Dallas Roberts fala sobre as reviravoltas no destino de Milton

O ator fala com o The Hollywood Reporter sobre o final de temporada brutalmente sangrento do drama de zumbis da AMC.

[ALERTA DE SPOILER: Esse material contém grandes SPOILERS da finale da terceira temporada de The Walking Dead]

Dizer que houve perdas na season finale da terceira temporada de The Walking Dead seria um eufemismo.

Durante o episódio “Welcome to the tombs”, escrito pelo showrunner que deixou a série, Glen Mazzara, Milton (Dallas Roberts) pagou o preço por trair a confiança do Governador (David Morrissey).

Após Milton admitir que fora responsável por destruir o tanque de mordedores que o Governador planejava usar contra Rick (Andrew Lincoln), o Governador o torturou por ter se virado contra ele. Após uma surra brutal, o Governador exigiu que Milton matasse sua parceira na ideia de manter a paz, Andrea (Laurie Holden), para provar sua lealdade. Quando Milton se recusou a fazê-lo e empreendeu uma tentativa de matar o líder de Woodbury, ele foi esfaqueado no estômago e trancado na câmara de tortura junto de Andrea, onde se transformou em zumbi e seguiu com o plano até o fim, do mesmo modo.

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Foi um final de partir o coração, não somente para Milton, mas também para Andrea. Após Milton deixar um instrumento para ajudá-la a escapar, Andrea mal consegue libertar-se e matar Milton, que se transformou em zumbi – mas não sem antes mordê-la e selar seu destino.

O The Hollywood Reporter conversou com Dallas para discutir a morte brutal de Milton e sua mensagem para os fãs dos quadrinhos de Robert Kirkman, que podem estar chateados por causa da morte de Andrea.

The Hollywood Reporter: Quando você descobriu que Milton não sobreviveria após essa temporada?

Dallas Roberts: Recebi a ligação da morte do Mazzara. Nós tínhamos passado do hiatus e o episódio 14 estava chegando. Estava em Nova York nessa época e Glen explicou como seria. Foi agridoce, porém animador. A conversa inicial foi que Milton seria atingido por um tiro no estômago e seria deixado para morrer. Nós gravamos essa versão, passaram-se dois meses, e nós gravamos a versão que vocês viram. Então nós gravamos duas versões no final, nas quais aconteceu exatamente a mesma coisa.

THR: Qual foi sua reação quando você descobriu que Milton seria responsável pela morte da Andrea?

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Roberts: Eu pensei que os fãs de The Walking Dead iriam me odiar pelo resto da vida por matar alguém que estava no coração do grupo. Mas se você vai sair, você pode sair da melhor maneira possível. Com sorte, ainda há alguma centelha em torno do Milton, mesmo quando ele está morto, para que toda sua pesquisa não seja em vão. [Risos]

THR: Ser deixado para transformar-se em zumbi é ainda mais cruel do que se o Governador tivesse dado um tiro em sua cabeça. Sempre foi o plano o Milton ser esfaqueado no estômago, transformar-se e morder a Andrea?

Roberts: Está exatamente na essência do Governador ser um psicopata tão cruel. Na época que nós regravamos a cena, houve diferentes ideias sobre como seriam os momentos dos dois juntos na sala. O plano original tinha Milton sendo atingido no estômago e houve muito mais tentativas ativas de encontrar um instrumento para libertar a Andrea. O momento que Milton e Andrea tiveram juntos teve muito mais ação em termos de empreender tentativas e libertá-la, o que, no final, falhou. Nesse tempo, Milton está tão incapacitado por ter sido esfaqueado que ele deixou uma chave para ela poder escapar, mas ela está fazendo todo o trabalho para se libertar enquanto ele sangra até a morte num canto da sala.

THR: Você acha que Milton mereceu um destino tão cruel assim após ter trabalhado tão diligentemente para o Governador?

Roberts: Quando Milton ateou fogo no poço cheio de zumbis e removeu alguns soldados do exército do Governador e disse, “Realmente espero que você descubra quem fez isso”, foi uma missão suicida, que Milton sabia que ia pagar por ela. Ele pensou que preferiria morrer daquela maneira do que viver sob um regime novo na guerra iminente. Ele não sabia que Andrea estava trancada na câmara de tortura/sala de interrogatório. Que ele certamente não merece. Milton não mereceu nem metade daquilo que aconteceu com ele! [Risos]

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THR: Você mencionou que os fãs de The Walking Dead podem estar chateados com o papel de Milton na morte de uma grande personagem. Que mensagem você tem para esses fãs?

Roberts: (Risos) Número 1 – não foi minha culpa nem minha ideia! Número 2 – Eles vão matar qualquer um! É algo inteligente que Kirkman tem feito que o permite a latitude de ter esses dois mundos diferentes nos quadrinhos e na série de TV e ter algumas diferenças para prender a atenção dos fãs. Ninguém consegue antecipar o que vai acontecer e isso é algo divertido de fazer com as pessoas que investiram verdadeiramente.

