Fear the Walking Dead é uma série mais do que conhecida por seus altos e muitos baixos. Mas em meio a essas sete temporadas lançadas a série nos brindou com muitos bons episódios, alguns que são verdadeiras obras primas do Universo The Walking Dead, mas ela também já nos castigou várias vezes com episódios sofríveis e desnecessários.
Mesmo vivendo nessa turbulenta montanha russa de altos e baixos, Fear the Walking Dead conseguiu engajar o público durante esses últimos sete anos, e construir e desenvolver arcos e personagens que acabaram entrando na memória afetiva dos fãs.
Pensando de uma forma mais ampla em todas essas sete temporadas e nos preparando para a 8ª e última temporada da série que estreia dia 14 de maio nos EUA e dia 15 de maio no Brasil, decidimos fazer um ranking das temporadas de Fear the Walking dead, elencando-as da pior à melhor.
Confira abaixo como ficou a nossa lista, e não deixe de dizer qual seria a sua ordem de preferência nos nossos comentários. Lembrando que essa lista é única e exclusivamente baseada em nossa opinião e experiência pessoal com a série.
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Abrindo nossa lista recebendo o título de pior temporada de Fear the Walking Dead, temos a nossa não querida 7ª temporada. Uma temporada desprovida de qualidade e farta de erros, que não soube aproveitar as tramas abertas na temporada anterior para desenvolver.
A 7ª temporada vinha de uma 6ª muito bem elogiada pela critica e querida pelos fãs, a esperança de que Fear tivesse voltado aos seus dias de glórias permeou nas expectativas para essa temporada, mas ninguém aguardava o desastre por completo que ela seria.
Uma temporada tecnicamente pavorosa, aonde baseia-se na ideia de um cenário nuclear pós apocalíptico e dominado por zumbis, ideia essa que foi bem explorada nos episódios iniciais da temporada, aonde foi nos mostrado cenários deteriorados e uma construção de mundo muito bem realizada, além de acompanharmos todas as dificuldades dos personagens ao viverem um cenário tão caótico quanto esse. Porém, após os três primeiros episódios, a série se resumiu a filtros amarelos e esverdeados para simular um cenário radioativo e deteriorado, o que demonstrou um grande relaxo da produção em geral.
Além de um roteiro mais bagunçado do que uma caixa de brinquedo de crianças e uma trama mais vazia do que piscina de bebê, a temporada é cheia de conveniências que nunca servem a trama. Além do fato dos personagens ficarem sem máscara em cenários que estariam contaminados pela radiação, o que seria impossível logicamente falando.
Lógica, física e coerência são alguns dos elementos que essa temporada finge que não existe. Além dela forçar o antagonismo em um de seus principais e mais problemáticos personagens de toda a série, Victor Strand (Colman Domingo). Que em momento algum nas temporadas anteriores foi trabalhado ou desenvolvido como um vilão e que de repente acabou se tornando um, e com uma motivação vazia e sem sentido, o ator não conseguiu nos entregar uma atuação convincente como vilão e acabou ficando ridiculamente caricato.
Guiada por uma série de decisões estúpidas e forçadas, a temporada se torna torturante de acompanhar. Uma trama que seria facilmente finalizada em seis episódios, mas que inacreditavelmente se estende por dezesseis. Criando subtramas pavorosas e sem sentido que não levam a lugar algum.
Nessa temporada, a série conquistou a marca de 100 episódios, e diferente da série principal que fez um episódio homenageando toda a trajetória e desenvolvimento da história, Fear por sua vez entregou o que acabou sendo o episódio mais mal avaliado da história do Universo The Walking Dead, uma verdadeira vergonha incoerente em forma de episódio. O episódio de despedida de Alicia (Alycia Debnam Carey), que em teoria era para ser uma despedida emocionante e sentimental, mas que na prática se tornou ridículo e risonho.
