[Alerta: Essa matéria contém grandes SPOILERS da season finale da quarta temporada, “A”, da série The Walking Dead, da AMC, e da série de quadrinhos nos quais o seriado é baseado.]
Andrew Lincoln está a alguns minutos de saber o que acontece no Terminal.
O ator britânico, que interpreta Rick Grimes, um antigo oficial de polícia da pequena cidade de Cynthiana, no estado do Kentucky, está prestes a entrar na sala dos roteiristas da série dramática da AMC e ter um “esboço geral” do que acontecerá na quinta temporada. (“É um dia incrivelmente animador”, ele diz.) Enquanto isso, o resto de nós estamos nos enrolando com a finale da quarta temporada, que foi ao ar no último domingo. “A” apresentou a versão mais perversa de Rick Grimes que nós já vimos, que rasgou a jugular de um homem com seus dentes, e então esfaqueou repetidamente outro até a morte, por ter atacado seu filho. Rick, Daryl, Michonne e Carl reuniram-se com Glenn, Maggie e outros no Terminal, mas não havia “santuário” nenhum à espera delas. Com rifles de atiradores mirando suas cabeças, o grupo foi levado até um contêiner de carga e trancado lá dentro – o que fez com que Rick sorrisse. “Eles vão se sentir muito idiotas quando descobrirem,” disse ele. “Eles estão mexendo com as pessoas erradas.”
O Daily Beast conversou com Lincoln para discutir sobre a season finale explosiva de ontem à noite, Rick aceitar seu lado obscuro e as teorias dos fãs sobre canibais no Terminal.
Vamos começar com a season finale da noite passada. Eu sinto que o ponto do episódio foi nos mostrar que, dessa vez, Rick mudou permanentemente. Ele resolveu matar ou ser morto – não mais fazendeiro ou líder torturado. Você também pensa isso?
Andrew Lincoln: É, acho que ele é um homem que fez as pazes com ambos os lados de sua personalidade e, como resultado, ele é um líder muito mais poderoso e letal. A coisa que o fazia sofrer, provavelmente desde a segunda temporada, é o fato que, por ter matado Shane, ele percebe que há uma natureza animalesca e selvagem em seu DNA, e ele sentia medo dessa natureza ou se sentia em conflito com ela. Mas agora ele é um homem que percebe que ambos os lados da sua personalidade são essenciais e provavelmente são a principal razão dele estar vivo e de seu filho estar vivo.
Ele foi adiante e retornou bastante em relação a esse problema, se estaria disposto a fazer tudo o que fosse necessário para sobreviver ou se continuaria tentando ser um cara bom. O que você acha que foi diferente dessa vez? O que permitiu que ele finalmente resolvesse o conflito interior?
Andrew Lincoln: Bem, eu acho que ele ultrapassou todas as barreiras pela simples ação de ter feito o que ele fez. O que ele fez foi tão chocante. Tinha que ser alguma coisa que estivesse profundamente além do domínio de qualquer moralidade, tanto que esses saqueadores, os Claimers, nunca viram nada assim antes. O que eu amei em relação a isso foi que não foi um conflito, foi apenas uma necessidade. Sabe aquelas histórias das mães que suspendem carros que estão em cima das crianças para salvar a vida de seus filhos? Foi assim. Algo não estalou, ele simplesmente acessa a parte de si mesmo que o deixa apavorado, e que ele tenta repreender por tanto tempo. Hershel ajudou Rick nisso, quase como um conselheiro, mas ele está morto. As algemas estão soltas.
Mas o que eu amei nesse momento foi que foi muito calmo. Foi a realização desse momento que foi um ingrediente extraordinário, vital para a sobrevivência nesse novo mundo. Ele não vê mais isso como uma fraqueza ou um problema. Vê como uma parte igualmente importante dele, que acessa quando precisa. Não me entenda mal, na cena com Norman [Reedus, que interpreta Daryl], Rick acessa seu outro lado, que é incrivelmente aberto, moral e gentil. Ele diz, “Você é meu irmão.” Estou surpreso com o roteiro dessa cena porque uma coisa horrível acabou de acontecer. E, mesmo assim, ele diz “Valeu a pena ir em frente porque encontrei você.” Ele vê claramente pela primeira vez, já que não está algemado pela moralidade.
Ele costumava ficar realmente preocupado sobre como a violência estava afetando Carl. Isso ainda está na mente dele?
Andrew Lincoln: Ainda está. E você vê isso nesse episódio. Há um momento em que Michonne abraça Carl e Rick olha, muito, muito preocupado se seu filho está com medo dele. Ele viu esse monstro, essa tsunami de brutalidade dominá-lo. Seu filho sente medo dele. Então há um momento após isso, no Terminal, em que Rick diz, “Não, eles mereceram aquilo.” E o menino, inequivocadamente, diz “Sim”. Esse é um grande momento porque significa que ele entende o que seu pai teve que fazer para sobreviver.
Não estou dizendo que o pai, o pai e os monstros (em ambos) estão resolvidos. Eu acho que será muito interessante ver a próxima temporada como resolvem a ideia do monstro e do homem – e do pai – contidos nesse ser humano.
Você ficou tão surpreso quanto nós quando descobriu que nenhum personagem principal morreria nessa temporada? Eu fiquei meio aliviada.
