O The Daily Blam conversou com o compositor de The Walking Dead, Bear McCreary, nomeado ao Emmy, para refletir sobre o seu momento preferido e o mais difícil ao compor para a série apocalíptica de zumbis do canal AMC, a influência de Frank Darabont e se ele se sente pressionado para superar o seu trabalho em Battlestar Galactica; e mais, McCreary provoca sobre Knights of Badassdom e outros.
Bear McCreary tem sido saudado como um dos maiores compositores de música de ficção científica de todos os tempos. O compositor nomeado ao Emmy já trabalhou nas aclamadas series Battlestar Galactica e Caprica ganhando enorme sucesso e notoriedade por suas composições. Ele também trabalhou em Human Target, The Cape e Terminator: The Sarah Conner Chronicles, para citar alguns. Seu projeto atual, entretanto, é compor para a série de TV, adaptada da HQ de Robert Kirkman, The Walking Dead.
Keven: Parabéns por The Walking Dead ter sido renovada para uma terceira temporada. Os fãs podem esperar que você retorne mais uma vez?
Bear: Obrigado. Sim, os fãs podem esperar ouvir minhas músicas novamente na próxima temporada. Será uma jornada intensa e louca e eu estou esperando por isso tanto quanto vocês estão.
Keven: A abertura de Walking Dead é tão sinistra, você foi inspirado por alguma coisa em particular quando estava criando aquele arranjo? Eu senti uma vibe meio de Hitchcock quando a ouvi pela primeira vez.
Bear: Tinha, com certeza, uma influencia de Bernard Herrmann, o compositor que de maneira excelente, colaborou com Hitchcock. Eu fui muito inspirado pelo seu uso de grupos pequenos e únicos para criar texturas marcantes e assustadoras.
Keven: Você cria a música assistindo o episódio de fato ou você lê o roteiro antes? Já teve alguma coisa que pediram para você mudar ou o canal AMC te deu liberdade, por assim dizer, na série?
Bear: Eu geralmente espero até eu ver o corte final do episódio para eu ter minhas idéias. Eu sinto que um pedaço inacabado de um show meio que “fala” comigo. Eu consigo ouvir o que precisa ser feito ali. E, como em qualquer projeto, “The Walking Dead” é um esforço colaborativo; Não é uma questão de ter liberdade ou não, eu só preciso incorporar as idéias dos produtores e do canal às minhas e produzir a partitura que todos querem. Felizmente, nesse projeto, estamos todos de acordo e eu estou sendo capaz de realmente ultrapassar os limites do que uma composição de terror pode fazer.
Keven: Como você cria uma partitura para acompanhar um zumbi inchado, preso em um poço e sendo partido ao meio em contraste a uma seqüência onde o Carl é baleado? Você tem uma fórmula que desenvolveu agora no que diz respeito à criação dos doces sons de um apocalipse zumbi ou você ainda está trabalhando nisso?
Bear: Uma fórmula é exatamente o que eu estou tentando evitar. Eu estou tentando evitar usar os sons que alguém esperaria ouvir naquelas seqüências. Claro, existem momentos que você precisa usar sons assustadores para uma imagem assustadora. Mas, se você for inconsistente nisso, manterá os espectadores em alerta. Às vezes eu tenho uma música bem elegante acompanhando uma imagem assustadora e vice-versa. O resultado final é aquele sentimento de inquietação quando você assiste… você nunca tem certeza de para onde o show vai seguir.
Keven: Quando você veio a bordo de The Walking Dead, você teve conhecimento prévio do material original e da violenta base de fãs?
Bear: Você está brincando? Eu era a violenta base de fãs. Eu leio as HQs do Kirkman há anos e eu estava (e ainda estou) na edição atual. Então, foi muito emocionante me envolver com a série, especialmente com os talentos incríveis envolvidos.
Keven: Até o momento, você tem algum episódio preferido para o qual você compôs e qual é ele?
Bear: O final da metade da temporada, “Pretty Much Dead Already,” foi um verdadeiro deslumbre e incrivelmente recompensador para mim, criativamente. Tem também alguns episódios, vindo na segunda metade da segunda temporada, que são simplesmente chocantes. Mas, eu devo dizer que eu ainda vejo o Pilot (primeiro episódio da primeira temporada) como um verdadeiro sucesso em todos os aspectos, incluindo a música.
Keven: Minha seqüência musical preferida, até o momento, é no Pilot quando nós vemos o Rick e o Morgan; onde mostra o Rick sendo capaz de puxar o gatilho na Walker sem pernas e o Morgan não é capaz de terminar o trabalho – aquele foi um arranjo lindo e eu estava me perguntando quais foram os seus pensamentos ao criar aquela peça épica.
Bear: Frank Darabont teve muito a ver com aquela seqüência. Ele a criou daquela forma e a construiu de maneira tão astuciosa que ela pôde ser montada com aquela abordagem. Eu fiquei muito empolgado quando eu a vi. Então, nunca houve uma discussão sobre a compor de outra forma. O Frank sempre trouxe idéias belíssimas para a mesa e colocou a série no caminho de sucesso que ela está.
Keven: Qual episódio ou qual seqüência foi a mais difícil para criar uma música até o momento durante esse tempo em que você trabalha em TWD?
Bear: Não são as cenas que você imaginaria. A montagem no pilot, ou os encerramentos em Pretty Much Dead Already foram, na verdade, surpreendentemente óbvios. A montagem no início da estréia da segunda temporada foi difícil. Tinham várias formas diferentes que você poderia “tonalizar” a cena enquanto o Rick estava falando no walkie talkie. Ele está determinado? Ele está triste? Ele está depressivo? Ele é forte? Você poderia interpretá-la de várias maneiras diferentes e eu escolhi escrever uma peça que favorecesse, mais ou menos, todas essas abordagens.
Keven: Por causa do tempo que você passou compondo para Battlestar Galactica, você sente uma pressão daqueles fãs para que você supere a si mesmo com novos projetos ou você nem se importa com esse tipo de coisa?
Bear: Eu não penso nisso sequer por um minuto. Em alguns aspectos, eu nunca superarei meu trabalho em BSG porque aquele foi um show tão único em tantos aspectos. Eu não penso no meu trabalho como uma progressão linear assim, um nível que precisa ser elevado e superado, ou um padrão que não possa ser alcançado. Eu penso na minha carreira como que abrangendo três dimensões. The Walking Dead está indo em uma direção diferente de BSG, então nem é uma questão de superá-lo. Essa é a única forma de me manter são e continuar trabalhando.
Keven: Você está compondo para Knights of Badassdom, como tem sido o progresso disso e o que você acha que os fãs vão achar sobre o tão aguardado filme? Você tem alguma música tema para a Summer Glau agora que você já compôs para alguns outros projetos dela? (brincadeira – mas sério, você tem?)
Bear: KoB é um projeto encantador e eu acho que os fãs vão enlouquecer completamente quando eles o virem. Será uma das minhas composições mais divertidas, ambos sombrio e intelectual e rockin’ e aventureiro. Por incrível que pareça, eu escrevi um tema para a personagem da Summer em Terminator: The Sarah Connor Chronicles e um novo tema para ela em The Cape. Ela terá um novo tema em Knights of Badassdom? Os fãs terão que assistir o filme para ter a resposta!
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Fonte: The Daily Blam
Tradução: @LinaDeff / Staff WalkingDeadBr
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