Após uma temporada inteira cometendo erros e deslizes, o último episódio da temporada é razoavelmente bom e trás de volta a personagem Madison Clark (Kim Dickens), que há anos os fãs clamavam por seu retorno. O episódio final da temporada trouxe levemente um ar de esperança para a temporada posterior que vinha para finalizar a série, basta esperarmos para ver se a série vai conseguir se recuperar em sua 8ª temporada após essa 7ª desastrosa e ofensiva.
Dando seguimento com nossa lista, a próxima da colocação é a polêmica 5ª temporada. Uma temporada que gerou um certo hype nos fãs devido ao seu trailer memorável, que vendeu tudo aquilo que a temporada não foi. Com cenas épicas de ação e uma estética road movie, a quinta temporada prometia ser grandiosa e uma das melhores da série, mas infelizmente ela nem chegou perto.
Vários dos problemas da 7ª temporada se repetem aqui, porém o que faz dela um tanto quanto melhor é que apesar de ela ser uma temporada ruim, ela não chega a ser horrível como a 7ª, e também pelo fato de ter bons episódios no meio dela.
A temporada parecia regular com seus primeiros cinco episódios, com uma trama que ia se construindo pouco a pouco e que parecia caminhar para alguma direção. Mas que se perdeu em subtramas vazias e desconexas com as dezenas de personagens que pareciam sobrar em meio essa temporada. Nela tivemos o retorno de Daniel Salazar (Rubén Blades), um dos personagens mais queridos e que estava desaparecido desde o final da terceira temporada, porém seu retorno não foi de devida importância para a temporada como um todo, pois ao decorrer dela, o personagem perdeu destaque e se tornou apenas mais um dentre aquele enorme grupo. Além da adição de Dwight (Austin Amelio), personagem da série principal que estava com sua trama em aberto desde o final da 8ª temporada de The Walking Dead, realizando assim, o segundo crossover entre as séries.
Ainda se tratando de personagens, a temporada não sabe trabalhar com a quantidade numerosa que tem. E não se tocando com esse problema de excesso de personagens, a temporada passa a introduzir novos intrigantes ao elenco a quase todo episódio, acumulando um grande número de personagens que nunca são bem trabalhados após o seu episódio de introdução. Alguns dos mais claros exemplos são: Tess (Peggy Schott), Wes (Colby Hollman), Jacob (Peter Jacobson), Tom (Joe Massingill), Janis (Holly Curran), Annie (Bailey Gavulic) e todo o seu vasto grupo de crianças que após o final dessa temporada nunca mais retornou para série ou sequer foi citado posteriormente.
A temporada começa a abordar algo que seria muito explorado na 7ª, esse cenário nuclear pós apocalíptico, mas que infelizmente não tem consequência alguma. Após a série brincar com a possível morte de Alicia, quando ela entra em contato com o sangue de zumbis radioativos, algo que havia sido estabelecido como letal, mas que apenas serviu para causar um falso suspense e que não teve consequências.
A primeira parte da temporada concentra-se nos personagens se adentrando nesse cenário nuclear e entrando numa corrida contra o tempo, pois o lugar seria atingido por uma usina nuclear que está prestes a explodir e contaminar todo o local. Esses oito primeiros episódios começam até que bem ao trabalhar essa trama, mas que logo se perde em sub-arcos desnecessários e que não apresentam nenhuma consequência.
E a segunda parte da temporada se resume ao grupo iniciando uma espécie de “caravana do bem”, uma ideia sem sentido que havia se iniciado na temporada anterior e que havia sido a pior parte dela, e como se não fosse o suficiente essa 5ª temporada continua explorando essa trama que já não havia dado certo anteriormente e que aqui se torna um desastre por completo.
No final da temporada, somos apresentados a vilã Virginia (Colby Minifie) que em suas primeiras aparições se mostra uma personagem odiável e extremamente caricata, mas que na temporada posterior foi melhor trabalhada e passou a se tornar umas das melhores vilãs de toda a série, mas até aqui no final da 5ª temporada ela é apenas uma caricatura de todos os vilões do universo The Walking Dead. Além de termos nessa temporada um vilão fraco e com motivações ridículas que permeia os treze primeiros episódios da temporada, Logan (Matt Frewer), que mais parece uma extensão da também horrível vilã do final da temporada anterior.
