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2ª Temporada

Mazzara Fala Sobre o Desenvolvimento da 2ª Temporada

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O Liljas-Library entrevistou recentemente o showrunner de The Walking Dead, Glen Mazzara, e ele falou sobre o desenvolvimento da segunda temporada, trabalho dos roteiristas e muito mais. Confira:

Lilja: The Walking Dead é um grande sucesso nos EUA e em vários outros países em que o seriado vai ao ar muito próximo das datas norte-americanas.

Glen Mazzara: Sim, a FOX Internacional fez um excelente trabalho para se certificar de que a série está disponível ao redor do mundo o mais breve possível após ter ido ao ar nos EUA. E o que é interessante é que a FOX Internacional começou a divulgar o seriado antes mesmo que ele fosse escrito. Eles simplesmente foram da base do conceito e da longa série de quadrinhos escrita por Robert Kirkman. Então eles deram uma chance. Não faziam idéia de que a série teria tanto sucesso e fizeram um ótimo trabalho ao nos promover.

Lilja: É, e nos EUA, a divulgação foi fantástica.

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Glen Mazzara: Sim, ficamos muito felizes. Tínhamos bons índices de audiência novamente, pela segunda semana consecutiva, e ficamos muito felizes. E temos fãs fervorosíssimos, ficamos felizes que as pessoas estão gostando tanto da série quando gostamos de produzi-la.

Lilja: Alguns fãs reclamaram que existe drama demais e zumbis um pouquinho de menos na segunda temporada.

Glen Mazzara: Você assistiu ao último episódio, Triggerfinger?

Lilja: Sim.

Glen Mazzara: Certo. Ninguém está dizendo mais isso. Se você checar na internet hoje, ninguém mais está dizendo isso. De fato, há alguém que diz, “Oh, agora há um problema com o drama e a solução é simplesmente acrescentar zumbis.”, então, se não tiver zumbis, as pessoas ficam chateadas, e se nós acrescentarmos zumbis, as pessoas ficam chateadas. Mas eu acho que há um enredo com um longo arco acontecendo há uma temporada e, no final dela, tanto os fãs que amam um bom drama quanto os fãs que amam os zumbis ficarão satisfeitos.

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Lilja: Eu acho que foi uma boa idéia deixar o drama predominar durante a primeira metade da temporada e fazer a audiência ir conhecendo os personagens e suas relações uns com os outros mais um pouco.

Glen Mazzara: Eu sei que isso pareceu lento para alguns fãs e, desde que me tornei showrunner, eu acho que acelerei a narrativa, mas esses momentos com os personagens ainda são importantes. Se você observar o oitavo episódio, “Nebraska”, há muitos momentos com os personagens, e somente dois zumbis no episódio, e agora, ao retornamos com o nono episódio, “Triggerfinger”, e o iniciamos com zumbis, temos zumbis em dois enredos diferentes e há muito trabalho com os personagens. Eu acho que nossa série é grande o bastante para lidar com ambos.

Lilja: É, eu concordo.

Glen Mazzara: Obrigado.

Lilja: Como você se envolveu com The Walking Dead?

Glen Mazzara:
Eu escrevi um episódio para a primeira temporada, o quinto episódio, “Wildfire”, e na segunda temporada, fui convidado para o que chamamos de “número dois”, fui convidado para ser o produtor executivo de Frank Darabont, no comando dos escritores na sala de roteiro. Então eu fiz isso e quando Frank saiu, me tornei o showrunner.

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Lilja: O que é exatamente que um showrunner faz?

Glen Mazzara: Como showrunner, sou o produtor no comando de todas as decisões criativas e da produção, então sou como o CEO e eu forneço a visão da série, eu tenho a palavra final em todos os roteiros, eu edito a série, eu aprovo a música, eu trabalho com os atores. Estou no comando de toda a equipe.

Lilja: É uma grande responsabilidade, certo?

Glen Mazzara: É divertido. Estou me divertindo demais. Eu realmente amo isso, eu realmente amo a série, amo o material, a série de quadrinhos de Robert Kirkman. É fantástica e há vários lugares para ir. Eu amo nosso elenco e equipe. Acho que nosso elenco está fazendo um trabalho fantástico ao trazer esses personagens à vida e fazer as pessoas se importarem com eles. Então estou me divertindo bastante e me considero muito sortudo por, após trabalhar em outras séries por vários anos, estar em um seriado tão bom. Me sinto sortudo.

Lilja: Houve muita publicidade e muita especulação quando Frank Darabont deixou a série. Você acha que tudo isso prejudicou a série? Isso criou alguma dificuldade no trabalho para você, que entrou como substituto?

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Glen Mazzara: Tive que superar as expectativas que o público tinha em relação a Frank e eu falei muito sobre isso, então preferiria falar sobre o seriado, mas sim, eu senti a pressão, mas eu acho que o elenco, a equipe, os roteiristas e todos os produtores se uniram à AMC e alcançamos nosso objetivo e estamos fazendo uma série da qual gostamos profundamente.

