ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do sexto episódio da quarta temporada, “Live Bait” (Isca Viva).
Na terceira temporada de The Walking Dead, os sobreviventes estavam na maior parte do tempo com medo de um vilão de tapa-olho que se autodenominava O Governador. Interpretado pelo ator britânico David Morrissey, o Governador logo se tornou um dos melhores caras malvados da TV atual. Ele criou as lutas com zumbis, que as pessoas podiam assistir como se fosse um jogo de baseball. Ele manteve sua garotinha, que havia se transformado em zumbi, acorrentada para que ela pudesse ficar sempre com ele. E seu conceito a respeito de violência e tortura era um tanto diferente da proposta “somente quando necessário” de Rick Grimes e seu grupo.
Mas no final da terceira temporada, o mundo do Governador, Woodbury, desmoronou e ele foi deixado ao relento, sem ninguém para governar ou com quem se importar. Até agora. Como foi revelado no final do quinto episódio, o Governador está de volta. Mas será que ele é um homem diferente? A Rolling Stone conversou com David Morrissey sobre o retorno de seu personagem e sobre suas motivações para essa temporada.
Rolling Stone: O Governador voltou. Nos conte sobre o retorno dele.
O que nós vemos no final do episodio cinco é o Governador escondido na floresta do lado de fora da prisão. Claro, com o que nós sabemos sobre o Governador, essa seria uma notícia ruim para Rick e para todos dentro da prisão. Nós não sabemos se ele planeja atacar a prisão ou se ele está ali para negociar, ou ainda se ele é um homem diferente. A gente ainda não sabe nada disso.
A terceira temporada terminou com o Governador matando sua própria gente e nós vemos o trauma no qual esse homem está metido e como que ele meio que desiste, ele desiste da vida e está perambulando pelo mundo, andando pela Geórgia como que se estivesse esperando a morte, de verdade. Ele está desistindo. E então, nos seus momentos finais quando você está pensando “Ah, é isso, ele vai morrer com certeza,” ele olha para cima e vê essa garotinha na janela de um apartamento e ele a segue, e ele vê que ela, sua família, sua mãe, sua tia e seu avô estão morando nesse apartamento, e o Governador está lá e ele na verdade não quer ajudar esse pessoal, mas aos poucos ele é empurrado a ajudar e dar o apoio necessário a eles.
Essa foi uma das coisas despertadoras a respeito desse homem – ele escolhendo a vida ao invés da morte, e é isso o que a gente vê.
Rolling Stone: Isso soa, de certa maneira, que ele é um homem diferente.
Ele quer ser, mas eu acho que ele é inteligente o suficiente para saber que o homem que ele era antes ainda está escondido lá dentro. Acho que ele tem algo como uma dupla personalidade, pois ele com certeza sabe sua capacidade em fazer coisas ruins, sua habilidade para o mal. Sem se perceber de suas próprias ações, sem saber do que ele mesmo é capaz – ele luta com isso o tempo todo, e acho que se você está ciente disso sobre você mesmo, quando aquilo acontece com você, as pessoas que você não quer por perto são as que você mais ama. Porque essa é uma situação terrível, e isso tudo é bem difícil para as pessoas que você ama.
Rolling Stone: Muito de The Walking Dead é sobre aquela ideia de ser um jogador que faz parte de um time. A primeira vez que eu vi ele no meio da floresta, eu pensei que ele poderia estar querendo entrar para o time e jogar bola.
Essa é uma pergunta que você tem que se fazer, e se ele não quiser jogar, como que as coisas vão funcionar com Rick? Nesse mundo, a única coisa que você precisa é um santuário, você precisa de proteção, e se você vive num mundo que não é aquelas coisas – a prisão é um lugar óbvio para se ficar quando se trata de segurança. No apocalipse zumbi, é bom manter os zumbis lá fora. Ele precisa do lugar mais seguro para ficar e acho que a prisão é um lugar óbvio.
Rolling Stone: Umas das melhores coisas de se ver na terceira temporada foi a luta entre Rick e o Governador. Será que a gente vai ter vestígios dessa luta retornando nessa temporada?
Sim, eu acho que veremos muitas batalhas, de verdade, entre diferentes personagens, o tempo todo. Eu acho que o Governador descobriu que o habitat natural dele é estar na liderança, ele consegue se sobressair. E nós vimos na terceira temporada que ele se embebedou nessa liderança. Foi uma influência corrompedora nele como um indivíduo. Mas ele gostava daquilo e eu acho que uma vez que o gênio está fora da garrafa, é muito difícil colocá-lo lá dentro de volta. Você sabe que você pode liderar, você sabe as características de um líder, você sabe o que alguém precisa para poder tomar decisões necessárias para se sobreviver. Nós vemos essa situação militar o tempo todo: você quer que alguém seja proativo, tome decisões, mas você não quer que ele seja cabeça quente. E essa é uma linha muito tênue. Você sabe, às vezes você precisar fazer decisões muito rapidamente, e você quer alguém que seja decidido, mas você também não quer alguém que seja imprudente. Acho que o Governador sabe que ele tem essa habilidade.
Então a quarta temporada é sobre os elementos crus da decisão do Governador em escolher se ele vai se sobressair de novo e se tornar esse líder, ou se ele vai se controlar. Porque ele sabe como fazer isso. Acho que ele iria preferir não fazê-lo – mas às vezes é isso que as circunstâncias pedem.
Rolling Stone: Na questão de elaborar o personagem, há algo diferente que você esteja fazendo nessa temporada que você não tinha feito na temporada passada?
Eu acredito que agora nós vemos ele em um estado diferente. Quando a gente reencontra o Governador, ele parece um cara desabrigado, barbudo, cabeludo, ele está parecendo o Jerry Garcia. Uma versão magricela do Jerry Garcia. Ele meio que definhou, mas com uma barba grande e bagunçada e cabelo comprido, ele meio que desistiu. É um tom muito diferente da pessoa que eu interpretei na temporada passada. É um homem que está muito menos seguro de si mesmo. Um homem que não quer ser um líder, um homem que luta contra a liderança e que luta contra a responsabilidade, uma pessoa que está tentando se afastar da raça humana e das responsabilidades acerca dele. Enquanto na terceira temporada nós vimos um homem que abraçou tudo isso e adorou, e que se embebedou de poder, esse cara na quarta temporada está tentando se isolar. Ele meio que me lembra um pouco de Harry Dean Stanton no começo de Paris, Texas: ele está apenas caminhando e caminhando, e tentando ir para longe de tudo que aconteceu anteriormente, e há ali uma estranha busca nômade pela morte.
Rolling Stone: Você estará na série durante toda a temporada?
Sim. Nós estamos na Geórgia nessa época do ano, no Outono. É um lugar maravilhoso para se ficar. As árvores, a temperatura, tudo é maravilhoso nessa época do ano, é lindo.
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Fonte: Rolling Stone
Tradução: Jessica Storrer / Staff Walking Dead Brasil
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