O primeiro grande deslize da série foi cometido logo nos seus primórdios, a segunda temporada não é só uma das piores da série como também uma que se torna praticamente impossível de assistir.
A temporada vinha de uma primeira que, apesar dos defeitos, havia sido muito bem sucedida. E as expectativas para essa segunda eram ainda maiores, mas infelizmente Fear mostrou aqui a sua capacidade de fazer episódios horríveis e em sua maioria maçantes e arrastados. Existe uma grande diferença entre os episódios que escolhem adotar uma narrativa mais lenta (como alguns dos citados na lista: Os 10 episódios mais subestimados de The Walking Dead), com os episódios que são arrastados e que nada acrescentam a trama.
Pois bem, essa temporada pode se resumir em 80% de episódios arrastados e desnecessários. Dividida em quinze episódios, mais que o dobro de capítulos da temporada anterior, a trama se perde facilmente na lentidão e falta de acontecimentos. Em alguns dos episódios da primeira parte apenas acompanhamos o grupo dentro do Barco sem fazerem nada. E a ideia de isolar os personagens dentro de um único cenário não é de toda ruim, temos vários ótimos exemplos de obras audiovisuais que se baseiam nessa premissa, porém para que isso funcione é necessário um roteiro bem escrito e diálogos que prendem a nossa atenção do início ao fim, tudo o que a temporada não consegue fazer.
A trama de Nick (Frank Dillane) se identificar com os mortos e gostar de conviver com eles é interessante até certo ponto, pois logo ela fica repetitiva e desinteressante com a quantidade de vezes em que ela é usada. Uma das melhores coisas da temporada são as tramas envolvendo o personagem, apesar das inúmeras repetições. Todos os seguimentos em que o personagem passa a se apaixonar por esse mundo e querer se afastar de sua família é parte positiva do arco do personagem, apesar de que com o passar dos episódios começa a ficar maçante.
Outra coisa legal da temporada é como a família Clark é obrigada a se separar devido as divergências que esse mundo os obriga a enfrentar, dessa forma a série conseguiu trabalhar minimamente melhor a personalidade de cada um deles. Seja a relação maternal e de sobrevivência de Madison (Kim Dickens) e Alicia (Alycia Debnam-Carey), como explorar esse mundo que morre a cada dia através da perspectiva de Nick num dos melhores episódios da série “Grotesque” (Grotesco), ou também na relação paternal e disfuncional entre Chris (Lorenzo James Henrie) e Travis (Cliff Curtis).
Essas tramas se convergem no belíssimo penúltimo episódio da temporada “Wrath” (Ira), que não só talvez seja o melhor dessa temporada medíocre, mas também um dos melhores dessa primeira fase da série.
Porém, além desses pontos positivos temos também inúmeros pontos negativos, como todo o suspense chato e desnecessário por trás do personagem Victor Strand (Colman Domingo). E todo aquele arco no México sobre a comunidade e grupo de Alejandro (Paul Calderon), que aparentemente é imune ao vírus zumbi, mas que no final não passava de uma mentira devastada, além de toda trama do hotel que é simplesmente sonífera.
A segunda temporada tem suas qualidades e pontos altos, mas que falam mais baixo que seus pontos negativos e seus episódios arrastados e desnecessários. Essa temporada levou a audiência da série abaixo e é completamente compreensível o porquê, pois aquele público engajado na premissa de início de apocalipse da primeira temporada se desinteressou por completo nessa segunda ao acompanhar mais um drama familiar dentro de um universo de mortos-vivos.
A primeira temporada de Fear the Walking Dead vinha com uma premissa super chamativa, a ideia de uma série mostrando como foi o início do apocalipse zumbi do universo The Walking Dead (que na época estava em seu auge) parecia ser uma excelente ideia. E essa primeira temporada consegue entregar essa promessa de uma forma muito bem feita, pelo menos por boa parte dela.
