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[FANFIC] A Caminhada dos Mortos – Capítulo 04

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Só restava aguardar e aproveitar o tempo pra repor as energias, afinal dias difíceis estavam por vir, ou melhor, já estavam acontecendo.

Eles identificaram apenas uma voz feminina os chamando de longe. Subiram exaustos mais dois andares, visualizaram a porta aberta e entraram no apartamento.

Todos estavam acabados, sem energia alguma para prosseguir; precisavam descansar urgentemente. Jefferson pediu para a dona do apartamento se havia um quarto para que pudesse por as crianças e sua mulher para repousarem, pois eles estavam extremamente abatidos.

Carolina ainda desmaiada foi colocada em uma cama desarrumada ao lado de Henry e Jeniffer, que adormeceram rapidamente.

Depois de um tempo observando sua família, Jefferson saiu do quarto e foi até sala, que naquele momento estava imersa em um silêncio profundo. Carlos e duas belas moças estavam sentados e pareciam ter parado de falar no exato momento que o pai de família exausto adentrou o cômodo. A primeira delas, uma esbelta morena se apresentou:

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– Meu nome é Luiza, tenho 28 anos. Eu trabalhava em um escritório de advocacia, do centro da cidade e essa é minha irmã mais nova, Maitê. Ela tem 23 anos e cursava Arquitetura e Urbanismo. Ela tinha um lindo futuro pela frente, terminar a faculdade, casar… – a moça ficou com os olhos marejados e não falou mais nada. Um silêncio pairou na sala. Jefferson resolveu se apresentar:

– Meu nome é Jefferson e sou dono de uma companhia de telecomunicações. Lá no quarto, está minha esposa Carolina e meu filho Henry, além de uma amiga dele.

– Já eu me chamo Carlos, como disse anteriormente quando meu amigo aqui não estava presente – ele meneou a cabeça em direção a Jefferson – Eu não moro aqui, vim de muito, muito longe. Eu sou cientista e trabalhava há a algum tempo no departamento de epidemias e vírus letais de Porto Alegre. Eu sei que vocês devem estar se perguntando mil e uma coisas sobre mim, o porquê de eu estar aqui, enfim… Não se preocupe que eu vou explicar tudo, cada coisa em seu momento oportuno.

Carlos fez uma pausa e pediu a moça morena onde poderia conseguir um copo de água. Ela foi até a cozinha e buscou para o homem. Ele bebeu alguns goles, limpou a garganta e começou:

– No nosso departamento, criamos vacinas contra diversas doenças. O nosso centro de pesquisas foi alertado em meados do mês passado que nos Estados Unidos uma grande epidemia havia começado a aterrorizar todo o país. O governo tentou encobrir a situação, os pólos de lá tentaram dizer que era apenas uma endemia, mas nós sabíamos: não era simplesmente mais uma endemia. Depois de muito insistir, eles nos enviaram amostras de uma carne infectada, para que pudéssemos tentar identificar o que estava ocorrendo, se havia alguma chance de estarem vivas. Nossas pesquisas chegaram a uma conclusão: Todas as pessoas que fossem mordidas ou arranhadas automaticamente passariam a estar infectadas. Como conseqüência disso, esses indivíduos apresentariam febre altíssima no começo e depois de um certo período de tempo morreriam. Apenas uma parte de seu cérebro

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continuaria a funcionar, aquela relacionada a coordenação motora daqueles indivíduos, além  das sinapses que funcionam como alerta em questões relacionadas a necessidade de alimentação.

– Mas uma coisa eu não consigo entender: Eles estão mortos ou só estão fora de si? – perguntou Jefferson.

– Não, eles estão todos mortos. Toda sua parte funcional é “desativada” digamos. Apenas as partes que mencionei antes continuam a funcionar. – respondeu Carlos, que continuou a história após beber mais alguns goles de água

– Estávamos todos bem aparentemente, quando uma de minhas secretárias entrou na sala onde eu estava analisando algumas amostras e veio até mim com um olhar faminto. Ela tinha os olhos amarelados e fazia barulhos estranhos. Nós não sabíamos como agir, o que fazer e em um ato de paralisação ficamos ali, ela nos olhando, nós olhando para ela. Mas aquela criatura não estava pra brincadeira. Quando olhamos para a porta, pensando em uma maneira de fugir de lá, ela se atirou a uma velocidade absurda em cima do meu colega e…mordeu ele. Ele desmaiou e eu consegui fugir. Mas o que eu mais lamentei foi esse meu ato de covardia, eu devia ter ficado lá e ajudado meu colega, ele não merecia ter aquele fim – Carlos estava emocionado.

