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3ª Temporada

Danai Gurira fala do lado doce de Michonne e da saída de Glen Mazzara

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A espera está quase no fim: The Walking Dead retorna no domingo, dia 10 de Fevereiro, na AMC, com a segunda parte da terceira temporada. Entre as questões que os fãs estão esperando ansiosamente por respostas, uma delas é: o que irá acontecer com Michonne, a heroína interpretada por Danai Gurira, agora que ela sobreviveu à luta com o Governador (David Morrissey)?

Ela foi rejeitada por Andrea (Laurie Holden) e apenas ficou ainda mais suspeita aos olhos de Rick (Andrew Lincoln), então, para onde ela irá se voltar? E ela poderá sobreviver sozinha?

Gurira promete que a intensa midseason finale foi realmente um momento de virada para Michonne, e nós começaremos a ver um lado diferente da personagem à medida em que a temporada vai passando. Na entrevista a seguir, feita pelo Zap2it, ela também fala sobre a saída surpreendente do showrunner Glen Mazzara da série, seus sentimentos a respeito das críticas quanto aos personagens negros da série e seu trabalho fora do mundo de The Walking Dead, no filme independente “Mother of George”.

A última vez que conversamos foi antes da terceira temporada. Como foram as reações à Michonne? Você tem sido assediada por fãs?

Sim. E o mais interessante é que às vezes não sou reconhecida.

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Por causa do cabelo?

Sim. Mas os fãs mais radicais estão sempre esperando para fotografias. Eu não sei como eles sabem onde você vai estar! Mas as reações são diversas. Muitas pessoas simplesmente amam o fato de que ela é uma badass. Muitas amigas ficam perguntando ao meu irmão “mas ela sempre foi durona assim? Como ela ficou assim? Como a gente faz para ser assim?”  – em termos de ter a força que a personagem tem. Isso me surpreendeu. Eu tenho encontrado garotinhas, tipo, meninas de 12 anos, que realmente amam o personagem, o que eu não esperava, mas eu acho que isso é realmente especial.

Engraçado que elas possam assistir ao show nessa idade.

Eu sei! E então há pessoas que querem conhecer Michonne melhor, estar por dentro de tudo o que ela tem passado e por que ela é tão difícil de se decifrar. Eu estava falando com Chris Hardwick, e ele disse “eu nao sei o que está acontecendo. Eu não posso decifrá-la.” Isso é o que eles queriam. Então, eu acho que consegui.

Se houve alguma crítica a respeito de Michonne naqueles primeiros oito episódios, talvez tenha sido por que ela era um tanto enigmática – o que você pode admitir a respeito disso, desde que, eu assumo – ao longo dos próximos episódios ela irá começar a se abrir?

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Foi muito bem deliberado fazê-la assim, difícil de ler e um enigma. Ela não será aquele tipo de personagem que você conhecerá rapidamente. Ela é assim. O desejo que as pessoas tem de vê-la revelada, de certa maneira, não vai ser exatamente o que elas terão. No entanto, o último episodio mostrou como as marés estão mudando para ela. Ela teve o confronto com Andrea, e Andrea foi muito clara – com uma arma na mão – ao escolher o outro lado. A próxima vez que você ver Michonne, ela não estará fugindo e dizendo para si mesmo:”Danem-se todos”. Ela retornará para Rick e oferrecerá seus serviços a ele. Essa é a maneira de ela dizer: “Eu preciso de uma comunidade, preciso estar com pessoas.” Não é uma maneira convencional, porque ela não é uma pessoa convencional. Este é um momento óbvio de mudança.

Ela está muito mais vulnerável agora.

Sim. No final do episodio 8 foi bem mostrado o fato de que ela precisa estar com as pessoas e descobrir como ser uma pessoa novamente. Eu acho que ela se desligou de várias maneiras. Era sua resposta à síndrome do stress pós traumático. Com Michonne você não vê uma jornada em relação a isso, mas suas manifestações e como ela se adaptou.

Tenho que perguntar a você sobre Glen Mazzara. Você ficou surpresa de saber que ele estava deixando o show? Ele meio que trouxe você a bordo.

Sim, foi ele. Ele e um grupo de pessoas. Ele foi um homem adorável e maravilhoso para mim. Eu penso que o show, você sabe, eles fazem o que precisa ser feito pensando no todo. Eu penso que ele fez o que precisava fazer. Eu não conheço os detalhes disso, realmente. As pessoas nos bastidores cuidam do show continuamente, e permitem com que ele seja sempre um produto muito sólido. Então eu não estou assustada ou temendo pelo show, de forma alguma, e eu não estou assustada por Glenn, porque ele é muito talentoso. Eu sei que ele tem muita coisa pela frente a fazer.

