Robert Kirkman pode ter criado o título Os Mortos-Vivos, mas sem dúvida não criou o termo, que na verdade engloba mais do que os zumbis apresentados nas páginas das revistas, se estendendo também a outro tipo de “criatura”: os vampiros. Contudo, o que importa para nós são mesmo os zumbis, pessoas reanimadas após a morte, embora não conscientes (na maioria das vezes), cujo único objetivo é consumir carne humana.
Kirkman vem fazendo para os quadrinhos o mesmo que George Romero fez para o cinema usando o mesmo tema. O cineasta conseguiu, através de sua quadrilogia (composta por A Noite dos Mortos-Vivos, Despertar dos Mortos, Dia dos Mortos e Terra dos Mortos), “mascarar” uma crítica certeira sobre a sociedade norte-americana. Embora seus filmes apresentem todo o suspense, carnificina e banho de sangue esperados em uma saga sobre zumbis, tudo isso acabou sendo apenas um chamariz para as verdadeiras intenções de Romero, explorando as mazelas da sociedade. Se no dia a dia observamos facilmente ações extremistas e corrupção, imagine num mundo onde as pessoas têm de encarar que são a minoria, constantemente ameaçadas pelos zumbis agora predominantes em todo o mundo.
E é isso que tanto Romero quanto Kirkman exploram muito bem em seus trabalhos, misturando o terror da imagem do zumbi com o terror psicológico de estar atingindo o limite da condição humana. Vemos nestes trabalhos pessoas se escondendo em tempo integral, sofrendo de todas as formas, literalmente lutando por suas vidas. E deste desespero brotam ainda mais problemas. Neste mundo devastado, não existem mais leis ou política. Simplesmente o mais forte assume o comando, muitas vezes abusando de seu poder, impondo sua vontade. Num mundo como este, quem tem mais armas, mais comida ou simplesmente um local melhor para se esconder, logo é corrompido e se impõe aos demais. Para se proteger, as pessoas se armam até os dentes, a violência predomina, chegando ao extremo de até mesmo crianças terem de aprender a atirar.
Como é fácil notar, líderes corruptos e a violência obrigando cidadãos a se protegerem por si só, sem poder contar com autoridades, é algo bem familiar no nosso próprio mundo. Embora Romero tenha, com seu estilo inovador, criado um gênero novo em seus filmes, nem todos os filmes de zumbi seguiram fielmente a idéia. Alguns se aventuraram pela comédia, caso da cinessérie A Volta dos Mortos-Vivos, Fome Animal de Peter Jackson e do recente Todo Mundo Quase Morto. Outros diminuíram o efeito da crítica, como a refilmagem Madrugada dos Mortos. Existem muitos outros bons filmes de zumbis e é claro que não terei espaço para falar de todos, mas vale destacar a trilogia Uma Noite Alucinante e outra cinessérie: Re-Animator, duas franquias que recentemente se encontram numa mini-série em quadrinhos nos EUA.
Verdade seja dita, o gênero zumbi estava sendo esquecido aos poucos e não foi resgatado nem nos cinemas, nem nos quadrinhos. O mérito desta revigorada no gênero é do game Resident Evil, um estouro de sucesso que gerou continuações, toys, filmes e claro, quadrinhos. E assim voltamos novamente para o nosso “passatempo” preferido.
Infelizmente, não existem grandes personagens zumbis nos quadrinhos, mas alguns ainda assim são lembrados pelos leitores: Necro (membro da Ultraforça da Malibu Comics), Meia-Vida (inimigo do Incrível Hulk no período em que o monstruoso herói era cinza e vagava ao lado de Rick Jones e Clay Quartemain), Zumbi (pesonagem da Marvel surgido nos anos cinqüenta) e, talvez o mais famoso de todos, o vilão Solomon Grundy da DC. Até mesmo Mike Mignola, um dos mais famosos autores de HQs de terror graças a seu sucesso Hellboy, se aventurou no mundo dos zumbis em diversas histórias, com destaque para as histórias de Zombie World, publicadas pela Dark Horse. Isso sem contar os inúmeros contos da Warren e outras editoras especializados em HQs de terror.
Mas o bom mesmo é desfrutar do texto de Robert Kirkman em Os Mortos-Vivos, a mais atual história com a temática dos zumbis, ganhadora do Eagle na categoria de HQ em preto & branco favorita dos norte-americanos. É neste título, chegando agora ao Brasil pela HQ Maniacs Editora, que você confere não só uma história de terror, mas um incrível drama humano. E podem estar certos de que o título começa muito bem e só melhora, afinal Kirkman não se mostra nem um pouco cansado do tema, continuando com a série sem nenhuma previsão para parar e já tendo explorado o tema também na Marvel, com a mini-série Marvel Zombies, desta vez indo por um caminho mais cômico.
Por Leonardo Vicente Di Sessa
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