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Andrew Lincoln fala sobre o final da terceira temporada: “tudo se acaba”

O homem que interpreta Rick Grimes também chama “This Sorrowful Life” um “emocional, heroico e brilhante” episódio.

O novo episódio deste domingo de The Walking Dead promete ser violento, fundamental e chocante.O homem central de “Walking Dead” confirma: “é de partir o coração”. Nós deixaremos os telespectadores decidir o que isso pode significar para os destinos de alguns dos nossos favoritos sobreviventes do apocalipse zumbi.

Mas quando Andrew Lincoln, o ator que interpreta o líder Rick Grimes, lhe diz que é um episódio devastador – isso vem em sequencia de episódios onde já perdeu seu melhor amigo e esposa (ambos mortos por seu filho, aliás) – você tende a pensar que algumas grandes perdas podem estar a caminho.

Lincoln, que está indicado como o melhor ator na televisão no June’s Saturn Awards, falou com o Yahoo! TV de sua casa na Inglaterra essa semana, e ele adiantou que os dois últimos episódios da terceira temporada não vão decepcionar os telespectadores. Apesar de que, mais uma vez, podem partir nossos corações.

Yahoo! TV: Você disse recentemente à Rolling Stone que 27 pessoas morrem no fim da terceira temporada. As pessoas estão realmente levando esse número a sério?

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Andrew Lincoln: (Rindo) Isso saiu na impressão?

Yahoo: Saiu. E algumas pessoas estão considerando isso um número exato.

Andrew: Então eu tenho que ser cuidadoso com as coisas que eu digo. É seguro dizer que nós terminamos no estilo em que estão acostumados (os telespectadores). Não penso que as pessoas vão se decepcionar. Nós estamos indo para o episódio 15 nesta semana?

Yahoo: Sim, 15, “ThisSorrowful Life”, o penúltimo episódio desta temporada, vai ao ar dia 24 de março (nos EUA).

Andrew: É um episódio extraordinário porque as duas principais histórias, eu acho, são magníficas, e as atuações… É, realmente é um ótimo episódio em vários aspectos. É bastante emocional, heroico e brilhante episódio. Em grande parte porque um casal de atores está fazendo um trabalho incrível. Então, a season finale… Tudo se acaba. É grandioso, é isso que vou dizer. Tudo condiz com o que aconteceu nesta temporada, eu diria.

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Yahoo: Da última vez que realmente vimos Rick, ele conheceu o Governador e soube que ele é louco. Ele soube de algumas coisas loucas que ele fez, que ele gosta de brincar com as pessoas. Mas ele se sente como se ainda não pudesse entender quão mau o Governador é. Que ele não entende que é alguém que tem um grande prazer em programar meticulosamente uma câmara de tortura…

Andrew: Eu não acho que ele está ciente da extensão das atrocidades que esse cara está planejando. Não acho que ele pode. Não penso que ele tenha conhecido alguém como ele ainda. Absolutamente não acho que ele está plenamente consciente. Ele sabe que é um homem muito perigoso. Ele sabe que, a partir de que se reuniram… que ele está pegando remanescentes. Mas a única coisa sobre Rick é que, até que ele conheça um homem, ele é uma dessas pessoas que fazem um julgamento ele mesmo.

O Governador é incrivelmente manipulador. Ele é um verdadeiro psicopata ou sociopata. Ele é muito manipulador, muito charmoso. Ele é brilhante. Ele é determinado. Ele é auto obcecado. Ele é tudo isso… Não penso que Rick desconheça isso. Mas algo que eu amei (nesse encontro) é o fato de que ele dá uma opção. Ele dá uma opção que poderia ser verdadeira. A questão é: você pode confiar em alguém que você não confia? Você confia em um homem que já torturou pessoas de seu grupo o suficiente para negociar com ele? Essa é a grande coisa por trás de tudo isso, por trás destas decisões.

Yahoo: Diante a tudo isso, por que Rick está mesmo entretido com esse acordo que o Governador ofereceu de entregar Michonne em troca de não haver outro ataque à prisão? Ele não está confiando em seu julgamento porque ele ainda não se recuperou totalmente de sua queda? Ou ele está apenas temeroso de não dar uma chance do Governador manter sua palavra e deixar todos a salvo?

