Entrevista
Andrew Lincoln fala sobre “The Walking Dead”, planos e sua vida pós-série
Você pode não estar familiarizado com Andrew Clutterbuck, um homem com um nome que ele mesmo admite que soa mais hobbit que humano. É por isso que, para efeitos da sua carreira de ator, ele mudou seu sobrenome para Lincoln. Você pode encontra-lo nas noites de domingo no mais novo hit da AMC, “The Walking Dead“.
Lincoln joga a sério, e interpreta um norte-americano, Rick Grimes – Numa pequena cidade ele é o xerife da Geórgia e se encontra liderando um grupo de sobreviventes através de várias escapadas zumbis após eles dominarem o mundo.
P:Você já assinou contrato para a segunda temporada?
R: Já assinei? Com certeza. E assinarei para muitas temporadas mais se tiver a sorte de tê-las. Estamos prontos para ir e extremamente animado com isso.
P:Sabe quando você planeja começar a filmar a segunda temporada?
R:Não, infelizmente, ainda estamos trabalhando nisso, eu acho. Acho que o meu agente está em ligação com a AMC. – Eu imagino que seja em um momento semelhante a este ano, mas não temos as datas exatas.
P:O show é esperado para voltar até Outubro de 2011,você acha muito tempo?
R: É muito tempo para esperar. Eu sei.
P: “Walking Dead” tem sido comparado com “Lost” em vários níveis. Você assistiu “Lost”?
R: Não, eu não assisti. Mas ouvi dizer que foi um show maravilhoso. Muito bem-sucedido. É “Lost” sobre as pessoas que tentam escapar da ilha não é?
P: É, mas eu acho que a semelhança entre os dois é que um grupo de pessoas, são do jogados juntos contra todas as probabilidades.
R: Suponho que estamos psicologicamente falando de um apocalipse que aconteceu [em “Walking Dead”], por isso é radicalmente diferente. Não há um porto seguro para essas pessoas. Então eu acho que a mentalidade é provavelmente muito diferente.
P: Você já leu algum dos quadrinhos em que o show é baseado? Se leu, Sãos fiéis? demonstram a visão da obra original?
R: Sim, eu li. E sim, eu acho que a tonalidade é extremamente fiel e eu acho que Robert Kirkman, o produtor executivo e escritor da novela gráfica é extremamente fiel.
P: Agora, alguns espectadores podem se surpreender ao saber que você é Inglês. Como você veio fazer o teste para o papel de um xerife da cidade pequena Geórgia?
R: Eu sei. Eu continuo me fazendo a mesma pergunta. me enviaram o script pelo meu agente. Acho que interpretei um advogado de Nova York – eu fiz um piloto de três ou quatro anos atrás – e penso que me pegou no radar dos diretores de elenco certo na América, que eu poderia fazer o sotaque e, sim, desde então, a maioria dos pilotos scripts temporada têm vindo através do meu agente para mim.
P: Você trabalha com um treinador de línguas?
R: Trabalho. Quer dizer, se alguém vai lhe pedir para “conduzir” um show na AMC na America, eu realmente pensei que – bem, eu não quero que seja um problema.
P: Então, qual papel exatamente lhe atraiu para série?
R: Hmm… A primeira coisa que me atraiu foi a história de Morgan.
P: E não temos visto Morgan desde o 1º episódio…
R: Eu sei, e [Lennie James] me mantém informado sobre isso! Ele é um velho amigo que volta para casa. Ele é do tipo “Como é tudo o isso aconteceu? Está tudo bem?” Mas eu tenho certeza que vamos ver mais dele. Ele é um bom ator, como o menino também. E isso é muito brilhante uma linha de história como a deles não pode se perder assim!
P: O show não tem hesitado em matar alguns dos personagens principais – como a irmã de Andrea. Parece uma pena perder esses grandes personagens.
R: Eu acho que se você tem conhecimento dos quadrinhos de The Walking Dead, vai ver que é exatamente assim. Não é a toa que a história tem essa longevidade de 8 anos. isso se deve ao fato de que ninguém está seguro. Se você espera um público que seja introduzido para superar todos obstáculos desse mundo apocalíptico, perde um pouco a graça. Você tem que fazer sacrifícios ao longo do caminho. Eu acho que é o que fazem definem as regras: Ninguém está seguro!