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Houve uma outra crítica, que reacendeu-se com a morte de T-Dog no episodio 4, que o show não consegue acertar com seus personagens negros. Mas Chad L. Coleman nos contou que os telespectadores estão incrivelmente orgulhosos de Tyreese, Sasha e Michonne, ao longo da temporada. O que você acha disso?

Sabe, eu não tenho certeza de ter visto isso. O fato que eu amo é que Michonne está em um mundo onde ela não está pensando na cor de sua pele. Ela é uma garota que tem alguns elementos durões consigo, que talvez tenham a ver com o seu entendimento do mundo, estando em uma posição marginalizada – mas eu não sei. Ela realmente não está focada em nada disso, então também não posso focar nessas coisas.

Eu presto atenção nas representações da cor na televisão, claro que eu presto, eu sou uma escritora. Mas encarnar um personagem criado por Robert Kirkman, e estar dentro do que o show apresenta, vejo grandes personagens de descendência africana fazendo parte do núcleo da história. As historias de Tyreese, Michonne e Sasha, e todos os que vierem, são histórias ricas e complexas. Isso é o que eu procuro. Eles estão seguindo suas jornadas, e permitindo que elas aconteçam.

Avaliando a temporada até agora, a luta de Michonne com o Governador foi uma das melhores coisas que vi na TV durante o ano passado. Foi tão intensa, tão louca, como foi filmá-la?

Foi ótimo. Eu amo David, temos então uma excelente relação de trabalho. Fizemos umas duas cenas muito intensas. Claro que houve essa cena no episodio cinco, onde eu coloco a espada em sua garganta, que também foi ótima. Todas são cenas fantásticas, pois eu sempre venço no final!

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Mas foi intenso. Preparar-se para isso, se dar por conta de que ela quer mata-lo. Ela quer destruí-lo e ela pode. Então acontece toda aquela situação com a garotinha, e ela fica meio “Oh!”, e inicialmente ela pensa que salvará a menininha. As pessoas ficaram tipo “Você matou uma menina!”, e eu “Não, não, não.” Ela cuidaria daquela criança. Quando ela viu que era um zumbi… um zumbi não é uma criança. Vamos, gente, não é por que ele escova os cabelos dela que isso a torna uma pessoa de verdade!

Acho que as regras são bem claras a esse respeito.

Sim, ela irá comer você! Foi também uma maneira de destruir o Governador, já que ela não sente nenhum remorso em matar um zumbi. “Ele tirou quem eu amava, e veio atrás de mim, e causou uma ruptura em meu relacionamento,” é assim que Michonne pensa. Eu acho que ela imaginou que poderia dominar a luta, mas o progresso ao longo da cena… há momentos que as mulheres tem que se dar por conta de que não são tão fortes como os homens, e então: “Oh, m… eu não sou tão forte como ele.”

Este é o momento em que ela rasteja no chão atrás de sua espada, ela sabe que não há outra maneira de derrotar este homem. Foi muito intenso e interessante ir para aquele local onde ela está com o pensamento de “eu quero matar alguém”. Foi brutal e ótimo ao mesmo tempo, como um artista, estar envolvida em algo tão combativo.

E também fui muito sortudo em poder ver seu novo filme, “Mother of George,” no Sundance Film Festival. Você espera que sua fama em “Walking Dead” possa ajudar seus outros trabalhos a conseguirem maior público?

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Eu assim espero. É tudo uma questão de quem eu sou, basicamente. Para contar histórias femininas de Africanas, isso é o que tenho sido há muito tempo. Eu espero que um público maior se interesse nestas histórias que conto. Houve uma tonelada de fãs de ‘Walking Dead’ no aeroporto de Salt Lake, esperando por mim. Se isso os fizer se interessar em outras coisas e trouxer mais gente, eu vou achar ótimo.

Eu acho incomodo que as histórias a respeito de pessoas Africanas que estão neste país, e pessoas de descendência africana sejam às vezes marginalizadas. Não faz o menor sentido para mim. Eu penso que estamos em um lugar enquanto um mundo, um país, onde estamos abertos para tantas outras histórias. Eu pude ver isso olhando para aquelas 1300 pessoas assistindo ao filme (em Sundance). Eles estavam completamente absorvidos, completamente concentrados e interessados naqueles mundos e naqueles personagens. Isto está muito além da ideia de cor e etnia, porque era uma história. É apenas o caso de se contar grandes histórias e deixar todas as vozes da Humanidade serem ouvidas. Se a história é boa, o tema é universal.


Fonte: Zap2it
Tradução: @BinaPic / Staff Walking Dead Brasil

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