Andrew: Ele é exatamente isso! É outra decisão impossível de tomar. Ele é experiente o suficiente, é inteligente o suficiente, pra perceber que esse poderia ser o instrumento de negociação que permita que as duas civilizações parem o conflito. Mas, ao mesmo tempo, a que custo para o grupo? Ele ainda não é o homem que era. Não acredito que ele possa voltar a ser este homem. Há um pragmatismo nele. Mas há algo brutal nele que o faz considerar qualquer opção. Para defender e certamente servir seu filho. É tudo sobre o menino, agora. É tudo sobre o garoto.

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Yahoo: Ele também sentiu como, nesse encontro com o Governador, houvesse a menor ligação, ou pelo menos de reconhecimento por ambos, um ao outro, de que ser um líder é difícil. Obviamente, o Governador tomou a responsabilidade e a pressão numa direção diferente…

Andrew: Sim, você está absolutamente certo. Nós quisemos interpretar isso. Nós quisemos realizar isso de forma que é a única vez que estes homens compartilham um laço comum de liderança, pra ser sincero.É a coisa do desarme… Você tem essas duas dinâmicas incríveis. Homens perigosos com as vidas de muitas pessoas em jogo, e ainda assim eles são capazes de quase ter essa conversa íntima. Havia uma espécie de reconhecimento do que eles fizeram, do que são e do que esse mundo tem os pressionado a ser.

É o que eu sempre amei nos quadrinhos. Você começa em um lugar e então torce pelas pessoas. Mas você percebe, caramba! Eles estão fazendo coisas terríveis, coisas moralmente ambíguas. Porém, você permanece ao lado deles. Você tem isso. Que remonta o motivo pelo qual as pessoas gostam tanto da série, do porque eles se colocam nesta posição. Eles fazem essas perguntas impossíveis.

Yahoo: Ele se sente como um eufemismo, mas Rick tem passado por muita coisa. Especialmente nesta temporada com a morte de Lori, o nascimento do bebê, a discriminação, o Governador… O que o motiva a continuar?

Andrew: É o menino. Tem que ser o menino. (Carl) e Lori foram o fator principal que o fez sair do hospital e que o levou a encontrar Morgan e, consequentemente, encontrá-los. Essa foi uma das grandes atrações de interpretar essa parte, o fato dele não ser um estranho. Ele era um policial, ele é um cara comum. Ele é seu próprio Average Joe (uma série de tv). Mas ele foi um pai e um marido num casamento problemático. Eu amo todas essas coisas, porque eu penso, “sim, isso é um castigo. Isso é autêntico.” Eu acredito que as pessoas fazem coisas extraordinárias, coisas sobre-humanas nessas situações. Você ouve sobre mães em carros em movimento pra salvar seus bebês. Feitos extraordinários! Quase que em nível primitivo, de ir a lugares que você nunca se imaginou indo para proteger seus entes queridos.

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É engraçado, porque eu estou sempre… Sabe, quando você recebe algo e sintoniza este algo na sua cabeça? Eu sou um magpie (um tipo de pássaro) quando eu faço um trabalho, eu pego as coisas e tudo parece estar contido no trabalho. Eu começo a ler sobre sobreviventes ou heróis… Minhas antenas estão muito ligadas, elas pegam tudo. Eu estava lendo um livro sobre Ernet Shackleton, um aventureiro inglês extraordinário na virada do século. Século passado, e não neste. Tentou ir três vezes para a Antártida para fazer três desafios diferentes, e ele falhou em cada uma. Mas ele manteve 27 homens vivos num iceberg por dois anos e meio.