Lilja: E está certo que você entrou como showrunner desde o oitavo episódio dessa temporada?

Glen Mazzara: Não, eu entrei antes, mas o oitavo episódio foi o primeiro roteiro que foi escrito sem o Frank. Houve vários outros roteiros em várias etapas, mas esse foi o primeiro escrito completamente depois da saída de Frank.

Lilja: Eu li os quadrinhos e a série televisiva os segue bastante, ainda que alguns personagens sejam diferentes, mas é desse jeito que você queria fazer? Seguir os quadrinhos? Ou você queria ser honesto com o espírito dos quadrinhos, mas tomar um caminho diferente?

Glen Mazzara: Eu gostaria de aproximar um pouquinho mais dos quadrinhos. Acho que há personagens e histórias nos quadrinhos que eu gostaria de utilizar, mais cedo ou mais tarde. Nós usamos, sim, os quadrinhos como inspiração, e é um material excelente, mas meu objetivo é deixar a série televisiva mais próxima dos quadrinhos.

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Lilja: Há alguns personagens na série televisiva que não estão na série de quadrinhos e vice versa. É difícil quando você tem uma cena nos quadrinhos que envolve um personagem que não está na série de TV? Você tenta substituí-lo (ou substituí-la) por um personagem, digamos, por Daryl, por exemplo, que não está nos quadrinhos?

Glen Mazzara: Não, não, não, Daryl tem suas próprias histórias e são dois universos diferentes, dois mundos diferentes e nós não achamos que precisamos pegar os enredos dos quadrinhos e tentamos forçá-los a entrar no nosso mundo. Nós apenas fazemos o que parece orgânico, certo e honesto com o nosso mundo.

Lilja: E eu acho que Kirkman tem uma grande participação nisso tudo?

Glen Mazzara: Certamente. Robert é um produtor executive da série, é um roteirista, seu escritório fica bem do lado do meu, ficamos na sala dos roteiristas juntos todos os dias e trabalhamos as histórias com os outros escritores, e ele tem uma enorme participação, não consigo imaginar fazer a série sem ele. Ele é muito valioso e nos tornamos bons amigos, então… ele tem dado muito apoio para desviarmos dos quadrinhos quando necessário e ele é vital para o sucesso da série televisiva The Walking Dead.

Lilja: Você acha que essa é uma chance de Kirkman dar uma segunda chance aos seus personagens? Como com Shane, que não está na história dos quadrinhos por tanto tempo, ao contrário da série de TV?

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Glen Mazzara: Acho que sim. Robert disse que está interessado em fazer diferentes coisas com os personagens do que como fez nos quadrinhos e isso não precisa ser uma adaptação exata dos quadrinhos e que fazer de uma maneira diferente mantém as coisas interessantes para ele.

Lilja: Você mencionou a sala dos roteiristas. Como ela funciona?

Glen Mazzara: Nós temos sete roteiristas, incluindo Robert e eu, e nós nos sentamos juntos na sala dos roteiristas por dias, semana, às vezes meses, inventamos idéias, desafiamos uns aos outros, fazemos perguntas, e a melhor idéia ganha. Nós realmente trabalhamos juntos e as pessoas saem e escrevem seus roteiros. Então, todos fazemos anotações nos roteiros. É o estilo norte-americano tradicional na sala dos roteiristas. É muito comum temos uma sala de roteiristas. Eu acho que é meio diferente da maneira que é feita na Suécia do que eu entendo, mas aqui uma equipe ou roteiristas trabalham em todos os episódios juntos. Não escrevendo juntos, mas seguindo o processo juntos.

Lilja: Os roteiristas são os mesmos na primeira, segunda e agora na terceira temporada?

Glen Mazzara: Não, os roteiristas da primeira temporada eram diferentes, mas os da segunda e da terceira temporada são os mesmos, e nós acrescentamos dois novos roteiristas, pois a terceira temporada terá 16 episódios.

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Lilja: É difícil construir um episódio quando tantas pessoas diferentes querem contribuir com suas idéias?

Glen Mazzara: Não, mas como showrunner, eu tenho a última palavra. Então, escuto muitas idéias e então decido o que é melhor para a série. Eu sou o jurado final do que nós acabamos fazendo, mas todos os roteiristas opinam e meu objetivo é não dizer a eles o que faremos, mas se eu consigo todos esses pontos de vistas diferentes para produzir uma história, todos nós concordamos que é a melhor história para contar, então é aí que o trabalho na sala dos roteiristas é melhor.

Lilja: Como você faz para ficar de olho nas histórias do passado de cada um dos personagens?

Glen Mazzara: Nós precisamos ficar de olho nelas. Temos assistentes e os roteiristas prestam atenção e todos os atores realmente dominam seus personagens. Se nós fizermos algo que contradiz alguma coisa que um personagem fez antes, o ator nos conta. Também temos excelentes produtores, Gale Anne Hurd, Greg Nicotero, Denise Huth e David Alperg. Esse pessoal está plenamente consciente de toda a tradição de The Walking Dead e eles também apontam as inconsistências. Isso realmente não tem sido um problema.