THR: Você sabe de quem foi a ideia de matar a Andrea? Foi algo que o Mazzara conversou com você a respeito?

Roberts: Não, mas tenho que pensar que foi ideia do Mazzara, porque nossas conversas indicam isso. Mais cedo, houve conversas sobre Andrea e Milton tentarem matar o Governador, mas não conseguirem. Isso não aconteceu e eu preciso pensar que isso era o que ele planejava. O único final que havia era se nós tentássemos matá-lo e não conseguíssemos e se ele voltasse para se vingar de nós. As únicas opções seriam Andrea e Milton escaparem pela floresta ou que o Governador nos capturasse nessa versão.

THR: Como foi trabalhar com Laurie Holden gravando aquela cena?

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Roberts: Foi difícil. Quando eles ligam e contam que você vai morrer, significa que o trabalho acabou e que você não sobreviverá até a quarta temporada. Para Laurie, ela estava na série desde o início e eles eram sua família. Ela estava tão “áspera” em relação a isso, que foi uma cena poderosa de gravar. Aí, dois meses depois, eles nos ligaram para gravar novamente a cena. (Risos) Foi muito brutal e sentido, e nós dois estávamos nos despedindo de The Walking Dead, nos despedindo um do outro através de Milton e de Andrea. Foram dias especiais.

THR: A Laurie ganhou um jantar de morte?

Roberts: Com certeza, estou certo de que fizeram um para ela! Milton não ganhou um jantar de morte porque eu basicamente só existi em Woodbury (risos). Eu não conheci nem metade das pessoas da prisão o tempo todo, nesse sentido, parecia que estávamos gravando duas séries diferentes e que algumas pessoas se transfeririam entre as duas. Teria sido desagradável para todos se reunirem ao redor de Milton quando só Andrea e Merle (Michael Rooker) eram as únicas pessoas que conhecíamos da primeira e da segunda temporadas de The Walking Dead que se relacionaram com ele.

THR: Milton faz uma tentativa de matar o Governador após ter sido surrado e faz tudo o possível para ajudar Andrea. Você acha que Milton morreu como um herói?

Roberts: Ele morreu tentando fazer tudo o possível para fazer o que era certo. Ele não se sacrificou nem nada assim, de fato, seu plano – como qualquer outro plano que Milton tenha tido na temporada inteira – falhou quando o Governador lhe disse “não”. Inclusive seguir a Andrea até a prisão mudou e ele trouxe Tyreese (Chad Coleman) e seu grupo de volta a Woodbury. Nesse sentido, a última ideia dele falhou miseravelmente. Quando ele entrou naquela sala e percebeu não só que Andrea não tinha conseguido fugir, mas que também estava lá e que ele acabaria matando-a – eu não acho que você o classificaria como heroico.

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THR: Tecnicamente, Tyreese estar em Woodbury acabou salvando todas as pessoas de lá, quando eles voltaram para a prisão. Se você estender isso…

Roberts: Certamente farei isso! (Risos) É nesse lugar que o coração de Milton esteve na temporada inteiro: existem pessoas em Woodbury que precisam de nossa ajuda e esse é o lugar que podem conseguir. Essa foi a força motivadora através da temporada, que Woodbury seria o abrigo seguro. Assim que ficou claro que esse não era o caso, ele teve que ir.

THR: O Governador acabou escapando após o assassinato em massa da maioria de seu exército de Woodbury. Qual você imagina que seja o destino dele?

Roberts: Ele é um personagem muito rico. Nos quadrinhos, ele se revela em sua completa força maligna e as coisas que ele faz com a Michonne – que eles escolheram não levar para a série televisiva – você odeia o cara imediatamente. Ele é o primeiro vilão humano que The Walking Dead teve. Eles fizeram um excelente trabalho na construção do Governador de uma força mais ou menos do bem para uma força maligna. Observar o David representar esse papel lentamente mudou completamente no decorrer de 16 episódios, ele provou ser um antagonista. Eu sei que vou adorar assistir a quarta temporada. Michonne (Danai Gurira) invadiu sua casa, arrancou seu olho e matou sua filha diante dele. Um deles com certeza vai encontrá-lo, em algum ponto. Se The Walking Dead nos ensinou algo, foi que acontecerá de uma maneira imprevisível.

O que você achou da season finale de The Walking Dead? Você acha que Milton mereceu morrer? Você está chateado por ele ter mordido a Andrea? Comente seus pensamentos abaixo! The Walking Dead retorna em outubro, na AMC.

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Fonte: THR
Tradução: Lalah / Staff Walking Dead Brasil

Rafael Façanha

Zumbi Chefe no The Walking Dead BR. Treinador Pokémon, viciado em Magic, conectado 24 horas por dia e até já fui reconhecido como Wikipédia-Viva de The Walking Dead. Meu mundo é dividido em assistir muitas séries e filmes.

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