Gomes escapa das mãos de Fabregas. O mistério sobre a área subterrânea será revelado. O tenente Renan e os outros estarão vivos ou mortos? As respostas virão junto à história de ambição do sargento Fabregas. Gomes Fará o possível e o impossível para salva-los.
Cinco de Janeiro de 2011, Canoas, Rio Grande do Sul
Daí ele empurrou com um jogo de corpo o soldado que nos acompanhava permitindo que eu fugisse por outro dos três caminhos. Corri sem olhar pra trás, apenas escutei um tiro. Sabia que viriam atrás de mim, mas essa era a única chance que eu tinha de escapar e ajudar os outros a saírem.
Corri, corri e corri mais. Sabia que se me pegassem eu morreria. Após correr por um corredor sem fim, percebi que havia uma sala um pouco mais a frente. Cansado pensei em me esconder naquela sala. Quando eu entrei na sala me deparei com um arsenal incrivelmente grande de armas nas prateleiras das estantes que as guardavam, encontrei também muitas caixas, ao abrir uma delas após ter soltado minhas mãos com uma faca de combate que estava na prateleira de armas, vi que tinha alimentos, muitos alimentos e o mais legal de tudo, havia carros ali. Dois carros fortes e um tanque de guerra pra ser mais exato.
Algumas armas eram diferentes, pareciam ser customizadas ou invenções de um cientista bélico maluco. Tinha uma espingarda calibre 12 etiquetada como Slayer. Era leve, estava com silenciador e possuía 10 cartuchos em seu interior. Havia uma metralhadora etiquetada como ALFA 5 que possuía 5 pentes em seu interior cada um com 60 projéteis de calibre 7.5 mm. Estava ali também uma pistola etiquetada como HITLER XL5, silenciador, 30 balas calibre 9 mm e até tinha lanterna. Não pensei duas vezes me armei com o que tinha de melhor na prateleira. Após pegar as armas percebi que tinha uma porta no fim da sala, então cuidadosamente a abri e encontrei outro corredor e segui por ele.
Caminhei sem fazer barulho, pois não sabia o que me esperava. Finalmente encontrei outra sala. Dessa vez o que vi não era bom. Estavam todos amarrados em um canto, Everton estava ferido com um tiro na perna e os soldados do sargento Fabregas frente á duas jaulas cheias de zumbis, famintos por carne fresca. Todos pareciam muito fortes, diferentes dos zumbis que já tinha visto. Ninguém tinha percebido que eu estava ali na entrada lateral da sala, quando Juliana me viu. Uma lágrima escorreu de seus olhos, ela parecia feliz em me ver. O tenente Renan acabou me vendo também, ele muito safo começou a perguntar os objetivos de Fabregas que estava mexendo em um dos 6 computadores na sala:
– O que é esta sala e por que tem zumbis mantidos em cativeiro Fabregas?
– Cativeiro não. Eles estão em quarentena. Quando o holocausto começou, eu e alguns cientistas trouxemos pessoas que mostravam sintomas da zumbificação. Nosso objetivo era achar uma cura, mas após recebermos uma missão de nível máximo saímos imediatamente, abandonando esta instalação abaixo do supermercado.
– E por que estão fazendo isso com a gente? Onde estão os cientistas?
– Primeiro. Vocês serviram de cobaias para os meus experimentos. Eu sou o cientista chefe de pesquisas e segundo, os cientistas que estavam aqui eu matei ou foram infectados durante as experiências.
– Eu não acredito que seja só isso. Qual é o seu verdadeiro objetivo Fabregas?
– Simples. Encontrar a cura, após isso, vender ela a quem pagar mais e depois vender o sangue de zumbis já infectados como arma biológica para terroristas.
Eu precisava salvar a todos, mesmo que eu morresse tentando então entrei atirando nos soldados de Fabregas. Matei um, dois, três, quatro soldados então eu fui baleado no braço. Os soldados haviam se protegido atrás de algumas caixas na sala que era um laboratório de pesquisas. Felizmente consegui chegar perto o suficiente para desamarrar todos e equilibrar o número de soldados de Fabregas e o nosso. Provavelmente havia mais soldados atrás de mim pela instalação subterrânea e fora dela protegendo o refúgio. O laboratório estava dividido de um lado Fabregas, seus homens e os zumbis atrás deles enjaulados. Do outro lado estávamos nós os sobreviventes tentando sobreviver mais uma vez ao que parecia o nosso fim. De repente Luis teve a brilhante idéia suicida de atirar no cadeado das jaulas e liberar os zumbis, esse era o único modo de escapar já que a saída lateral iria expor a todos a serem alvejados e a outra entrada e saída ficavam onde os inimigos estavam. O tenente Renan concordou e começamos a atirar sem parar.
