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Walking Dead Brasil

[FANFIC] Dead Memories – Capítulo 04

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Gomes acaba descobrindo que esconde um passado sombrio. Ao anoitecer os sentimentos acabam surgindo e as revelações prometem mexer com a cabeça dos sobreviventes. Uma nova missão surge. Quem é amigo e quem é inimigo?

Três de Janeiro de 2011, Canoas, Rio Grande do Sul

 O homem de preto olha para mim e diz “já que não se lembra eu lhe direi como tudo começou”. Interrompendo a conversa Carlos aparece dizendo “opa! Adoro histórias, podem continuar”. A conversa segue.

– Bom. Antes de contar-lhe vou me apresentar, quem sabe você lembre-se do meu nome. Chamo-me padre Alfredo. Sim já ia me esquecendo de apresentar eles também. Este a minha direita de branco é o doutor Luis. A minha esquerda é a Rafaela. Agora irei contar o que aconteceu.

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– Estava na minha igreja eu, frei José e o bispo Romão preparando-a para a celebração de domingo quando gritos começaram a vir do lado de fora.  Saímos então para saber o que estava acontecendo. Ao chegar ao pátio frente à igreja ficamos paralisados de medo sem esboçar se quer uma reação. Não acreditávamos no que estávamos presenciando. Corpos mutilados sendo devorados por aqueles que conhecíamos e usávamos abrigar em nossa igreja. Atropelamento, atos de canibalismo, pessoas atirando umas nas outras, em fim era o inferno na Terra. Sem percebermos surge de trás de nós o senhor Ari que freqüentava nossa igreja semanalmente, mas ele de certa forma não era mais o mesmo. Ele pulou em cima do bispo Romão e começou a morder seu rosto com extrema violência. Lembro que gritamos por socorro, porém a única coisa que conseguimos foi atrair a atenção de mais daquelas criaturas ou sei lá o que são esses seres. Tínhamos certeza que seriamos devorados. Quando 6 daqueles monstros partiram em nossa direção decretando nosso fim um garoto vestido de preto segurando um pedaço de ferro apareceu e começou a atacar os monstros sem piedade como se não fossem nada pra ele, como se não fossem humano. Eu podia ver o ódio em seus olhos. Era apenas um garoto, mas agia como um homem. Seus olhos expressavam o mesmo que os olhos dos monstros como se ele estivesse morto por dentro. O sangue jorrava para todos os lados até que o banho de sangue finalmente parou. O jovem havia acabado. Perguntei o seu nome, ele não me respondeu. Só disse para entrarmos na igreja e fecharmos a porta. Concordamos com eles e fomos todos para lá. Dentro da igreja ele nos pediu para que colocássemos os bancos que eram pesados na frente da porta como barricada. Após fizermos isso perguntei novamente seu nome e ele me disse que não sabia seu nome. Perguntei então como ele não sabia. Ele me disse que não se lembrava de nada, nem quem ele era e nem o que havia acontecido com ele. Ouvimos de repente o bater na porta junto a gemidos estranhos. O garoto perguntou se havia uma saída no fim da igreja e eu disse que sim. Ele disse para sairmos por essa saída para encontrarmos um lugar mais seguro alegando que a barricada não iria aguentar por muito tempo. Aceitamos a sua idéia e fomos em direção a saída. A saída dava para os fundos da igreja nada mais do que outro pátio, mas este não havia mais daqueles monstros então continuemos pelo pátio dos fundos então saímos em direção à rua. Caminhamos e caminhamos por 8 ruas até que avistamos de longe no final da rua um grupo grande de monstros, já do outro lado da rua avistamos outro grupo. Estávamos cercados e cada vez mais eles se aproximavam de nós. O garoto nos surpreendeu mais uma vez e disse para seguirmos para a casa ao nosso lado e única aparentemente vazia e aberta para entrarmos. Ele também disse que ele ganharia tempo pra eu e frei José escapar. Com medo de sermos mortos não pensamos duas vezes em sair correndo e irmos para aquela casa. A última vez que vi aquele jovem foi enquanto corríamos quando olhei para trás e o vi cercado pela morte. Após entrarmos na casa encontramos o Luis, a Rafaela e a outra moça que estava com nosso grupo a Elisa. Frei José morreu pouco tempo depois de sairmos da casa, pois fomos perseguidos incessantemente e como ele tinha 58 anos de idade não conseguiu nos acompanhar. Penso que podíamos ter voltado e ajudado ele. O mais importante de tudo é que o Garoto que nos salvou era você.

Fico surpreso naquele momento. Não conseguia me lembrar de nada. Seria mesmo que eu tinha perdido a memória duas vezes ou talvez eu não quisesse me lembrar do que havia acontecido comigo? Eu precisava de respostas s quais eu estava cada vez mais longe de encontrá-las. Quanto mais eu tentava descobrir minha cabeça doía e surgiam mais dúvidas.