P: Então, na noite de domingo, quando o final da temporada estiver no ar, Rick vai descobrir que Shane teve um caso com sua esposa enquanto ele estava desaparecido?
R: Vou deixar os espectadores descobrirem por si próprios.
P: Então o que você diria que foi a coisa mais grosseira que teve que fazer durante as filmagens da primeira temporada?
R: Qual é a coisa mais grosseira que tive que fazer? Provavelmente, quando estávamos usando luvas durante aquela chuva, usando um Macintosh, cortando caminho através de um campo de zumbis tentando escapar de Atlanta, no calor sufocante. Toda vez que terminavamos uma cena tínhamos que parar para drenar as luvas que estavam cheias de suor.
P: O que é que é usado para o sangue e tripas? É algo sintético ou algo que não queremos saber?
R: Acho que você tem que falar com o Willy Wonka de gore, Greg Nicotero, porque ele que sabe. Basicamente, patenteou sua receita do próprio sangue. As pessoas estão tentando comprar a sua receita para o sangue, porque é muito bom.
P: É muito realista?
R: É um dos efeitos especiais mais realistas que eu já tive a infelicidade de estar envolvido.
P: Portanto, além da leitura das HQs, que você fez outra pesquisa?
R: Sim. Eu levo isso muito a sério. É por isso que eu saí cedo para Atlanta, para obter um senso de lugar e falar com as pessoas. Eu leio romances. Eu escuto a música. Eu apenas tento ter um pouco da cultura. Eu li um grande livro de Tom Wolfe chamado “A Man in Full”, que fala tudo sobre Atlanta. Brilhante, livro que é tudo sobre a história do local também. Eu li Steinbeck. Eu li um livro brilhante de Jay McInerney chamado “The Last Savages,” que é sobre um personagem do sul. Eu acho que é uma das grandes atrações do meu trabalho é que você começa a fingir ser outras pessoas e experiências… É como um projeto. Na verdade, algumas das partes mais emocionantes do trabalho estão lendo e ficando em torno de um senso de lugar e as pessoas e tentando imaginar um personagem. Eu sou como um imã. Eu uso um monte de coisas diferentes para construir um personagem.
P: Então, você já pensou em se mudar para Atlanta se a série continuar a fazer sucesso?
R: Bem, posso considerar essa hipótese, mas uma coisa é certa. Minha família irá vir comigo quando eu vier filmar os 13 episódios da segunda temporada. Éramos como uma família, todos unidos. Nós fizemos alguns bons amigos. Atlanta é uma cidade incrivelmente legal.
P: Bem, vou sugerir algumas pesquisas adicionais para você, então. Você deveria ler “The Real Housewives of Atlant”. Tem tudo que você precisa saber.
R: Eu vou procurar esse livro.
P: Então, você está feliz com o final da temporada que iremos ver no domingo?
R: Por incrível que pareça. Bem, a única coisa que eu não estou feliz é ter que terminar esta temporada.
P: Eu tenho uma pergunta estranha para você. Eu estava pesquisando sobre você e… seu nome verdadeiro é Andrew Clutterbuck?
R: Esse é o meu nome.
P: Por que mudar?
R: Por que você acha, Liz?
P: Ouça-me – Eu não sei se você conhece um ator que interpreta o companheiro de Sherlock Holmes nos novos remakes da BBC. Mas seu nome é Bento Cumberbatch.
R: Ele é um grande amigo meu.
P: Bem, eu estou supondo que ele não mudou seu nome de algo ainda mais esotérico e ele está indo muito bem.
R: Isso é verdade. Eu sempre brinco que havia uma outra Clutterbuck na capital. E as pessoas dizem: “quê?”. Não, era meu primeiro agente, que disse: “Ah, vamos lá, você tem que mudar isso, é ridículo. Soa como um hobbit”. Por outro lado, estou extremamente orgulhoso do meu nome e tudo em minha vida, na Inglaterra me chamo Clutterbuck. Se nós nos encontrarmos eu vou lhe mostrar o meu cartão de crédito, que é Clutterbuck. Então, sim, foi só isso que aconteceu.
Fonte: The Washington Post
Tradução: Thi e Eduardo / Equipe WalkingDeadBr