Andrew Lincoln: Eu sei! Tanto você quanto eu! Acontece que nós não queríamos que fosse Survivor. Essa é a história que estamos contando. Essa nunca foi a intenção do seriado. Nós somos muito sortudos por termos o ás na manga e podemos fazer isso para reinventar o seriado, mas acho que o mais importante é que uma morte sempre muda um personagem ou move uma história. Eu penso que é exatamente isso o que aconteceu – em vez de alguém ser morto, Rick matou, e isso o mudou, irrevogavelmente.
Você pode me contar como foi gravar essa cena, em que Rick rasga a jugular de um homem?
Andrew Lincoln: Foi muito estranho – quer dizer, foi. (Risos) Foi uma gravação longa. Acho que houve 95 segundos da cena antes da mordida. Eram 4 e meia da manhã, eu tinha um bocado de sangue e de frango cru na boca e – você se coloca em um lugar muito estranho. Jeff Kober, que interpretou Joe e fez um trabalho magnífico, é muito legal. Ele meio que estava me segurando e eu estava me preparando mentalmente pra isso. Mas eu acho que ele estava meio preocupado com a minha saúde mental. Então, claro, eu tive que pegar a faca para apunhalar brutalmente o Keith, que interpretava o outro personagem, e ele ficava jorrando toda a tinta nos meus olhos, a cada take. “Cara, você parece louco.” Donna Premick, que faz a maquiagem, disse, “Você está bem?” Eu disse, “ESTOU BEM! Estou bem!” Eu estava meio exaltado. Ela disse, “Você está coberto de sangue, deixe que eu tire o sangue dos seus olhos”, e eu disse, “Estou bem.” Eu tinha sangue completamente nos olhos, foi uma noite bem louca.
Você ouviu a teoria dos fãs de que o Terminal está cheio de canibais?
Andrew Lincoln: Não ouvi, não.
Existe essa teoria baseada nos quadrinhos de que o Terminal está cheio de canibais e é por isso que eles enganam as pessoas, por isso que os portões não estavam trancados e por isso Mary está sempre perto do grill e diz, “faremos um prato para você” quando dá as boas-vindas ao primeiro grupo que entra.
Andrew Lincoln: (Risos) Oh meu Deus. Eu não ouvi isso. Sou tão ludista, não estou nas mídias sociais então não ouvi nada assim. Eu tenho um telefone flip, Melissa. É tudo o que posso dizer a respeito disso. Mas não, eu não ouvi essa, é boa. Quero dizer, a outra coisa que ouvi sobre essa temporada é que existem tantos finais abertos e tantas coisas são deixadas para as pessoas pensarem. Sabe, eu adoro que as pessoas tenham essas teorias da conspiração, eu adoro. [O Terminal] é o lugar mais estranho em que já estivemos. Há muitos adolescentes e muitas Mary’s, como a bruxa de João e Maria. Tipo, o que está acontecendo? Estamos, aparentemente, no nosso ponto mais fraco, ainda que Rick esteja mais forte do que jamais esteve nas quatro temporadas. Fazer aquela última cena foi um momento animador, um chamado à luta, porque parece que é tipo, “Esperem um minuto. Eles não fazem a menor ideia do que trancaram nesse vagão.” Todos estão enviando e-mails uns para os outros, não sabemos o que vai acontecer. Vocês todos descobriram agora, mas nós estamos vivendo com isso por quatro meses. Ficamos, “Contem para nós o que vai acontecer!” É muito animador, por isso estou prestes a entrar na sala dos roteiristas e descobrir alguns segredos.
Na vida real, você acha que tende a assumir um papel de líder entre os membros do elenco? Lembro que David Morrissey me contou que ele se isolava dos outros, como o Governador faria, a vida imitando a arte.
Andrew Lincoln: É uma coisa engraçada, a liderança. Eu aprendi interpretando Rick que a maneira que Rick lidera é algo que eu tento imitar. Ele mostra, ele não ensina. É uma daquelas pessoas que nunca pediriam você para fazer algo que ele mesmo não fizesse. Acho que é assim que tento ser quando estou no set. É uma maneira simples de fazer as coisas – quero dizer, eu não respondo bem quando alguém me diz o que fazer. Nesse sentido, acho que Rick é muito esperto, é raro que ele chame a atenção de alguém. Ele não tem a intenção de fazê-lo, ele é sempre o primeiro homem na batalha. Está sempre dando um passo adiante ativamente e dizendo, “Eu farei. Vamos adiante com isso.” E acho que essa é a atitude que tenho quando gravamos. “Vamos para o set, vamos, vamos nos divertir.” Eu imagino que, quando não estou trabalhando, sou um ser humano muito mais quieto, muito mais privado. Eu só planto árvores e brinco com minha família.
Aw, tipo o Rick Fazendeiro.
Andrew Lincoln: Eu sou o Rick Fazendeiro, é, é muito sem imaginação, o roteiro daquelas cenas. “O que você faz?” Eu dou um passo para trás, eu cultivo. “Ok, você está cultivando.” Eu deveria dizer que surfo em Barbados, só para ver o que acontece na quinta temporada.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com a quinta temporada em Outubro de 2014 na AMC e na FOX Brasil. O trailer da temporada, bem como a data oficial de lançamento, será divulgada durante a Comic Con de San Diego, em julho.
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Fonte: Daily Beast
Tradução: Lalah / Staff Walking Dead Brasil
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