O padre então se ajoelha e me diz que irá rezar todos os dias até que recupere as minhas memórias e me agradece por ter protegido sua vida duas vezes.

Nesse momento o tenente Renan aparece e me parabeniza pela minha atitude de arriscar a minha vida por pessoas que eu nem conhecia e pede para que os sobreviventes do tiroteio se acomodassem no alojamento. Everton então se levanta e os acompanha até o alojamento. O tenente Renan pede para mim, Juliana e Carlos descansarem no alojamento. Atendemos seu pedido e fomos rumo ao alojamento. Chegando ao alojamento Carlos me mostra onde ficava o banheiro e onde era o quarto dos homens e diz que também que mereceu ter levado aquele soco e pede desculpas. Eu aceito suas desculpas com uma desconfiança que nem podia expressar com palavras.

Estava cansado, exausto, sem forças e com as dúvidas martelando em minha cabeça como o tic-tac de um relógio. Fui tomar banho, uma ducha gelada pra ser mais exato. Ligo o chuveiro e deixo a água cair sobre a minha cabeça para tentar relaxar, então fecho os olhos tentando me concentrar em meus pensamentos refletindo sobre tudo o que acontecera até aquele instante. Após o banho, troco a minha roupa ensanguentada e rasgada por uma de soldado. Era a única que eu tinha. Parece que agora sou um deles. Deito em minha cama e fecho os olhos novamente, agora procurando o sono que já não o encontrava há dias pretendendo sonhar com algo que me fizesse parar de pensar no meu passado desconhecido.

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Durante o sono o mesmo pesadelo de sempre. Gritos, imagens turvas de pessoas desconhecidas, um homem de vestido de preto a voz de uma mulher gritando o nome Gomes. De repente acordo ofegante com uma terrível dor de cabeça. Desamparado saído do alojamento em direção ao terraço. Quando cheguei ao terraço encontrei Juliana e começamos a conversar.

– Linda noite não acha Gomes.

– Sim. A noite realmente é maravilhosa.

– Me diga o que faz acordado há essa hora?

– Nada. Senti uma vontade de olhar para o céu. Ele me acalma. Sabe não somos muito diferentes. Não se sabe como a noite se formou. Se algo ou alguém a fez. Não se sabe nada sobre o seu passado e assim como a lua que vemos está noite brilhando sobre este céu escuro, está sempre solitária a espera das estrelas para lhe fazer companhia.

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– Nossa. Não sabia que você era romântico. Esse seu lado é irresistível sabia.

Ela se aproxima, toca o meu rosto e quando percebo nossos lábios já estão se tocando. Eram beijos tão doces quanto o mel e ao mesmo tempo tão intensos como uma tempestade de outono. Nesse momento nossos corpos se atraem de um modo que até mesmo a física não pode explicar. Não consigo resistir, então passamos a noite juntos em um só corpo, uma só alma e um só coração. Acordo no dia seguinte com ela em meus braços. Naquela noite ela me fez esquecer a minha identidade e todos os meus problemas.

De repente Carlos surge chamando por meu nome e o de Juliana e ao ver eu e ela juntos ele me olha com ódio em seus olhos e sai correndo. Eu acordo Juliana e explico o que aconteceu. Ela sorri e diz que seu irmão acabará entendendo e que ele me considera como um amigo de verdade. Fico mais calmo e confio em suas palavras. Apesar de tudo ele havia salvado minha vida. Sinto remorso ao pensar que o agredi por apenas um erro que ele cometeu, afinal era á opinião dele naquele dia.

Trocamos-nos e voltamos ao alojamento. Antes de chegarmos a ele pedi a ela que não contasse a ninguém por enquanto apenas até momento certo. Ela concorda.

Encontro todos no alojamento juntos ao tenente Renan. Ele pede que nós escutemos o que ele tinha a dizer.

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– Atenção. Hoje é dia em que iremos ao supermercado para repor nossos estoques. Direi agora o nome daqueles que participarão. Gomes e Carlos. Luis e Everton. Juliana e Rafaela. Soldado Jorge e soldado Ribeiro. Soldado Lima e soldado Farias.

– Sua missão é a seguinte. Vocês devem procurar por vestimentas, comidas enlatadas, medicamentos, água e o que mais puderem carregar.

– A missão iniciará às nove horas e seu termino será ao meio-dia. Muito bem vocês têm trinta minutos para se aprontarem.

Parece que a conversa entre mim e Carlos não poderá ser adiada. Seria ele capaz de tentar me matar?

De qualquer forma melhor confiar em minha arma e meu instinto afinal terão de desconfiar não somente dos mortos-vivos, mas também com meu próprio amigo.

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Autor: William Santos / @willsanttoos

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