É a maior história de sobrevivência que eu já li. É um sopro da mente. Você simplesmente continua… Só pesquisar no Google e ler o que ele conseguiu. Todas essas pessoas, ele manteve vivo todos aqueles que estavam na viagem. Ninguém morreu e foi surpreendente! Todos os outros 26 homens, obviamente, disseram que ele é o maior líder. Ele foi exaltado… (as pessoas) lhe perguntaram: “Como você conseguiu fazer essa coisa extraordinária? Como você fez isso?” E ele disse: “Foram os homens.” Ele tinha que fazer isso pelos outros caras. Se fosse sozinho, ele não teria feito. É simples assim com o Rick. Ele é um desse tipo que as outras pessoas só ficam atrás. O que eu amo sobre ele é o fato dele estar certo. Ele é uma dessas pessoas que está certo, ele toma sua decisão. Pode ser uma má decisão. Pode ser uma decisão moralmente corrupta, mas resiste. Há algo incrivelmente poderoso nisso, e incrivelmente perigoso. Eu penso também que ele é um cara moral, mas ele reconhece o perigo da liderança neste novo mundo. Ele meio que entende o efeito inebriante que o poder tem na liderança. Eu só acho que ele é um homem complicado e com razão. Ele é Jó, foi testado de todas as formas. Ele sempre volta. Ele esta em seu luto pela a morte de Lori. Mas eu acredito que Morgan foi algo que aconteceu num momento crucial pra ele, reconhecendo que, se ele continuar se isolando, terminará como o próprio Morgan.

Yahoo: Esse episódio “Clear” foi simplesmente brilhante! Você pode dizer que é um dos seus favoritos nesta temporada?

Andrew: Sim. Esse eu li e adorei. Fiquei emocionado que eles decidiram quase completar o círculo com algo da história de Morgan. Essa sempre é a coisa quando eu assisto a programas de tv de longa duração, que é essa sua captura e pedir para o público para realmente investir nos personagens. Existe algo tão bonito em plantar algo no piloto, em seguida, ir pra algum lugar para resolver a história três anos depois. Isso quase recompensa o público. Isso certamente me recompensa como ator. E há algo surpreendente sobre como trabalhar com um ator que você não vê há três anos, e a última vez que viu (seu personagem) era alguém totalmente diferente.

Eu também achei que “Prey” foi um episódio totalmente diferente, e ele passou muitas coisas tranquilas de forma sutil. Eu realmente estou animado para a quarta temporada por causa disso. Porque eu acho que temos o peso coletivo de três anos das pessoas conhecerem esses personagens. Você não precisa fazer o que os filmes tem de fazer, que é ter de explicar quem são aquelas pessoas na primeira hora, e em seguida, contar uma história para a próxima hora e resolver tudo na última meia-hora. As pessoas vêm com três anos, 30 episódios ímpares, 30 horas impares estando com estas pessoas… O mais interessante é quando você simplesmente pode colocar um episódio como “Clear”, ou só empurrar pra lá, ou aparar completamente a narrativa e torná-la sobre um menino que vai encontrar uma foto de sua mãe para mostrar a sua irmã que não tem mais mãe. Isso é de tirar o fôlego!

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Essa é a coisa que, quando as pessoas vão e “Oh, zumbis. Isso é uma série sobre zumbis”. Eu estou pensando… Não é realmente sobre zumbis. (Risos) Mas, claro, ela é e isso é a coisa legal que temos a fazer, o material brilhante. Não seria capaz de dizer coisas tão grandiosas ou tais histórias simples, sem as coisas excitantes e emocionantes. Mas, é claro que sim, é um episódio que eu adorei.

Volte para a segunda parte do bate-papo com Andrew Lincoln na próxima semana, quando ele discute com seus companheiros e equipe de The Walking Dead, como é filmar fora de Hollywood, a dificuldade de licitação, o adeus a membros do elenco e amigos, e suas esperanças para o futuro da série, incluindo o seu apelo para os produtores e escritores: “Me deixem viver por muito tempo, por favor!”.

The Walking Dead vai ao ar nos domingos às 9 PM (22h no horário de Brasília), e a season finale vai ao ar dia 31 de março. Fiquem ligados aqui no Walking Dead Brasil para mais novidades!


Fonte: Yahoo
Tradução: @alexiacmendes / Staff Walking Dead Brasil

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Rafael Façanha

Zumbi Chefe no The Walking Dead BR. Treinador Pokémon, viciado em Magic, conectado 24 horas por dia e até já fui reconhecido como Wikipédia-Viva de The Walking Dead. Meu mundo é dividido em assistir muitas séries e filmes.

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