O plano deu certo, os zumbis escaparam e começaram a atacar os homens de Fabregas nos dando a chance de fugir. Foi o que fizemos escapamos pela saída lateral seguimos pelo corredor e entramos no depósito onde havia encontrado as armas, assim nos armamos novamente e fugimos. Continuamos pelo corredor, chegamos aos 3 corredores, sabíamos que dois deles nos levariam a sala dos zumbis e que a única saída era o ultimo corredor da direita, porque se voltássemos pelo primeiro caminho voltaríamos ao refugio onde estavam os homens de Fabregas. Seguimos pelo corredor da direita até encontrarmos outra sala de quarentena com três vezes mais zumbis que a última, embora todos estivessem enjaulados era perigoso passar por ali, mas o tenente Renan no encorajou e nos guiou até a saída que ficava do outro lado da sala de quarentena. Avistamos mais outro corredor e persistimos em segui-lo até que finalmente saímos em uma garagem em uma casa. Ao chegarmos à rua ouvimos passos e soldados gritando, ecoando no fim da rua a voz de Fabregas que dizia “matem todos eles”. Não nos restava alternativa a não ser se abrigar em uma escola que ficava frente à rua em que estávamos. Estava anoitecendo, mas era a única alternativa que tínhamos naquele momento.
Entramos na escola. Ao passar no pátio por corpos de crianças mutilados, devorados e apodrecendo vimos um mapa da escola que mostrava uma saída aos fundos para o outro quarteirão. Era uma maneira de passarmos pelos homens de Fabregas sem sermos vistos, contudo, ainda era arriscado. O caminho que deveríamos seguir estava manchado de sangue novamente haviam três entradas para seguir. Dividimos-nos então em três grupos. Carlos, Juliana, soldados Farias e Lucas, e o tenente Renan foram pela esquerda. Eu, Luis, Rafaela e Everton fomos pelo centro. À direita seguiram os soldados Mário, Edvaldo, Lima e Jean.
Tudo era muito calmo, havia sangue por toda a parte, fora pedaços de corpos espalhados pelo chão. Caminhávamos devagar pensando que ainda houvessem zumbis naquela parte da escola quando ouvimos um grito.
Corremos então em direção de onde vinha o grito, mas o que achamos era apenas uma escada que dava acesso ao segundo andar. Subimos então a procura da pessoa que havia gritado. Entramos na primeira sala que estava aberta no segundo andar. Ao iluminar o espaço com a lanterna vimos muitas crianças zumbificadas, quando uma nos viu e gemeu tão alto que as outras crianças zumbis nos viram e partiram pra cima de nós. Corremos delas já que seu número era bem maior que o nosso, mas algo nos apavorou, no fim do corredor há via apenas uma escada para o terceiro andar, sem pensar acabamos subindo e nos trancando no laboratório de informática. Podíamos ouvir os passos e os gemidos das crianças fora da sala, verificamos e havia algum zumbi na sala, mas ela estava vazia. Estávamos nervosos e tínhamos que achar um modo de sair daquela sala. Foi então quando Everton teve a idéia de um de no grupo sair e chamar a atenção dos zumbis e encontrar os outros grupos. Eu percebi que era mais um plano suicida, um de nós ficava de isca enquanto os outros escapariam. O plano poderia dar errado e todos morreriam ou talvez desse certo. Então decidi que eu iria ser a isca. Quando eu iria dizer que eu me candidataria, Luis tomou a frente e se ofereceu. Eu aleguei que um médico Ra importante para todos que correr o risco de perdê-lo seria um erro. Ele estava decidido e então mostrou o braço, um dos zumbis tinha mordido ele na sala da quarentena. Disse a ele que acharíamos uma cura, mas ele disse que ele não tinha muito tempo e que não iria se tornar um daqueles zumbis malditos que mataram sua noiva enquanto trabalhavam no hospital. Eu acabei entendendo. Everton colocou a mão sobre seu ombro e desejou boa sorte. Rafaela já lacrimejando deu um abraço nele dizendo que ele certamente encontraria sua noiva onde quer que ela esteja. Ele deu adeus pegou sua arma, abriu a sala e a fechou rapidamente. Após alguns segundo de silencio ouvimos tiros passos e gemidos se afastando. Parece que Luis tinha conseguido. Abrimos a sala e encontramos alguns zumbis mortos no chão e passos ensangüentados que seguiam ao terceiro anda. Agora tínhamos duas escolhas. Subir ao terceiro andar e ajudar Luis ou abandoná-lo e voltar aos primeiro andar. Decidi então que iria atrás dele e pedi aos outros que seguissem pelo primeiro andar. Disse a Everton que tomasse conta da Rafaela e da Juliana e que se eu não estivesse na saída da escola em 30 minutos eles deveriam ir embora. Ele entendeu e disse que eu era seu amigo e que eu ia conseguir. Juliana não gostou da idéia, me chamou de idiota e me deu tapa no rosto, então me beijou. Eu sabia que ela estava triste, ela se ofereceu pra ir comigo, mas não aceitei. Disse a ela que ela deveria sobreviver e que eu sempre estaria com ela em seu coração. Rafaela disse que devíamos de ir logo. Disse adeus e parti rumo ao terceiro andar, enquanto eles seguiram para o andar de baixo.
Queria saber como Fabregas tinha sobrevivido. Queria que o Luis não tivesse sido mordido. Será que encontrarei a autora do grito que tínhamos ouvido antes? Conseguirei ajudar Luis ou me sacrificaria por nada? As dúvidas não me abandonavam. Eu queria que ela sumissem.
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Autor: William Santos / @willsanttoos
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