhe dessa cena pós crédito que está gerando uma série de discussões entre o fandom não é fato dela abrir as portas para a volta de Alicia, mas sim porque ela dá indícios do retorno de um personagem muito querido pelo público, mas que já “morreu”: Troy Otto (Daniel Sherman). Desde o começo do ano enquanto gravam os episódios finais da série, surgiram alguns rumores por volta de vazamentos de gravações e roteiros que Troy milagrosamente retornaria para o final de Fear the Walking Dead. E essa cena nada mais é do que a preparação para essa suposta volta.
Ainda seria muito cedo para falar desse provável retorno, teríamos de ver como ele será trabalhado e desenvolvido, mas o que isso aparentemente significa é que a série está desesperada para conseguir chamar a atenção do público e de ter um vilão realmente bom e que funcione, já que desde o começo da 7ª temporada o derivado tem sofrido em conseguir criar um antagonista decente. Então, a ideia de reaproveitar um vilão antigo pareceu ser a saída para os roteiristas. Basta esperarmos para ver como a série vai trabalhar esse provável retorno e se isso irá funcionar ou se eles vão conseguir estragar um personagem tão legal quanto Troy.
Esse episódio é uma verdadeira decepção e encerra de forma porca o arco que cobriu toda essa metade de temporada. Possui algumas cenas legais aqui e ali, mas que não seguram a qualidade dele como um todo. Além de ser mal montado, editado e de trazer soluções ridículas para concluir o arco, por exemplo, como o “poder do amor” e simples discurso motivacional de Mo fez com que Ben simplesmente se rendesse e desse fim a toda a idealização de PADRE no qual trabalhou durante anos.
E se essa realmente for a despedida de Morgan na série, ele infelizmente se foi com um episódio ruim e nada digno. Se a ideia era retirar o personagem da trama que assim o fizesse no 4º episódio, que se torna uma despedida mais digna e completa para o personagem, ainda mais depois de todos esses anos e essa longa trajetória.
A temporada que seguia mediana até então sofre uma grande queda como um todo com esse desastroso episódio. Uma temporada que havia prometido consertar os erros da anterior, mas que repetiu muitos deles. A última esperança é que os episódios finais tenham tramas boas e que possam encaminhar a série para um final minimamente decente, já que agora nessa segunda parte teremos o retorno de Strand (Colman Domingo) e Luciana (Danay Garcia), dois dos personagens veteranos da série, além do provável retorno de Troy. E que nos dá a entender que esses episódios finais irão focar nos personagens veteranos e que eles possam vir a ter uma pegada similar ao da primeira fase da série, a sua melhor, com certeza.
Fear the Walking Dead – S08E06: All I See Is Red
Nota: 4/10
O que você achou desse episódio e dessa primeira parte da temporada como um todo? Achou o final satisfatório ou decepcionante? Comente aqui em baixo suas opiniões e nos vemos em breve quando a segunda parte da temporada lançar ainda neste ano.
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