Luíza tomou a palavra:

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– Não fique assim, você apenas seguiu seu instinto de sobrevivência e isso é uma coisa…humana, você não ia ficar lá, morrer e ser mais um. Você fez a coisa certa naquele momento

Carlos lançou um olhar agradecido para a moça que retribui com um meio sorriso. Ele parecia motivado a continuar:

– Mas não era apenas aquela minha secretária que estava contaminada; outras pessoas, para não dizer muitas pessoas, também estavam com aquele vírus.

– Desesperado, subi e me tranquei no meu quarto. Lá eu guardava vários  mantimentos de sobrevivência; era frescura minha, mas naquele momento foi aquela minha frescura que me salvou e que permitiu que eu pudesse estar aqui, agora contando essas coisas para vocês. A energia havia acabado e eu fiquei lá, quieto, sem nenhuma esperança por vários dias. A comida estava acabando, eu estava ficando fraco, pensando que aquelas seriam minhas últimas horas quando eu vi o helicóptero de vocês. Eu estava desesperado e aquela era minha única oportunidade de sobrevivência. Eu peguei uma arma de dentro da escrivaninha e sai correndo até o terraço. Aqueles zumbis ouviram e vieram atrás de mim. Mas graças a vocês, eu estou vivo. – encerrou Carlos

– Mas e porque ninguém nos avisou disso? Por que as autoridades não tomaram uma posição, tentaram erradicar essa peste? – perguntou a moça que até então não havia proferido sequer uma única palavra

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– Não avisaram a população para não assustar a todos e criar um caos maior. Porém todos acharam que seria fácil de erradicar o vírus. A febre que era percebida em pessoas mordidas era grande, mas febre é sintoma de variados tipos de doenças. Quando as pessoas morriam e depois de algum tempo voltavam a se locomover, muitos achavam que era um milagre ou algo do gênero. Mas aquela criatura mordia outra pessoa saudável, e o ciclo se repetia, ou seja, o vírus e o número de zumbis começou a espalhar e aumentar muito rapidamente e quando o governo percebeu, a situação estava fora de controle.

– Agora eu entendo… Nós sobrevivemos, pois a maioria das pessoas quando começaram a receber noticias de parentes mortos, amigos ou até que estava ocorrendo uma epidemia saíram de Caxias do Sul…ou tentaram… –apontou Maite

– O jeito que encontramos para sobreviver foi juntarmos muitos mantimentos e ficarmos aqui, escondidos. Poderíamos estar a salvo se vocês não chegassem fazendo tanto barulho atraindo todos esses zumbis.  – Falou Luiza complementando o que Maite falou.

– O que está feito, está feito. Vocês dois me ajudem a pegar cobertores para tamparmos as frestas das portas para que esses zumbis não vejam qualquer tipo de luz ou ouçam nossa conversa; eles são espertos, sabem que estamos aqui, teremos que nos proteger até que desistam. Por sorte não entraram ainda no edifício ou entraram? – Perguntou Maite.

– Nós encostamos o portão por onde entramos, porém não estava trancado. Agora temos que torcer para que não entrem. – Carlos comentou.

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Depois de isolar a casa ao máximo, Maite começou a preparar a comida para todos; estava um pouco preocupada, pois o gás estava acabando e não haveria como cozinhar sem o combustível.

Carlos foi até a janela, espiou e percebeu que havia uma quantidade de zumbis na espreita do lado de fora. Pensou… O próximo passo deles seria ou  se dispersar ou invadir o edifício. Só restava aguardar e aproveitar o tempo pra repor as energias, afinal dias difíceis estavam por vir, ou melhor, já estavam acontecendo.

A janta estava pronta. Jefferson foi chamar todos para jantar, acordando as crianças e sua mulher. Enquanto todos jantavam, Carolina olhava a cara triste de Jeniffer que estava com saudades de sua mãe. Maite e Luiza se apresentaram para crianças e para Carolina, que sentiu simpatia pelas moças.

Após a janta Carolina pediu licença para se retirar e levou Jeniffer até banheiro para conversar.

– Jeniffer não se preocupe, sua mãe esta com o namorado que é um grande policial militar. Ele e sua mãe estão bem! Estamos perto de nossas casas iremos ate lá assim que descansarmos. – Falou Carolina

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– Sim tudo bem tia, vou dormir mais feliz agora então, já que amanha verei minha mamãe – Falou Jeniffer com sorriso imenso.

Carolina se sentiu mal por fazer uma promessa que provavelmente nas condições que se apresentavam não seria viável.

[…]

Na madrugada Carolina acordou, e lentamente se dirigiu até cozinha para beber um copo d’água. Viu o marido dormindo em um sofá velho, cheio de pó. Começou a analisar a situação; não havia entendido ainda o ocorrido, o caos que se abatia sobre todos.

E justamente essa falta de informação fez com que ela, sem nenhuma prudência, abrisse as cortinas da varanda.

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Dois zumbis estavam ali, frente a frente com ela. Apenas um vidro fraco os separava.


Autor: Maiki Jean / @maikijean

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