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Entrevista

Robert Kirkman fala sobre o sucesso de The Walking Dead e dos desafios únicos da série de TV e dos quadrinhos

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Há dez anos, um jovem roteirista desconhecido chamado Robert Kirkman chegou à Image Comics com uma ideia de uma nova abordagem do apocalipse zumbi – o que acontece após o apocalipse, ele perguntou. E as pessoas que sobreviveram ao ataque inicial? E a cena posterior ao helicóptero resgatá-los?

Com essa linha de raciocínio básica, The Walking Dead nascia. Hoje, mais de 110 edições depois, e com três temporadas de uma série televisiva que estabeleceu diversos recordes na TV a cabo norte-americana, a franquia segue forte nas duas plataformas.

Na Comic-Con International de San Diego, The Walking Dead celebrou seu décimo aniversário, com uma festa cheia de pompa e com zumbis, é claro. A equipe do site Newsarama conversou com o criador da franquia, Robert Kirkman, sobre a sensação de algo tão grandioso ter nascido a partir de sua pequena revista em quadrinhos, e sobre as novidades, tanto da HQ, quanto da série de TV.

Newsarama: Robert, quando nos conhecemos, há nove anos, bebendo cerveja barata em um isopor, no lobby de um hotel na Wizard World Chicago, você fazia a mínima ideia de que seu futuro reservava algo assim?

Robert Kirkman: Não! (risos)

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Nrama: Era ao menos uma aspiração? Quando você começou a escrever The Walking Dead, sequer passou pela sua cabeça que poderia se tornar uma série de TV?

Kirkman: Não, de forma alguma. Na verdade, não era sequer algo que me desse segurança. Imaginar algo assim seria como esperar por um relâmpago: “Hum, acho que posso fazer uma adaptação…”

Havia um histórico desse tipo de adaptação não dar muito certo. Portanto, não era algo pelo qual se esperasse. Minha única esperança era que a revista em quadrinhos fosse bem-sucedida o suficiente para pagar minhas contas e continuar fazendo o que faço. Era por isso que eu lutava. Ver a coisa ultrapassar fronteiras, se tornar uma série de TV e crescer tanto é meio esquisito!

Nrama: Como foi a transição, e hoje é mais fácil se imaginar como um roteirista de TV, além de um roteirista de quadrinhos?

Kirkman: Definitivamente sou um roteirista de quadrinhos. Mas também sou um roteirista de TV, pois estou escrevendo para a TV! Não é difícil para mim me imaginar como um roteirista de TV. Mas os quadrinhos são o meu primeiro amor. Nunca vou desistir deles para focar na TV ou algo assim. Sou absolutamente apaixonado pelos quadrinhos. Se alguém me perguntar qual a minha profissão, direi que sou roteirista de histórias em quadrinhos.

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Está no meu sangue. E não vai acabar tão cedo. Mas também escrevo para a TV, não posso negar (risos). Apesar de que às vezes gostaria!

Nrama: Qual a explicação, em relação ao “timing” e à criatura zumbi em si, que gera uma empatia tão grande com o público, a ponto de tornar a série esse sucesso?

Kirkman: Não sei. Para mim, zumbis são muito divertidos. Os zumbis são usados para contar histórias sobre seres humanos. Não dá para criar uma história onde o zumbi seja o protagonista – a questão é como os zumbis afetam os humanos. A forma como eles o fazem gera histórias muito intensas, pessoais e dramáticas.

Acho que essa é a causa da empatia com o público e a razão pela qual zumbis são tão populares. Nos faz pensar sobre nós mesmos e nossas vidas, enquanto assistimos esses personagens fictícios lidarem com situações tão intensas.

Nrama: Os leitores da HQ que assistiram ao trailer da 4ª temporada, ao verem todos aqueles errantes aglomerados nas grades da prisão, podem ter pensado em hordas…

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Kirkman: (risos) Sim!

Nrama: Além disso, há várias outras coisas que devem ter despertado a atenção dos leitores no trailer. Pode fazer algum comentário a respeito?

Kirkman: Só posso dizer que há partes muito relevantes dos quadrinhos sendo adaptadas para a 4ª temporada. Há fragmentos do trailer que, se você estiver bem familiarizado com os quadrinhos, podem gerar comentários do tipo: “Essa parte vem de tal edição”, “Essa se refere a determinado momento”. E esses comentários não estariam incorretos. Portanto, se você for um grande fã dos quadrinhos, pode assistir ao trailer e tentar entender o que está acontecendo.

Nrama: Matar Andrea na última temporada foi bem corajoso!

Kirkman: Com certeza!

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Nrama: Ela teve papéis fundamentais nos quadrinhos após aquele momento – como será o desafio de criar novos personagens para esses momentos ou até mesmo modificar tais eventos?

Kirkman: Acho que é um caminho diferente. A série de TV é diferente dos quadrinhos. Mas não quer dizer que não possamos recriar episódios como “Fear the Hunters” ou quaisquer outros, só pelo fato de ela não estar presente.

Isso tornará tais histórias fundamentalmente diferentes, e eu acho que isso é bom. Mudar para um cenário onde a ausência de Andrea muda as coisas, tanto quanto a presença de Shane havia feito anteriormente, é algo que torna a série interessante para mim, e interessante para os maiores fãs dos quadrinhos. Acredito que só fortalecerá a série.

Nrama: É claro que “All Out War” está prestes a ser lançado nos quadrinhos. Você está incluindo um monte de questões em um espaço de tempo bem reduzido. Por que você precisou acelerar o ritmo da história?

Kirkman: “All Out War” é uma grande história, não gostaria que as pessoas tivessem que esperar um ano inteiro para saber o resultado dessa guerra! Então pensei que seria bem legal que (o artista) Charlie (Adlard) e eu mexêssemos no ritmo de tempo e incluíssemos obstáculos com mais frequência, tornando o roteiro ainda mais especial. Além disso, cada edição, individualmente, terá um ritmo bem intenso. Não quero que as pessoas precisem esperar tanto tempo pela nova edição, porque seria enlouquecedor em alguns casos.

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A quarta temporada de The Walking Dead estreia no dia 13 de Outubro na AMC e no dia 15 de Outubro na FOX Brasil. Confira o trailer oficial da temporada.

“All Out War”, vigésimo volume dos quadrinhos, começará com a edição 115 que tem previsão de lançamento para 09 de Outubro de 2013.


Fonte: Newsarama
Tradução: @Lipecorrea / Staff Walking Dead Brasil

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