O Coluna Z é um quadro semanal lançado toda terça-feira que aborda a temática zumbi em geral. Seja curiosidades, filmes, livros ou jogos que envolve o universo zumbi, estaremos sempre trazendo uma análise detalhada sobre o assunto para vocês. A coluna é escrita pela nossa tradutora Nathalia Price, uma aficionada pelo universo zumbi e seus inúmeros desdobramentos.
Tema da semana: Coluna Z #3 – Séries-zumbi: The Walking Dead não foi a primeira e felizmente não será a última
Não é nada difícil de entender o enorme sucesso de The Walking Dead, mas ao mesmo tempo também não é difícil imaginar alguns motivos para que a série fosse rejeitada pela AMC logo de cara.
Como muitos dos fãs devem lembrar, na primeira temporada de The Walking Dead ainda víamos muitas críticas negativas, e muita gente não colocava fé que a série iria emplacar como emplacou. Mas imaginem se o episódio piloto sequer tivesse ido ao ar? Imaginem se a AMC (possivelmente representada pelas pessoas erradas), não tivesse nem mesmo esperado a opinião do público para decidir não filmar a série?
Parece impossível? Mas foi exatamente isso que aconteceu com a série Babylon Fields, rejeitada pela CBS em 2007. Mostrando os zumbis sob uma perspectiva bem diferente da comum, Babylon Fields prometia uma inovação no gênero, pretendendo ser uma série dramática com esse pano de fundo bem interessante: as pessoas retornam à vida, mas não para se alimentar de carne humana; elas simplesmente voltam (ou tentam voltar) às suas vidas normais. E o mais legal é que a história não perde em nada no quesito horror, pois mesmo não atacando e rosnando e rastejando, o zumbi continua sendo extremamente assustador em essência! Sem dúvida alguma é uma abordagem inusitada que, cá entre nós, teve o azar de cair nas mãos de gente sem peito para colocar no ar e ver no que dá. Felizmente TWD não teve esse problema.
Falando em séries que não emplacaram – e talvez essa seja uma colocação errônea – quem aí já ouviu falar de Dead Set? Como eu disse, talvez seja um equívoco chamá-la de “série que não emplacou”, já que a mesma teve início, meio e fim (em apenas cinco episódios, mas teve). Claro que o fato de muita gente nunca sequer ter ouvido falar dela já depõe contra, mas convenhamos que nem tudo que é bom passa pelo crivo da crítica e do grande público. Dead Set, de 2008, conta a história de um apocalipse zumbi que acontece bem no meio de uma temporada do Big Brother – sim, e mostra até a casa dos participantes, que se não é a própria, é bem parecida. Em cinco episódios os participantes do BBB – oops, não tem esse último B, porque se passa na Inglaterra – terão que passar por cima das desavenças pessoais para sobreviver a esse novo mundo apocalíptico. Pra quem gosta de Big Brother e de zumbis, não precisa mais sofrer pra escolher entre Band e Globo.
Dizem por aí que o sucesso de The Walking Dead incentivou a filmagem de mais mil e um projetos sobre zumbis. Verdade ou não, fato é que 2013 promete ser um ano glorioso para os amantes do gênero. São pelo menos quatro filmes que merecem destaque: “Meu Namorado é um Zumbi”, primeiro tema da Coluna Z, um com o Brad Pitt, um com o mago dos efeitos especiais Tom Savini, e outro com o super-na-moda (porém realmente) badass Danny Trejo (e é claro que os filmes ganharão um post especial só para eles).
Mas voltando às séries, parece que finalmente tomaram coragem para investir nos nossos queridos zumbis. Duas séries ainda não estrearam mas já estão dando o que falar. Uma delas é Zombieland, que promete contar a história do carismático quarteto formado por Columbus, Tallahassee, Wichita e Little Rock. A série foi encomendada pela Fox em parceria com a Sony, e está sendo filmada nos estúdios da Amazon. O piloto ainda não foi aprovado, mas pela reação mais que positiva dos fãs do filme de 2009, acho que já podemos esperar mais uma série de zumbis na Fox muito em breve. Algumas fotos da filmagem do episódio piloto vazaram essa semana; a foto a seguir é uma delas:
Os ingleses não ficaram para trás. O canal BBC 3 já preparou três episódios de 60 minutos cada, da série In The Flesh. O roteirista Dominic Mitchell foi descoberto numa competição de escritores da própria BBC, e esse será o seu primeiro trabalho pago na televisão.
In The Flesh conta a história de um adolescente zumbi reabilitado. Como não poderia deixar de ser, após a epidemia zumbi, o famoso NHS (pra quem não sabe/ viu/ lembra, o NHS é o sistema de saúde da Inglaterra, tão típico que apareceu na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos!) com sua já esperada eficiência se responsabiliza por “curar” os zumbis. Assistindo às animações do site da BBC (uma delas com o tema “Keep Calm and Avoid the Undead”), temos a impressão de que a série é voltada mais para o humor do que para o horror – bem como “Meu Namorado é um Zumbi”. Mas assistindo ao trailer, essa sensação vai embora. Parece que a série segue o ritmo de TWD e do que seria o Babylon Fields, no sentido de trabalhar muito mais com o drama por trás do apocalipse.
A história é centrada no personagem Kieren Walker – pára tudo, WALKER? Pois é, que nome mais a calhar. Claro que não vamos acusar ninguém de plágio, já que a palavra “walker” é usada para se referir ao zumbi há muitas décadas. Mas que ficou estranho, ficou.
Enfim, Kieren Walker morreu há quatro anos, e logo depois disso os mortos começaram a voltar à vida. Pelo que os vídeos sugerem, os zumbis dessa série são/eram tão perigosos quanto os de TWD, o que nos dá uma esperança de que teremos algumas cenas de ação com os zumbis que ainda não foram reabilitados – mas esse definitivamente não é o foco da série.
Após serem capturados, aparentemente pelas forças armadas ou algum grupo especial desenvolvido para este fim, os zumbis são enviados à NHS, que finalmente desenvolveu uma espécie de cura (apesar de não ter conseguido descobrir as causas). Kieren, então, passa por meses de reabilitação para poder voltar a viver em sociedade, e é finalmente liberado para morar com seus pais novamente. A série, então, está focada neste processo de aceitação, quase que como se fosse um ex-usuário de drogas voltando a viver com sua família. Sendo que neste caso, Kieren convive com a culpa pelo que fez enquanto era zumbi. Há também uma questão filosófica sobre o que é estar vivo e o que é estar morto, que a série pretende abordar.
Claro que opinião é igual a nariz, cada um tem o seu e nem é tão legal ficar colocando o dedo no dos outros. Na minha opinião, essa série tem potencial, mas só posso saber se vou gostar ou não quando ela estrear.
E na sua opinião, In The Flesh consegue passar de uma temporada ou vai ser apenas mais um projeto-zumbi apodrecendo antes mesmo de seu final? Confira o trailer abaixo e deixe suas impressões e opiniões nos comentários!
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