Como o esguio e assombrado homem-da-lei Rick Grimes, o personagem central da série The Walking Dead, Andrew Lincoln tem tido a tarefa de encarnar o herói atormentado, o marido magoado e o pai indisponível emocionalmente que quer fazer mais pelo seu jovem filho, algumas vezes ao longo de um único episódio.
Na terceira temporada da série, o sofrimento deixou Rick de joelhos. O personagem que havia feito grandes sacrifícios para proteger e liderar um pequeno grupo de sobreviventes acabou falhando em salvar sua esposa, Lori, e quando descobriu que ela havia morrido, entrou em colapso nervoso.
“Quando ela se foi, eu disse: ‘Ele precisa cair’”, Lincoln explicou. “Era preciso ver o homem que vinha sendo tão forte por três anos cair, desmoronar. Era mais do que ele podia suportar.”
Lincoln vem fazendo um grande trabalho em “The Walking Dead” desde a estreia em 2010, mas foi sua performance nessa cena específica que imediatamente gerou muitos rumores a respeito de uma indicação ao Emmy (pode-se argumentar que, dada a rotineira aclamação da série pela crítica, que é também o drama mais assistido do horário nobre da TV americana, já passava da hora de um reconhecimento em forma de prêmio).
Em seus três anos, “The Walking Dead” ganhou dois Emmy’s, ambos pelos excelente trabalho de maquiagem da série; nenhum de seus atores, roteiristas ou diretores recebeu indicações. Mas sentado na cafeteria do hotel West Hollywood, Lincoln educadamente se recusou a especular sobre premiações.
“Tenho medo de que, se eu entrar nesse debate, possa perder a mágica e a satisfação de continuar realizando a parte da atuação”, ele disse.
Lincoln, batizado como Andrew Clutterbuck, vinha atuando profissionalmente há quase duas décadas na Grã-Bretanha antes da virada em sua carreira que o transformou em astro numa estória sobre o fim do mundo. Após estudar na Academia Real de Arte Dramática, em Londres, Lincoln foi escalado no drama britânico “This Life” e prosseguiu com vários papéis na TV e no cinema, incluindo uma participação na comédia romântica “Simplesmente Amor” (2003).
Ele chegou a “The Walking Dead” com certa hesitação. Nunca havia se interessado pelo gênero de ficção científica e estrelar uma série adaptada dos quadrinhos parecia um passo inusitado em sua carreira. O envolvimento do criador da série, Frank Darabont, e sua afeição por várias séries da AMC, como “Breaking Bad” e “Mad Men” o levaram a reconsiderar.
“Disse ao meu agente: ‘Após 19 anos, vou lidar com zumbis? É isso que vamos fazer?’” Lincoln se lembra dando risada. “Mas então eu li o roteiro… e notei que era diferente de tudo que já havia lido. O que me atraiu a aceitar o papel é que o panorama é tão extraordinário e esquisito, mas você tem a chance de passar uma mensagem e quase destrinchar o que significa ser humano.”
“Nunca me ocorreu que seria uma série de ficção, até provavelmente 21/22 semanas antes”, ele acrescenta. “Fui perseguido numa avenida por 400 zumbis”.
Nos dias atuais, é claro, Lincoln teve tempo para se adaptar ao clima sulista – ele divide seu tempo entre a Geórgia, onde a série é filmada, e a Inglaterra – e ao dialeto do sul dos EUA. Durante a produção, ele só fala em seu sotaque americano adotado, com o qual ele admite que sua esposa e dois filhos tiveram dificuldades de se acostumar.
“É o jeito que eu sei fazer e é o que torna mais fácil”, Licoln afirmou. “É uma coisa a menos para me preocupar”.
Após 35 episódios, Rick liderou seu grupo de uma Atlanta devastada por errantes a uma fazenda pastoril e depois a uma prisão (quase) abandonada na busca por um refúgio seguro, perdendo membros e, em alguns momentos, a civilidade ao longo do caminho. A constante evolução do personagem, Lincoln diz, foi imensamente satisfatória.
“Um dos maiores atrativos do projeto é o fato de que essas pessoas começam em um local e o mundo as muda de forma tão significativa, episódio por episódio, até que elas acabam em um outro local totalmente diferente”, Lincoln afirma. “A maior luta de Rick é descobrir se ele pode manter os vestígios do mundo anterior e seu código moral e usá-los neste novo mundo, e se isso é algo realista. Muitas vezes não é”.
Nesta temporada, ele lutou para manter a sanidade após perder Lori (Sarah Wayne Callies), enquanto ela dava à luz sua filha, uma criança que na verdade pode ser filha do melhor amigo e ex-parceiro de Rick, Shane. Atormentado por visões de sua esposa morta, ele se afasta de todos, incluindo seu filho Carl (Chandler Riggs), justamente quando os sobreviventes se tornam alvos de um inimigo cruel conhecido como o Governador (David Morrissey).
O desafio de seguir em frente é encontrar esperança em meio à carnificina. “O mundo que habitamos é brutal, mas o que sempre me motivou a fazê-lo foi o fato de as pequenas doses de humanidade ressoarem, um tipo de melodia”, Lincoln diz.
Bem, isso e a chance de interpretar um caubói.
“Sejamos honestos”, disse Lincoln. “Tenho a chance de montar num cavalo e atirar em zumbis como profissão. É o sonho de todo garoto”.
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Fonte: LA Times
Tradução: @lipecorrea / Staff Walking Dead Brasil
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