Os dois primeiros episódios dessa temporada são realmente ótimos, eles trabalham bem essa ideia de início do surto e o mundo entrando em colapso. Temos uma trama envolvente e interessante que é bem conduzida com uma narrativa agradável de acompanhar, e com personagens que demonstravam um grande potencial. Porém, isso foi se perdendo ao longo da temporada. Mesmo contendo apenas seis episódios, a temporada consegue ser muito problemática e entediante em certos pontos, ainda mais em relação aos episódios finais. Onde a ideia que vendeu a série foi totalmente jogada de lado e substituída por uma trama chata e sem graça envolvendo militares tentando controlar toda a situação.
Todo o surto mundial em relação ao apocalipse e como o mundo encarava essa nova realidade com certeza é o ponto alto dessa temporada. Muito dos elementos vistos em tela aqui foram reutilizados em outras séries fora do universo de The Walking Dead que decidiram abordar a premissa de fim do mundo. Toda a forma em que a série trabalha o estranhamento da humanidade com a chegada do vírus zumbi, as conspirações e as pessoas comuns tendo que fazer crueldades para sobreviver, com certeza é o maior acerto dessa temporada. Assim como toda relação de mãe e filho entre Madison (Kim Dickens) e Nick (Frank Dillane), que é bem construída través de diálogos e a boa interação entre os atores.
E apesar dessa trama familiar, que passou a ficar disfuncional na segunda temporada, até aqui na primeira ela passa a ser um pouco problemática. As vezes a temporada acaba se perdendo em meio a tantas repetições de tramas e cenas que parecem mais do mesmo.
Alguns atores que com o tempo acabaram evoluindo com seus personagens e que se tornaram os queridinhos da série aqui nessa primeira temporada é possível ver uma certa imaturidade no que se diz respeito as suas atuações. Um exemplo é a personagem Alicia (Alycia Debnam Carey) que com o tempo se tornou uma das personagens mais querida pelo público, mas que aqui na primeira temporada é apenas uma garotinha mimada, o texto raso e a atuação da atriz que ainda não havia se encontrado no papel, apenas torna essa personagem irritante, algo que foi corrigido ao passar das temporadas.
O mesmo pode ser dito sobre Chris (Lorenzo James Henrie), personagem que pouco funciona na trama e que agrega muito menos, quase todas as suas participações são completamente desnecessárias e uma verdadeira tortura de acompanhar. Ao menos o personagem foi melhorando na segunda temporada e seu arco se tornou brevemente melhor.
O que coloca a primeira temporada de Fear nesta colocação são os seus episódios iniciais muito bem executados, sua premissa que funcionou por boa parte da temporada, até ela se perder em subtramas e arcos desnecessários. Em resumo, a primeira temporada é apenas mediana, e contém uma primeira leva de episódios muito bons e uma segunda leva totalmente arrastada e esquecível.
A quarta temporada veio como uma espécie de soft-reboot para a série, trazendo pela primeira vez em tela o personagem Morgan Jones (Lennie James) que vinha da série principal após os eventos da 8ª temporada e da guerra contra Negan (Jeffrey Dean Morgan) e o grupo dos Salvadores.
A ideia de juntar as duas séries já era requisitada fazia um bom tempo, e já no primeiro episódio dessa temporada tivemos esse tão aguardado crossover. Em “What Is Your Story?” (Qual a sua História?), episódio de estreia da temporada, um belíssimo e um dos melhores episódios de toda a série, diga-se de passagem, temos a execução dessa idealização de soft reboot. Aonde deixamos de acompanhar os personagens que até então eram os protagonistas para acompanharmos a jornada de Morgan em meio a dois novos personagens que haviam sido introduzidos, Althea (Maggie Grace) e o queridíssimo John Dorie (Garret Dillahunt). Os novos personagens e a adição de Morgan deram um novo ar para esse derivado.
