Robert Kirkman, o produtor executivo e escritor da série e dos quadrinhos de The Walking Dead, fala sobre a direção mais otimista da nova temporada e porque o personagem com o qual ele mais se parece na série já está morto.
Q: Quais episódios você vai escrever nessa temporada?
Kirkman: Eu já escrevi o episódio 3… E também vou escrever o episódio 9. O episódio 9 vai ser provavelmente o episódio que se aproxima mais de uma adaptação direta dos quadrinhos, tirando o primeiro episódio. Tem sido muito divertido trabalhar neles porque eu estou basicamente reescrevendo coisas que já escrevi, o que significa que eu posso ir e voltar e pensar “Oh, o que você fez aqui? Vamos consertar isso.”
Q: Como trabalhar com a série afetou o modo com que você escreve os quadrinhos?
Kirkman: Um dos meus maiores esforços nessa prova de fogo é ter certeza que a série não mude o modo com que escrevo a HQ… Eu quero manter a HQ pura. Eu não quero que ninguém diga “Ah, a HQ era muito boa e aqui veio a série e a HQ ficou diferente”, porque eu quero manter essa consistência. Mas eu vou dizer que trabalhar na sala dos escritores com todos os outros escritores e trabalhar na série o tempo que tenho trabalhado, eu sinto que estou me tornando um escritor um pouco melhor, eu espero… Eu estou tendo muitas experiências legais e interessantes na série… e eu sinto que sou capaz de tornar a HQ melhor com isso, mais do que jamais foi.
Q: Como você compararia a terceira a quarta temporada? Como elas diferem?
Kirkman: Eu posso dizer que essa temporada tem um nível maior de otimismo do que a série jamais teve até agora, então isso me da o que procurar. E eu também posso dizer que quando você chega à quarta temporada de uma série, especialmente em uma série como The Walking Dead, você se da conta de que está ai faz algum tempo e que as pessoas podem começar a pensar, “Eu já sei o que vai acontecer, eu sei como eles fazem as coisas nessa série.” E foi feito um esforço tremendo para manter a audiência tentando adivinhar e fazendo coisas novas e interessantes, e mudando o que The Walking Dead é, de uma forma que seja verdadeira para todos que amam The Walking Dead mas que traga vários elementos inesperados e interessantes.
Q: Qual foi o seu momento favorito da terceira temporada?
Kirkman: Eu realmente gostei do retorno do Morgan (Jones), e a troca entre Rick e Morgan e como isso “descascou” a série em torno desses dois homens. E nos levou de volta ao primeiro episódio da série, o que, pra mim, marcou a série, porque aqueles dois homens naquele quarto são 100% diferentes daqueles dois homens conversando no primeiro episódio. E aquilo foi um momento único no qual você entende do que a série se trata… e vê o efeito que esse mundo teve sobre esses dois personagens. Eu acho que foi um ótimo episódio.
Q: Tivemos muitas mortes notáveis na última temporada, matar os personagens ficou fácil para você?
Kirkman: É uma parte extremamente difícil do processo. Eu não quero que os fãs jamais pensem que há algum nível de satisfação ou uma atitude improvisada com relação a essas viradas na série. São sempre decisões difíceis de se tomar, e é muito duro para nós como criativos perder essas ferramentas na caixa de ferramentas. Nós não temos mais que escrever as histórias da Andrea. Esse é um grande momento. Foi uma grande personagem para nós. E tudo que vem depois disso, e todas as coisas novas e interessantes que isso traz à série, faz valer a pena, mas ainda continua sendo uma decisão extremamente difícil de se tomar e existe um sentimento de perda ali.
Q: Você mudou de ideia sobre não querer dirigir nenhum episódio?
Kirkman: Não, não mesmo. Eu assisti Dan Sackhein dirigir o episódio 3 (da quarta temporada), e assistir todo o trabalho que ele está fazendo, eu fico tipo, “Não, não, isso não me interessa.” Eu vou continuar escrevendo. Isso é divertido.
Q: Existem muitos fãs de The Walking Dead que andam por Senoia, Georgia, onde vocês filmam. Como é isso para você?
Kirkman: É como ir à uma convenção de quadrinhos, porque quando eu vou à uma convenção de quadrinhos agora é um pouco como George Clooney ir a um mercado: Todo mundo sabe que eu sou o cara que escreve a HQ, e sou muito reconhecido em todo lugar que vou. É meio divertido… É muito legal, também, você poder vir à essa pequena cidade na Georgia e ver todos esses pontos de referencia da série e andar pelas ruas de Woodbury.
Q: O quanto você pensa como agiria em certas circunstâncias, quando está escrevendo a série? Por exemplo, você teria entregado Michonne ao Governador?
Kirkman: [risos] Não, eu nunca faria isso. Até um certo ponto é pensando em como você reagiria ou faria o oposto de como reagiria em certas situações e isso é mais ou menos como eu olho para as coisas que escrevo: Ver as coisas com seus olhos… Parte da diversão da série é sentar no seu sofá e pensar, “O que eu faria se tivesse que tomar aquela decisão?” ou, “Quem eu salvaria se tivesse que tomar aquela decisão?” É muito divertido jogar com o “E se”, e os escritores fazem mais isso do que pensam.
Q: Com qual personagem você mais se identifica na série?
Kirkman: Ainda não apareceu nenhum personagem covarde o suficiente ou preguiçoso o suficiente para que eu me identificasse, mas eu planejo incorporar um desses em algum momento.
Q: E ai o seu personagem logo seria mordido por um zumbi…
Kirkman: Sim, muitos dos cadáveres são parecidos comigo na série. Se eu existisse nesse mundo, morreria muito rápido.
A quarta temporada de The Walking Dead estreia no dia 13 de Outubro na AMC e no dia 15 de Outubro na FOX Brasil. Confira o trailer oficial da temporada.
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Fonte: AMC
Tradução: Marília / Staff Walking Dead Brasil
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