Lilja: Os dois personagens dos quadrinhos que eu imagino que os fãs estejam mais ansiosos para conhecer são o Governador e Michonne. Você pode revelar alguma coisa sobre o destino deles na série de TV?

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Glen Mazzara: Direi que todos estamos ansiosos para escrever sobre esses personagens e que eu não imagino fazer The Walking Dead e não ter esses personagens. Então, eles, eventualmente, em algum ponto, estarão na série. Só não posso, entretanto, dizer quando. Não quero revelar demais…

Lilja: Uma das coisas que eu adoro na série, bem como nos quadrinhos, é que ninguém está seguro. Freqüentemente, quando você segue uma série, você sabe que poucos personagens principais não morrerão, mas com The Walking Dead, parece que, talvez não o Rick, mas qualquer um deles pode morrer.

Glen Mazzara: Quem disse que o Rick está a salvo? Ninguém está.

Lilja: É, foi isso que eu quis dizer. Como quando Sophia se tornou um zumbi, foi uma grande decisão. Isso foi algo que vocês planejaram desde o início? Eu sei que isso é muito provável nos quadrinhos, mas, na TV, é diferente…

Glen Mazzara: Nós descobrimos quando estávamos na sala dos roteiristas. Lá pelo início da segunda temporada, nós descobrimos que Sophia desaparece, e então descobrimos que Carl é baleado enquanto eles procuram por Sophia. Então, nós descobrimos que isso os leva à fazenda de Hershel e tivemos que pensar, ‘Onde está Sophia’? Houve várias idéias diferentes. Talvez eles nunca encontrem Sophia, talvez a encontrem. E então nós, juntos, decidimos que ela estava no celeiro. Levou alguns dias para chegarmos a essa conclusão, mas é assim que funciona na sala dos roteiristas. Nós todos construímos a idéia prévia de alguém e, uma vez que tudo está no lugar, uma vez que isso se encaixa, sabemos que temos uma história para contar.

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Lilja: Acho que foi uma idéia brilhante fazê-la virar um zumbi. Acho que muitos espectadores estavam esperando secretamente que isso acontecesse, mas não ousaram esperar que aconteceria.

Glen Mazzara: Bem, eu acho que fizemos bem, foi poderoso porque eles massacraram a família de Hershel e, então, foram confrontados com o fato de que um deles estava lá. Então, foi originalmente uma cena muito violenta e terrível que se tornou uma cena de partir o coração. E isso também impulsionou Rick a se tornar um líder, porque ele foi o único com a iniciativa de dar um passo em frente e atirar na pobre Sophia.

Lilja: E agora a série recebeu sinal verde para uma terceira temporada?

Glen Mazzara: Correto. Com 16 episódios. É nisso que eu e os outros roteiristas estamos trabalhando.

Lilja: Foi decidido que vocês fariam uma terceira temporada antes que as gravações da segunda terminarem?

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Glen Mazzara: Sim.

Lilja: O fato de vocês saberem que haveria uma terceira temporada afetou o modo que vocês planejaram o final da segunda?

Glen Mazzara:
Não. Você apenas escreve a melhor história que você pode para a temporada e espera que, se for bem, seja escolhido para uma próxima temporada. E esse seriado tem uma base de fãs muito sólida, que eu espero que tenhamos pelo menos 100 episódios. Então, estamos nos concentrado em deixar cada episódio o melhor possível.

Lilja: E você está escrevendo os roteiros para a terceira temporada agora?

Glen Mazzara: Sim, estamos começando a escrevê-los.

Lilja: E quando vocês planejam começar as gravações?

Glen Mazzara:
Eu acho que em maio.

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Lilja: E então irá ao ar no outono, assim como a temporada anterior?

Glen Mazzara: Provavelmente.

Lilja: E as temporadas estão ficando cada vez mais longas. Você espera alcançar, tipo, 24 episódios por temporada, como as outras séries?

Glen Mazzara: Não, eu gosto de 16. Acho que 16 é um bom número. É muito difícil para nós gravar a série. Nós temos muitos zumbis e gravamos em Atlanta, onde fica muito quente no verão, muito frio no inverno e chove muito, então são gravações que exigem muito esforço físico e estamos sempre do lado de fora. Isso demanda muito da equipe e do elenco, e eu acho que mais de 16 episódios seria forçar um pouco as coisas.

Lilja: Mas 16 é um número incomum de episódios por temporada, certo? O mais comum não é 12 ou 24?

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Glen Mazzara: Sim, e algumas fazem temporadas com 13 ou com 10, mas eventualmente é uma decisão da AMC. Tenho sorte o suficiente de trabalhar na série.

Lilja: Certo, muito obrigado por falar comigo e boa sorte com o resto da segunda temporada e a futura terceira temporada.


Fonte: Liljas-Library
Tradução: Lalah / Staff WalkingDeadBr

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