Vale dizer que antes da quarta temporada, Fear era uma série bem diferente de The Walking Dead, conceitos e narrativas eram pouco espelhados na série mãe. E apesar dos inúmeros defeitos da primeira fase da série (temporadas 1 – 3), ela tinha sua identidade própria e se manteve através de seus próprios conceitos. Já aqui, a partir da quarta temporada, o derivado buscou se espelhar mais com a série mãe, tanto em narrativa e estética quando na composição e desenvolvimento de personagens. A partir da 4ª temporada a série se assemelhou a vários aspectos com a série principal.
A temporada começa muito bem, Fear havia alcançado um novo patamar de qualidade técnica e de roteiro. Durante a primeira parte, vemos uma trama dividida em duas linhas temporais, aonde durante o presente acompanhamos nas perspectivas de Morgan e dos novos personagens interagindo com os veteranos da série, e durante essa parte da linha temporal a fotografia e a coloração de cenas fica mais dessaturada beirando um preto e branco, dando um ar mais sombrio e fúnebre para as cenas. Já na linha temporal do passado, as cenas são muito mais saturadas e extremamente belas e coloridas, com cores quentes e vivas.
A narrativa dos oito primeiros episódios é impecável em construir uma trama fora de ordem e, mesmo assim, sem deixar-nos confusos. Tanto as tramas do passado quanto as do presente são inteiramente interessantes e conseguem prender totalmente a atenção.
Um outro ponto interessante dessa primeira parte da temporada é que o personagem Morgan é apenas um coadjuvante que acompanha a trama principal através das perspectivas de alguns dos personagens veteranos e alguns dos novos. O personagem costuma a dividir opiniões quando se trata do gosto do público, mas é inegável que apesar de ele segurar o protagonismo em alguns episódios e isso funcionar muito bem, é fato que em uma temporada inteira como protagonista já não pode se dizer a mesma coisa. O personagem é mais interessante sendo um coadjuvante que agrega a história do que, por muitas vezes, um protagonista perdido.
A primeira parte da temporada talvez tenha sido o auge da qualidade de Fear the Walking Dead, temos nela alguns dos melhores episódios de toda a série; “What Is Your Story?” (Qual a sua história?), “Good Out Here” (Bem aqui), “Laura” e “No One’s Gone” (Ninguém se vai), o fatídico episódio de despedida de Madison (Kim Dickens) ao menos até então.
Quando se trata da segunda parte da temporada, os elogios já não são tantos assim. É impressionante o tamanho da queda da qualidade da temporada quando adentramos na horrível segunda parte da temporada. Aonde a trama principal se baseia nos personagens tentando sobreviver a um tornado e se reencontrarem. Uma trama que poderia ter sido resolvida em dois episódios se arrasta por oito! Além de acompanharmos a pior vilã de todo o universo The Walking Dead, Martha (Tonya Pinkis), que tem a motivação mais boba que se pode imaginar. Além do insuportável Jim Brauer (Aaron Standfor) que surpreendentemente diz nunca ter matado um zumbi em mais de dois anos de apocalipse.
A segunda parte da temporada serve apenas para manchar a ótima impressão que a primeira havia deixado, ela desce consideravelmente o nível da temporada. Se a ideia de 16 episódios parecia um problema na série principal, aqui isso se agrava ainda mais. Fear não consegue em quase nenhuma de suas temporadas ter uma trama que se segure e se sustente por 16 longos episódios. E essa segunda parte da 4ª temporada é o mais claro exemplo disso. E a partir dessa segunda parte a série idealizou uma trama péssima e que se estendeu até o final da quinta temporada, a já citada “caravana do bem”, que só serve para enrolar e nos entregar episódios vazios e sem sentido.
No final, a temporada, assim como a primeira, leva o saldo de mediana por conter uma primeira parte muito boa e uma segunda desastrosa. Se a temporada fosse apenas os oito primeiros episódios ela seria facilmente a melhor de toda a série.
