Para alguém que ficou sentada durante 16 entrevistas de meia hora, Sarah Wayne Callies está cheia de energia enquanto ela pula em uma cadeira para conversar com o Metropoli no Ritz-Carlton, Tokyo Midtown. Os telespectadores japoneses vão reconhecê-la como a Dr. Sara Tancredi da famosa série de TV da Fox, Prison Break, mas ela já está na segunda temporada, como a personagem principal Lori Grimes, na série nomeada ao Globo de Ouro, The Walking Dead.
“Eu tentei assistir Zombieland porque é uma comédia, certo?” Callies disse. “Eu consegui por 20 minutos.” Sua aversão a filmes de terror causa muito divertimento no set. “Nós estávamos filmando com uns 200 zumbis extras e eu fiz alguém ir comigo até o banheiro. Eles vêm me provocando desde então,” ela ri.
Com uma série de shows de mortos-vivos, livros, etc. competindo por atenção nos últimos anos, o que faz The Walking Dead ser diferente? “Os vampiros desafiam a morte e vivem para sempre na juventude e beleza… e eles são sexy,” ela diz. “Nós estamos começando a nos afastar da ideia de que viver para sempre é legal e sexy. Ao invés disso, significa que você é horrível e repugnante.”
Callies diz que a série serve como um interessante e velado comentário social — como os filmes de mortos vivos de George A. Romero nos anos 70. “Os zumbis nos permitem ver o que as pessoas são na ausência de cultura-quando elas estão aterrorizadas o tempo todo.” Grande parte de The Walking Dead não é sobre matar zumbis, mas é sobre as relações dos personagens enquanto eles aprendem a sobreviver em uma nova ordem social. “É sobre não se tornar um monstro por dentro,” diz Callies.
Então, como ela se descontrai da mentalidade ‘morta-viva’ quando ela não está filmando? “Eu alugo um chalé (perto do set) em uma fazenda de 60 acres. Eu comecei a aprender a atirar com rifles e espingardas. Nós estamos filmando na Georgia, então por que não atirar na Georgia,*” ela brinca. “O proprietário da fazenda está prometendo me levar para caçar na próxima temporada… então eu estou aprendendo habilidades de sobrevivência.”
Callies também trabalha para o Comitê Internacional de Resgate (International Rescue Committee – IRC), uma organização humanitária dedicada a ajudar refugiados de Guerra ou desastres. Ela dedica algum tempo trabalhando em um centro de transferência de Atlanta com uma família patrocinada. “Nós ensinamos inglês para os pais, ou os ajudamos a passar no teste de direção — coisas básicas; “Eles estão no país há apenas seis meses,” ela diz. “Trabalhar com uma família que, até seis meses atrás, estava morando em um centro de refugiados…” Ela pausa por um momento. “Não existe perspectiva maior para ‘cale a boa e não reclame’!”
Com tempo limitado em Tokyo, tem alguma coisa que Callies está ansiosa para fazer? “Macacos da neve,” ela diz de uma vez. “Nós vamos subir até Yudanaka para passear por Shibu Onsen e rastrear alguns macacos da neve. Eu estou muito empolgada. Eu trouxe as minhas botas de caminhada e um traje de neve então eu estou pronta para ir!”
Nascida em La Grange, Illinois, mas criada em Honolulu, Hawaii, Callies agora chama de lar a Ilha Vancouver. É lá que ela está aprendendo a cultivar a sua própria comida, criar frangos e se tornar mais autosuficiente. “O show me fez pensar sobre todas as coisas que eu não sei fazer,” ela explica. “Então eu fiz uma aula de permacultura… Eu gasto muito do meu tempo em casa descobrindo onde tem sol o suficiente para cultivar vegetais e como preparar o solo… isso virou uma pequena obsessão.”
Callies também pode trabalhar em outro aspecto da sua carreia vivendo em um lugar tão natural — escrever. “Eu vendi o meu primeiro roteiro um ano atrás e eu o fiz em casa—e essa é uma transição que eu acho que gostaria de continuar seguindo.”
* Ela faz um trocadilho com o termo shooting que, em inglês, pode significar filmar ou atirar.
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Fonte: Metropolis
Tradução: @LinaDeff / Staff WalkingDeadBr
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