É impressionante como que em até a sua terceira colocação Fear the Walking Dead se coloca como uma série mediana. Mas a partir desse pódio as coisas melhoram drasticamente, pois apesar de ser uma série mediana beirando o ruim em sua maioria, Fear tem duas temporadas que são extremamente dignas de elogios. E uma dessas temporadas com certeza é a 6ª, que pra muitos é considerada a melhor de todas.
Após uma 5ª temporada ruim e repleta de problemas, a série precisou se reinventar na temporada posterior para se manter de pé. A temporada abre com o que para mim é o melhor episódio de todo esse derivado, o espetacular “The End Is The Beggining” (O Fim é o Começo). Episódio que começa há algumas semanas depois do final da quinta temporada, e nele acompanhamos Morgan debilitado e prestes a morrer com os ferimentos em seu peito.
O piloto dessa temporada não só é o melhor de toda série, mas como também é um dos melhores de todo o Universo The Walking Dead. Em uma história isolada e focada apenas em poucos personagens, temos uma vibe neo-western que permeia boa parte da temporada. Emile (Demetrius Grosse) é contratado por Virginia (Colby Minifie) para caçar e lhe entregar a cabeça de Morgan, estando ele, vivo ou morto. O episódio foca nas dificuldades de Morgan em ter que sobreviver, enquanto foge de Emile e é ajudado por Isaac (Michael Abbott Jr.). O episódio tem um desfecho corajoso e bota o protagonista para questionar suas crenças e ideologias de uma forma poética e brutal.
A temporada pode se dividir em duas partes de dois arcos, com a primeira delas sendo focado no grupo tentando se reunir e juntar forças para derrotar Virginia e suas forças armadas, os Rangers. Essa primeira parte busca por focar em episódios isolados em determinados personagens, enquanto a trama principal vai se costurando até culminar no bombástico episódio 9.
Quando citei a quinta temporada, mencionei o fato de a vilã Virginia ter sido extremamente caricata e mal feita, dentro do que se refere aquela temporada. Porém, esse erro é corrigido aqui na 6ª, pois a vilã ganha profundidade e suas motivações são melhores exploradas. Toda a trama dela com sua “irmã” que depois se revelou filha, Dakota (Zoe Colletti), acabou se tornando um dos pontos altos da temporada. Além dessa nova personagem ter uma importância primordial nos eventos de toda a temporada.
Construindo a trama através de episódios centrados em personagens, algo que funcionou muito bem aqui, diferente da temporada posterior, acabou nos entregando também alguns dos melhores e mais bem feitos episódios de toda a série; “The Key” (A Chave) acompanha a história de uma investigação feita por John Dorie (Garett Dillahunt) na comunidade da Virginia, e “Bury Her Next To The Jasper’s Leg” (Enterrem ela ao lado da perna de Jasper), dois episódios impecáveis tecnicamente. Com uma fotografia e coloração belíssimas e efeitos digitais de caírem o queixo.
Além dos fatídicos e impressionantes episódios; “The Door” (A Porta), o episódio de despedida de John Dorie, o personagem mais querido de toda a série. E “Things Left to Do” (Coisas para fazer), o episódio que conclui de forma grandiosa esse arco que havia sido construído desde o final da temporada anterior.
Os nove primeiros episódios da temporada desenvolvem e concluem um arco muito bem feito, apesar de alguns poucos deslizes e coisas mal amarradas pelo caminho. Esses episódios serviram para trazer um ar de esperança para a série depois de sua quinta temporada muito criticada.
Já o décimo episódio serve como uma transição entre o que veio e o que estava por vir nessa temporada. Focado em Daniel (Rubén Blades), o episódio mostra as consequências da batalha contra Virgínia através da perspectiva do personagem, além de preparar novas tramas que concluiriam essa temporada.
Os seis episódios finais são focados em outra trama completamente diferente do que havia sido trabalhada até então. A essa altura, quase que beirando o final da temporada, fomos apresentados ao melhor vilão de toda essa série, Teddy Maddox, interpretado de forma magistral pelo excelente John Glover. Ele, em apenas quatro episódios, conseguiu entregar o melhor vilão dessa série. Um psicopata e serial killer dos anos 70 que sobrevive a infestação e monta uma comunidade inteira aonde ele faz a sua lavagem cerebral e que planeja algo que pode destruir e devastar boa parte do estado do Texas.
Mesmo tendo em mãos o seu melhor vilão, é notável uma leve inconsistência nos seis episódios finais, ainda mais se considerarmos “In Dreams”, que é facilmente o pior episódio da temporada. Mas esses episódios finais conseguem concluir esse arco do vilão Teddy de uma forma excepcional, com um último episódio muito bem feito e deixando um gancho perfeito para a temporada posterior, que como sabemos não soube aproveitar nada dessas boas ideias.
A 6ª temporada de Fear é ótima, e seus méritos não são poucos, o que lhe impede de ficar em primeiro lugar são as suas poucas quebras de ritmo e alguns episódios que infelizmente acabam ficando abaixo da média.
Liderando o ranking como disparado a melhor temporada de Fear the Walking Dead temos a 3ª temporada. Um ano bom do início ao fim que não só entrega o melhor de Fear, mas como também corrige os erros das suas primeiras temporadas e melhora todos os personagens dela.
Nessa temporada, iniciamos aonde a segunda havia parado e logo de cara temos um primeiro episódio totalmente bombástico e explosivo. A temporada explora o grupo de militares do final da segunda e descobrimos mais sobre eles e seu local de residência.
Essa temporada é menos grandiosa em escala se comparado as duas primeiras, mas ela é infinitamente superior no restante dos aspectos. Nela, somos ambientados ao Rancho da família Otto e sua intriga com os índios nativos locais. Uma trama que tinha tudo para dar errado, mas que felizmente é muito bem sucedida.
Nessa temporada fomos apresentados a alguns dos personagens mais icônicos de toda a série. Troy Otto (Daniel Sharman), um dos melhores personagens de toda série, um anti-herói que tem ao longo dessa temporada uma relação curiosa e interessante que é desenvolvida com Nick (Frank Dillane), além de toda a sua relação com Madison (Kim Dickens), seu irmão e pai. O personagem não só agrega a toda temporada com suas tramas, mas também com seu carisma e sarcasmo, que na época era algo que faltava em peso nos personagens da série.
Além de ser a última temporada de Dave Erickson como showrrunner, que aqui entrega seu melhor trabalho com uma escrita e trama mais maduras. Onde ele trabalha as pontas soltas da temporada anterior e conclui alguns arcos de personagens como a de Ofélia (Mercedes Mason) e Travis (Cliff Curtis).
A temporada também retorna com os personagens Daniel Salazar (Rubén Blades) e Victor Strand (Colman Domingo) que tem suas inimizades ainda mais exploradas aqui.
Sendo a única temporada que consegue se sustentar com seus 16 episódios, a trama segue uma narrativa que muito pouco se repete e que está sempre sendo agregada a boas subtramas. Arcos de personagens e suas evoluções são um dos grandes destaques da temporada também. Personagens como Alicia (Alycia Debnam-Carey) que muito pouco funcionavam anteriormente, aqui recebem tramas e uma evolução notável.
A temporada é muito bem dirigida e fotografada, além de contar com ângulos de câmeras bem criativos e diferenciados. Essa pode ser a única a receber o título de temporada que não possui episódios ruins. Obviamente, alguns são melhores e piores do que outros, mas diferente da 6ª temporada, por exemplo, que tem episódios ruins, essa 3ª não pode se dizer o mesmo.
A 3ª temporada de Fear the Walking Dead é disparada a sua melhor, ela cumpre com tudo aquilo que havia prometido, além de entregar uma trama boa e envolvente que se sustenta pelos seus 16 episódios. Com certeza é o ponto alto de toda a série.
O que você achou desse ranking? Concorda com essa lista? Quais suas expectativas para a 8ª e última temporada de Fear the Walking Dead? Será que ela será uma das melhores ou uma das piores?
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